Malu
— Oi? Terra chamando Malu… — a voz da Yasmin, seguida do estalar de seus dedos repetidamente em frente ao meu rosto, me faz voltar à realidade.
Pisco algumas vezes, a encarando e noto seu cenho franzido.
— O que disse? — lhe pergunto.
— Tava no mundo da lua, foi?
Pigarreio.
— Acho que só fiquei assustada com o que acabou de acontecer, nunca tinha visto esse cara tão perto. — minto, não em mencionar que o Pardal e eu nunca estivemos muito perto, mas sobre o fato de ter viajado por causa disso.
A verdade é que algo naquele homem tão imponente e cheio de si, me deixou paralisada e, como se não bastasse, com a calcinha molhada. O Pardal não faz o meu tipo, então, por que fiquei assim?
— Ah, deixa de ser mole, foi bem maneiro a cena. — Yasmin diz em tom de descontração e me dá um soquinho de leve no ombro.
— Não foi nada maneiro, Ys. Já pensou se aqueles caras resolvem matar o Cezinha? Nós seríamos testemunhas de um crime, se liga. — lhe dou um peteleco na testa.
— Vamos sentar ou tu vai ficar tagarelando igual a um papagaio aí? — seu comentário me faz perceber que já estamos há uns bons minutos em pé.
— Ok, mas não vamos demorar. — informo, puxando uma cadeira plástica amarela com a logo da Skol.
— Aê, Cezinha! — minha amiga grita para o dono do bar, como se nada estivesse acontecido há poucos minutos — Desce uma gelada aí!
Por mais que eu não queira, acabo rindo do seu jeito. A Ys é uma figura, digamos que ela é minha luz em meio a tanta merda que rodeia minha vida.
Puxo um guardanapo do porta-guardanapos que está sobre a mesa, limpo minha boca e dedos sujos, após terminar de comer a casquinha do sorvete.
— Então, amiga, o que vai fazer? — sua pergunta me faz franzir o cenho.
— Do que está falando, Ys?
— Pensa bem, Malu — diz sem deixar de me encarar um segundo sequer — Sei que estamos falando da sua mãe, mas você não pode continuar vivendo debaixo do mesmo teto que ela — tento retrucar, mas ela não deixa, pondo a mão na frente do meu rosto — Espera! Tipo, mona, sei que tu vai arranjar mil e uma desculpas, mas tu sabe que eu tenho razão. E se na próxima vez a Maria Helena tentar te matar? Mesmo que seja inconscientemente, que ela não saiba o que está fazendo, ainda assim seria errado.
— Minha mãe não faria algo assim comigo. Eu a conheço bem… — a verdade é que nem eu mesma tenho certeza sobre isso, não levando a conta a forma como ela vem agindo ultimamente.
— Para de ser besta, Malu! Que droga! Eu sei o quanto você a ama e tudo mais, mas às vezes tu precisa ser egoísta, pensar somente em seu bem-estar. Tu nem sabe onde ela tá agora, nesse exato momento. Pode até estar morta.
— Não fala assim, Ys! Ela é minha mãe. — sinto o peso das lágrimas em meus olhos.
— Só se for sóbria, porque quando tá cheia de droga na mente, ela nem se lembra que tu existe. Desculpa falar assim, pode até parecer maldade, mas não é. Só estou pensando no seu bem, não quero te ver mal toda vez que ela está por perto. Você merece bem mais que isso.
Limpo uma lágrima teimosa que insiste em rolar em minha bochecha e o Cezinha traz uma garrafa de cerveja e dois copos, deixando-os na mesa.
— Valeu. — minha amiga o agradece.
Ele dá uma olhada em mim e me vejo forçando um sorriso. Sério, só quem tem alguém que ama muito metido no mundo das drogas sabe como dói. Você simplesmente desconhece aquela pessoa, parece que os entorpecentes os tornam em alguém totalmente diferente e nunca sabemos quando fará alguma bobagem.
