Capítulo 5

Fiquei alguns segundos paralisada fitando o vazio que o macho deixou ao entrar na cabana. Nesses segundos de silencio insuportável, Selene se agitava ainda mais em minha mente, me impulsionando para me mover. Para ir atrás dele.

Apenas o seu olhar de decepção surgia em minha mente, enquanto meu coração se despedaçava pela sua frieza ao me dar me dar suas costas.

“Mova-se atrás dele!” Selene gritou em minha mente e seus gritos me tiraram do meu choque.

Avancei em direção a cabana e a primeira cena que vi ao abrir a porta foi Marius sem camisa próximo ao balcão. Ele estava virando uma garrafa de vinho como se eu não estivesse lá. 

O macho nem sequer se moveu ao me ver abrindo a porta e entrando na cabana. Era como se eu não estivesse bem na sua frente, Marius continuou bebendo até que abaixou a garrafa que já estava pela metade e a colocou grosseiramente no balcão da cozinha.

— Marius? Você está vivo. — falei a coisa mais idiota que veio a minha mente. 

O macho fechou os olhos por alguns segundos antes de se virar na minha direção.

Seus olhos de Jasper me fitaram ao se abrirem, mas não eram mais os olhos que eu conheci. Ele não parecia mais o mesmo. Seu semblante era de um macho cruel, e agora para meu horror ele estava ainda mais parecido com seu pai, Kilian.

— Que bela observação a sua. Sim, Jane, estou vivo. Esperava que eu continuasse morto, não é? — sua voz era áspera e fria e eu notei cicatrizes das balas de prata. Aquilo não deveria ter desaparecido? Não deveria ter se curado completamente?

Fiquei atônita com suas palavras e franzi o cenho.

— O que? Você acha que eu desejava que você estivesse morto? Essas balas por acaso atingiram o seu cérebro? — rebati.

Marius cruzou os braços sobre o peito musculoso e estreitou os olhos me encarando.

— Não deveria estar com seu companheiro? — ele retrucou.

“Ele está com ciúmes.” disse Selene.

Diminui a distância entre nós e quando comecei a caminhar em sua direção, Marius descruzou os braços e sua expressão se tornou ainda mais tensa.

Fiquei a centímetros dele, olhando atentamente para o seu rosto selvagem.

Ele estava com uma barba mais rala agora, seus cabelos maiores e uma das mechas negras caindo sobre seus olhos. Quando levantei a mão para retirar a mecha, ele a segurou pelo pulso.

— Não me toque, fêmea. — Sua voz era cortante como aço.

Seu toque em meu pulso firme e frio.

Abri a boca para reclamar de sua atitude, mas o lobo foi mais rápido que eu.

— Não quero ouvir suas desculpas, Jane. Volte para o seu príncipe. Fique com ele exatamente como você estava em sua casa. Quase o beijando.

Marius soltou o meu pulso com grosseria e voltou para trás do balcão, pegando em seguida a garrafa de vinho e bebendo um longo gole.

— Você estava na minha casa então. Eu sabia que havia sentido o seu cheiro. Usei minhas habilidades de rastreadora para segui-lo até aqui.

O macho abaixou novamente a garrafa e voltou seu olhar flamejante em minha direção.

— Sim, eu estava na sua casa. Perto o suficiente para sentir o aroma de sua excitação por ele. — Rosnou ele.

Fiquei em choque por um segundo e senti minhas bochechas queimarem.

Marius estava certo, eu estava quase cedendo a Demétrius.

— Eu pensei que você estivesse morto. E eu não o amo. — falei.

Marius riu com escárnio, mas não havia nenhum humor em seus olhos.

— Não o ama? É isso que você tem para me dizer? — ele exclamou.

Avancei em sua direção tentando tocar seu rosto, meus olhos já estavam ardendo com as lagrimas que ameaçavam cair.

Marius segurou as minhas mãos me impedindo novamente de tocá-lo.

— Não me toque, Jane. Não me toque. — Ele disse, mas não me olhou nos olhos.

— Olhe para mim, Marius. Diga que não deseja que eu o toque. Diga de todo o seu coração que não está ansiando por isso exatamente como eu estou. 

O macho virou o rosto, se recusando a me olhar enquanto segurava as minhas mãos me mantendo longe.

— Eu achei que você estivesse morto. Achei que o tinha perdido para sempre, e mesmo assim, eu não disse sim para Demétrius. — Sussurrei.

Marius fechou os olhos se recusando a olhar para mim.

— Olhe para mim. Veja nos meus olhos que sou sua! — gritei, minha voz saindo tremula.

O macho abriu olhos e voltou seu olhar na minha direção.

— Quem a ajudou a ser inocentada? Quem a ajudou a conseguir um trabalho, ou seu apartamento? Quantas noites você se consolou nos braços dele? Diga para mim Jane. Quantas vezes ele sussurrou a palavra meu amor para você?

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