Dizendo isso, ela passou o papel e a caneta:— Então, eu vou indo.Lucas apenas sorriu e respondeu:— Claro. Até mais.— Sim, vamos, professor. Tem uma cafeteria bem perto de onde estamos moramos, é só atravessar a rua.Da última vez que conversou com Lucas sobre o assunto, ela também foi lá.…— Chegou o café!Arthur, Alan e Andressa vieram correndo.Andressa agradeceu:— Obrigado, professor, e obrigado também, Júlia!Alan brincou:— Pedir para vocês dois, que são tão ocupados, fazerem isso é realmente um pecado, viu!E ele colocou o canudo e deu um gole forte:— Ah, que refrescante!Andressa riu:— É tão exagerado assim?Arthur pegou os cafés dele e de Amanda, agradeceu a José e Júlia e foi direto até Amanda, onde colocou o copo à frente dela:— Aqui está o seu, Amanda.— Sim.Ao saber que José e Júlia foram juntos buscar os cafés, Amanda sentiu um desconforto, perdendo o apetite.E Arthur insistia sem perceber:— Amanda, por que não toma? Daqui a pouco o creme derrete e perde o sabo
Arthur chamou novamente:— Amanda?— O que foi?— Você estava falando com o corretor agora? Vai alugar um apartamento?Ela estava nervosa, com medo de que Arthur fizesse mais perguntas, e respondeu rispidamente:— Para que tanta pergunta?! O que você tem a ver com isso?!Arthur ficou um pouco chateado, mas não demonstrou:— Sou seu namorado, claro que me preocupo com você.— Procurei um namorado, não um pai.— Se você acha que eu falo demais… eu… posso falar menos?Ele falou com cuidado, tentando não a incomodar.Ao ver que ele não insistiu no assunto do aluguel, Amanda respirou aliviada e até suavizou o tom.Ela estendeu a mão:— Me dá logo aí…— O quê?— O café que você tá segurando, não trouxe para mim?Arthur sorriu:— Ah, sim! Quase esqueci…...Depois de uma semana no laboratório, Júlia finalmente saíram dois conjuntos de dados.Enfim, o progresso não estava mais tão apertado.No sábado, ela decidiu se dar um dia de folga.Patrícia chegou em um conversível, parando ao lado dela:
Ao mencionar a última vez em que bebeu demais, Patrícia ficou um pouco sem jeito e coçou o nariz:— Culpa da minha mãe, insistiu para eu ir a um tal de encontro jovem, mas era uma festa de arranjo de casamento.Jovens como ela, literalmente ‘na vitrine’, esperando alguém escolher.Lívia era ótima em tudo, exceto que se preocupava demais com os mínimos detalhes.Dizia coisas como: “não tem como ser feliz se a situação financeira não combinar”, ou que “experiência de vida prova que o amor depende de estabilidade econômica…”.Patrícia estava exausta com isso.Depois da última vez que voltou para casa, ela fez um acordo com Lívia: ela aceitaria um parceiro de família bem situada como ela, desde que ela mesma pudesse escolher.Como troca, Lívia prometeu que não a colocaria mais em nenhum desses encontros arranjados, festas, ou encontros sociais obrigatórios.Júlia perguntou:— Escolher você mesma?— Sim! Se a família dele tiver uma boa situação financeira, minha mãe aceita. É só escolher al
Os três saíram do restaurante.Patrícia brincou:— José, você é muito popular, né? Um monte de gente mais velha te cercou como se fossem fãs em cima de um ídolo.— Ídolo?— Ah, tipo uma pessoa famosa.José deu uma risadinha:— É só interesse mútuo, nada de ser um ídolo.Patrícia franziu o nariz:— Você bebeu? Está dirigindo?— Bebi um pouco, mas não estou dirigindo.— Bem, entra no carro. Vou te levar para casa com a Júlia.O carro de Patrícia parou na entrada da rua estreita, e ela não conseguiu entrar. José e Júlia desceram e caminharam lado a lado.A noite estava clara e uma brisa suave passava pela rua tranquila, onde se ouviam, uns miados de gato ao longe por vezes.José pisou em um saco de lixo e, ficou um pouco instável com a bebida na cabeça.Júlia perguntou com preocupada:— Tudo bem com você?— Desculpa, acabei bebendo um pouco mais hoje.Para evitar que o cheiro de álcool incomodasse Júlia, José até deu um passo para trás, aumentando a distância entre eles.A sinceridade des
