Meu sangue gelou enquanto tentava cobrir meus seios com os braços.
Olhei para os três machos, me encarando com um olhar de luxuria em seus olhos e engoli em seco, meu coração batia tão forte que parecia que iria explodir.
Dany continuava segurando Daiane, que parecia estar horrorizada com o que estava acontecendo.
— Dany, me solte. O que estão fazendo? — sua voz estava tremula.
Daiane ainda não havia entendido, mas eu sim.
— Eu disse, sua órfã imbecil, que haveria uma festa aqui na clareira. E vocês só vão embora quando eu e meus amigos nos cansarmos! — ele rosnou, enquanto segurava o rosto de Daiane com força.
A loba já estava chorando e eu senti um ódio terrível, olhei ao redor rapidamente e vi um pedaço de madeira que poderia me servir.
Caio foi o primeiro que avançou em minha direção, me abaixei e peguei a madeira, o acertei no rosto com toda a minha força, ele caiu de joelhos por causa de seu olho direito que foi atingido.
Nem sequer tive tempo de ficar aliviada com isso, porque Caio se colocou em movimento tão rápido que não pude acompanhar.
O macho se jogou em cima de mim, seu corpo pesado esmagando o meu, enquanto suas mãos arrancaram das minhas mãos minha arma improvisada.
— Gosta de lutar, sua vadia? — rosnou Caio contra o meu rosto enquanto eu ouvia os gritos de Daiane.
Eu me debati contra ele, lutando com todas as minhas forças enquanto ele se esfregava contra mim e ria.
— Eu te disse que era fácil trazer elas para cá, são órfãs carentes de atenção! — riu com escárnio Dany.
Eu continuei lutando contra Caio, até que vi Paul se levantando, havia sangue em sua sobrancelha e sua expressão estava furiosa.
— Saia de cima dela, eu quero ser o primeiro. — ele esbravejou e eu gritei de revolta.
A essa altura, Daiane já estava gritando e chorando, enquanto Dany a segurava e a obrigava a ficar em seu colo.
— Mande-os parar! Por favor! Mande-os Parar! — ela gritava enquanto chorava inconsolável.
Caio saiu de cima de mim e eu tentei correr, mas Paul imediatamente me dominou, me virando de costas para ele e levantando minha saia.
Ele se colocou em cima de mim, sua ereção se pressionando contra meu traseiro enquanto eu me debatia contra ele.
Paul colocou uma mão em minha cabeça e empurrou meu rosto de perfil na grama.
Senti que tudo ao meu redor ficava mais lento e mais cinza, como se tudo estivesse simplesmente perdendo a cor, conseguia ouvir as batidas insanas do meu próprio coração, enquanto meu corpo começava a desistir de seus protestos.
Mesmo que minha mente não estivesse pronta para desistir, Paul estava com todo o seu peso sobre mim, que dificultava até mesmo que eu respirasse corretamente, com sua mão grande e forte pressionando meu rosto para a grama, também não ajudava.
Foi nesse momento que meu corpo pareceu congelar, meus membros completamente imobilizados, enquanto eu sentia sua ereção me pressionar por trás e seu rosto se curvando até meu ouvido esquerdo.
— Está gostando, sua vadia? Eu sei que está gostando de me sentir assim contra você.
Senti nojo de sua voz e um ódio quase intoxicante me consumiu.
Era isso, eu seria violada por aqueles machos nojentos que me viam como lixo, e nada jamais seria feito sobre isso.
Porque eu não passava de uma órfã rejeitada, não haveria um pai para limpar minha honra os matando, não haveria um companheiro disposto a tudo para me vingar. Na verdade, nem as autoridades fariam muito esforço para puni-los, porque eu não era ninguém, e se contasse, só estaria manchando minha própria imagem.
Teria que ouvir coisas como “Por que você fugiu no meio da noite para se encontrar com machos?”
Eles diriam que foi consensual, sim, com certeza.
Fechei os olhos, tentando me desligar do que estava acontecendo, lutando para não sentir, não ouvir...
Até que um rosnado baixo e sinistro me fez arregalar os olhos.
Paul afrouxou seu aperto sobre meus braços e cabeça, me permitindo levantar um pouco o rosto e olhar na direção do rosnado, que aparentemente, não havia sido minha imaginação.
Das sombras da floresta, um lobo negro e gigante surgiu, seus olhos eram de um vermelho escuro e denso, suas presas brancas e afiadas.
