Um jantar esquecido

— Você pode me contar a última vez que viu o Jobim? — perguntou a moça com o gravador.

— Claro! Ele me convidou para um jantar, por meio de mensagem de texto, enviada de um celular secreto. Mas antes, irei exatamente falar sobre como me sentia.

Eu já via o meu coração que era doído em saber que não era compreendido. Via que não era somente eu que me sentia assim, mas havia alguém que eu projetei achando gostar de mim que me vendi ao seu coração.

Meu coração já haveria de ser vendido às traças, mas ele não foi muito bem recebido, pois já estava machucado demais. Meu coração foi flechado em cheio no peito e talvez para sempre ali vá morar algo que talvez não aceite, mas sinto, sinto saudade do que nunca tive.

Lembro que caminhava sobre as calçadas, o barulho do meu pé arrastado no chão não era imperceptível. As pedras andavam para lá e para cá. Havia um limão que me acompanhava descendo aquela imensa ladeira. Ele foi abandonado pelo vendedor das frutas da feira livre e seguiu sua d
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