Leoni Messina estampou um grande sorriso sedutor enquanto se virava em direção a arma apontada para a própria testa. – Você não precisava fazer tanto suspense. – Giulia o repreendeu. – Olha, se você gosta de ser dominadora, nós vamos ter que negociar. Esse negócio de arma é broxante. Giulia estreitou os olhos em direção a ele e só então abaixou a arma. – Por que você fez isso? – Teoricamente, quem fez algo foi você. – Está falando da arma? Como eu poderia saber que isso aqui não era um sequestro? Ele riu. – Você anda bem preparada, eu tenho que admitir. – Não vou deixar ninguém me pegar viva. – Olha, eu não gosto de necrofilia, então nos temos um problema. Ela revirou os olhos, enquanto ele, da forma mais debochada possível a encarava com um breve sorriso de satisfação. – O que você quer comigo? Ele sentou-se na poltrona e passou a se balançar como se aquela fosse só mais uma conversa social. – Com quem você andou falando, amor? – Não entendi a sua pergunta.
Leoni Messina sentia-se indignado pela forma como aquela maldita garota ousou defender outro homem. Ele ajeitou a gravata e desceu até o carro, onde uma mulher o esperava lá dentroO silêncio como sempre prevaleceu enquanto a viagem seguia rumo a mais uma formalidade. Um de muitos compromissos que eles compareceriam apenas para manter as aparências de pessoas filantrópicas da sociedade mais rica da região. Leoni Messina nunca teve a mínima paciência para comparecer aos eventos da máfia, e deixar que o pai fosse a esses malditos jantares sozinho já não era uma opção. O maldito velho morreu e o deixou tudo que tinha, inclusive o legado de maldade e as cicatrizes na alma que nunca poderiam ser curadas. Ele desceu do carro e segurou na mão delicada da mulher, que em silêncio o acompanhou lado a lado. Ele, por certo, era pelo menos quinze anos mais velho que ela e isso servia apenas como mais uma munição para os paparazzis. – Fique aonde eu possa te achar! – Ele cochichou assim que
Os lances se passavam tão rápido que mal podia se acompanhar quem levantava as placas. O homem balançando o martelo apontado para diferentes pessoas estava em um ritmo frenético quase assustador, enquanto a Giulia Rossi desgastava o esmalte das unhas de tanta preocupação. “20mil, 30 mil, 40 mil dólares” e os malditos lances pareciam não ter fim. Os olhos atentos do Leoni Messina pareciam gravar os rostos de cada um dos malditos homens que demonstravam qualquer interesse por ela. Ele realmente achou que ninguém se atreveria. Não depois que o braço do Enzo Ferrara fora quebrado em quatro lugares diferentes. Mas Giulia Rossi era como uma beldade e ele sabia que ela valia o risco. Todos os outros homens sabiam também, e isso havia se tornado um grande problema. Ele mal podia conter o estado de fúria enquanto encarava o rosto de cada um dos homens os forçando a descer as placas de forma lenta e covarde. Giulia ainda estava ali, tremula, e ele daria tudo que tinha para arranca-la
– Oi, eu sou a Alessandra. Esse jantar é do meu pai. – Oi! – Giulia Rossi sorriu gentilmente, tentando parecer sociável. – Você não quer passear pelo jardim comigo? – Melhor não, o meu pai não aprovaria! – Ela disse, tentando escapar do contato. A mulher exibida a encarou de cima a baixo como se buscasse insistentemente por algum defeito, mas ela jamais os encontraria ali. Não havia qualquer tipo de modéstia na beleza da princesa da máfia, e ela soube no instante em que a analisou, o motivo para que um don estivesse enlouquecendo de paixão. – Eu aprovo... – Ele disse. – Ela é a filha do senador.. nós gostamos de boas relações com políticos. Eles sempre podem ser úteis! – O homem anunciou ao chegar de surpresa, assustando a própria filha. – Mas papai... – Vai com ela! Vai agora, Giulia! – Sim, papai. – Ela se levantou como um maldito zumbi. Não havia uma verdadeira obediência ou qualquer tipo de respeito por aquele homem, mas Giulia Rossi sabia muito bem que a própria
