Ju...— Essa é a cela que você vai ficar até ter o bebê. A carcereira abre o portão de ferro da cela e me incentiva entrar. Eu segurava em minhas mãos meu mais novo uniforme, uma calça laranja e uma blusa branca. Dentro da cela tinham 3 mulheres e todas estavam grávidas também, elas me observavam por inteira, eu estava completamente apavorada. Entro devagar na cela e fico parada na porta sem saber o que fazer. — Pode entrar patricinha a gente não morde não! Uma das presas fala e as outras riem. — É verdade, nós não mordemos... Prazer, sou Jamily, mas pode me chamar de Milly. A outra fala estendendo a mão para que eu aperte. Logo em seguida as outras duas vão se apresentando... Teresa ou Teresão como as outras presas a chamam tem 32 anos, está grávida de 5 meses do seu 6 filho, um menino e está aqui por que tinha uma plantação de maconha em sua casa, mas essa não é primeira vez dela aqui. Andressa tem 25 anos, está no início da sua gestação, ficou grávida em uma visita íntima
Era por volta das duas da tarde quando uma carcereira aparece. — Cooper, hora de conhecer o diretor! Eu olho para as meninas e elas sorriem. Levanto a sobrancelha questionando seus sorrisinhos e entendendo meu questionamento silencioso Milly diz: — Esse é outro que faz a imaginação da gente voar quando estamos nos masturbando, mas o que tem de bonito, tem de demônio. Ela diz baixo. Fico assustada com o comentário pornográfico e aterrorizada ao mesmo tempo, mas nem tenho muito tempo para pensar já que a carcereira me chama mais uma vez. — Cooper, não tenho todo o tempo do mundo princesa! Debocha. Me levanto da cama e sigo a tal mulher amarga, ela era séria, estava na casa dos 30 anos, era loira e tinha um corpo bonito, apesar da roupa larga e feia que era o uniforme. Dou as costas a ela já colocando os braços para trás, a loira coloca as algemas em mim e manda eu segui-la. Fico parada na porta do diretor e ela entra, depois de alguns bons minutos ela saí sorridente, mas logo
— E aí, ele não é gato? Teresão pergunta. — É, é bonito! Digo fazendo uma cara de nojo. — A qual foi, eu vi essa cara sua. Andressa diz rindo. — É que... Sei lá, ele tem um tom arrogante, sem contar que... Deixa pra lá. — Ele é diretor de um presídio neh, tem que ter essa arrogância, sem contar que homem bonito é sempre assim. Entramos em um debate sobre isso, nem todos os homens bonitos são arrogantes... Eu defendi essa tese, mas a verdade é que eu queria esconder delas tudo que aconteceu naquela sala e o quanto babaca ele foi comigo, não quis contar sobre o quanto me senti humilhada com as palavras daquele homem. ... Eu já estava presa três dias, ainda não tive visitas, as meninas falaram que a primeira visita demora mesmo, fazer as documentações necessárias era demorado. Estou sentada em minha cama ouvindo as meninas discutirem sobre a vida dos artistas que elas liam em uma revista antiga quando a loira rabugenta da carcereira aparece. — Patricinha de Taubaté, você pr
Estava me preparando para dormir quando a loira fantasma do banheiro escolar aparece e me chama. — Cooper?! Me levanto rápido e vou até a porta da cela. — Eu. Digo a encarando. — Amanhã você precisará estar de pé as 5 da manhã, terá uma audiência às 10 horas, então não se atrase! Diz já me dando as costas e saindo. Olho para Milly sem entender e ela me explica que eu terei uma audiência de custódia e que se tudo desse certo eu poderia sair livre do fórum. Fiquei tão ansiosa que nem consegui dormir, cinco em ponto eu já estava de pé, outra carcereira veio me buscar, me trouxe roupas adequadas para estar no fórum e me conduziu até o carro que me levaria até o local da audiência. Nada aconteceu do jeito que eu imaginei, o juiz não me libertou, alegou que eu poderia fugir para alguma comunidade já que o meu “namorado” era dono de uma favela. Eu chorei tanto, principalmente quando vi minha mãe e meu pai sentados em um dos bancos atrás de mim. Minha mãe chorava e era consolada pel
