capítulo 04

Sheik...

Isso não é justo Allan!

Olho para Duda que está questionando o fato de eu ter dormido com tom tom (Antonella) essa noite.

Eu morava com três mulheres, Eduarda(duda), Antonella e Isis...

Conheci Antonella na adolescência, eu tinha 16 anos e ela 15, começamos a namorar e um ano depois ela engravidou. Foi um momento muito difícil pra gente, ela só tinha 16 anos e eu 17, não tínhamos como manter uma criança, mas eu tive que dá meu jeito, já que os pais dela não aceitaram a gravidez e colocaram ela pra fora de casa.

Antonella veio morar na minha casa, mas eu não tinha pai e quem bancava a casa faxinando casa de gente rica do asfalto era minha coroa, um dia recebi a notícia que ela havia sofrido um acidente de trabalho, lavando a vidraça de um apartamento, ela se desequilibrou e caiu do 5° andar, morreu na hora.

Foi uma época difícil, eu estava só, menor de idade, com uma outra menor grávida e tendo que arcar com as despesas da casa, eu não tive opção, fui até a boca e pedi um emprego.

Não tinha vaga na minha comunidade, mas o chefe daqui me enviou para o complexo da maré, lá eu virei o braço direito do filho do dono e fui crescendo aos poucos na facção.

Eu deixei Antonella aqui e enviava dinheiro pra ela se manter, quando minha filha estava com 3 anos o meu chefe me deu essa comunidade pra cuidar e assim eu pude ficar perto da minha pequena. Lua, meu amor maior.

Até que eu e tom tom nos dávamos bem, mas sabem como é vida de chefe de comunidade neh, é mulher a rodo te dando moral e aí em um baile que fui em parada de Lucas  conheci Isis, toda cavalona, toda gostosa, não resisti e coloquei no meu nome.

Antonella não gostou muito quando trouxe Isis pra morar com a gente, já que a casa era enorme, as duas viviam de briga, mas se juntaram quando Duda chegou.

Duda era patricinha, morava no asfalto e largou tudo para compor meu harém.

Lidar com três mulheres e uma criança não é fácil, mas coloquei regras que facilitam minha vida, como por exemplo, cada uma delas tem o dia certo para eu dormir e isso tem dado certo, com exceção de hoje.

Ontem foi dia de eu estar com Duda, mas lua passou mal e eu acabei dormindo no quarto da tom tom , quis ajudá-la com Lua de madrugada, que vomitava sem parar, tudo por conta de uma pipoca de manteiga que a fez passar mal.

— A filha dele estava passando mal Duda, você sabe disso!

Antonella diz com as mãos na cintura.

— E você não pode cuidar da sua filha não?

Duda rebate.

—E por acaso eu fiz filho com o dedo? Ele é tão pai quanto eu sou mãe, tem que ajudar!

Tom tom começava a se alterar e eu resolvi dá um fim naquela discussão.

— Chega, caralho! Eduarda, eu durmo aonde eu quiser e com quem eu quiser, não fica me controlando não, não tá satisfeita é só meter o pé!

Digo rude, fazendo ela se calar e abaixar a cabeça.

— É, você tem razão! Ela diz chorosa e porra, já fico com a consciência pesada.

— Hoje eu fico com você, não se preocupa.

Digo indo abraçá-la.

— Eiiii, hoje é o meu dia! Diz Isis entrando na sala.

— Fico com você amanhã!

Respondo.

— Claro que não! Deixa pra ficar com ela no dia que for da Antonella!

Isis diz com um tom autoritário.

Quando tom tom começa a falar meu telefone toca e resolvo deixar elas nessa discussão idiota e saio de casa para atender, não sei pra que fui arrumar ideia de ter três mulheres!

No terceiro toque eu atendo.

— Briguento, aqui é a Ju, me escuta, preciso ser rápida... Fui sequestrada!

A tal ju chora e fala baixo no telefone.

Fico em silêncio por um minuto, mas logo falo:

— Por que não liga pra polícia?

— Droga! Cadê meu irmão?

Ela pergunta soluçando.

— Sei lá quem é seu irmão! Tú deve ter ligado pro número errado!

