A mulher terminou de falar, virou-se e saiu com seus saltos altos.Bruno soltou uma leve risada, desprezando claramente as palavras dela.Amargura do amor?Que piada!Assim que ela saiu, uma jovem saiu do bar, usando uma saia curta estilo colegial, com longas pernas brancas à mostra, cabelos cacheados caindo sobre os ombros, maquiagem impecável, parecia uma boneca de verdade.Ela se aproximou, assumindo que ele não a rejeitaria, mas no segundo seguinte, ele se esquivou, e com um movimento rápido, segurou a cintura de Patrícia e a puxou para perto.Patrícia que estava aproveitando o ‘show’, ficou surpresa.Bruno olhou para a garota e disse:— Desculpa, mas chegou tarde.A garota mordeu os lábios e lançou um olhar ressentido para Patrícia antes de ir embora, claramente chateada.Patrícia cruzou os braços e soltou uma risada fria:— Está me usando como escudo? Agora pode tirar essa mão imunda de mim, não acha?Bruno estava prestes a soltá-la, mas de repente decidiu não fazer isso:— Não v
A maneira dele era bem mais amplo que o do filho caçula da família Almeida.Patrícia observou Bruno com aquele olhar confiante, parecendo o dono do mundo. Seus olhos brilharam com um toque de ironia por alguns segundos.Ela perguntou:— Você tem certeza de que quer discutir uma parceria comigo?— Claro! Que olhar é esse? Tá subestimando quem?Ela o examinou de cima a baixo, uma vez, depois outra, avaliando cada detalhe. A família Rocha, afinal, é uma das maiores de Cidade J, bem acima da família do tal Almeida.Além disso, Bruno não reagiu quando a mulher anterior o provocou, o que indicava que ele tinha algum autocontrole.Embora ele fosse um playboy cheio de escândalos, ela nem estava pensando em namorar sério ou se casar com ele. Além disso…Ela também sabia se divertir! Perfeito!Seria ótimo: cada um na sua, sem interferências. E se esbarrassem por aí, poderiam até se divertir juntos.A melhor parte? Ele era do tipo que terminava relacionamentos sem amarras, o que significava que
— Cadê o segurança?! Alguém, pare eles!Na confusão, Melissa não se segurou e gritou com toda força:— Cadê a Fernanda Alves? Quem é Fernanda Alves! Eu estou procurando Fernanda Alves, manda ela aparecer!Melissa e o filho Vicente Oliveira chegaram em Cidade J dois dias atrás e foram direto visitar Viviane, que ainda estava no hospital, e então… simplesmente ficaram lá no quarto dela.Melissa comentou:— Para que hotel? Hotel custa dinheiro, né? E esse quarto de hospital tá ótimo, grande, espaçoso, e o melhor, é de graça!— Mas só tem uma cama, e você e o Vicente…— E daí? Mãe e filho, qual é o problema?Vicente, que havia acabado de almoçar enquanto palitava os dentes, concordou:— Exato! Em casa também dormimos juntos por vezes. Economizamos no ar-condicionado.Como não houve jeito de convencê-los, Melissa e Vicente ficaram de vez no quarto de Viviane.Conforme as regras do hospital, o quarto VIP tinha uma cama extra para acompanhantes, então ninguém reclamou.No fim das contas, tudo
A confusão do lado de fora rapidamente chamou a atenção das mulheres que estavam na sala privativa. Fernanda estava sendo puxada pelos cabelos por outra mulher, que gritava com ódio. Que cena! Devia haver um rancor gigantesco ali.As mulheres se entreolharam, trocando olhares rápidos e curiosos.Melissa, percebendo que havia plateia, ficou ainda mais animada:— Todo mundo, prestem atenção! Foi essa mulher aqui. O filho dela brincou com os sentimentos da minha filha, a engravidou e agora se recusa a assumir a responsabilidade!Ela apontou para Fernanda, com raiva.— A minha filha teve a vida destruída por causa disso! E essa daí, ainda por cima, se esconde de mim? Acham que, porque somos humildes, ninguém vai nos ajudar?Enquanto falava, Melissa arregaçou as mangas, pronta para mais confusão:— Todo mundo, peguem seus celulares e filmem! Vamos colocar isso na internet e expor essa família Lima. Quero ver todo mundo saber que tipo de gente vocês são, Fernanda! E o seu filho, aquele vagab