— Quero deixar bem claro que tu sempre terá um lugarzinho em meu cafofo, nem que seja na casa do cachorro. — acaricia minha mão sobre a mesa, porém, seu comentário me faz rir, e acabo cuspindo um pouco da cerveja.
— Tu nem tem cachorro, Ys. — ela dá de ombros.
— Lembra de quando éramos criança e você sonhava em ser médica ou enfermeira? Seus olhinhos até brilhavam em tocar no assunto.
Suas palavras me fazem viajar em uma época tão boa da minha vida, onde não haviam problemas. Na qual eu tinha uma família perfeita, por assim dizer.
— Lembro, sim. E você costumava sonhar em ser advogada, queria prender todos os criminosos e inocentar aqueles que fossem presos injustamente. — falo em meio a uma risada, lembrando de como minha amiga costumava agir somente em tocar no assunto.
Ela acaba me acompanhando na risada entre um gole e outro.
— E daquela uma vez que fomos no mercadinho da Rosa e acusaram um menino de ter roubado um biscoito? — ela pergunta, me fazendo gargalhar, porque me recordo perfeitamente disso.
— Esse dia foi hilário, você quase mordeu a canela do marido dela, para não permitir aquilo.
— E era pra eu ter feito exatamente isso. Bando de filhos da puta, o coitado tava com fome e ele iria pagar o biscoito.
— Ah, amiga… Tempos bons que não voltam mais… — solto um suspiro após conseguir me acalmar da crise risos.
— Não voltam, mas isso não quer dizer que não possamos criar novas memórias. — ela sorri para mim.
Confesso que suas palavras me fazem pensar, porque sei que ela tem razão, ainda que eu não queira admitir.
Continuamos ali por um bom tempo, bebendo algumas rodadas de breja e jogando conversa fora, confesso que minha amiga sempre consegue me distrair.
— É melhor irmos embora, Ys. Está ficando tarde e amanhã pego cedo no batente.
— Beleza. Deixa eu só pedir a conta ao Cezinha. — ela diz, acenando para o dono do bar, que não demora a vir até a nossa mesa.
Rachamos o valor e saímos do estabelecimento, seguindo para casa. As ruas estão desertas, porque a maioria dos moradores da comunidade estão curtindo o baile, que só costuma acabar no raiar do dia.
(...)
— Boa noite, Ys. — digo, quando paramos em frente a casa dela, que é antes da minha.
— Boa! Pensa no que te falei, tá? — ela sorri para mim, sem mostrar os dentes.
Eu sabia que minha amiga tocaria no assunto novamente, na verdade, tenho certeza que ela não irá desistir dessa ideia até que eu aceite ir morar com ela ou pelo menos tentar encontrar outro lugar para ficar e que eu volte a viver, sem querer carregar o peso do mundo nas costas. Não a julgo, compreendo sua preocupação a meu respeito, somos amigas desde que me entendo por gente.
Não a respondo, apenas meneio a cabeça em concordância, porque, mesmo vendo a situação da minha mãe, ainda assim, é difícil para mim, admitir que a perdi.
Espero ela entrar e fechar a porta e dou mais alguns passos em direção a minha casa. O clima do Rio é meio doido, de dia um calor infernal, a noite, às vezes, costuma esfriar, vai entender. Como estou usando uma roupa bem devassa, por assim dizer, abraço meu corpo enquanto caminho, massageando minha pele, a fim de me esquentar.
À medida que me aproximo da minha casa, vejo um vapor do Pardal bem próximo, ele está meio de lado, então é possível ver que está com um fuzil atravessado nas costas, tento entender o que ele está fazendo, já que é noite de baile e todos eles deveriam estar curtindo, ou pelo menos é o que eu penso. Espero que não esteja procurando por minha mãe. Será que ela está devendo droga a eles?