Paul rapidamente saiu de cima de mim, caindo para trás assustado, enquanto Caio recuava igualmente assustado.
Eu pude ouvir Dany gritar para que o lobo se afastasse, mas ele continuou avançando, seus olhos pediam sangue e eu sabia, que ele iria matar todos nós, porque ele era o lobo negro.
O mesmo que massacrou sua própria alcateia.
Marius Blaine.
Tudo que passava pela minha cabeça era:Ao menos ele me mataria rapidamente e eu não seria abusada.Eu estranhamente não senti medo, foi como se esse pensamento me confortasse, isso, até ouvir os gritos de horror e medo de Daiane, o que me fez despertar para o fato de que eu estava prestes a morrer, o que era bem ruim...O enorme lobo negro avançou e eu sabia que seria sua primeira vítima, já que estava deitada no chão e era a mais próxima dele, pensei em fechar os olhos e torcer para que ele me matasse rapidamente, mas não os fechei. Afinal, onde estava o meu espírito de luta? Como eu podia desistir assim tão fácil, quando tudo que fiz nos meus dezessete anos foi lutar e sobreviver, suportar todos os abusos e desprezo no orfanato. Eu morreria assim, quieta e conformada?Antes que eu pudesse colocar em prática esse pensamento, o lobo avançou contra mim, por um segundo, eu o vi olhar diretamente para mim, como se estivesse percebendo algo, ele desviou seu caminho. Eu me virei, a temp
Eu devo ter desmaiado com o choque da situação, ou de exaustão por ficar tanto tempo de cabeça para baixo, porque quando acordei estava sendo colocada em um sofá macio e cheiroso. Que cheiro era aquele? Tão masculino...Espera, onde eu estava?Tudo retornou em uma avalanche para a minha mente, Paul em cima de mim, sua ereção me pressionando... o sangue depois.Aquele sorriso sarcástico. Os olhos ameaçadores e confiantes.Abri os olhos bem a tempo de ver o macho colocando um coberto sobre a minha saia, que estava levantada!Nossos olhos se encontraram por alguns segundos e minha primeira reação foi chutar seu rosto com toda a minha força, o macho caiu para trás do sofá parecendo bem surpreso e eu pulei do sofá, pegando a primeira coisa que vi, um livro bem pesado. Eu o jogaria nele assim como fiz com a pedra.— Seu tarado desprezível! Não serei sua escrava sexual! Se tentar me tocar novamente, vai se arrepender! — ameacei.O lobo se levantou e limpou o nariz, que estava sangrando. Note
Eu pisquei, tentando assimilar o que aquele macho estava dizendo.Ele havia dito que eu seria sua refém até receber o meu lobo? Mas isso seria daqui um ano! Meu rosto devia ter empalidecido, porque ele pigarreou e acrescentou:— Se me obedecer e se comportar, não teremos problemas. Essa marca no seu pescoço indica que será uma loba rastreadora e eu preciso encontrar uma pessoa, quando fizer isso, poderá partir sem problemas.Ele dizia tudo aquilo como se fosse um acordo irrecusável, como se estivesse me dizendo que ganhei uma bolsa de estudos ou um concurso, e eu podia ver em seus olhos que ele acreditava que estava me fazendo uma espécie de “favor”.— Não serei sua prisioneira. Encontre quem precisa sozinho. — Foi a primeira coisa que me veio na cabeça e saiu antes mesmo que eu pudesse pensar muito sobre.Ele franziu o cenho, então jogou outra perna em cima de mim, eu tentei me levantar, mas ele colocou uma mão em meu peito para me empurrar para trás, contra o sofá.Ao fazer isso, mi
Meus olhos já estavam mais acostumados com a escuridão, ainda assim, estava cada vez mais difícil de continuar e eu não conseguia me lembrar qual era a trilha que ele havia usado. Eu estava quase inconsciente e de cabeça para baixo, sendo carregada por ele a força.A chuva caía ao meu redor de modo torrencial, uma tempestade retumbava acima, o som dos trovões cada vez mais alto, enquanto eu corria pela mata.— Merda, como vou encontrar o caminho de volta? — murmurei para mim mesma.Parei perto de uma arvore, me apoiando temporiamente, enquanto respirava, minhas roupas estavam ensopadas e eu começava a sentir o frio cortante. Minhas mãos estavam geladas e eu abracei a mim mesma, olhando ao redor e tentando saber para onde deveria ir. Ele conseguiria me achar? Devia ser difícil seguir o meu cheiro através dessa chuva, então eu estava em vantagem, isso se eu não estivesse perdida.Passei as mãos no rosto, tentando tirar o excesso de água, que nublava minha visão, assim que avancei,
