Os três saíram do restaurante.Patrícia brincou:— José, você é muito popular, né? Um monte de gente mais velha te cercou como se fossem fãs em cima de um ídolo.— Ídolo?— Ah, tipo uma pessoa famosa.José deu uma risadinha:— É só interesse mútuo, nada de ser um ídolo.Patrícia franziu o nariz:— Você bebeu? Está dirigindo?— Bebi um pouco, mas não estou dirigindo.— Bem, entra no carro. Vou te levar para casa com a Júlia.O carro de Patrícia parou na entrada da rua estreita, e ela não conseguiu entrar. José e Júlia desceram e caminharam lado a lado.A noite estava clara e uma brisa suave passava pela rua tranquila, onde se ouviam, uns miados de gato ao longe por vezes.José pisou em um saco de lixo e, ficou um pouco instável com a bebida na cabeça.Júlia perguntou com preocupada:— Tudo bem com você?— Desculpa, acabei bebendo um pouco mais hoje.Para evitar que o cheiro de álcool incomodasse Júlia, José até deu um passo para trás, aumentando a distância entre eles.A sinceridade des
Pela primeira vez, Júlia sentiu uma espécie de admiração inesperada.Ela ainda não sabia, mas esse sentimento complexo era chamado de...Admiração por força.…Após deixar os dois em casa, Patrícia virou o carro e seguiu para o bar. O trajeto foi tranquilo, mas ao chegar à porta do bar, pronta para estacionar.Soou um estrondo.Um Maserati veio pelo lado e bateu direto na traseira do carro dela.Patrícia ficou furiosa.Ela fechou a porta com força, foi até o outro carro e gritou:— Você não sabe dirigir, não? Sabe soltar o acelerador, ou acha que é piloto de corrida? Tá correndo nessa rua estreita, não presta atenção na frente? Metade do meu carro nem estava no estacionamento ainda! Não está vendo ou o quê? Como consegue bater assim?A porta do motorista do Maserati se abriu, e o homem desceu rindo:— Poxa, achei que fosse outra pessoa, que bobagem, não precisa ficar brava.Bruno desceu do carro com um sorriso debochado e foi até ela.Ela disse, alongando cada palavra, deixando bem c
A mulher terminou de falar, virou-se e saiu com seus saltos altos.Bruno soltou uma leve risada, desprezando claramente as palavras dela.Amargura do amor?Que piada!Assim que ela saiu, uma jovem saiu do bar, usando uma saia curta estilo colegial, com longas pernas brancas à mostra, cabelos cacheados caindo sobre os ombros, maquiagem impecável, parecia uma boneca de verdade.Ela se aproximou, assumindo que ele não a rejeitaria, mas no segundo seguinte, ele se esquivou, e com um movimento rápido, segurou a cintura de Patrícia e a puxou para perto.Patrícia que estava aproveitando o ‘show’, ficou surpresa.Bruno olhou para a garota e disse:— Desculpa, mas chegou tarde.A garota mordeu os lábios e lançou um olhar ressentido para Patrícia antes de ir embora, claramente chateada.Patrícia cruzou os braços e soltou uma risada fria:— Está me usando como escudo? Agora pode tirar essa mão imunda de mim, não acha?Bruno estava prestes a soltá-la, mas de repente decidiu não fazer isso:— Não v
A maneira dele era bem mais amplo que o do filho caçula da família Almeida.Patrícia observou Bruno com aquele olhar confiante, parecendo o dono do mundo. Seus olhos brilharam com um toque de ironia por alguns segundos.Ela perguntou:— Você tem certeza de que quer discutir uma parceria comigo?— Claro! Que olhar é esse? Tá subestimando quem?Ela o examinou de cima a baixo, uma vez, depois outra, avaliando cada detalhe. A família Rocha, afinal, é uma das maiores de Cidade J, bem acima da família do tal Almeida.Além disso, Bruno não reagiu quando a mulher anterior o provocou, o que indicava que ele tinha algum autocontrole.Embora ele fosse um playboy cheio de escândalos, ela nem estava pensando em namorar sério ou se casar com ele. Além disso…Ela também sabia se divertir! Perfeito!Seria ótimo: cada um na sua, sem interferências. E se esbarrassem por aí, poderiam até se divertir juntos.A melhor parte? Ele era do tipo que terminava relacionamentos sem amarras, o que significava que
