— Não! Eu não vou nisso Bruno! Travo minhas pernas no chão tentando não andar em direção ao brinquedo já que Bruno me puxava. — Deixa de ser medrosa, Anne! Ele ria e me empurrava pelas costas. — Porque você tem que gostar só dos brinquedos radicais? Vamos no carrossel! — Já fomos no carrossel três vezes! Bufo me dando por vencida e me arrependo de ter aceitado ir naquele brinquedo infernal 15 minutos depois. — Acho que minhas tripas deram nó dentro de mim. Digo me sentando em um banco. Bruno só ria. — Ahhh me diz se não foi maneiro? Ele estava feliz. — Nossa, muito! Digo sarcástica e revirando os olhos. Ele me abraça de lado gargalhando. — Exagerada! Já estava ficando tarde, era por volta das 22 horas e o parque estava ficando vazio, eu olhava de cinco em cinco minutos o celular, na verdade apesar do dia ter sido muito divertido, olhar o celular toda hora para vê se tinha alguma mensagem de Jeremias era algo constante, mas pelo jeito ele esqueceu mesmo. — Ele vai te
Ele pergunta se afastando um pouco. — Eu não sei... Eu gosto de você, gosto da sua companhia, da sua amizade... Amo suas risadas, mas isso não muda o fato de sermos quase cunhados. Eu sei que tem o Breno, mas ele não está mais aqui, mas tem o Jereh e aí sim as coisas complicam... — Você ama ele? — Já disse que minha relação com ele é diferente, nos gostamos sem essa pressão de rotular sentimentos e apesar de eu estar muito chateada com ele, eu gosto dele. Magoar Jereh não é uma opção. Bruno entende o que eu digo e dá mais um passo pra trás se afastando mais um pouco. — Okay... Ele coça a cabeça e caminha até a porta do motorista. O fato é que Bruno mexe comigo, não sei dizer se é sentimento de verdade ou só pelo fato dele ser irmão de Breno, mas independente de qualquer coisa, nada iria acontecer entre a gente por que tinha Jereh no meio disso tudo e eu não o magoaria nunca! O clima ficou um pouco estranho entre eu e Bruno, o silêncio predominou no carro e em casa ele só se
Ju...Eu tive uma crise de ansiedade e me foi receitado um calmante. Nesse momento eu estou na sala de Allef e de volta a prisão. — Você está melhor?Eu estou deitada em um sofá que tem aqui e ele está sentado na ponta do mesmo me encarando e acariciando minha cabeça. — Da ansiedade sim, mas da consciência pesada, não! Eu traí ele Allef, trai! Eu sou tão suja, tão nojenta... Digo chorando. — Para com isso! Você não é nada disso! Teoricamente você não traiu ninguém, vocês estavam separados. — Mesmo assim... Eu ia dizer que mesmo assim foi errado o que eu fiz, mas fui interrompida com o telefone dele tocando. — Ok... Sim... Que horas? Ok... Eu aviso. Allef falava com alguém, ele estava sério e eu prestava atenção em tudo. — Que foi? Pergunto vendo ele sério ainda. — Aconteceu o que imaginávamos... Você foi inocentada! Ele tem um leve sorriso no rosto, mas sua reação corporal não dizia a mesma coisa. — Aí meu Deus! Meu Deus! Quando? Eu estava eufórica, a ponto de não me
Assim que entramos em casa já vejo júnior no colo da dona Simone, meus olhos já se enchem de lágrimas. Eu não tive tempo de ficar com meu pequeno e o tempo que fiquei longe dele tentei ao máximo não pensar nesse nosso tempo perdido, acho que eu enlouqueceria se pensasse muito nisso. Pego ele no colo e começo a beija-lo por todo canto, sentir seu cheirinho era bom demais. — Mamãe te ama tanto... Digo enquanto choro. Sheik está a alguns passos de nós só observando, vejo Lua entrar em casa, ela vestia seu uniforme e paralisa assim que me vê. Sorrio para ela e faço gestos com a mão para que ela venha até mim. Ela joga a mochila no chão e vem correndo. — Senti sua falta tia. — Eu também princesa, mas agora estamos juntas novamente e vamos poder nos conhecer melhor. Digo envolvendo ela e Jr em meus braços. — Que bom que voltou dona Jhudy, essa casa fica triste sem a senhora. Simone diz vindo me abraçar. — Obrigado por cuidar dos meus pequenos dona Simone, obrigado mesmo. Agrade