Giulia ainda estava sentada no balanço florido quando sentiu o coração vacilar nas batidas. Maldito traidor, estava nervoso por aquele homem outra vez. Ele apenas abriu o terno, deixando o colete levemente brilhante a mostra e fez um sinal para os homens que a vigiavam com suas vidas. – Esperem do lado de dentro, agora!– Sim senhor. E lá estava ela, sentindo o peito subir e descer com tanta violência que mal podia respeitar. Aquele homem exibido a encarava como se pudesse fazer uma loucura. Ele a agrediria? Ele a agarraria ali, depois de tantas recusas. E se aquele maldito homem lindo estivesse cansado de esperar pelo sim? Giulia sentiu tanto medo, mas não dele. Ela teve medo dos próprios sentimentos. Ela temeu a imaginação doentia que no fundo praticamente implorou para que aquela fosse uma opção. Talvez assim ela pudesse tê-lo sem culpa. Mas ela gostaria mesmo? Ela não sabia. Uma garota como ela nunca aprendera nada sobre o amor. Giulia Rossi o encarou tentando parecer
As mãos da garota deslizaram pelo terno macio em um abraço suspeito. O queixo tocando o ombro largo serviu apenas para tentar abafar os sons involuntários que ela inutilmente tentou conter. Ela era fraca? Provavelmente sim, mas como resistir ao que o Leoni Messina fazia naquele momento? As mãos deslizavam tão rápido, e ele era tão habilidoso que a pobre Giulia Rossi não pode afasta-lo mais. As unhas fincaram na roupa e ela o segurou enquanto chegava cada vez mais perto da sensação mais explosiva que já sentira na vida. Por que aquilo era tão diferente? Ela mesma se perguntava por que nunca tinha tentado tocar a si mesma antes, e agora estava deixando que as mãos de um estranho a invadisse sem nenhum pudor. Ele ainda estava sério e focado, como se o ato de fazer amor com os dedos o enchesse de ódio. Ele não era carinhoso, ou romântico. Ele era só um homem brutal que a masturbou sem permissão. Mas Leoni Messina ainda insistia em beijar-lhe o seio esquerdo, mordiscando o pequeno
Giulia Rossi já podia sentir o gosto ferroso da humilhação quando a mão desceu tão próximo ao rosto que a brisa pesada a bateu, forçando-a a fechar os delicados e tristes olhos. Ela estava tão assustada como nunca estivera na vida. O pavor a consumiu. Aquela foi a primeira vez em que sentiu que talvez merecesse o tapa. Depois do que ela deixou acontecer. Depois de como se deixou levar, a culpa a corroía tanto que ela mal podia respirar. Mas a mão não a atingiu, por mais que ela a desejasse como uma esperança de redenção. Giulia Rossi sentiu maldito cheiro familiar e amaldiçoou a própria memória por se lembrar dele tão bem. Os olhos praticamente se arrastaram para abrir. – Não se atreva! – Leoni Messina rosnou. O capo Rossi o encarou nos olhos como se realmente tivesse alguma capacidade para enfrenta-lo. – Solte a minha mão! – Fala baixo! – O don ordenou. – Abaixa essa merda de tom para falar comigo! Giulia sentiu o espanto a atingir. Por que aquele homem tinha sempre que p
– Essa casa parece um cemitério. Quem morreu? – Alessandra anunciou enquanto entrava na mansão. Giulia Rossi a agarrou pelo braço e a puxou até o andar de cima. A porta do quarto foi fechada com a mesma sutileza com a qual ela usava para se esgueirar pela casa sem ser notada pelo pai cujo dedo fora arrancado na última festa. – Você conversou com o don? – O que? – Alessandra sentiu o coração acelerar. – Alessandra, é uma pergunta muito simples. Depois que nós duas nos falamos, você conversou com ele?– Ah sim, claro. Ele me chamou para conversar um pouco, mas não aconteceu nada! – Ela parecia querer defender-se pela culpa de algo que nem mesmo sabia o que era. – O que você disse a ele sobre mim? – Eu não sei... ele perguntou.. eu acho que eu falei que... – Ela sabia que depois de contar, não teria volta. – Você falou a ele o que eu disse sobre não sentir nada por alguém, não é? – Acho que sim... – Ela tentou se redimir. – Mas por favor, eu não fazia ideia de que não d