Eu devo ter desmaiado com o choque da situação, ou de exaustão por ficar tanto tempo de cabeça para baixo, porque quando acordei estava sendo colocada em um sofá macio e cheiroso. Que cheiro era aquele? Tão masculino...Espera, onde eu estava?Tudo retornou em uma avalanche para a minha mente, Paul em cima de mim, sua ereção me pressionando... o sangue depois.Aquele sorriso sarcástico. Os olhos ameaçadores e confiantes.Abri os olhos bem a tempo de ver o macho colocando um coberto sobre a minha saia, que estava levantada!Nossos olhos se encontraram por alguns segundos e minha primeira reação foi chutar seu rosto com toda a minha força, o macho caiu para trás do sofá parecendo bem surpreso e eu pulei do sofá, pegando a primeira coisa que vi, um livro bem pesado. Eu o jogaria nele assim como fiz com a pedra.— Seu tarado desprezível! Não serei sua escrava sexual! Se tentar me tocar novamente, vai se arrepender! — ameacei.O lobo se levantou e limpou o nariz, que estava sangrando. Note
Eu pisquei, tentando assimilar o que aquele macho estava dizendo.Ele havia dito que eu seria sua refém até receber o meu lobo? Mas isso seria daqui um ano! Meu rosto devia ter empalidecido, porque ele pigarreou e acrescentou:— Se me obedecer e se comportar, não teremos problemas. Essa marca no seu pescoço indica que será uma loba rastreadora e eu preciso encontrar uma pessoa, quando fizer isso, poderá partir sem problemas.Ele dizia tudo aquilo como se fosse um acordo irrecusável, como se estivesse me dizendo que ganhei uma bolsa de estudos ou um concurso, e eu podia ver em seus olhos que ele acreditava que estava me fazendo uma espécie de “favor”.— Não serei sua prisioneira. Encontre quem precisa sozinho. — Foi a primeira coisa que me veio na cabeça e saiu antes mesmo que eu pudesse pensar muito sobre.Ele franziu o cenho, então jogou outra perna em cima de mim, eu tentei me levantar, mas ele colocou uma mão em meu peito para me empurrar para trás, contra o sofá.Ao fazer isso, mi
Meus olhos já estavam mais acostumados com a escuridão, ainda assim, estava cada vez mais difícil de continuar e eu não conseguia me lembrar qual era a trilha que ele havia usado. Eu estava quase inconsciente e de cabeça para baixo, sendo carregada por ele a força.A chuva caía ao meu redor de modo torrencial, uma tempestade retumbava acima, o som dos trovões cada vez mais alto, enquanto eu corria pela mata.— Merda, como vou encontrar o caminho de volta? — murmurei para mim mesma.Parei perto de uma arvore, me apoiando temporiamente, enquanto respirava, minhas roupas estavam ensopadas e eu começava a sentir o frio cortante. Minhas mãos estavam geladas e eu abracei a mim mesma, olhando ao redor e tentando saber para onde deveria ir. Ele conseguiria me achar? Devia ser difícil seguir o meu cheiro através dessa chuva, então eu estava em vantagem, isso se eu não estivesse perdida.Passei as mãos no rosto, tentando tirar o excesso de água, que nublava minha visão, assim que avancei,
Fiquei por um segundo paralisada quando Marius pegou o último cobertor e me ocorreu que aquele quarto já era frio demais, mas agora eu estava molhada e realmente com frio...— Você está tentando me matar! — reclamei e Marius não olhou para trás fechando a porta atrás de si. Ele realmente havia feito isso? Me manter presa molhada em um quarto frio como aquele?Senti meus olhos arderem e rapidamente limpei meu rosto, não deixando que as lágrimas descessem.Eu já devia estar acostumada em ser castigada, eu havia sido castigada e menosprezada desde que me lembro, então porque estava com esse nó na garganta agora?Respirei fundo e comecei a tirar as roupas molhadas, seria melhor ficar nua, logo meu corpo secaria e eu me encolheria no colchão velho.Quando tirei a última peça, me senti imediatamente melhor por não estar mais com as roupas molhadas grudadas em meu corpo.Mesmo assim, meus dentes ainda batiam uns nos outros devido ao frio.Fui para a cama me deitando encolhida como se fosse u