Já eram por volta das 19 horas quando Jr dormiu, fui no quarto de lua lhe dá um beijo de boa noite já que ela dorme cedo por conta das suas atividades e saio para tomar um banho. Eu e sheik ainda não havíamos conversado sobre a gente, tudo aconteceu tão rápido e de repente em nossas vidas que nem paramos para falar sobre a gente. Eu sei que desde a morte de Antonella as coisas estavam estranhas entre a gente, não estávamos juntos, mas havia sentimentos, houve beijos, mas não tínhamos um compromisso... — Um doce por seus pensamentos. Ele se aproxima entrando no box completamente nú e isso me deixa tensa, só me faz pensar no que eu fiz com Allef, na traição... Eu traí neh? Eu tô muito confusa. Sheik não é bobo, ele percebe meu desconforto e se afasta. — O que está pegando? — Não é nada, só temos que conversar sobre a gente antes disso. Digo me referindo ao sexo. — Conversar o que? Você está aqui, está livre, está na nossa casa e com a nossa família... Está tudo bem. Ele diz
Sheik...Mulher é um bicho foda, mal Ju voltou e minha vida já virou de cabeça pra baixo. — Ela está aí patrão! Um dos meus vapor avisa. — Manda ela entrar. Eu não sabia como teria essa conversa com ela, mas ia ser sincero. — Mandou me chamar seu sheik? Verônica entra em minha sala timidamente. — Mandei sim, senta aí. Ela se senta e depois de eu coçar a cabeça volto a falar. — Você sabe que Ju foi solta e a partir de agora é ela quem vai cuidar das crianças. — Então eu estou despedida? Ela tem os olhos com lágrimas. — De babá dos meus filhos sim, Ju faz questão de cuidar das crianças. — Então deixa eu trabalhar aqui na boca, posso monitorar os inimigos, posso... Sei lá, faço o que me mandar fazer! Eu preciso do dinheiro, o senhor sabe da minha mãe... Passo a mão em meu rosto frustrado, vê ela chorando era foda, a mina tá com a mãe doente e só veio pro morro viver essa realidade para cuidar da mãe. — Olha só, aqui eu não tenho vaga, esse trabalho com o drone foi foda, mas
Whatsapp... — Como você está? — Hoje não muito bem. Respondo. — O que aconteceu desta vez? — A mesma coisa de sempre! “Jhu, abre essa porta! Meu pai grita do outro lado. — Não enche, pai! Grito. " Abre agora ou então vou arrombar! Reviro os olhos com tédio, mas me levanto e abro a porta." — Pronto, satisfeito? Digo e já dou logo as costas a ele, voltando para o meu celular. — Muito! Mantenha essa porta destrancada, ouviu! Respiro fundo e resolvo ignorar, fazendo ele resmungar algo que não prestei atenção e sair do meu quarto. — Ainda seu pai? — Como sempre! Ele pega no meu pé o tempo todo e eu já estou saturada. Volto a digitar bufando. — Falta pouco para você fazer 18 anos e se livrar dessa opressão! — Não vejo a hora, estou contando os dias. — Queria te encontrar... — No momento certo nos encontraremos, mas fala sobre você, como você está? Mudo de assunto e ele demora a digitar. Meu nome é... Bom, podem me chamar de Jhu, é assim que todos me chamam, tenho 17
Foram quatro horas tentando convencê-lo a me deixar na estrada, falei sobre o meu pai, sobre meu irmão, sobre meus padrinhos, mas ele não esboçava medo algum, era como se ele já soubesse quem eu era e já tivesse planejado tudo. Passamos por uma placa dizendo “Bem vindo a Penedo”, eu conhecia o local, já vim a passeio com meus pais em uma época em que eles eram felizes. Era uma cidade turística, conhecida como a Finlândia brasileira, eu só não entendia o por que ele estava me trazendo pra cá, já que aqui não era onde ele morava, pelo menos não foi o que ele me disse. — Meu Deus... Você mentiu pra mim?! Digo assustada. — Sobre o que? Sobre onde eu moro? Ele tem uma voz divertida e eu juro que a cada hora tenho mais pavor dele. — Marcell é pelo menos seu nome verdadeiro? Questiono. — Talvez sim, talvez não! Ele responde irônico. Paramos em frente a um conjunto de casas, casas simples. Era um corredor e passávamos por várias casas amarelas, uma grudada na outra e no final desse