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CAPÍTULO 03 - Segredos Que Não Deveriam Ser Descobertos

Estava digitando as últimas palavras do relatório que precisava ser entregue na manhã seguinte quando escutei o barulho da porta da sala se abrindo.

Droga. Ele era sempre tão barulhento.

Levantei o olhar para a porta fechada do meu quarto e Corey me encarou com o cenho franzido, como se perguntasse internamente quem estava às quase duas da manhã no meu apartamento.

— Olha só, não sai desse quarto de jeito nenhum! — ordenei, me levantando rapidamente para correr até a sala e impedir a desgraça de acontecer.

— Mas quem é? A Mia? — Elevou o tronco e se apoiou nos cotovelos, ficando em uma posição tão sexy e provocativa.

Ah se não fosse o Corey...

— Provavelmente — menti.

Caminhei com passos apressados até a sala, rezando internamente para conseguir mandar o homem ir embora antes que o teimoso do meu melhor amigo fosse atrás de mim, no entanto, quando cheguei no cômodo não mais escuro, iluminado pela luz do abajur, não precisou de dois segundos para ser pega pela cintura e jogada sobre a mesa de madeira perto do sofá, tendo o homem alto se colocando no meio das minhas pernas bambas.

Ele amava me foder ali.

— Boa noite, linda. Senti sua falta.

As mãos do homem estavam desesperadas, assim como ele, e foram subindo minha camisola para cima em questão de nanosegundos, até que toda a parte de baixo estivesse descoberta só para ele explorar melhor.

Sempre tão apressado.

— Andrew, você tem que sair daqui. Volta amanhã, por favor. Hoje eu não podendo — supliquei desesperada.

— A gente dá um jeito, pequena. Sempre damos. — Depositou beijos pela extensão do meu pescoço e foi descendo para alcançar meus seios rígidos. As mãos grandes e fortes apertando minhas coxas, subindo para a lateral da calcinha, prontas para arrancá-la de mim e me deixar vulnerável a ele.

Resmunguei novamente, tentando afastar o homem, no entanto, nunca resistia a seu bom sexo e sua maravilhosa capacidade de me fazer gozar pra cacete enquanto me chupava.

E naquela fase do meu ciclo menstrual, próximo ao meu período fértil, eu ficava com tanto tesão que mal raciocinava direito.

Até me esqueci de que no meu quarto Corey estava esperando para dormirmos e que ouviria meus gemidos caso eu não resistisse mais aos toques deliciosos de Andrew, o homem que ele detestava.

— Andi... Por favor — balbuciei em meio aos seus beijos no meu seio sobre o tecido fino da camisola.

Sua mão direita alcançou minha calcinha e a afastou para o lado com a maior facilidade do mundo, tocando enfim minha pele quente.

Arqueei as costas não sabendo lidar de modo diferente com um estímulo tão bom.

— Senti sua falta de um jeito que chegou a doer, literalmente — sussurrou, aproximando mais seu corpo do meu, se é que era possível.

Não podia prosseguir com a cena pornográfica bem no canto da minha sala de estar, mas foi difícil brecar o homem. Dois dedos me invadiram sem aviso, e quando dei por mim, um gemido já havia saído de forma involuntária, ecoando pela sala.

E então aconteceu.

— Andrew? — A voz aguda e séria de Corey foi ouvida ressoando por todo o cômodo mais alto que o meu resmungo anterior. Travei e arregalei os olhos antes fechados, vendo a luz se acender por completo, dando visão suficiente para ele ter ciência das perversidades que fazíamos ali. — Não sabia que teríamos visita às duas da manhã.

O homem entre minhas pernas me olhou com certa raiva ao tirar sua boca do meu seio.

Ele não gostava o suficiente de Corey para engolir vê-lo em meu apartamento apenas de calça jeans e meias. Aquilo era como se todos os boatos tivessem fundamentos reais, já que praticamente ninguém na empresa sabia a minha real relação com a Família Legard, os grandes e respeitados donos de um império.

— Bom, costumo fazer elas quase sempre. Achei que já soubesse, sendo o melhor amigo — provocou, sem se mover, mantendo seus dedos dentro de mim.

Corey cerrou os punhos e trincou o maxilar. Uma falha tentativa de se controlar para não sair socando meio mundo.

— Não, eu não sabia. No entanto, posso ficar aqui a noite toda, só esperando por uma conversa digna, sobre um namorado — falou entredentes, me encarando como se quisesse me matar.

Merda.

— Bom, eu aguento a noite toda — Andrew retrucou com o duplo sentido soando forte. — Chloe sabe bem disso, não é, linda? — Voltou seus olhos escuros para mim e sorriu ladino.

— Eu quero que você vá embora, Andi. Por favor. Amanhã nós conversamos — implorei. Não queria ter que discutir nada na frente dele, muito menos explicar que o sexo casual entre nós não tinha nada a ver com uma relação séria, do tipo namoro.

Corey cruzou os braços e aquilo lhe deixou ainda maior e mais intimidador. Ficou ali, parado perto do sofá, a quatro metros de nós, só esperando que o seu subordinado na empresa atendesse meu pedido.

— Isso é injusto, pequena — resmungou me fazendo rolar os olhos. Odiava ter que insistir para atender a pedidos simples.

— Acho melhor você sair logo, Andrew, antes que sua desobediência te leve a uma perda de cargo dentro da empresa.

Mas não era possível! Corey ameaçando tirar o serviço do homem era ultrapassar limites. Ele não tinha o direito de controlar minha vida dessa forma.

— Calado, Legard — ordenei, lhe lançando o pior dos olhares.

— Tudo bem. Eu vou porque sei te respeitar. — Tirou os dedos de dentro de mim devagar e me encarou malicioso, levando os dois até sua boca para chupar com vontade e sorrir triunfante ao sentir meu gosto. — Sempre tão doce.

Quis estapear a cara dele por ser tão descarado, mas o que senti foi só excitação.

Sem esperar muito mais, ele caminhou até a porta. Voltou a olhar para Corey e depois levou sua íris escura até meu corpo estático ainda sentado sobre a mesinha.

— Vou levar a minha chave. — Balançou o objetivo no ar para mostrar que eu havia dado passe livre, que estávamos em um nível um pouco mais avançado. O que fez Corey me odiar, tinha certeza que sim.

Não respondi, apenas esperei que o homem saísse e trancasse a porta.

Dois segundos depois que fez isso, um Corey Legard muito bravo andou em minha direção e parou na minha frente, respirando tão fundo que podia ver seu peito descer e subir com brutalidade.

A brutalidade que ele desejou despejar em Andrew.

Os olhos com aquela sombra negra não era bom sinal. Além de sentir raiva, ele estava decepcionado por não saber sobre o que eu estava fazendo. Mas afinal, ele só sentiu na pele o que eu senti quando soube sobre seu noivado, a única diferença era que eu não me casaria e estragaria tudo para sempre.

Certo?

Certo!

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