POV MARIUSQuando fechei a porta, ainda podia sentir o cheiro de sangue que vinha do quarto, que vinha da fêmea...Fechei os olhos tentando controlar o terror que senti pelos segundos que acreditei que ela estava ferida, e que aquilo de alguma forma era minha culpa. Eu a havia sequestrado, e por causa disso ela quase morreu caindo daquele barranco, mas em três anos ela era a minha melhor chance de encontrar Alissa...Respirei fundo, minha mente mergulhando no momento que sua expressão pareceu ficar surpresa com o que eu disse. “Eu não tinha permissão de ficar perto de ninguém” porque afinal eu havia compartilhado isso?As palavras haviam saído mais rápido do que eu poderia prever.Minha mente mergulhou nas lembranças do passado, me levando como se eu não pesasse nada, e de repente, eu estava de volta naquele inverno aos sete anos de idade, diante de toda a alcateia Lua de prata. Diante do Alfa e de sua Luna.Minhas pernas tremiam e eu podia ver os olhos de todos os machos e as fêmeas
POV JANE Seus braços ao meu redor eram fortes, musculosos e quentes.Não percebi que meus joelhos estavam cedendo a dor até que ele estivesse praticamente apoiando todo o meu peso com seus braços ao meu redor.Eu daria tudo para um analgésico naquele momento...Marius me olhava assustado e eu fique curiosa sobre como ele poderia ser tão inexperiente com essas coisas, mesmo sendo um macho, ele não deveria parecer tão assustado.— Você está tremendo, isso é muito sério? — ele perguntou, visivelmente preocupado.Ele me olhava com seriedade esperando uma resposta, respirei fundo e me apoiei mais em seu corpo forte e musculoso, enquanto seu rosto estava muito próximo do meu.De repente, Marius olhou para os meus lábios, mas durou apenas um segundo e isso fez com que eu me lembrasse de seu olhar na noite passada, de como havia se demorado em desviar seu olhar.Olhos selvagens, famintos.Engoli em seco, tentando afastar esses pensamentos.Pensamentos como esse não deviam ser permitidos para
Rolei de um lado para o outro na cama, enquanto não conseguia dormir.Não por causa dos desconfortos do meu período, mas porque não saía da minha cabeça sobre o que Marius dissera sobre a loba que desejava encontrar. “Alissa é uma loba especial para mim.” Ele havia dito isso com tanta confiança e tristeza ao mesmo tempo.Minha mente não conseguia parar de criar diversas explicações e cenários para isso, sobre quem ela era, onde estava, o que exatamente eles significavam um para o outro?Eu havia ficado pensando nisso a noite toda e eu já podia ver a luz fraca do sol entrando pelas frestas da janela.Eram companheiros? Não, se fossem, todos saberiam e uma coisa que eu tinha certeza era que lobos negros não tinham companheiras destinadas. A alcateia Garras sombrias, quando essa existia, tomava fêmeas a força. E eu me lembrava de Marius Blaine, ou melhor, do que diziam sobre quem ele era.Um lobo negro que surgiu na Alcateia Lua de prata, e pela generosidade do Alfa Ikenon e sua Luna,
Os olhos de Marius estavam mais escuros e desesperados por respostas e eu não entendia bem o que ele queria que eu dissesse.Ele havia me perguntado porque eu não pensava em mata-lo? E porque eu não tenho medo dele?Como eu poderia responder a isso, mas quando parei um segundo para pensar nisso, percebi que ele estava certo.Eu não tinha medo dele, mesmo sabendo do seu passado, mesmo sabendo do que ele fez, porque talvez no fundo, eu não conseguia ver o assassino que todos diziam que ele era. Como ele poderia ser aquele lobo sanguinário que vinha de uma alcateia de lobos que haviam cometido tantos crimes horríveis? Como poderia ser?Seus olhos não eram de um macho que desejava sangue, era o que o meu coração dizia.— Se quisesse me fazer mal, já teria feito...— Não foi isso que perguntei. Perguntei porque você não pensa em me matar. — ele me interrompeu e vi como aquilo parecia importante para ele.— Você não sabe o que eu penso, Marius.Marius avançou, suas mãos segurando meu rosto