– Essa casa parece um cemitério. Quem morreu? – Alessandra anunciou enquanto entrava na mansão. Giulia Rossi a agarrou pelo braço e a puxou até o andar de cima. A porta do quarto foi fechada com a mesma sutileza com a qual ela usava para se esgueirar pela casa sem ser notada pelo pai cujo dedo fora arrancado na última festa. – Você conversou com o don? – O que? – Alessandra sentiu o coração acelerar. – Alessandra, é uma pergunta muito simples. Depois que nós duas nos falamos, você conversou com ele?– Ah sim, claro. Ele me chamou para conversar um pouco, mas não aconteceu nada! – Ela parecia querer defender-se pela culpa de algo que nem mesmo sabia o que era. – O que você disse a ele sobre mim? – Eu não sei... ele perguntou.. eu acho que eu falei que... – Ela sabia que depois de contar, não teria volta. – Você falou a ele o que eu disse sobre não sentir nada por alguém, não é? – Acho que sim... – Ela tentou se redimir. – Mas por favor, eu não fazia ideia de que não d
> Oh por favor, me diga que não está chateada por aquele dia? < Giulia Rossi ignorou a mensagem. O dia passou calmo, mas o coração da garota ardia como álcool sobre uma ferida não cicatrizada. Ela se olhou no espelho como a mais radiante das mulheres. A marca no pescoço a deixou envergonhada, e ela passou a tentar cobri-la com maquiagem. Uma insistência sem sucesso, e após quase meia hora tentando vigorosamente cobrir com a base da cor da pele, Giulia rendeu-se a apenas jogar o cabelo para cobrir as marcas. Ela colocou o lindo vestido amarelo de seda fina, sem qualquer detalhe ou estampa para enfeita-lo além do corpo perfeito por baixo dele. A jovem abriu a porta do quarto e desceu as escadas, sentindo aquela maldita dor, mas não eram nos pés calçados com uma sandália muito alta, ou no cabelo vigorosamente penteado para o lado. Havia um pesar muito mais profundo, como a perda de alguém. Ela, no entanto, ainda não havia percebido que perdera a si mesma. O segurança abriu a
Giulia o encarou com seriedade, tentando encontrar qualquer desculpa que a justificasse de abandonar aquele maldito homem sozinho no jantar de trezentos mil dólares. Ele ainda parecia incisivo em cada uma das respostas . O don era como uma maldita e sabia raposa que conseguia prever cada um dos passos que a jovem donzela fazia. Ele sabia ler cada um dos sentimentos que ela estava sentindo e entendia o quanto ela queria fugir dali. Ele entendia o porque... – Você sempre tem que dizer esse tipo de coisa? – Já disse que gosto de ver você vermelha... Giulia recuou dois passos quando ele avançou sobre ela. – Fica longe de mim. Você não vai fazer isso comigo de novo.O pomo de Adão exposto quase a hipnotizou quando ele arqueou a cabeça para trás em um sorriso debochado envolto em sedutoras covinhas. Malditos furinhos lindos... – Eu lembro bem de você gostar... – E...- e- eu não... eu... – O peito subia e descia com velocidade. Ela não o queria, mas o corpo o reconhecera no in
Dois homens de preto eram realmente caricatos enquanto levavam a jovem mulher praticamente arrastada pelo braço em direção a uma sala fechada. Ela sabia bem o que estava fazendo ali e o que poderia acontecer-lhe ao ser levada até o don, mas não entendia o motivo. Por que ele estava tão bravo? Alessandra encarou os dois homens bonitos e concluiu que dormiria com qualquer um deles se aquilo fosse algum tipo de fantasia do homem que a esperava na sala. Leoni Messina sequer ergueu a cabaça quando a soltaram no chão do escritório, de joelhos para ele como uma boa submissa. – Deixem ela ai e saiam! – Ele ordenou. Alessandra o encarou com um certo medo, embora tentasse a todo custo parecer sexy o bastante. – Se isso for algum tipo de fetiche, três é o meu limite, querido. Ele não se surpreendeu com nenhuma palavra que aquela mulher havia dito. A pasta nas mãos significava que ele sabia de cada passo que ela havia dado na vida, e ele nem mesmo estava interessado o bastante para co