— Cadê o segurança?! Alguém, pare eles!Na confusão, Melissa não se segurou e gritou com toda força:— Cadê a Fernanda Alves? Quem é Fernanda Alves! Eu estou procurando Fernanda Alves, manda ela aparecer!Melissa e o filho Vicente Oliveira chegaram em Cidade J dois dias atrás e foram direto visitar Viviane, que ainda estava no hospital, e então… simplesmente ficaram lá no quarto dela.Melissa comentou:— Para que hotel? Hotel custa dinheiro, né? E esse quarto de hospital tá ótimo, grande, espaçoso, e o melhor, é de graça!— Mas só tem uma cama, e você e o Vicente…— E daí? Mãe e filho, qual é o problema?Vicente, que havia acabado de almoçar enquanto palitava os dentes, concordou:— Exato! Em casa também dormimos juntos por vezes. Economizamos no ar-condicionado.Como não houve jeito de convencê-los, Melissa e Vicente ficaram de vez no quarto de Viviane.Conforme as regras do hospital, o quarto VIP tinha uma cama extra para acompanhantes, então ninguém reclamou.No fim das contas, tudo
A confusão do lado de fora rapidamente chamou a atenção das mulheres que estavam na sala privativa. Fernanda estava sendo puxada pelos cabelos por outra mulher, que gritava com ódio. Que cena! Devia haver um rancor gigantesco ali.As mulheres se entreolharam, trocando olhares rápidos e curiosos.Melissa, percebendo que havia plateia, ficou ainda mais animada:— Todo mundo, prestem atenção! Foi essa mulher aqui. O filho dela brincou com os sentimentos da minha filha, a engravidou e agora se recusa a assumir a responsabilidade!Ela apontou para Fernanda, com raiva.— A minha filha teve a vida destruída por causa disso! E essa daí, ainda por cima, se esconde de mim? Acham que, porque somos humildes, ninguém vai nos ajudar?Enquanto falava, Melissa arregaçou as mangas, pronta para mais confusão:— Todo mundo, peguem seus celulares e filmem! Vamos colocar isso na internet e expor essa família Lima. Quero ver todo mundo saber que tipo de gente vocês são, Fernanda! E o seu filho, aquele vagab
— Onde você está? Por que durante todos esses dias você não atendeu minhas ligações? Agora você não precisa mais da sua mãe, é isso?Fernanda disparou as perguntas, uma atrás da outra, em um tom cada vez mais pesado.Rafael respondeu com frieza:— Estava viajando a trabalho. Ocupado, sem tempo pra atender.Fernanda, irritada, respondeu:— Você vai voltar agora! Imediatamente! E se não voltar, não precisa mais me chamar de mãe!Rafael percebeu que o tom dela estava estranho. Sem fazer mais perguntas, desligou o telefone e foi direto para casa. Assim que chegou à porta, ouviu o som de um vaso se quebrando ao chão.Rafael parou por um instante, respirou fundo e entrou.— Mãe, cheguei.Ao ouvir a voz dele, Fernanda apareceu furiosa e começou a falar sem parar:— Que tipo de gente você anda se envolvendo? Viviane é uma vagabunda, isso eu já sabia, mas a família dela... São piores que bandidos! A mãe dela, então, é a própria encarnação de uma barraqueira! Gente baixa, nojenta! Eu sempre soub
— Não quer esperar? Vai embora, ué. Quem disse que alguém faz questão de te ver? — Patrícia revirou os olhos, claramente impaciente. — Com essa atitude aí, você ainda quer pedir favor?Bruno respirou fundo. Ele sabia que Patrícia praticava taekwondo. Provocar ela demais não ia acabar bem pra ele.— Não fica brava, não. — Bruno rapidamente forçou um sorriso. — Já te falei, estou precisando de uma ajuda de emergência. Você nessa calma toda, claro que eu fico nervoso.— Fala logo o que você quer. — Patrícia olhou para dentro do carro dele. — E aí... ainda tem cigarro aí?— Pra quê?— Me dá um.Bruno ficou sem palavras. Resignado, virou-se, abriu o carro e pegou um cigarro e o isqueiro para ela.Patrícia, no entanto, não pegou. Ela cruzou os braços, com um sorriso provocador.— Tá bom. — Bruno suspirou. — Parece que eu arrumei uma mãe, e não uma parceira.Ele abaixou a cabeça e acendeu o cigarro pra ela. Era a primeira vez que ele acendia um cigarro para uma mulher, e também a primeira vez