Fiquei por um segundo paralisada quando Marius pegou o último cobertor e me ocorreu que aquele quarto já era frio demais, mas agora eu estava molhada e realmente com frio...— Você está tentando me matar! — reclamei e Marius não olhou para trás fechando a porta atrás de si. Ele realmente havia feito isso? Me manter presa molhada em um quarto frio como aquele?Senti meus olhos arderem e rapidamente limpei meu rosto, não deixando que as lágrimas descessem.Eu já devia estar acostumada em ser castigada, eu havia sido castigada e menosprezada desde que me lembro, então porque estava com esse nó na garganta agora?Respirei fundo e comecei a tirar as roupas molhadas, seria melhor ficar nua, logo meu corpo secaria e eu me encolheria no colchão velho.Quando tirei a última peça, me senti imediatamente melhor por não estar mais com as roupas molhadas grudadas em meu corpo.Mesmo assim, meus dentes ainda batiam uns nos outros devido ao frio.Fui para a cama me deitando encolhida como se fosse u
POV MARIUSQuando fechei a porta, ainda podia sentir o cheiro de sangue que vinha do quarto, que vinha da fêmea...Fechei os olhos tentando controlar o terror que senti pelos segundos que acreditei que ela estava ferida, e que aquilo de alguma forma era minha culpa. Eu a havia sequestrado, e por causa disso ela quase morreu caindo daquele barranco, mas em três anos ela era a minha melhor chance de encontrar Alissa...Respirei fundo, minha mente mergulhando no momento que sua expressão pareceu ficar surpresa com o que eu disse. “Eu não tinha permissão de ficar perto de ninguém” porque afinal eu havia compartilhado isso?As palavras haviam saído mais rápido do que eu poderia prever.Minha mente mergulhou nas lembranças do passado, me levando como se eu não pesasse nada, e de repente, eu estava de volta naquele inverno aos sete anos de idade, diante de toda a alcateia Lua de prata. Diante do Alfa e de sua Luna.Minhas pernas tremiam e eu podia ver os olhos de todos os machos e as fêmeas
POV JANE Seus braços ao meu redor eram fortes, musculosos e quentes.Não percebi que meus joelhos estavam cedendo a dor até que ele estivesse praticamente apoiando todo o meu peso com seus braços ao meu redor.Eu daria tudo para um analgésico naquele momento...Marius me olhava assustado e eu fique curiosa sobre como ele poderia ser tão inexperiente com essas coisas, mesmo sendo um macho, ele não deveria parecer tão assustado.— Você está tremendo, isso é muito sério? — ele perguntou, visivelmente preocupado.Ele me olhava com seriedade esperando uma resposta, respirei fundo e me apoiei mais em seu corpo forte e musculoso, enquanto seu rosto estava muito próximo do meu.De repente, Marius olhou para os meus lábios, mas durou apenas um segundo e isso fez com que eu me lembrasse de seu olhar na noite passada, de como havia se demorado em desviar seu olhar.Olhos selvagens, famintos.Engoli em seco, tentando afastar esses pensamentos.Pensamentos como esse não deviam ser permitidos para
Rolei de um lado para o outro na cama, enquanto não conseguia dormir.Não por causa dos desconfortos do meu período, mas porque não saía da minha cabeça sobre o que Marius dissera sobre a loba que desejava encontrar. “Alissa é uma loba especial para mim.” Ele havia dito isso com tanta confiança e tristeza ao mesmo tempo.Minha mente não conseguia parar de criar diversas explicações e cenários para isso, sobre quem ela era, onde estava, o que exatamente eles significavam um para o outro?Eu havia ficado pensando nisso a noite toda e eu já podia ver a luz fraca do sol entrando pelas frestas da janela.Eram companheiros? Não, se fossem, todos saberiam e uma coisa que eu tinha certeza era que lobos negros não tinham companheiras destinadas. A alcateia Garras sombrias, quando essa existia, tomava fêmeas a força. E eu me lembrava de Marius Blaine, ou melhor, do que diziam sobre quem ele era.Um lobo negro que surgiu na Alcateia Lua de prata, e pela generosidade do Alfa Ikenon e sua Luna,