Digo pensando em desligar, mas é quando ela diz “ tô ferrada, já era” que penso na Lua.

A voz do outro lado da linha era de uma menina, pela voz não dou mais de 15 anos e se fosse a minha filha? Logico que eu ia querer que alguém a ajudasse.

— Ju, neh? Volto a falar. — Aonde você está? Vou tentar te ajudar.

— Eu não sei... Só sei que é Penedo.

— Me envia a sua localização.

— Eu não estou na casa, estou em uma loja... Peguei o celular de uma cliente escondida.

Eu tentava pensar rápido em uma forma de ajudá-la.

— Okay... Me envia sua localização assim mesmo e me diz tudo que você sabe sobre a rua que você está morando.

Ela envia...

“Ju, tá demorando demais!”

Ouço uma voz masculina no fundo e deduzo ser o sequestrador.

— Já estou terminando.

Ela diz tentando mudar seu tom de voz que é de desespero.

— Eu não consegui vê muita coisa, mas é um conjunto de quitinetes amarelas, a casa que eu estou fica nos fundos de um beco... Tem um bar na rua, ele é amarelo...

— Nome do bar?

— Eu não lembro...

Ela chora..

Droga!

— Da casa até a loja, levou quanto tempo?

— 10 minutos aproximadamente.

— Ju, presta atenção... Eu vou tentar te achar, seja forte, okay.

Tento acalma-la, mas na verdade não faço ideia de como vou acha-la.

“ Ju, se você não sair agora desse provador, eu vou entrar!”

A voz volta a ecoar no telefone e com o ódio que eu já estou dele, eu vou arrancar a sua cabeça quando eu acha-lo.

— Ele vai entrar aqui, preciso desligar.

— Eu vou te achar! Eu vou!

Digo antes dela desligar.

Volto pra dentro de casa e subo as escadas correndo, troco de roupa, pego um boné e meu celular.

Já ligo pro Nick.

— Tenho uma missão urgente pra resolver, chama Breno e me encontra na boca.

Digo já descendo as escadas.

— Sheik você tem que resolver isso!

Isis diz se referindo a briga delas.

Simplesmente ignoro e saio de casa.

Assim que chego na boca já dou de cara com os moleques, explico o que aconteceu e enquanto Breno pega o notebook, Nick diz:

— Porra, só você mesmo para se meter nesse b.o!

— Eu não me meti em nada, ele que veio até mim!

Respondo.

— Pronto, agora vamos vê se achamos algo.

Breno diz já com o notebook aberto.

— Explica aí.

Peço.

— É simples sheik, aqui é o mapa do Brasil... Aqui é Penedo... Ele aumenta o mapa de Penedo. — Agora com esse aplicativo que tenho vamos achar a localização da loja que ela estava... Pronto, agora vamos fazer um circulo em volta da loja, mas respeitando a distância de até 10 minutos...

Tínhamos a área da onde possivelmente Ju poderia estar, mas não fazíamos ideia pra que lado começar a procurar, norte, sul, leste ou oeste...

— Ela disse que as casas eram amarelas e que eram quitinetes...

Digo.

— Isso! Vamos selecionar casas amarelas.

Diz Breno mexendo no aplicativo.

— Temos 20 casas amarelas espalhadas em volta da loja que ela estava.

Breno volta a falar.

— Alguma tem um bar na rua?

Pergunto.

— Bingo! Temos uma na rua...

Assim que Breno diz o endereço eu já pego meu telefone e faço minha ligação.

— Prepara tudo, vamos pra Penedo!

Aviso Patrick que é meu piloto oficial.

— Quem vai?

Nick pergunta.

— Eu, você, Breno e Estevão.

Respondo trepando na minha moto e ouvindo Breno passando um rádio pra Estevão.

Subimos o morro em nossas motos voados, em poucos segundos estávamos no heliporto que mandei construir aqui na comunidade, era assim que eu conseguia sair da comunidade sem ser perseguido pelos vermes.

Entramos no helicóptero e logo em seguida Estevão chega correndo.

— Qual foi da parada, que missão doida é essa?

Ele pergunta já colocando o cinto e o fone.

Enquanto voávamos para Penedo, Nick ia explicando a missão para Estevão que ouvia tudo bem atento.

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