Capítulo 6

Pisquei chocada com suas palavras.

Marius continuou segurando minhas mãos pelos pulsos e me sacudiu levemente, seu olhar sobre mim firme e astuto.

— Me diga, Jane! Quantas vezes ele a beijou? Quantas vezes ele disse que você era dele e de mais ninguém? Foi assim que você sofreu por mim? Nos braços dele?

Minha loba começou a se agitar dentro de mim, sentindo meu sangue correr mais rápido e a raiva de ser acusada me envolver como uma serpente que carregava uma bomba prestes a explodir.

Minhas garras começaram a se alongar e o macho olhou para as minhas mãos.

— Está com raiva pelas minhas palavras? — ele perguntou em um tom cínico. —  Apenas volte para ele. Seja sua princesa.

O macho me soltou e quando ele virou as costas, eu o empurrei contra o balcão.

Marius caiu em cima da garrafa de vinho que rolou do balcão e caiu no chão, todo o conteúdo sendo derramado.

O macho me olhou surpreso com a minha atitude e eu exclamei:

— Como você ousa me acusar dessa forma? E vejo pelas suas palavras que você não retornou hoje. Está me vigiando, há quanto tempo? Me deixou acreditar que estava morto e agora me acusa de seguir em frente? Eu aceitei o apoio dele, não ele!

Marius passou as mãos nos cabelos e respirou fundo, seu rosto ficando vermelho e seu peito subindo e descendo.

— O que aconteceu com você? Por que não voltou antes?

Ele avançou na minha direção mais rápido do que eu poderia sequer imaginar, me colocando contra a parede enquanto segurava as minhas mãos acima da minha cabeça.

— Me solte! Não tem o direito de me segurar assim! — gritei contra o seu rosto.

Marius inclinou a cabeça, encostando sua testa na minha e me mantendo sob o seu controle.

Seu rosto estava suado e eu podia sentir seu hálito de bebida. 

— Me solte... — pedi, minha voz estava fraca.

Minha loba sentia o seu aroma e sentia o seu toque, todo o meu corpo estava se acendendo para ele. Meus pensamentos pareciam estar em uma tempestade.

Marius não me soltou, seu corpo pressionando o meu contra a parede, eu podia sentir seus músculos, o aroma de bebida e o suor descendo por sua testa até a minha. Eu podia ouvir seu coração batendo descompassado exatamente como eu e aquilo me quebrou em milhões de pedaços.

De repente, ele soltou minhas mãos e me puxou para um abraço quente e apertado afundando seu rosto em meu ombro. Eu podia sentir o bater rápido e forte de seu coração e logo em seguida suas lágrimas. Senti meu coração sendo perfurado por agulhas, porque aquilo era um abraço de despedida.

Ele estava se despedindo de mim e nada no mundo poderia ser pior do que aquilo.

Eu tentei me soltar de seu abraço, tentando me desvencilhar daquele momento que eu não conseguia aceitar.

Não, eu havia acabado de recuperá-lo da morte e ele estava se despedindo de mim por algo que eu não fiz. Depois de tudo que passamos, Marius estava finalmente me deixando, desistindo de mim.

— Não, você não fará isso. Eu não aceito, me solte... — gritei com ele, mas seus braços se estreitaram ainda mais ao meu redor, tão forte que ficou difícil até mesmo de me mover.

Marius estava em silencio, apenas os tremores eventuais de seu choro que me diziam que ele estava me ouvindo.

— Por favor, não faça isso... — implorei e seu corpo estremeceu e mais lágrimas desceram. — Apenas não me deixe.

— Que vida posso oferecer? Sou um criminoso. — Ele murmurou contra o meu pescoço, em seguida o beijou lentamente. Seus lábios estavam macios e molhados e todo o meu corpo foi perdendo as forças em seus braços.

Envolvi os braços ao seu redor, minhas mãos tocando a pele de suas costas, seus músculos. Minha visão foi se tornando turva devido as lágrimas que insistiam em descer.

— Que vida? Não, já conversamos sobre isso. Viveremos juntos, teremos filhos, lembra-se? — murmurei.

Marius me soltou lentamente, quando fitei seu rosto, arfei.

Seus olhos de Jasper estavam inundados pelas lágrimas, seu nariz vermelho e uma tristeza e impotência profunda parecia consumir até sua alma.

Marius lentamente levou sua mão ao meu rosto, seus dedos acariciando suavemente enquanto limpava as minhas lágrimas.

— Eu me odeio com toda a minha alma, Jane. Me odeio porque sou um lobo que não deveria existir, e seria uma maldição em sua vida.

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