O vapor não me diz absolutamente nada, apenas me observa meio distante e consigo chegar até a porta, abrindo-a e entrando. A realidade vem até mim com tudo. Olhando ao redor, vejo a bagunça que minha mãe fez e, sentada no sofá, tento entender como as coisas chegaram a esse ponto. Sem pensar demais e mesmo estando exausta do dia que tive, começo a organizar tudo, pois, não posso esperar o fim de semana chegar para fazer isso, já que ela revirou tudo.
Quando finalmente termino, vou até à cozinha para forrar o estômago com alguma besteira, depois tomo um banho rápido, tiro a maquiagem do rosto e, após vestir uma camisola qualquer, passo na cozinha novamente para beber água. Como a porta é de alumínio, tenho a impressão de ver a sombra de alguém do lado de fora. Um calafrio percorre minha espinha e eu pego uma faca para poder me defender, se for o caso, então sigo a passos furtivos até lá e ouço o que parece ser uma espécie de choro baixinho, mesmo com medo do que eu possa encontrar, abro a porta e me deparo com ninguém menos que minha mãe, sentada no chão, ou melhor, no meio-fio, já que nossa casa é de frente para a rua.
— Mãe? — chamo sua atenção, abaixando a faca.
Ela olha para trás e ver seu estado faz meu coração se apertar. Está com o vestido rasgado, um dos pés está com o sapato, porém, com o salto quebrado e o outro, descalço e sujo de lama. Seus cabelos desgrenhados, como se ela estivesse brigado ou algo do tipo.
— O que aconteceu, mãe? — me abaixo, ficando em sua altura e a observo, vejo que está com um olhar amedrontado.
— Me desculpa, filha. Eu sou um monstro. Um monstro. — dito isto, minha mãe encosta a cabeça em meu peito e chora copiosamente.
Não parece ser a mesma pessoa que me bateu mais cedo e que quase destruiu nossa casa. Eu a acolho e acaricio sua cabeça.
— Vamos entrar. — falo baixinho.
Ela não diz nada, apenas afasta o rosto do meu peito e limpa as lágrimas.
Entramos, tranco a porta e a guio até o sofá.
— O que houve, mãe? Me fala…
Ela desvia o olhar de mim, parecendo envergonhada.
— Me perdoa, filha, por favor… Sei que tenho sido uma péssima mãe, mas eu juro que vou tentar largar esse vício e ser melhor. Eu prometo! — suplica, segurando minhas mãos e me olhando diretamente, dessa vez.
Esse episódio não está acontecendo pela primeira vez, já perdi as contas de quantas vezes ela fez esse mesmo discurso, após recobrar um pouco a consciência, depois de surtar por efeito da droga. Sim, estou cansada disso, mas é a minha mãe e eu a amo.
— Tudo bem, mãe. Tudo bem. — puxo ela para um abraço e suspiro pesadamente, aceitando seu perdão, mesmo sabendo que, provavelmente, isso voltará a acontecer.
Depois de um tempo, eu a ajudo a tomar um banho e vestir uma roupa limpa e confortável, com muito custo, consigo fazê-la se alimentar, para que tenha uma boa noite de sono. Ao deitarmos para dormir, acaricio seus cabelos até ter certeza de que já está dormindo e sinto as lágrimas rolarem em meu rosto. Por mais que eu tente, é difícil segurar essa barra sozinha. Realmente espero que um dia isso mude e tudo volte a ser como antes.
