Capítulo 3

Tudo que passava pela minha cabeça era:

Ao menos ele me mataria rapidamente e eu não seria abusada.

Eu estranhamente não senti medo, foi como se esse pensamento me confortasse, isso, até ouvir os gritos de horror e medo de Daiane, o que me fez despertar para o fato de que eu estava prestes a morrer, o que era bem ruim...

O enorme lobo negro avançou e eu sabia que seria sua primeira vítima, já que estava deitada no chão e era a mais próxima dele, pensei em fechar os olhos e torcer para que ele me matasse rapidamente, mas não os fechei.

Afinal, onde estava o meu espírito de luta? Como eu podia desistir assim tão fácil, quando tudo que fiz nos meus dezessete anos foi lutar e sobreviver, suportar todos os abusos e desprezo no orfanato. Eu morreria assim, quieta e conformada?

Antes que eu pudesse colocar em prática esse pensamento, o lobo avançou contra mim, por um segundo, eu o vi olhar diretamente para mim, como se estivesse percebendo algo, ele desviou seu caminho.

Eu me virei, a tempo de ver o macho avançar primeiro contra Paul, arrancando sua cabeça em uma única mordida.

Um grito agudo e horrorizado soou na clareira e foi apenas segundos depois que percebi que era eu gritando, desesperadamente.

A cabeça de Paul caiu sobre a pequena fogueira, fazendo a única luz naquele lugar tremeluzir.

Marius Blaine avançou contra Caio e Dany, ambos haviam tentando correr, mas ele foi mais rápido, os destroçando, seus membros sendo arrancados e voando pela clareira.

O cheiro de sangue pairava no ar, assim como o medo.

Olhei ao redor, procurando por Daiane, mas ela havia sumido.

Ela tinha corrido e me deixado para trás.

Tentei me levantar quando o lobo se virou em minha direção, suas patas estavam com sangue, assim como seus dentes, o sangue dos outros machos que tinham seus membros espalhados pela clareira. Meu primeiro instinto foi tentar cobrir meus seios com os retalhos do que havia sido minha blusa, amarrando-a ao redor.

Mas logo depois disso, foi como se meu corpo fosse perdendo as forças.

Senti meus joelhos vacilarem e cai de joelhos, levante-se, mexa-se, agora não é hora de paralisar de medo!

Eu queria gritar e bater em mim mesma, como eu poderia congelar de terror enquanto Daiane tinha sido rápida e inteligente o suficiente para se enfiar no mato e desaparecer?

De repente, o lobo foi mudando sua forma, seu focinho dando lugar a um nariz, suas patas aos braços, e logo ele era um macho de quase dois metros de puro músculo e completamente nu.

Seus cabelos em um tom escuro e seus olhos, estreitos e obscuros, me encaravam como se eu fosse o seu lanche.

Ah, porque sai de casa hoje...

Engoli em seco e peguei a primeira pedra que vi no chão.

— Fique longe de mim! — alertei, minha voz saindo tremula para o meu desgosto.

O macho apenas me olhou, inclinando sua cabeça levemente para o lado, seu olhar descendo para a pedra em minha mão, em seguida subindo de volta para o meu rosto.

Para a minha surpresa, ele sorriu diabolicamente e disse:

— Interrompi sua festinha?

Eu o encarei chocada e de boca aberta, não porque pensasse que ele não podia falar, eu apenas achei que ele diria algo mais ameaçador como “Vou matar você e beber seu sangue e comer sua carne” Não me julgue, há muitas lendas sobre lobos negros e ninguém realmente ficou vivo após se encontrar com um deles para contar se são reais ou não.

Vi em sua expressão que ele parecia estar zombando de mim.

— O que? — foi a única coisa que consegui balbuciar, enquanto segurava a pedra com força.

— Acho que salvei você deles, não é? — ele disse, sua expressão enigmática, o macho deu passo a frente e eu recuei vários, em uma posição defensiva.

— Não se aproxime, fique aí!

— O que vai fazer se eu me aproximar? — ele questionou e para meu horror, começou a caminhar em minha direção, e eu não conseguia ignorar seu corpo nu e musculoso.

Entrei rapidamente em pânico e sem pensar no que estava fazendo, lancei a pedra contra ele, que acertou direto em sua testa.

— Ah! Você não desviou! — falei. Por que eu estava falando isso? Que bom que ele não desviou, agora saberia que eu poderia feri-lo.

Ele pareceu chocado quando um filete de sangue desceu por sua testa, agora um pouco machucada, o macho tocou com a ponta dos dedos e me olhou parecendo levemente irritado.

— Não acredito que você jogou uma pedra contra o seu salvador, como você é ingrata. — anunciou e ele e começou a caminhar em minha direção.

Antes que eu pudesse me afastar mais, o macho me segurou pelos pulsos e me encurralou contra uma arvore. Seus olhos eram muito escuros, suas sobrancelhas retas e espessas, enquanto seus cabelos tinham um tom escuro de castanho, ondulados e precisando urgente de um corte, mas porque eu estava reparando nisso, só a deusa sabia.

Suas mãos se fecharam com força sobre meus pulsos, enquanto ele inclinou a cabeça e seu olhar desceu para o meu pescoço, senti meu coração disparar, enlouquecido com a proximidade com aquele macho que ainda trazia o cheiro do sangue dos outros em seu corpo.

— Me solte, sua besta sem consciência. — exigi.

O macho levantou o olhar para mim, um sorriso se curvou em seus lábios enquanto ele dizia:

— Você vem comigo, fêmea.

Eu estava prestes a dizer “Nem pensar” quando o macho me jogou por cima de seus ombros e começou a caminhar para o meio da floresta comigo em seus ombros.

— Ah, o que está fazendo? Eu não tenho nenhuma utilidade, me deixe ir! — gritei a plenos pulmões, enquanto era levada por ele.

Por vários minutos gritei e bati contra suas costas que pareciam serem feitas apenas de músculos, mas era inútil. Ele estava me carregando por uma trilha densa e com pedras, mas nem sequer sua respiração estava alterada. Eu não conseguia ver nada naquela escuridão, além de estar de cabeça para baixo.

Estava começando a me sentir mal e não sabia há quanto tempo estávamos na trilha, e nem para onde estávamos indo, até que algo terrível me ocorreu.

Ele devia viver sozinho... e eu seria sua escrava sexual!

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