Pela primeira vez, Júlia sentiu uma espécie de admiração inesperada.Ela ainda não sabia, mas esse sentimento complexo era chamado de...Admiração por força.…Após deixar os dois em casa, Patrícia virou o carro e seguiu para o bar. O trajeto foi tranquilo, mas ao chegar à porta do bar, pronta para estacionar.Soou um estrondo.Um Maserati veio pelo lado e bateu direto na traseira do carro dela.Patrícia ficou furiosa.Ela fechou a porta com força, foi até o outro carro e gritou:— Você não sabe dirigir, não? Sabe soltar o acelerador, ou acha que é piloto de corrida? Tá correndo nessa rua estreita, não presta atenção na frente? Metade do meu carro nem estava no estacionamento ainda! Não está vendo ou o quê? Como consegue bater assim?A porta do motorista do Maserati se abriu, e o homem desceu rindo:— Poxa, achei que fosse outra pessoa, que bobagem, não precisa ficar brava.Bruno desceu do carro com um sorriso debochado e foi até ela.Ela disse, alongando cada palavra, deixando bem c
No círculo de amigos, todos sabiam que Júlia Ferreira era loucamente apaixonada por Rafael Lima.Amava tanto que não tinha sua própria vida, nem seu espaço, e queria estar com ele 24 horas por dia.Cada vez que eles terminavam, em menos de três dias, ela voltava implorando por reconciliação. No mundo, qualquer um poderia falar a palavra ‘acabou’, exceto Júlia Ferreira.Quando Rafael entrou na sala abraçado com sua nova namorada, houve um silêncio estranho.Júlia, que estava descascando uma laranja, parou de repente e disse:— Por que ninguém fala nada? Por que estão me olhando assim?— Júlia... — Seus amigos olharam para ela com preocupação.Rafael, porém, agiu como se nada tivesse acontecido, abraçando a nova namorada e sentando-se no sofá.Ele disse ao aniversariante de hoje, o André Barbosa:— Feliz aniversário, André.Descaradamente.Júlia se levantou, não queria estragar o aniversário de André e falou:— Vou ao banheiro.Ao fechar a porta, ouviu a conversa continuar:— Rafael, Júl
Na mesa de café da manhã.Rafael perguntou para Ana:— Cadê a sopa de feijão?Ana respondeu:— Você está falando daquela sopa boa para o estômago?Rafael repetiu:— Sopa para o estômago?Ana explicou:— Sim, a que a Júlia fazia, com feijão-preto, batata-doce, cenoura e peito de frango. Não tive tempo para preparar, porque precisa cozinhar o feijão e os legumes desde a noite anterior, e de manhã, é preciso ficar mexendo. Eu não tenho a mesma paciência que a Júlia para ficar de olho na sopa o tempo todo.Rafael pediu para Ana trazer o molho para ele, experimentou um pouco e disse:— Por que o sabor está diferente? — Ele olhou a embalagem e não era a mesma.Ana respondeu:— Esse pote estava vazio. Só tenho este.Rafael pediu para Ana ir ao supermercado comprar mais um pouco, e Ana sorriu sem graça e disse:— É que essa receita foi a Júlia que fez, eu não sei preparar.Rafael subiu as escadas após bater a lata na mesa.Ana Maria observou Rafael subir as escadas, confusa. Por que ele estava
André perguntou:— Está com dificuldade de encontrar o lugar? Vou sair para ajudar...Notando a expressão nada boa do Rafael, André finalmente se tocou:— Epa! Rafael, Júlia ainda não… voltou, né?Já se passaram mais de três horas.Rafael deu de ombros:— Voltar? Você acha que terminar é brincadeira?Disse isso e passou por ele, sentando-se no sofá.André coçou a cabeça, “ sério mesmo? Será que foi de verdade dessa vez?”Mas logo balançou a cabeça, achando que estava pensando demais.Rafael pode até conseguir terminar de verdade, mas Júlia…Nenhuma mulher no mundo poderia aceitar terminar, mas ela não aceitaria. Isso é um fato reconhecido por todos.Bruno Rocha, sempre gostando de caos, cruzou os braços e sorriu:— Rafa, como você está sozinho? Você disse três horas, agora passou um dia.Rafael sorriu:— Perdi a aposta, qual vai ser a punição?Bruno levantou a sobrancelha: — Hoje vamos mudar o jogo, nada de bebida. Você vai ligar para a Júlia e, na voz mais doce, dizer: Desculpa, eu e