Malu Na manhã seguinte, ao acordar, passo a mão pela cama e tudo o que sinto é o colchão vazio e o lençol esparramado. Vou abrindo os olhos aos poucos, tentando me acostumar com a claridade do sol que entra pela parte de vidro da janela de alumínio e, olhando ao redor, me certifico que realmente não tem ninguém. Fico imaginando se o ocorrido da noite passada foi coisa da minha cabeça ou se sonhei com a mamãe voltando, mas não é possível que seja isso. Olho as horas no visor do meu celular que está na mesinha do abajur ao lado da cama e vejo que estou super no horário, não me atrasei para o trabalho, apesar de ter bebido um pouco ontem. Levanto e pego a toalha pendurada no varal que fica do lado de fora da janela. É o único lugar onde podemos estender nossas roupas, por ventar bastante, já que não temos quintal. Saio do quarto para ir ao banheiro, mas sinto um cheiro delicioso de ovo frito na margarina. Sorrio, porque somente uma pessoa costuma fazer isso para mim, desde que eu era cr
Pardal— E aí, paizão! Qual vai ser? — um dos meus vapores perguntou, enquanto estávamos sentados em meu escritório na boca, resolvendo uns corre que temos que fazer.— Dessa vez eu quero todo mundo colando comigo, os cu azul tão achando que podem comigo. — Mas se for todo mundo, o morro vai ficar desprotegido. E se eles tentarem invadir quando nós tiver fora? Bota a cabeça pra funcionar, Pardal. — Rabicó comentou, batendo os dedos na testa pra que eu me ligasse no esquema.Respirei fundo, passei a mão nos cabelos e senti a raiva e a ansiedade querendo chegar. Peguei um cigarro de maconha e acendi, fumando e soprando a fumaça, tentando manter a calma. Já tem um tempo que os cu azul estão tentando invadir o morro, mas todas as vezes que eles tentaram, não conseguiram, porque estamos preparados pra tudo, tá ligado? Só que eu já tô puto com isso, a vontade mesmo é sair metendo bala em geral, botar minha cara pra jogo mesmo, papo reto. O que não me deixa fazer isso é pensar na coroa, eu s
Malu Saí daquele bar revoltada da vida, cuspindo fogo, com vontade de meter uma bala no meio da testa daquele filho da puta do Pardal. Quem ele pensa que é? Acha que eu sou um dos pentes dele, que pode fazer o que quiser comigo? Pois, ele pode tirar o cavalinho da chuva, porque não sou esse tipo de pessoa. Segui pelo meio-fio, segurando dois sacos na mão, um com os refris e outro com o fardo de latão, estava meio pesado e, para completar ainda mais o cenário, ainda tinha a porcaria do sol escaldante, que parecia mais que iria me derreter ali mesmo no asfalto. Acho que se colocasse um ovo, ele saía frito e pronto para comer. — Demorou, hein! — Julia comentou assim que entrei, pisando duro no salão. — Não me enche a porra do saco, Julia. Toma aí! — entreguei os sacos nas mãos dela, que me olhou sem entender nada, com o cenho franzido. — O que rolou, gata? Tá precisando de pica, meu anjo? — perguntou com deboche. Bufei e sentei em uma das poltronas. — Desculpa, não queria descontar
MaluDurante o restante do dia, minha mente esteve longe, não houve um só momento em que eu não estivesse pensando em minha mãe, pedindo mentalmente que as horas passassem rápido para que eu pudesse ir embora e me certificar que o aperto no peito que eu estava sentindo era coisa da minha cabeça e quando eu chegasse em casa, ela estaria sentada no sofá, assistindo novela e comendo pipoca ou cozinhando para mim.Assim que encerrei meu expediente, me apressei em organizar minhas coisas para ir embora. Aparentemente, a Joice estava com medo de mim, porque ficava me olhando de soslaio e quando eu a desafiava, olhando bem na cara dela, desviava o olhar. Chegava a ser engraçado, confesso. Mas isso é ótimo, pessoas preconceituosas precisam aprender onde é o seu lugar.Segui meu caminho até em casa, vendo novamente o vapor do Pardal bem perto, a vontade que eu tenho de meter a mão na cara dele e perguntar porque está rondando é imensa. É óbvio que não farei isso, pois, corro o sério risco de le
