capítulo 06

Uma enfermeira entra na sala e tira o acesso do braço dela e já lhe entrega o papel com a alta e uma receita com remédios pra dor.

Ju tenta descer da cama, mas tem dificuldade por conta das dores, eu vou até ela ajudar.

— Minhas roupas?

Ela pergunta e eu vou até elas e as pego.

— Eu pedi para trazerem roupas limpas para você, espero que dê.

Entrego.

— Obrigado... Você se importa em me ajudar?

Ju ainda está muito debilitada e abaixar e levantar ainda é difícil pra ela.

Mas eu fico desconcertado, já que vou ter que vê-la nua.

— Sério?

Questiono.

— Você com certeza já viu várias mulheres nuas, uma a mais ou a menos não vai fazer diferença, neh? Sem contar que não tem nada de mais para você vê.

Ela está com seus olhos grudados dos meus e eu depois de respirar fundo parecendo um boiolinha, aceito ajudá-la.

Quando aquele roupão do hospital deslizou em câmera lenta pelo seu corpo, deixando amostra cada curva dela, minha boca chegou a salivar, eu tinha um desejo absurdo de toca-la, mas eu me reprimi.

“Ela é uma criança, cara!”

Foquei nas dezenas de marcas e roxos que tinha espalhado pelo seu corpo e consegui tirar esse pensamento doido de minha mente e só foquei em alimentar o ódio de saber que um desgraçado fez isso com ela.

Depois dela vestida, ela me pede o telefone.

     Mas eu faço melhor...

    — Você disse que não queria pedir nada o seu pai, então vamos fazer assim, um segurança meu vai te levar de carro até sua casa, vai se certificar que você ficará bem e vai vir embora, que tal?

Na verdade eu só queria saber onde ela morava.

— Tudo bem...

Ela diz meio triste.

Era visível que ela não queria voltar pra casa, mas seja lá como é a relação dela com o pai, eu não ia me envolver, já fiz minha parte.

Passo um rádio para Estevão e sem demorar ele chega.

— Ela está sobre sua responsabilidade, leve-a em casa com segurança e só volte quando estiver certeza que ela está segura.

Digo o encarando sério.

— Pode deixar chefe!

Ele responde firme.

— Fica bem tá e se precisar de algo sabe onde me encontrar.

Digo frente a frente com ela, que em um movimento rápido me abraça forte na cintura.

— Obrigado, muito obrigado... Serei eternamente grata a você.

Ela diz ainda agarrada a minha cintura e eu estou sem jeito, Estevão está me encarando e eu realmente não sei o que fazer, como agir.

Ela se desgruda de mim e me encara de olhos lacrimejando, dá um leve sorriso e me dá as costas para entrar no carro, mas eu sinto um enorme vazio dentro de mim e uma péssima sensação, acho que o abraço dela me causava paz.

Puxo ela pelo braço e desta vez sou eu que a abraço forte, encosto meu queixo em sua cabeça e fico assim por alguns minutos, depois dou um beijo em sua bochecha e digo:

— Se cuida hein...

— Pode deixar!

Ela responde e entra no carro.

Pow, maior parada estranha, vê a mina ir embora me deixou malzão, mas eu não podia cuidar de mais uma criança, sem contar que eu estava vendo ela com olhos diferente, me sentia um filho da puta pedófilo do caralho, ela era só uma criança!

Foi melhor assim!

Vejo o carro sair da comunidade e sigo pra casa, hoje não vou querer dormir com nenhuma das três, vou pro baile e vou dormir com outra qualquer, essas doidas me enlouquecem!

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