— Bateu nele?— Exatamente como o senhor me instruiu! — falou como se fosse um pequeno soldado dizendo que tinha cumprido sua missão.Só tive mais vontade de bater em Scott quando ele lançou uma piscadela para o garoto e a diretora balançou a cabeça de um lado para o outro novamente, imaginando o porquê de aqueles dois serem tão problemáticos.Estavam frequentemente na diretoria porque, lógico, eram influenciados a fazerem aquelas merdas.Não que eu não quisesse que Logan defendesse minha menina, mas não queria que as pessoas pensassem que éramos todos animais vivendo de uma forma onde só se conhece a violência.Eu, Chloe Legard, abominava violência. Pelo menos abominava que fosse direcionada para os meus pequenos, e abominava que eles usassem dela para resolver situações.Sabia que nem tudo poderia ser solucionado na base da pancadaria.— Olha, eu sinto muito que isso tenha se repetido. Vou conversar com as crianças e prometo que elas vão entrar na linha.— Não pode me prometer isso
Finalizei o discurso e após alguns minutos me retirei da sala.Ao longe pude ver Sophie conversando com Mandy enquanto Logan apenas observava a situação com os olhos cerrados e cara de poucos amigos. O cabelo claro agora parecia muito com o meu tingido, puxava para um tom quase branco, o deixando lindo.Decidida, me enfiei na sala de Scott e bati a porta assim que entrei. Seus olhos azuis foram do computador para mim e suas sobrancelhas arquearam ao me ver cruzando os braços com feição de quem estava pronta para matá-lo.— Você não pode ensinar essas merdas para ele! Caralho, Scott. Como eu vou falar para a Mia que ele brigou mais uma vez e que arrancou sangue de um garoto de dez anos? Está de sacanagem? Eu não vou tolerar uma merda dessas!O desgraçado apenas deu de ombros, como se ignorasse toda a minha fúria.— São Legards, você sabe que eu te defendia até do vento. Não vou deixar que a nossa filha seja machucada, e que ele apenas a observe em silêncio.Ri com sarcasmo, balançand
Faziam exatos dez dias que minha vida tinha virado um verdadeiro caos. Dez estressantes dias desde que Corey Legard havia anunciado que estava noivo e que planejava uma festa para marcar esse feito horrível.Meu chefe era um desmiolado.Não era preciso muita explicação para descrever um típico garoto rico que conseguia todas as mulheres que desejava. Corey foi assim a vida inteira. Ele olhava para uma garota, sorria para ela e então conseguia arrancar sua calcinha. O grande problema é que ele não gostava de repetir a mesma mulher — mais clichê que isso impossível — e partia para outras assim que conseguia uma transa. E então, o ciclo se iniciava mais uma vez... Uma busca quase comparada à caça, um olhar terrivelmente sedutor, o sorriso que ouso dizer ser um dos mais lindos que já vi, a lábia sem igual que era sua marca registrada, e por fim e não menos importante, a foda. Com todas as etapas concluídas, ele partia mais uma vez para outra. Corey parecia não cansar nunca, não conseg
Talvez cerca de cem quilos de papéis estavam sobre minha mesa, todos com palavras que descreviam problemas não resolvidos. Problemas que eu deveria dar jeito.Havia muita coisa para ser solucionado na Revista, mas eu deveria ignorar toda a papelada para continuar cuidando dos preparativos de um casamento que não me agradava nem um pouco. Ainda tinha que convencer o dono do castelo e providenciar a aliança nas Joalherias Calisto. Deveria ser de lá, única e especialmente feita para Lily. Essa exigência não sei se foi mesmo de Corey ou dela.— Senhorita J. ?Ergui o olhar para ter o vislumbre de um homem moreno, sorriso perfeito e terno chiquérrimo, me encarando com apenas metade do corpo dentro da minha sala. A outra metade ele sempre deixava do lado de fora para aumentar ainda mais as fantasias eróticas dos outros funcionários.— Olá, Andrew. Em que posso ajudar?Fiz a pergunta ainda focada em meus papéis, fingi não sucumbir aos efeitos terrivelmente sedutores daquele monumento de ho