Whatsapp... — Como você está? — Hoje não muito bem. Respondo. — O que aconteceu desta vez? — A mesma coisa de sempre! “Jhu, abre essa porta! Meu pai grita do outro lado. — Não enche, pai! Grito. " Abre agora ou então vou arrombar! Reviro os olhos com tédio, mas me levanto e abro a porta." — Pronto, satisfeito? Digo e já dou logo as costas a ele, voltando para o meu celular. — Muito! Mantenha essa porta destrancada, ouviu! Respiro fundo e resolvo ignorar, fazendo ele resmungar algo que não prestei atenção e sair do meu quarto. — Ainda seu pai? — Como sempre! Ele pega no meu pé o tempo todo e eu já estou saturada. Volto a digitar bufando. — Falta pouco para você fazer 18 anos e se livrar dessa opressão! — Não vejo a hora, estou contando os dias. — Queria te encontrar... — No momento certo nos encontraremos, mas fala sobre você, como você está? Mudo de assunto e ele demora a digitar. Meu nome é... Bom, podem me chamar de Jhu, é assim que todos me chamam, tenho 17
Foram quatro horas tentando convencê-lo a me deixar na estrada, falei sobre o meu pai, sobre meu irmão, sobre meus padrinhos, mas ele não esboçava medo algum, era como se ele já soubesse quem eu era e já tivesse planejado tudo. Passamos por uma placa dizendo “Bem vindo a Penedo”, eu conhecia o local, já vim a passeio com meus pais em uma época em que eles eram felizes. Era uma cidade turística, conhecida como a Finlândia brasileira, eu só não entendia o por que ele estava me trazendo pra cá, já que aqui não era onde ele morava, pelo menos não foi o que ele me disse. — Meu Deus... Você mentiu pra mim?! Digo assustada. — Sobre o que? Sobre onde eu moro? Ele tem uma voz divertida e eu juro que a cada hora tenho mais pavor dele. — Marcell é pelo menos seu nome verdadeiro? Questiono. — Talvez sim, talvez não! Ele responde irônico. Paramos em frente a um conjunto de casas, casas simples. Era um corredor e passávamos por várias casas amarelas, uma grudada na outra e no final desse
Pegamos as sacolas e seguimos para a casa, a todo tempo ele olha pelo retrovisor. — Você ligou pra quem? Ele grita e eu acabo levando um susto. — Pra ninguém. Respondo gritando também e me arrependo na hora, por que sinto sua mão em cheio acertar minha boca que sangra na hora. — Fala direito comigo sua putinha mimada... Pra quem você ligou, porra! Ele grita mais uma vez. — Pro meu irmão, mas disquei o número errado no nervosismo. Digo chorando e tentando parar o sangramento. Assim que entramos em casa, Marcell já vai me jogando em cima do colchão. — Eu avisei, você não me ouviu... Marcell arranca o cinto que está prendendo suas calças e meus olhos se arregalam, sem demora já sinto a primeira cintada em minhas pernas. — Não grita! Ele diz enquanto me acerta outra e mais outra e mais outra... Estou encolhida no colchão, meu corpo está todo marcado, pernas, braços, minha boca está inchada e meu rosto tem marcas de sua mão. Marcell saiu de casa logo após me bater e não sei
Sheik...Isso não é justo Allan!Olho para Duda que está questionando o fato de eu ter dormido com tom tom (Antonella) essa noite. Eu morava com três mulheres, Eduarda(duda), Antonella e Isis...Conheci Antonella na adolescência, eu tinha 16 anos e ela 15, começamos a namorar e um ano depois ela engravidou. Foi um momento muito difícil pra gente, ela só tinha 16 anos e eu 17, não tínhamos como manter uma criança, mas eu tive que dá meu jeito, já que os pais dela não aceitaram a gravidez e colocaram ela pra fora de casa.Antonella veio morar na minha casa, mas eu não tinha pai e quem bancava a casa faxinando casa de gente rica do asfalto era minha coroa, um dia recebi a notícia que ela havia sofrido um acidente de trabalho, lavando a vidraça de um apartamento, ela se desequilibrou e caiu do 5° andar, morreu na hora. Foi uma época difícil, eu estava só, menor de idade, com uma outra menor grávida e tendo que arcar com as despesas da casa, eu não tive opção, fui até a boca e pedi um em