Capítulo 6
Meia hora se passou, e quando meu pai percebeu que eu ainda não havia aparecido, seu rosto escureceu instantaneamente.

— Uma meia hora e ainda não apareceu, o que está acontecendo? Eu, como pai, não posso dar uma lição nela?

— Ela é realmente teimosa, ficou trancada tanto tempo e ainda não reconhece o erro.

— Quero ver o que ela está fazendo.

Com raiva, meu pai levantou-se, atirando a xícara que segurava no chão.

Eu estava silenciosamente atrás dele, observando-o, rindo internamente ao vê-lo, em sua fúria, esbarrar na cadeira, com uma expressão de desespero.

— Patrícia, espere aqui um momento, vou buscá-la para que peça desculpas a você.

Meu pai apressou-se em direção ao quarto onde eu estava trancada, mas antes de chegar lá, foi surpreendido por um rato que saiu correndo do depósito.

— O que está acontecendo? De onde veio esse rato?

Fábio, com o rosto pálido, virou-se com um olhar de relutância, dizendo: — Senhor, é melhor o senhor ver por si mesmo.

Observei meu pai caminhar rigidamente em direção ao depósito, onde logo encontraria meu corpo.

Para minha surpresa, senti uma certa excitação.

Eu me perguntava como ele reagiria ao ver o cadáver.

Será que ele ficaria assustado?

Papai se aproximou da porta, mas em vez de espiar para dentro, ele exclamou com uma voz cheia de desprezo.

— Débora, o que você está fazendo? Saia daí agora mesmo, ou você vai ficar aí para sempre!

Que piada!

Eu estava ao lado dele, ouvindo suas palavras de repreensão, e pensei com sarcasmo.

— Agora quer que eu apareça, mas é tarde demais!

— Eu também queria sair, veja minhas mãos, até o último momento eu bati desesperadamente na porta, tentando sobreviver, não me importando nem se meus dedos se quebrassem.

— Eu morri, você está satisfeito?

— Foi você quem me matou.

Ao ver que não havia movimento no depósito, papai espiou lá dentro. Na pequena área livre do depósito, havia um esqueleto desfigurado, cercado por ratos correndo de um lado para o outro.

— Ah!

Papai deu um passo para trás, surpreso, encostando-se na parede.

Os ratos que estavam roendo o cadáver se assustaram com o barulho e correram para todos os lados, e alguns até pularam em cima dele, fazendo-o saltar de susto.

Vendo-o fugir desajeitadamente, eu ri alto, satisfeito. Era raro vê-lo em tal estado de humilhação, e se eu pudesse filmar isso, seria ainda melhor, mas infelizmente não posso.
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