Anne...Nada é tão ruim que não possa piorar, essa era a frase que mais combinava comigo no momento, eu estava em uma fazer ruim, havia me separado de Breno, brigado com minha família, saído do meu país e quando voltei o que já não era bom piorou... Levar um tiro que quase me matou e perder o primeiro e único homem que já amei na minha Vida foi como se o mundo despencasse na minha cabeça, foi difícil dá a volta por cima, principalmente depois que a Ju foi presa. — Por favor não esquece do nosso jantar hoje. Jeremias diz quase que implorando. Assim que toda aquela merda aconteceu, Jeremias meu ficante de Roma veio correndo para o Brasil, ajudou a cuidar de mim e depois de alguns meses resolvemos morar juntos, sim, ele abriu mão da Itália e voltou para o brasil. Resolvi sair do Rio de Janeiro, tudo lá me lembrava Breno e só volto duas vezes no ano para visitar meus afilhados e minhas amigas, ainda é difícil, mas finjo que superei. Hoje moramos em minas, estado que Jereh nasceu,
Era por volta das 3 da manhã quando escuto vozes pela casa, eles haviam chegado e pelo barulho de coisas caindo tenho certeza que não estavam sóbrios. Ajeito meu cabelo e desço as escadas de vagar, vejo o momento em que Bruno coloca Jeremias no sofá e pede para que ele não fale alto. — Shuuu, assim você vai acordar sua namorada. Ele fala, mas jereh não está lúcido para o obedecer. — Ela... Não, não vai acordar... Ela toma remédio para conseguir dormir... Ele fala embolado, com a voz arrastando. — Remédio? Por que ela toma remédios para dormir? Bruno pergunta estranhando, enquanto tenta tirar os sapatos de jereh. Antes que Jeremias fale da minha vida para alguém que eu mal conheço, eu termino de descer as escadas e ambos me olham assustados. — Estávamos falando de você, amor! Jeremias diz sorrindo e minha vontade é de estrangular ele. — Estavam? Pergunto de cara fechada. — Sim... Que você só dorme com remédios depois que... — Por que bebeu tanto assim? Int
Ju... — Essa é a cela que você vai ficar até ter o bebê. A carcereira abre o portão de ferro da cela e me incentiva entrar. Eu segurava em minhas mãos meu mais novo uniforme, uma calça laranja e uma blusa branca. Dentro da cela tinham 3 mulheres e todas estavam grávidas também, elas me observavam por inteira, eu estava completamente apavorada. Entro devagar na cela e fico parada na porta sem saber o que fazer. — Pode entrar patricinha a gente não morde não! Uma das presas fala e as outras riem. — É verdade, nós não mordemos... Prazer, sou Jamily, mas pode me chamar de Milly. A outra fala estendendo a mão para que eu aperte. Logo em seguida as outras duas vão se apresentando... Teresa ou Teresão como as outras presas a chamam tem 32 anos, está grávida de 5 meses do seu 6 filho, um menino e está aqui por que tinha uma plantação de maconha em sua casa, mas essa não é primeira vez dela aqui. Andressa tem 25 anos, está no início da sua gestação, ficou grávida
Era por volta das duas da tarde quando uma carcereira aparece. — Cooper, hora de conhecer o diretor! Eu olho para as meninas e elas sorriem. Levanto a sobrancelha questionando seus sorrisinhos e entendendo meu questionamento silencioso Milly diz: — Esse é outro que faz a imaginação da gente voar quando estamos nos masturbando, mas o que tem de bonito, tem de demônio. Ela diz baixo. Fico assustada com o comentário pornográfico e aterrorizada ao mesmo tempo, mas nem tenho muito tempo para pensar já que a carcereira me chama mais uma vez. — Cooper, não tenho todo o tempo do mundo princesa! Debocha. Me levanto da cama e sigo a tal mulher amarga, ela era séria, estava na casa dos 30 anos, era loira e tinha um corpo bonito, apesar da roupa larga e feia que era o uniforme. Dou as costas a ela já colocando os braços para trás, a loira coloca as algemas em mim e manda eu segui-la. Fico parada na porta do diretor e ela entra, depois de alguns bons minutos ela saí so