Rafael havia bebido demais na noite passada. André, o provocador, insistira em estender a festa pela madrugada.Quando Rafael finalmente chegou à sua mansão, levado pelo motorista, o céu já estava clareando.Embora estivesse exausto e prestes a desabar na cama, ele se obrigou a tomar um banho rápido. Talvez assim Júlia não brigasse com ele, pensou meio sonolento.Quando acordou, foi a dor que o fez abrir os olhos.Ele segurou o estômago e tentou se levantar da cama.— Estou com dor de estômago! Jú...Ele parou de repente ao perceber que ela não estava lá.Rafael franziu a testa. Bem, parece que ela estava levando a sério dessa vez. Vou ver quanto tempo ela aguentaria, pensou.Mas, onde estava o remédio?Rafael vasculhou a sala inteira, mas não encontrou a caixa de primeiros socorros. Ele ligou para Ana.— O remédio para o estômago? Está na caixa de remédios. — Disse Ana.Rafael sentiu uma pontada de irritação:— E onde está a caixa?Ana respondeu imediatamente:— No armário do quarto,
— Rafael, o que houve?André olhou para o homem bebendo silenciosamente e se aproximou de Bruno.Assim que entrou, Rafael estava com uma cara fechada. A animação da turma diminuiu.— Foi bloqueado, né? — disse Bruno, conhecendo a situação e querendo provocar.Rafael ficou ainda mais irritado ao ouvir isso.Ele bateu o copo na mesa de vidro, afrouxando o colarinho da camisa com uma mão, mostrando impaciência.Rafael disse com raiva:— Já falei para não mencionar ela. Não entenderam?Bruno não disse mais nada.O ambiente ficou tenso, quem estava cantando parou e os outros ficaram em silêncio, sem coragem de falar.André se engasgou com a bebida. Júlia estava falando sério dessa vez?Lucas Santos, um pouco bêbado, perguntou baixinho a André:— A Júlia voltou?André balançou a cabeça, sem coragem de falar a verdade, apenas murmurando que não sabia.Lucas entendeu que Júlia ainda não voltou.O barman trouxe mais bebida, e alguém sugeriu:— Vamos jogar Verdade ou Desafio?Todos entenderam a
Júlia explicou:— Devo pedir desculpas por minha impulsividade e falta de juízo de anos atrás. Eu devo isso a ela.Patrícia quase se engasgou com a boca cheia de vinho e tossiu duas vezes, com o rosto cheio de rejeição:— Me poupe, amiga. Você sabe que a única matéria que precisei de recuperação foi a da professora Larissa. Só de pensar nela, já fico nervosa. Além disso, ela provavelmente nem lembra de mim. Não posso te ajudar.Júlia viu que Patrícia estava tentando escapar e não insistiu mais.Patrícia sorriu de forma astuta:— Mas, eu conheço alguém que pode ajudar. Você lembra do meu primo José Cardoso?Júlia tomou um gole pequeno de água e assentiu.José Cardoso, o mais jovem líder em Física do país, recentemente nomeado um dos dez jovens cientistas mais influentes do mundo pela revista Natural.Durante a graduação, estudou sob a orientação da professora Larissa em Ciências Biológicas Aplicadas, publicando cinco artigos em dois anos e sendo aclamado como um prodígio no campo.Depoi
Chegando mais perto, Rafael percebeu que a mulher alisou os cabelos ondulados que ele tanto gostava e os pintou de preto.Ela estava sem maquiagem e sem salto alto. Usava uma simples camiseta branca, bem discreta. Mas seus olhos… pareciam mais brilhantes, sem traço de tristeza ou abatimento.Se ela estava fingindo, Rafael tinha que admitir que ela fingia bem. Tão bem que isso o irritava.Júlia franziu a testa, conhecia Rafael bem demais. Aquele olhar era um sinal claro de que ele estava prestes a ficar com raiva.Rafael riu sarcasticamente e disse:— Depois de tanto tempo comigo, você deveria ter um padrão mais alto, né? Não dá para aceitar qualquer um. Senão, como eu fico, sendo seu ex?Exigências?Júlia quase riu. Mas havia uma tristeza oculta no seu riso, que Rafael não percebeu. Sua mente estava ocupada demais com a imagem de Júlia sorrindo para outro homem, o que só aumentava sua raiva.Ele atribuiu essa raiva ao seu ‘instinto territorial’.Júlia era um território que ele já havia