Capítulo 2

Meu sangue gelou enquanto tentava cobrir meus seios com os braços.

Olhei para os três machos, me encarando com um olhar de luxuria em seus olhos e engoli em seco, meu coração batia tão forte que parecia que iria explodir.

Dany continuava segurando Daiane, que parecia estar horrorizada com o que estava acontecendo.

— Dany, me solte. O que estão fazendo? — sua voz estava tremula.

Daiane ainda não havia entendido, mas eu sim.

— Eu disse, sua órfã imbecil, que haveria uma festa aqui na clareira. E vocês só vão embora quando eu e meus amigos nos cansarmos! — ele rosnou, enquanto segurava o rosto de Daiane com força.

A loba já estava chorando e eu senti um ódio terrível, olhei ao redor rapidamente e vi um pedaço de madeira que poderia me servir.

Caio foi o primeiro que avançou em minha direção, me abaixei e peguei a madeira, o acertei no rosto com toda a minha força, ele caiu de joelhos por causa de seu olho direito que foi atingido.

Nem sequer tive tempo de ficar aliviada com isso, porque Caio se colocou em movimento tão rápido que não pude acompanhar.

O macho se jogou em cima de mim, seu corpo pesado esmagando o meu, enquanto suas mãos arrancaram das minhas mãos minha arma improvisada.

— Gosta de lutar, sua vadia? — rosnou Caio contra o meu rosto enquanto eu ouvia os gritos de Daiane.

Eu me debati contra ele, lutando com todas as minhas forças enquanto ele se esfregava contra mim e ria.

— Eu te disse que era fácil trazer elas para cá, são órfãs carentes de atenção! — riu com escárnio Dany.

Eu continuei lutando contra Caio, até que vi Paul se levantando, havia sangue em sua sobrancelha e sua expressão estava furiosa.

— Saia de cima dela, eu quero ser o primeiro. — ele esbravejou e eu gritei de revolta.

A essa altura, Daiane já estava gritando e chorando, enquanto Dany a segurava e a obrigava a ficar em seu colo.

— Mande-os parar! Por favor! Mande-os Parar! — ela gritava enquanto chorava inconsolável.

Caio saiu de cima de mim e eu tentei correr, mas Paul imediatamente me dominou, me virando de costas para ele e levantando minha saia.

Ele se colocou em cima de mim, sua ereção se pressionando contra meu traseiro enquanto eu me debatia contra ele.

Paul colocou uma mão em minha cabeça e empurrou meu rosto de perfil na grama.

Senti que tudo ao meu redor ficava mais lento e mais cinza, como se tudo estivesse simplesmente perdendo a cor, conseguia ouvir as batidas insanas do meu próprio coração, enquanto meu corpo começava a desistir de seus protestos.

Mesmo que minha mente não estivesse pronta para desistir, Paul estava com todo o seu peso sobre mim, que dificultava até mesmo que eu respirasse corretamente, com sua mão grande e forte pressionando meu rosto para a grama, também não ajudava.

Foi nesse momento que meu corpo pareceu congelar, meus membros completamente imobilizados, enquanto eu sentia sua ereção me pressionar por trás e seu rosto se curvando até meu ouvido esquerdo.

— Está gostando, sua vadia? Eu sei que está gostando de me sentir assim contra você.

Senti nojo de sua voz e um ódio quase intoxicante me consumiu.

Era isso, eu seria violada por aqueles machos nojentos que me viam como lixo, e nada jamais seria feito sobre isso.

Porque eu não passava de uma órfã rejeitada, não haveria um pai para limpar minha honra os matando, não haveria um companheiro disposto a tudo para me vingar. Na verdade, nem as autoridades fariam muito esforço para puni-los, porque eu não era ninguém, e se contasse, só estaria manchando minha própria imagem.

Teria que ouvir coisas como “Por que você fugiu no meio da noite para se encontrar com machos?”

Eles diriam que foi consensual, sim, com certeza.

Fechei os olhos, tentando me desligar do que estava acontecendo, lutando para não sentir, não ouvir...

Até que um rosnado baixo e sinistro me fez arregalar os olhos.

Paul afrouxou seu aperto sobre meus braços e cabeça, me permitindo levantar um pouco o rosto e olhar na direção do rosnado, que aparentemente, não havia sido minha imaginação.

Das sombras da floresta, um lobo negro e gigante surgiu, seus olhos eram de um vermelho escuro e denso, suas presas brancas e afiadas.

Paul rapidamente saiu de cima de mim, caindo para trás assustado, enquanto Caio recuava igualmente assustado.

Eu pude ouvir Dany gritar para que o lobo se afastasse, mas ele continuou avançando, seus olhos pediam sangue e eu sabia, que ele iria matar todos nós, porque ele era o lobo negro.

O mesmo que massacrou sua própria alcateia.

Marius Blaine.

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