Você é minha

Ela arregalou os olhos, deixando cada aspecto do medo em evidência. O local onde havia sofrido o golpe doía, e ela já não podia parar de massagear a nádega direita.

– Fiquei preocupado de que fosse atacada, mas acho que você esperava alguém aqui.

Giulia se virou apressada. – Não. Eu não ia encontrar... – Mas ela percebeu que ele a devia desculpas outra vez. – Você está mudando de assunto. Quem te deu o direito de me tocar assim.

– Bom, se você deixa essa bunda grande para cima, espera que eu faça o que?

– Eu não... – Ela sentiu a ofensa atingir-lhe tanto que mal podia raciocinar. – Ok, eu não vou me explicar para você.

– Por que você não pode.

– Por que eu não quero. – Ela se levantou e tentou voltar pelo mesmo caminho.

Algo a bloqueava, e ela sentiu as mãos quentes como fogo conte-la com grande fúria, apertando-lhe o braço de uma forma tão possessiva que ela mais pareceu uma propriedade dele de fato.

– Nunca mais fale assim comigo.

Ela o encarou com desconfiança. – Quem você disse mesmo que é?

– Não importa quem eu sou. Você precisa tomar cuidado, senhorita.

– Cuidado com o que? – Ela encarou a mão que segurava-lhe o braço. – Me solta!

– Quem você veio encontrar aqui?

Ela estreitou os olhos. – Eu não te devo satisfações. Você acha que é o meu dono?

– Essa é a graça. Eu sou!

– Não, você não é... Ninguém é!

Ela tentou puxar o braço, mas aquilo pareceu sair pior do que deveria. E a briga piorou de uma forma tão intensa quando ela, do jeito desastrado de sempre, tropeçou e caiu, o levando consigo.

O homem deitado por cima dela pareceu não querer mais sair dali. – Você esta pedindo...

– Pedindo o que?

– Isso! – E mais uma vez ele a beijou.

Giulia Rossi se odiou por correspondê-lo daquela forma, mas quando ele colocou uma de suas mãos dentro do vestido, tão próximo aos seios, o que pareceu romântico somente para ela, se foi. A mulher abriu os olhos grandes e o empurrou mais uma vez.

– Saia! Eu não quero isso.

Ele apenas virou-se sem importar-se com a roupa perfeitamente alinhada e deitou-se no chão. – Eu vou esperar você me procurar.

– Eu não!

- Você vai. Eu não sei quem ele é, mas vai sair do meu caminho em breve.

– Não tem ninguém! Nem você.

Ele esboçou um sorriso. – Não sei por que, mas acho que você é uma ótima mentirosa.

– Um mentiroso reconhece o outro. – Ela deu-se conta apenas depois de falar.

– Eu sei disso! – O homem liberou um dos seus sorrisos sedutores como se estivesse satisfeito.

Giulia Rossi sentia-se ridícula por agir como uma garotinha apaixonada por um desconhecido, mas agora, as pernas cediam diante da supervisão calorosa daquele homem que a encarava por trás.

Ela andou tentando manter os passos retos para não parecer ainda mais afetada, enquanto também evitava olhar para trás. Ela era orgulhosa demais para isso e temia que ele a achasse indefesa.

De fato, Giulia Rossi treinou para lutar desde que ainda era uma simples criança. Os homens a temiam nos clubes, embora ela não pudesse ter certeza de que faziam aquilo por receio de machuca-la o suficiente para acabar ganhando um encontro para o inferno mais cedo.

Ela respirou aliviada quando pode ver as pessoas da festa aproximando-se cada vez mais dela. Giulia entrou pela porta do salão com o vestido leve e esvoaçante, enquanto observava as pessoas atentamente, a procura de alguém.

– Papai, nós podemos ir embora?

Mas o pai pareceu ocupado demais para dar-lhe importância. – Giulia, você já conhece o senhor Ferrara?

– Não, papai... – rapidamente o sorriso forçado instaurou-se nos lábios delicados. – Muito prazer.

– Senhor Rossi, não disse que a sua filha era uma moça tão bela! – O homem comemorou de uma forma indiscreta.

– Não é para você!

– Não... Mas nós podemos fazer negócios. O meu filho! Enzo? Enzo, venha aqui!

O homem alto aproximou-se dela, e Giulia não pareceu interessada. – Oi, pai?

– Essa é Giulia. Por que não dança com ela.

A garota demonstrou todo o seu olhar de desespero quando encarou o pai como um pedido de ajuda. – Pai? Eu estou tão cansada.

– Vai! – Foi tudo que ele disse, antes de começar a procurar pela própria esposa.

Ela deu as mãos ao homem, mas o rosto não podia negar a insatisfação de o ter tocando nela, especialmente quando lembrava-se do estranho no jardim.

A música melodiosa tocou com suavidade, enquanto ele pairava como um verdadeiro cavalheiro pela pista de dança. – Acho que o meu pai quer que eu me case.

A Giulia Rossi parecia estar ocupada demais olhando para o cavalheiro ao lado, para prestar atenção no que o pobre infeliz havia dito. – O que? Pode repetir?

– Você não pode ser assim quando nos casarmos. Eu odeio mulheres descuidadas.

Ela levantou a sobrancelha atrevida como um desafio. – O que foi que você falou?

– Quando nós...

– Isso eu entendi. Mas quem disse que eu vou me casar com você?

O Enzo Ferrara olhou para o pai que conversava calorosamente, e sorriu. – Acho que você é burra também. Não vê que estão negociando você.

– Eu não vou me casar com você!

– O que há de errado comigo?

– Tudo!

– Sua atrevida. Quando nós casarmos, vai ver o que eu farei...

Ela levantou a mão, sem ao menos tentar conter a raiva. Giulia Rossi estava prestes a bater em um futuro capo da máfia sem medir as consequências, mas a música subitamente parou de tocar. Ela sentiu-se girar na pista, e derrepente, sentiu os braços quentes de outro homem.

– Você realmente não tem jeito. Queria bater nele também?

– Oh, de novo não...

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