Jazz ressoando pelo apartamento inteiro e o cheiro suave de um ótimo vinho tinto me inebriando, essa era de longe a descrição da minha noite perfeita. Não precisava de muito para me sentir satisfeita, para sentir paz.Passei o dia inteiro me desdobrando em mil para fazer tudo o que era possível na Hayans. Fiz mais umas trezentas ligações para resolver assuntos do casamento e tive uns quinhentos picos de raiva em cada uma delas. Mas a noite me pertencia. Não me permitiria continuar sofrendo mais, os últimos dias tinham feito o belo trabalho de me deixar em cacos. Bastava.— Ah, e teve aquela vez que meu pai pegou o Scott transando com uma garota no escritório dele na mansão. Acho que nunca vi Paul Legard tão decepcionado... Sendo assim, meus irmãos ganham de mim em "motivos para serem deserdados" — concluiu, bebendo o último gole do líquido tinto em sua taça.Eu não deveria deixar Corey beber, mas o final de semana estava próximo então, foda-se.— Depois dessa noite as coisas ficaram
— Corey, entenda uma só coisa: homem casado só dorme na casa de uma mulher que não seja a sua... Uma única mulher e uma única casa.— Posso saber em qual? — Cruzou os braços e já começou a ficar irritado.— A da sua mãe, óbvio. No mais, dormir no apartamento da melhor amiga está proibido. É assim que os relacionamentos são, bobão. — Me movimentei para deixar a cumbuca vazia no chão e fingi prestar atenção nas notícias.— Tá dizendo que eu não vou ser bem vindo aqui quando me casar? Você vai me excluir da sua vida? — Agora sim estava irritado.— É uma das consequências... Eu posso lidar com os boatos de que nós dois transamos, mas não posso lidar com o de que eu serei sua amante. Tudo tem limite. Você continuar vindo aqui só vai fazer as pessoas falarem mais bobagens do que já falam — expliquei, paciente.— As pessoas que importam sabem muito bem que nunca tivemos nada — replicou em um tom mais alto, indignado.— A sua noiva agora é uma das pessoas que importam, e ela não tem noção de
Estava digitando as últimas palavras do relatório que precisava ser entregue na manhã seguinte quando escutei o barulho da porta da sala se abrindo.Droga. Ele era sempre tão barulhento.Levantei o olhar para a porta fechada do meu quarto e Corey me encarou com o cenho franzido, como se perguntasse internamente quem estava às quase duas da manhã no meu apartamento.— Olha só, não sai desse quarto de jeito nenhum! — ordenei, me levantando rapidamente para correr até a sala e impedir a desgraça de acontecer.— Mas quem é? A Mia? — Elevou o tronco e se apoiou nos cotovelos, ficando em uma posição tão sexy e provocativa.Ah se não fosse o Corey...— Provavelmente — menti.Caminhei com passos apressados até a sala, rezando internamente para conseguir mandar o homem ir embora antes que o teimoso do meu melhor amigo fosse atrás de mim, no entanto, quando cheguei no cômodo não mais escuro, iluminado pela luz do abajur, não precisou de dois segundos para ser pega pela cintura e jogada sobre a
— Muito interessante essa ceninha de vocês dois, Chloe. Você está namorando e não passou pela sua cabeça me contar?— Ele não é meu namorado, Corey. O que acontece entre nós é sexo casual, e só. — Puxei a camisola para cima, tentando não deixar que meus seios fossem vistos.— Sexo casual. Sério? Você gosta que ele faça sexo casual com você nessa mesinha? — Se aproximou ainda mais e praticamente me encurralou ali, espalmando as mãos sobre a madeira fria, lado a lado de meu corpo quase descoberto. — Me diz, quantas vezes ele já te comeu aqui? — Soou tão rude que eu quase não o reconheci. Corey não era assim.— Talvez quatro ou cinco vezes nessa mesa. Duas no sofá e três na bancada da cozinha — respondi no mesmo tom estúpido que ele. — Me comeu gostoso em cada canto do apartamento, só nunca foi para a minha cama porque ele não passa de sexo casual, de um cara que não vai durar muito tempo na minha vida, porque eu sou previsível, certo? Eu afasto os homens de mim.Corey estava tão perto,