“As respostas estão no horizonte, tão longe
Ninguém tentou, mas hoje eu vou
Meu destino enfim vai se cumprir, de verdade
Sozinha estou, pro mundo eu vou
Este é o meu dever que o futuro trás
Muito pra aprender, eu não volto atrás
Para o mar eu vou, encarar quem sou
Me atirar enfim
Ela vai ser a luz a seguir na noite
O mar chamou, agora eu vou
Essa lua no céu que me sopra a verdade
E logo eu vou saber quem sou”
(Trilha sonora de “Moana” – Saber quem sou [segunda parte])
Dois anos depois...
— Você é a noiva mais linda que já vi na vida! Esquece o Heitor e casa comigo!
Ri da brincadeira feita pela minha melhor amiga, mas precisava admitir que nunca havia me achado tão bonita em nenhum
“Mudaram as estações, nada mudouMas eu sei que alguma coisa aconteceuTá tudo assim, tão diferenteSe lembra quando a gentechegou um dia a acreditarQue tudo era pra sempresem saber que o pra sempresempre acaba...”Renato Russo – Por enquanto Fevereiro – 2014Laís Eu estava no carro quando o meu celular tocou. Tinha acabado de sair de uma loja de conveniência, onde fui fazer algumas compras necessárias para a mudança que faria em dois meses. Letícia sabia o quanto eu era, como ela mesma dizia, a “chata certinha” que não admitia a ideia de atender o celular enquanto dirigia e,
Você marcou em minha vidaViveu, morreuNa minha históriaChego a ter medo do futuroE da solidãoQue em minha porta bate...(Tim Maia – Gostava tanto de você)Maio de 2018LaísDentre a lista das coisas que eu mais queria na vida, me formar vinha bem no topo, em um imutável primeiro lugar. O plano parecia, a princípio, bem simples: entrar na faculdade aos dezenove e sair dela devidamente formada, com o meu tão sonhado diploma de Veterinária, ao final de 10 semestres, enquanto eu me virava aos fins de semana em bicos para levantar uma grana e conseguir me sustentar. Eu não vinha de uma família rica, mas minha mãe sempre fizera de tudo para que nada faltasse a mim e a minha irmã, o que incluiu abrir uma caderneta de poupança para cada uma de n
“Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calmaAté quando o corpo pede um pouco mais de almaEu sei, a vida não paraEnquanto o tempo acelera e pede pressaEu me recuso, faço hora vou na valsaA vida é tão raraEnquanto todo mundo espera a cura do malE a loucura finge que isso tudo é normalEu finjo ter paciênciaE o mundo vai girando cada vez mais velozA gente espera do mundo e o mundo espera de nósUm pouco mais de paciênciaSerá que é tempo que lhe falta pra perceberSerá que temos esse tempo pra perder?E quem quer saber?A vida é tão rara...tão rara’(Lenine – Paciência)Laís— Vai
“Isabel, eu quero ser como vocêEsquecer e só fazer o que eu quiserSem sequer me preocupar por um segundoNo seu mundo ninguém pode entrarMas não faz mal, porqueIsabel só faz o que ela quer......Ela sabe o que ela querEla quer o mundo e quer sem demoraEla sabe o que ela querEla quer o mundo e ela quer agoraEla sabe o que ela quer...”(Capital Inicial – Isabel)LaísAquela tinha sido a decisão que mais me parecera coerente no momento. Agora eu pensava que, talvez, levar uma criança de quatro anos a um fast food às sete da manhã não era a mais saudável das atitudes. Mas o que fazer se na nossa geladeira não havia nada além de água, um pote de margarina e umas garrafa
“Nada sei dessa vidaVivo sem saberNunca soube, nada sabereiSigo sem saberQue lugar me pertenceQue eu possa abandonar?Que lugar me contémQue possa me parar?...Nada sei desse marNado sem saberDe seus peixes, suas perdasDe seu não respirarNesse marOs segundos insistem em naufragarEsse mar me seduzMas é só pra me afogarSou errada, sou erranteSempre na estradaSempre distanteVou errando enquanto o tempo me deixar passar.Errando enquanto o tempo me deixar.”(Kid Abelha – Nada sei)Laís— Quem sou eu?— Mamãe.— Isso! De novo! Quem sou eu?— Mamã
“Eu hoje joguei tanta coisa foraE vi o meu passado passar por mimCartas e fotografias, gente que foi embora.A casa fica bem melhor assimO céu de Ícaro tem mais poesia que o de GalileuE lendo teus bilhetes, eu penso no que eu fizQuerendo ver o mais distante sem saber voarDesprezando as asas que você me deuTendo a lua aquela gravidade aonde o homem flutuaMerecia a visita não de militares,Mas de bailarinosE de você e eu.Hoje joguei tanta coisa foraE lendo teus bilhetes, eu penso no que eu fizCartas e fotografias gente que foi embora.A casa fica bem melhor assim”(Paralamas do Sucesso – Tendo a lua)Novembro - 2017HeitorJá ha
“Nosso encontro aconteceu como eu imaginavaVocê não me reconheceu, mas fingiu que não era nadaEu sei que alguma coisa minha, em você ficou guardadaComo num filme mudo antes da invenção das palavrasAfinei os meus ouvidos pra escutar suas chamadasSinais do corpo eu sei ler nas nossas conversas demoradasMas há dias em que nada faz sentidoE os sinais que me ligam ao mundo se desligamEu sei que uma rede invisível irá me salvarO impossível me espera do lado de láEu salto pro alto eu vou em frenteDe volta pro presente”(Frejat – Túnel do Tempo)Maio – 2018Heitor— Irmão, será que você pod
“De você sei quase nadaPra onde vai ou porque veioNem mesmo seiQual é a parte da tua estradaNo meu caminho?Será um atalho?Ou um desvio?Um rio raso?Um passo em falso?Um prato fundo?Pra toda fome que há no mundoNoite alta que reveleUm passeio pela peleDia claro madrugadaDe nós dois não sei mais nada...”(Zeca Baleiro – Quase nada)HeitorEu sabia que Letícia havia me passado o endereço do tal apartamento onde ficaria em um dos últimos e-mails que trocamos. E, de fato, não demorei mais do que alguns minutos para encontra-lo pelo celular. Digitei no waze e segui para lá. Por ser um sábado, o trânsito estava ót