— E aí, ele não é gato? Teresão pergunta. — É, é bonito! Digo fazendo uma cara de nojo. — A qual foi, eu vi essa cara sua. Andressa diz rindo. — É que... Sei lá, ele tem um tom arrogante, sem contar que... Deixa pra lá. — Ele é diretor de um presídio neh, tem que ter essa arrogância, sem contar que homem bonito é sempre assim. Entramos em um debate sobre isso, nem todos os homens bonitos são arrogantes... Eu defendi essa tese, mas a verdade é que eu queria esconder delas tudo que aconteceu naquela sala e o quanto babaca ele foi comigo, não quis contar sobre o quanto me senti humilhada com as palavras daquele homem. ... Eu já estava presa três dias, ainda não tive visitas, as meninas falaram que a primeira visita demora mesmo, fazer as documentações necessárias era demorado. Estou sentada em minha cama ouvindo as meninas discutirem sobre a vida dos artistas que elas liam em uma revista antiga quando a loira rabugenta da carcereira aparece. — Patricinh
Estava me preparando para dormir quando a loira fantasma do banheiro escolar aparece e me chama. — Cooper?! Me levanto rápido e vou até a porta da cela. — Eu. Digo a encarando. — Amanhã você precisará estar de pé as 5 da manhã, terá uma audiência às 10 horas, então não se atrase! Diz já me dando as costas e saindo. Olho para Milly sem entender e ela me explica que eu terei uma audiência de custódia e que se tudo desse certo eu poderia sair livre do fórum. Fiquei tão ansiosa que nem consegui dormir, cinco em ponto eu já estava de pé, outra carcereira veio me buscar, me trouxe roupas adequadas para estar no fórum e me conduziu até o carro que me levaria até o local da audiência. Nada aconteceu do jeito que eu imaginei, o juiz não me libertou, alegou que eu poderia fugir para alguma comunidade já que o meu “namorado” era dono de uma favela. Eu chorei tanto, principalmente quando vi minha mãe e meu pai sentados em um dos bancos atrás de mim. Minha mãe chorava e era cons
Sheik...— Como ela está? Nick está ao meu lado fazendo ronda na comunidade. — Está mal pra caralho, sei que as coisas melhoraram um pouco depois do nosso encontro na audiência, mas sei lá, ela está com medo do bebê nascer lá na prisão. — É foda, só de pensar em ficar longe do meu pequeno já dá maior aperto no peito, imagina ela que tem ele dentro dela esse tempo todo ? — É foda! Tô atrás de todos os advogados possíveis para tentar tirar ela lá de boa, não quero torná-la uma foragida, mas se não está sendo fácil para o pai e o padrinho dela que tem influência lá dentro, imagina pra mim? — Tô ligado, mas vamos dá um jeito, o moleque e ela em breve estarão aqui com a gente... Mas diz aí, escolheram o nome já? — Ainda não, ela quer olhar nos olhos do bebê para escolher... Estacionamos nossas motos na contenção e fomos vê a posição dos moleques quando meu telefone toca. — Já vou mandar um dos crias levar seu dinheiro. Digo assim que vejo o nome “cuzão do diretor” no meu celular,
Foram semanas complicados, Ju estava entrando em depressão e sair do morro para visitar meu filho estava cada dia mais difícil, já que o cerco estava apertado em cima de mim, mas enfim o dia da alta do meu pequeno chegou e eu estava aqui, reunido a minha família, a que eu lutaria com unhas e dentes para ter de volta, custe o que custar. — Sabe... Ju está com nosso Jr no colo e deixa uma lágrima escapar. — Eu pensei muito e... Ela limpa os olhos e me entrega o bebê. — Decidi que não vou leva-lo para a prisão. Ela soluça. — Não? Mas... Eu estou assustado. — Não quero que meu filho tenha contato com aquilo, o setor que eu estou é tranquilo, mas o risco de rebelião é eminente, sem contar que o lugar é frio, cheio de grades... Quero meu filho livre! Dói Sheik, dói pra caramba me afastar dele, mas eu não posso por a vida dele em risco. Eu não tinha o que falar, ela sabe como é lá dentro, sabe o que passa e o que sente... — Se você prefere assim, tudo bem... Eu vou cuidar dele e vamos