Giulia Rossi segurou a súbita vontade de segura-lo com as pernas. Aquilo provavelmente seria apenas mais uma munição para as fantasias depravadas do don. Ela o encarou com frieza, tentando controlar o medo de destruir-se completamente ao cair no andar de baixo, mas ele a inclinou, e ela ainda tinha que garantir estar completamente entregue ou cairia acidentalmente. Ele tocou-a no pescoço, e em seguida a puxou de volta. Por que? O que ele queria com tudo isso? – Terminou sua demonstração de força ou ainda quer me testar mais? Ele esfregou o rosto por alguma razão, e no instante em que a Giulia sentiu os pés colarem-se na segurança do chão outra vez, ele a segurou pelas coxas, pressionando-se ao corpo dela. O beijo roubado a deixou completamente fora de si. As pernas completamente abertas estavam na posição perfeita que ele tanto havia fantasiado, mas Leoni Messina conteve-se apenas em senti-la pela barreira da calcinha que ele jurou amaldiçoar. Ela segurou-o pelo rosto par
Giulia Rossi sentiu o cheiro de pólvora no instante em que abriu a porta de casa. Ela sabia que havia algo de errado assim que pisou no tapete de cor neutra estendido no meio da sala. As luzes acessas indicavam que todos estavam ali, em uma espécie de reunião. A Helena Rossi encarou a filha com as mãos ainda amarradas na parte de trás do corpo. Giulia correu em direção a ela, mas conteve-se no instante em que ouviu o som da arma ser destravada. Ela sabia bem que quem quer que a estava ameaçando, provavelmente atiraria sem pensar duas vezes. Eram os inimigos a invadirem a casa para mais um dos lendários sequestros? Era o seu pai que havia enlouquecido de vez? Ela tinha mais medo da segunda opção. A cabeça girou rapidamente, e ela pode ver os olhos tempestuosos do Felipo Rossi, ainda brincando de mirar-lhe o cano da arma. Os olhos pareciam fantasiar o momento em que balas a atingiram, mas ele ainda conteve o dedo parado no gatilho, o sentindo tremer cada vez mais. Giulia não con
– Don, nós temos uma reunião marcada hoje. É urgente! – Hum. Diga que eu estou muito ocupado. Talvez outra hora. – Ele nem mesmo ergueu a cabeça para olhar o consigliere parado na porta da sala do ultimo andar de um prédio luxuoso. Lucca Messina o encarou. – Eu tomei a liberdade de aceitar isso. – Com que permissão? – Ele ergueu apenas os olhos, encarando o irmão friamente. – Como o seu consigliere, eu tenho que tomar certas decisões. Além disso, foi um pedido especial do capo Rossi. – Que se foda! Eu não devo favores a um traidor. Ele ainda vai nos pagar caro pelos roubos. – É. Mas agora ele precisa do nosso tribunal. Já avisei aos capos que se reunissem. Leoni Messina finalmente deixou os papeis de lado. – Você esta sério demais. Por que isso agora?– É grave. – Você tem a minha atenção... diga de uma vez que merda aconteceu para te deixar assim. – É a... – Giulia? – Leoni Messina rapidamente levantou-se da mesa, antecipando algo sobre a mulher dos seus sonhos.