Havia algo de errado na ligação. O silêncio seguido era como uma maldita tortura que ela não podia entender. Giulia olhou para a porta do quarto fechada e suplicou para que o pai não a descobrisse ali. Fazer o que ela estava prestes a contar era, com certeza, uma traição a própria família, mas que escolha ela tinha? Ela não era uma traidora. Não como eles. Mas subitamente ela deixou que o desespero tomasse conta. O coração acelerado doía como nunca antes, e ela pensou no quanto tudo que tinha vivido era descartável. Mas de que forma ela o exigiria alguma coisa, depois de o dispensar? Os gemidos da mulher pareciam verdadeiros demais para ser alguém fingindo sobre algo. E por que tantos barulhos de tapas? Giulia não conseguia entender além do fato de que ele estava agora, provavelmente fazendo sexo com outra mulher que não ela. Por que ele tinha que ser assim? Por que ele tinha que superar tão rápido? – Se você está fazendo isso para se vingar, eu não me importo? Preciso conve
O carro passou a se movimentar, mas ela ainda parecia estar processando a informação. Como ele pode? Como ele ousou a sequestrar? Como conseguiu causar tanto pânico de propósito e ainda se divertir com a situação mesmo depois de tudo que havia feito a ela? Giulia estreitou os olhos e levantou a mão, pronta para socar-lhe no meio do nariz, mas ela subitamente abriu a mão e o estapeou. Ele não reagiu. Era como se ele achasse que merecia aquilo, ou talvez ele quisesse que ela fizesse aquilo. Mas num momento qualquer, uma chave girou e ele liberou um riso baixo e quase inaudível. – Você é muito corajosa, eu tenho que admitir... – Como você teve a audácia de me sequestrar? Ele umedeceu os lábios e tentou conter o sorriso. Mas não havia qualquer divertimento. O mafioso controlava as mãos, em uma vontade implacável de a enforcar dentro daquele carro. – Esse negócio de bater, vamos ter que negociar... eu sou dominador, e você, aparentemente... Giulia arregalou os olhos. – Você n
Giulia pensou duas vezes antes de descer do carro. O portão de ferro da mansão a encarou no momento em que ela colocou os pés no chão. Leoni Messina apenas olhava para o horizonte como se fosse apenas algo comum do qual ele estivesse acostumado a fazer. O homem passou a falar no telefone, enquanto ela se encantava com a beleza simples da casa branca. – Você vem? – Ele perguntou, desligando a ligação em seguida. Giulia deixou a distração de lado e o encarou com seriedade, como se estivesse com medo do que aconteceria a ela. – É aqui que você vai me matar? Ele apenas liberou um breve sorriso. Ela o odiou por isso. Por que Leoni Messina não podia responder a uma simples pergunta como uma pessoa normal? Mesmo assim, ela seguiu os instintos suicidas quando resolveu o acompanhar até a sala de estar da casa. E então, ele parou no meio do salão e abriu os braços. – Você gostou? – É linda. Você vai comprar? – Eu já comprei! – Ele afirmou, como se não custasse muita coisa abrir mã
– O que você está fazendo aqui? – Giulia perguntou. Os olhos fixos pareciam fuzilar o alvo a quem ela dedicava toda a sua ira. – Eu não sabia mais como falar com você. Giulia, você não responde mais as minhas mensagens. Você não quer atender as minhas ligações. Ela revirou os olhos de tanta impaciência. – Eu nem mesmo sei por que você está aqui agora. Eu ordenei para o meu segurança que você não deveria entrar aqui! – Eu sei... – Ela revirou os olhos. – Obrigada por isso. Estou com os joelhos doendo de tanto fazer... – Oh, não precisa nem dizer. Eu vou me encarregar de que ele seja devidamente punido. – Giulia empurrou a porta, esperando que pudesse fecha-la rápido o suficiente. Alessandra colocou o pé logo a frente, e se ela não fosse a filha de um senador, Giulia provavelmente o teria arrancado dali em uma amputação forçada. Mas ela sabia o problema que estaria envolvida no momento em que o pai corrupto da senhorita Stone descobrisse toda a verdade. – Espera! – Alessandr