MaluÀs vezes penso que não já sofri o suficiente nessa vida, por isso que, volta e meia, acontece alguma merda. Ali, naquele exato momento, vendo a minha mãe, a mulher que me deu a vida, que fez tudo o que esteve ao seu alcance por mim, completamente sem vida, sentia como se o meu mundo estivesse acabado. Se ainda restava algo de valor em mim, não existia mais.Ajoelhada no chão e segurando a cabeça dela, choro copiosamente, sentindo como se o meu peito estivesse se rasgando pouco a pouco. — Mãe… Por favor… Volta… — chamo por ela, mesmo sabendo que não irá voltar, porque ainda há um fio de esperança em meu peito.— Amiga, não há mais o que ser feito, ela se foi. Você precisa ser forte, meu anjo. — Yasmin tenta me afastar do corpo da minha mãe, me forçando a olhar para ela, abaixada ao meu lado.— Não, ela não foi. Sei que não. — profiro, balançando a cabeça para os lados, sem conseguir parar de chorar e sem querer aceitar.— Malu, por favor, me escuta, mona — ela segura meu rosto ent
MaluO dia anterior foi bem agitado, quando parei em casa, já estava morta de cansaço. Minha amiga e sua mãe insistiram durante todo o dia para que eu levasse o corpo da minha mãe para ser velado, mas, para mim, isso seria apenas prolongar ainda mais o meu sofrimento. Sem esquecer de mencionar que, levando em consideração a fama que ela teve todos esses últimos anos, desde começou a ganhar a vida se prostituindo e usar drogas, seria muita hipocrisia da parte dos moradores da comunidade, irem se despedir dela.Não, eu jamais permitiria isso. Dessa forma, a primeira pessoa para quem liguei, foi a Elô, mas nem precisei me explicar, porque, obviamente, os rumores já haviam se espalhado e, entre esses burburinhos, já era possível ouvir, até mesmo, que minha mãe morreu por causa de dívida de droga, ou pior, que algum dos caras que frequentavam o lugar em que ela trabalhava, a matou. Pois é, o defunto ainda nem esfriou e as fofocas já começaram a surgir. Não que eu estivesse surpresa.Depois
MaluVou despertando aos poucos, ao som do que parece ser batimentos cardíacos. Como assim? Estou em um hospital? Meus olhos estão pesados, movo as pálpebras, mas, inicialmente, não consigo abri-los.— Mãe… — murmuro quase que inaudível, já que minha voz está fraca.Consigo abrir um pouco os olhos, porém, a luz forte do lugar me cega, fazendo-me apertá-los com o máximo de força, só então, abro-os. Olho ao redor e vejo paredes brancas, um ar-condicionado velho e algumas macas com outras pessoas nelas, então, constato que não estou no hospital e, sim, no postinho da comunidade. — Ah, meu Deus! Finalmente você acordou, Malu! — essa voz soa familiar, olho para o lado direito e me deparo com a Yasmin e a Elô, ambas com um semblante carregado de preocupação.— O que estou fazendo aqui? O que aconteceu? — pergunto meio grogue e engasgo com a saliva grossa.— Não lembra de nada? — Yasmin pergunta.— Só lembro que estava no banheiro, tinha acabado de levantar para fazer xixi e beber água, depo
Pardal— Vocês estão cercados, não há como escapar, é melhor se entregarem! — enquanto estamos fazendo os funcionários e clientes do banco de reféns, os cu azul cercam a frente do lugar e a voz de um deles ecoa no alto-falante.Estamos todos armados até os dentes, cada um dos meus vapores em um canto, pra garantir que ninguém aqui se meta a besta e tente dar uma de engraçadinho.Pego o radinho que um cu azul colocou aqui dentro pra se comunicar com a gente e tentar um acordo. Só não sei que porra de acordo eles pensam que vão conseguir.— Escute bem, porque eu só vou falar uma vez, tá ligado? Vamo sair daqui pelos fundos do banco e se qualquer um de vocês tentar nos seguir ou fizer qualquer gracinha, vamo meter bala em geral. Quero nem saber quem é inocente, vai todo mundo levar bala. — falo, encarando todos os olhares assustados, direcionados a mim.Alguns choramingando.— Queremos sair daqui numa boa, sem causar alarde, pô. Mas tudo depende de vocês. — concluo.Como não ouço resposta