Giulia andou pelo longo corredor sentindo o coração tão acelerado que parecia prestes a explodir a qualquer momento. Os homens a encaravam brutalmente, com seus olhares julgadores, enquanto ela, como a única mulher em todo o prédio sentiu-se como um pedaço de bife de antílope no meio de leões famintos da savana africana. A vontade de correr parecia maior que tudo, mas ela precisava ser forte. Ela precisava que acreditassem que ela não tinha nada a ver com a fuga. Uma mão forte a puxou em direção ao corpo rígido, e ela subitamente suspirou de medo. Os rostos se encontraram muito próximos e a jovem donzela da máfia sentiu a repulsa surgir do fundo do amago até a garganta com grande velocidade. – Me solta! – Ela gritou, atraindo aos olhares dos homens presentes. – Ou o que? – Ou eu não respondo por mim. Enzo Ferrara riu, atraindo a atenção dos homens curiosos e que por vezes pensaram em fazer o mesmo ao agarrar a mulher que mais parecia uma atriz sexy de filmes de Hollywood
Leoni Messina desceu do escritório e observou os carros pretos parados em frente ao prédio. Ele direcionou um olhar mortal ao próprio irmão, que como consigliere, deveria ser o responsável por organizar a missão. – Isso é sério? – O que? – Lucca Messina tinha um ego sobre-humano ao apontar para o comboio como um verdadeiro cenário de guerra. – Eu fiz isso muito rápido. Sou muito... – Muito Imbecil. – o don o interrompeu. – Como você conseguiu pensar numa merda tão grande como essa? – Como assim? – Ele coçou a cabeça com tanta força que parecia tentar levar um pedaço do couro cabeludo em suas unhas. – Eu fiz tudo o que você me pediu. – Eu estou começando a me arrepender de ter te tornado o meu herdeiro. – O que? O que eu fiz? – Esquece! – Leoni Messina entrou no carro blindado sem dizer mais uma única palavra ao irmão estabanado. – O que eu fiz? – Lucca perguntou mais uma vez, insistindo na fúria do irmão. Os soldados bem armados estavam escondidos no interior dos veí
Giulia Rossi abraçou as crianças do orfanato como uma verdadeira política, embora fizesse de coração. O bebê preso a sua cintura mal podia desgrudar-se dela, mas subitamente ela encarou o quarto de portas abertas e olhou a mulher quase careca que lutava para beber agua. – Pode segurar ele? A noviça apenas sorriu gentilmente e pegou a criança nos braços, o levanto para longe. Giulia Rossi entrou no quarto sem qualquer convite e a serviu num copo de vidro. A garota jovem encontrou os olhos intensos da princesa da máfia que a ajudava e desviou rapidamente. As mãos trêmulas alcançaram o copo, mas ela retraiu-se profundamente no momento em que a primeira frase foi dita. – Você está bem? – Giulia perguntou. – Eu não entender bem. – Ela respondeu. Giulia sorriu, passando a liberar algumas palavras em russo. A mulher arregalou os olhos, ciente de que nunca conseguiria escapar do que quer que ela quisesse dizer. – Não, eu não falei nada. Não me mata! – Ela implorou. Giulia se
Leoni Messina estampou um grande sorriso sedutor enquanto se virava em direção a arma apontada para a própria testa. – Você não precisava fazer tanto suspense. – Giulia o repreendeu. – Olha, se você gosta de ser dominadora, nós vamos ter que negociar. Esse negócio de arma é broxante. Giulia estreitou os olhos em direção a ele e só então abaixou a arma. – Por que você fez isso? – Teoricamente, quem fez algo foi você. – Está falando da arma? Como eu poderia saber que isso aqui não era um sequestro? Ele riu. – Você anda bem preparada, eu tenho que admitir. – Não vou deixar ninguém me pegar viva. – Olha, eu não gosto de necrofilia, então nos temos um problema. Ela revirou os olhos, enquanto ele, da forma mais debochada possível a encarava com um breve sorriso de satisfação. – O que você quer comigo? Ele sentou-se na poltrona e passou a se balançar como se aquela fosse só mais uma conversa social. – Com quem você andou falando, amor? – Não entendi a sua pergunta.
Leoni Messina sentia-se indignado pela forma como aquela maldita garota ousou defender outro homem. Ele ajeitou a gravata e desceu até o carro, onde uma mulher o esperava lá dentroO silêncio como sempre prevaleceu enquanto a viagem seguia rumo a mais uma formalidade. Um de muitos compromissos que eles compareceriam apenas para manter as aparências de pessoas filantrópicas da sociedade mais rica da região. Leoni Messina nunca teve a mínima paciência para comparecer aos eventos da máfia, e deixar que o pai fosse a esses malditos jantares sozinho já não era uma opção. O maldito velho morreu e o deixou tudo que tinha, inclusive o legado de maldade e as cicatrizes na alma que nunca poderiam ser curadas. Ele desceu do carro e segurou na mão delicada da mulher, que em silêncio o acompanhou lado a lado. Ele, por certo, era pelo menos quinze anos mais velho que ela e isso servia apenas como mais uma munição para os paparazzis. – Fique aonde eu possa te achar! – Ele cochichou assim que