— Onde você está? Por que durante todos esses dias você não atendeu minhas ligações? Agora você não precisa mais da sua mãe, é isso?Fernanda disparou as perguntas, uma atrás da outra, em um tom cada vez mais pesado.Rafael respondeu com frieza:— Estava viajando a trabalho. Ocupado, sem tempo pra atender.Fernanda, irritada, respondeu:— Você vai voltar agora! Imediatamente! E se não voltar, não precisa mais me chamar de mãe!Rafael percebeu que o tom dela estava estranho. Sem fazer mais perguntas, desligou o telefone e foi direto para casa. Assim que chegou à porta, ouviu o som de um vaso se quebrando ao chão.Rafael parou por um instante, respirou fundo e entrou.— Mãe, cheguei.Ao ouvir a voz dele, Fernanda apareceu furiosa e começou a falar sem parar:— Que tipo de gente você anda se envolvendo? Viviane é uma vagabunda, isso eu já sabia, mas a família dela... São piores que bandidos! A mãe dela, então, é a própria encarnação de uma barraqueira! Gente baixa, nojenta! Eu sempre soub
— Não quer esperar? Vai embora, ué. Quem disse que alguém faz questão de te ver? — Patrícia revirou os olhos, claramente impaciente. — Com essa atitude aí, você ainda quer pedir favor?Bruno respirou fundo. Ele sabia que Patrícia praticava taekwondo. Provocar ela demais não ia acabar bem pra ele.— Não fica brava, não. — Bruno rapidamente forçou um sorriso. — Já te falei, estou precisando de uma ajuda de emergência. Você nessa calma toda, claro que eu fico nervoso.— Fala logo o que você quer. — Patrícia olhou para dentro do carro dele. — E aí... ainda tem cigarro aí?— Pra quê?— Me dá um.Bruno ficou sem palavras. Resignado, virou-se, abriu o carro e pegou um cigarro e o isqueiro para ela.Patrícia, no entanto, não pegou. Ela cruzou os braços, com um sorriso provocador.— Tá bom. — Bruno suspirou. — Parece que eu arrumei uma mãe, e não uma parceira.Ele abaixou a cabeça e acendeu o cigarro pra ela. Era a primeira vez que ele acendia um cigarro para uma mulher, e também a primeira vez
— Puta merda! — Patrícia deu um pulo e afastou o braço de Bruno. Ela se endireitou, agradecendo mentalmente por já ter jogado fora o cigarro.Júlia levou um tempo para conseguir fechar a boca, perplexa:— Hã... Patrícia, você esqueceu a bolsa...Ela realmente só tinha ido levar a bolsa esquecida, mas acabou presenciando algo completamente inesperado. Patrícia estava de braço dado com um homem, numa postura mais que íntima!E aquele homem... De costas, parecia tão familiar. Quando os dois se viraram, ela viu que era Bruno!Então... Esse era o "parceiro" de que Patrícia tinha falado?Patrícia se aproximou e pegou a bolsa da mão de Júlia:— Valeu, Júlia! Poxa, vir até aqui à noite só para me trazer a bolsa... Vai pra casa, tá tarde. Não é seguro. Eu vou ficar aqui olhando até você subir e me dar um tchau da varanda. Só então eu vou embora.— Tá bom.Júlia virou-se e foi para casa. Ela sabia como Patrícia era, sabia que, por trás da aparência despreocupada, ela sempre tinha tudo sob contro
No dia seguinte, Júlia saiu para sua corrida matinal. Desde que ficou com mais tempo livre, ela havia retomado o hábito de correr pela manhã. Sempre voltava suada, tomava um banho e passava o resto do dia cheia de energia.— Bom dia, professor.— Bom dia. — José já tinha terminado sua corrida e estava prestes a voltar para casa, mas ao vê-la, mudou de direção. — Vamos, vou correr mais um pouco com você.— Não vai te atrasar no laboratório?— O novo projeto está nas mãos do Professor Alan, então estou mais tranquilo ultimamente.— Ah, o Professor Alan deve estar adorando isso. — Júlia brincou.— Pode até ter opinião, mas no fim, tem que trabalhar do mesmo jeito.José respondeu com seriedade. Se Alan estivesse por perto e ouvisse isso, provavelmente ficaria louco.Os dois correram juntos por duas voltas ao redor do parque, mas logo Júlia começou a se sentir cansada.José percebeu e sugeriu:— Ajusta a respiração, mantém o ritmo. Segue comigo... inspira, expira, inspira, expira...Júlia s