Pela primeira vez, Júlia sentiu uma espécie de admiração inesperada.Ela ainda não sabia, mas esse sentimento complexo era chamado de...Admiração por força.…Após deixar os dois em casa, Patrícia virou o carro e seguiu para o bar. O trajeto foi tranquilo, mas ao chegar à porta do bar, pronta para estacionar.Soou um estrondo.Um Maserati veio pelo lado e bateu direto na traseira do carro dela.Patrícia ficou furiosa.Ela fechou a porta com força, foi até o outro carro e gritou:— Você não sabe dirigir, não? Sabe soltar o acelerador, ou acha que é piloto de corrida? Tá correndo nessa rua estreita, não presta atenção na frente? Metade do meu carro nem estava no estacionamento ainda! Não está vendo ou o quê? Como consegue bater assim?A porta do motorista do Maserati se abriu, e o homem desceu rindo:— Poxa, achei que fosse outra pessoa, que bobagem, não precisa ficar brava.Bruno desceu do carro com um sorriso debochado e foi até ela.Ela disse, alongando cada palavra, deixando bem c
No círculo de amigos, todos sabiam que Júlia Ferreira era loucamente apaixonada por Rafael Lima.Amava tanto que não tinha sua própria vida, nem seu espaço, e queria estar com ele 24 horas por dia.Cada vez que eles terminavam, em menos de três dias, ela voltava implorando por reconciliação. No mundo, qualquer um poderia falar a palavra ‘acabou’, exceto Júlia Ferreira.Quando Rafael entrou na sala abraçado com sua nova namorada, houve um silêncio estranho.Júlia, que estava descascando uma laranja, parou de repente e disse:— Por que ninguém fala nada? Por que estão me olhando assim?— Júlia... — Seus amigos olharam para ela com preocupação.Rafael, porém, agiu como se nada tivesse acontecido, abraçando a nova namorada e sentando-se no sofá.Ele disse ao aniversariante de hoje, o André Barbosa:— Feliz aniversário, André.Descaradamente.Júlia se levantou, não queria estragar o aniversário de André e falou:— Vou ao banheiro.Ao fechar a porta, ouviu a conversa continuar:— Rafael, Júl
Na mesa de café da manhã.Rafael perguntou para Ana:— Cadê a sopa de feijão?Ana respondeu:— Você está falando daquela sopa boa para o estômago?Rafael repetiu:— Sopa para o estômago?Ana explicou:— Sim, a que a Júlia fazia, com feijão-preto, batata-doce, cenoura e peito de frango. Não tive tempo para preparar, porque precisa cozinhar o feijão e os legumes desde a noite anterior, e de manhã, é preciso ficar mexendo. Eu não tenho a mesma paciência que a Júlia para ficar de olho na sopa o tempo todo.Rafael pediu para Ana trazer o molho para ele, experimentou um pouco e disse:— Por que o sabor está diferente? — Ele olhou a embalagem e não era a mesma.Ana respondeu:— Esse pote estava vazio. Só tenho este.Rafael pediu para Ana ir ao supermercado comprar mais um pouco, e Ana sorriu sem graça e disse:— É que essa receita foi a Júlia que fez, eu não sei preparar.Rafael subiu as escadas após bater a lata na mesa.Ana Maria observou Rafael subir as escadas, confusa. Por que ele estava
André perguntou:— Está com dificuldade de encontrar o lugar? Vou sair para ajudar...Notando a expressão nada boa do Rafael, André finalmente se tocou:— Epa! Rafael, Júlia ainda não… voltou, né?Já se passaram mais de três horas.Rafael deu de ombros:— Voltar? Você acha que terminar é brincadeira?Disse isso e passou por ele, sentando-se no sofá.André coçou a cabeça, “ sério mesmo? Será que foi de verdade dessa vez?”Mas logo balançou a cabeça, achando que estava pensando demais.Rafael pode até conseguir terminar de verdade, mas Júlia…Nenhuma mulher no mundo poderia aceitar terminar, mas ela não aceitaria. Isso é um fato reconhecido por todos.Bruno Rocha, sempre gostando de caos, cruzou os braços e sorriu:— Rafa, como você está sozinho? Você disse três horas, agora passou um dia.Rafael sorriu:— Perdi a aposta, qual vai ser a punição?Bruno levantou a sobrancelha: — Hoje vamos mudar o jogo, nada de bebida. Você vai ligar para a Júlia e, na voz mais doce, dizer: Desculpa, eu e