Giulia pensou duas vezes antes de descer do carro. O portão de ferro da mansão a encarou no momento em que ela colocou os pés no chão. Leoni Messina apenas olhava para o horizonte como se fosse apenas algo comum do qual ele estivesse acostumado a fazer. O homem passou a falar no telefone, enquanto ela se encantava com a beleza simples da casa branca. – Você vem? – Ele perguntou, desligando a ligação em seguida. Giulia deixou a distração de lado e o encarou com seriedade, como se estivesse com medo do que aconteceria a ela. – É aqui que você vai me matar? Ele apenas liberou um breve sorriso. Ela o odiou por isso. Por que Leoni Messina não podia responder a uma simples pergunta como uma pessoa normal? Mesmo assim, ela seguiu os instintos suicidas quando resolveu o acompanhar até a sala de estar da casa. E então, ele parou no meio do salão e abriu os braços. – Você gostou? – É linda. Você vai comprar? – Eu já comprei! – Ele afirmou, como se não custasse muita coisa abrir mã
– O que você está fazendo aqui? – Giulia perguntou. Os olhos fixos pareciam fuzilar o alvo a quem ela dedicava toda a sua ira. – Eu não sabia mais como falar com você. Giulia, você não responde mais as minhas mensagens. Você não quer atender as minhas ligações. Ela revirou os olhos de tanta impaciência. – Eu nem mesmo sei por que você está aqui agora. Eu ordenei para o meu segurança que você não deveria entrar aqui! – Eu sei... – Ela revirou os olhos. – Obrigada por isso. Estou com os joelhos doendo de tanto fazer... – Oh, não precisa nem dizer. Eu vou me encarregar de que ele seja devidamente punido. – Giulia empurrou a porta, esperando que pudesse fecha-la rápido o suficiente. Alessandra colocou o pé logo a frente, e se ela não fosse a filha de um senador, Giulia provavelmente o teria arrancado dali em uma amputação forçada. Mas ela sabia o problema que estaria envolvida no momento em que o pai corrupto da senhorita Stone descobrisse toda a verdade. – Espera! – Alessandr
Leoni Messina caminhou pelo estacionamento vazio do próprio prédio. Ele tinha autoconfiança o suficiente para continuar o próprio caminho sem um único homem para protege-lo. A arma escondida no terno caro era um companheiro muito fiel que nunca o abandonara. Mas passos o seguiam sem que ele sequer olhasse para trás. Apenas uma vez teria sido p suficiente para verificar que um homem alto perseguia por aquele caminho de iluminação sutil. Leoni Messina tentava estender a amada como se realmente pudesse fazer aquilo. Os fones no ouvido provavelmente seriam a perdição de um homem que acreditava mandar no mundo. Ele esqueceu-se apenas do primeiro mandamento que o próprio instaurara assim que assumiu o cargo de capo dos capos: Não baixe a guarda nunca. O rapaz alto logo atrás estava pronto para sequestra-lo e leva-lo para onde quer que fosse preciso, mas no momento em que o clorofórmio foi derramado sobre o lenço sujo, Leoni Messina sentiu o cheiro. Ele reconheceria aquela droga em q
– Por favor, deixa eu organizar a sua festa de aniversário. Diz que sim... vai ser na minha casa, e eu prometo fazer uma coisa simples. – Não acho que você seja capaz de fazer algo simples, e também não faz muita diferença. Eu não tenho amigos para convidar. – Giulia anunciou. Ela havia desistido de ter amigos a muito tempo, mas de alguma forma aquilo ainda a incomodava. Era como ter um vazio a ser preenchido, e ela não sabia como fazer para conseguir tapar o buraco que ficou depois de tantos anos. O Felipo havia se encarregado de espantar cada uma das amizades mais próximas a irmã, apenas para que ela concentrasse nele, todos os esforços e a energia em ajuda-lo a resolver os problemas da máfia. Aquilo, na realidade, passara de ser uma ajuda, e naquele ponto, Giulia Rossi já podia comandar a família melhor que o irmão. Que capo desastroso ele se tornaria com o tempo. Que capo tenebroso ele seria sem ela para fazer todas as rotas que fossem necessárias. – Oh, então isso é mel
Leoni Messina ainda estava sentado na poltrona escura do escritório, mergulhado em pilhas de papeis a serem revisados dos inúmeros negócios lícitos que lavavam cada centavo da la cosa nostra. A secretaria bem vestida bateu na porta, anunciando que havia trazido pessoas para conversar com ele. – Mande embora. Eu estou ocupado. – Mas senhor... eles são investigadores e estão aqui para conversar sobre um caso que aconteceu nesse prédio a algumas noites. – Ela tentou convence-lo, mesmo sabendo que o chefe ficaria bravo pela interrupção. – Eles estão insistindo, senhor. Leoni Messina a encarou, pronto para dar-lhe uma resposta que provavelmente faria a pobre mulher correr para o banheiro e se debulhar em lágrimas de desespero, mas a mulher de terno invadiu a sala sem aviso. – Olá, Sr. Messina, eu sou a Olivia Carter. – Ela anunciou, ao se apresentar para o homem ainda sentado na poltrona. Ele a encarou. O rosto de traços finos eram bonitos demais para serem de uma policial de c
Giulia Rossi sentiu-se a mulher mais linda do mundo usando o vestido longo tomara que caia vermelho. Ela era a única. No momento em que a Alessandra a viu, o grito ecoou pelo quarto imenso. – O que você esta vestindo? – Você não gostou? – Giulia encarou o próprio corpo com surpresa. Aquele vestido de uma grande fenda lateral era tão perfeito que ela mal podia esperar para sair com ele. – Eu gostei, para uma festa de luxo. É só um aniversário, amiga. Como você vai dançar usando isso? – Mas eu consigo dançar com ele. Sempre danço nas festas da máfia. Alessandra direcionou-lhe um olhar enviesado, enquanto cruzava os braços. Os saltos bateram no chão enquanto ela parecia analisar o que fazer. O rosto impassível ainda podia transmitir o traço de duvida nas linhas de expressão finas e sutis que começará a aparecer. – Eu sei que você entende que essa não é uma festa da máfia. Nós não temos música clássica aqui. – Não vai ter música clássica? Alessandra a encarou com um certo
A música tocava freneticamente, enquanto Giulia Rossi começava a sentir-se bastante estranha. Bastou apenas um copo de tequila, para que um corpo sem nenhuma tolerância ao álcool entrasse em um completo declínio. O rosto maquiado parecia um pouco transtornado, embora ainda mantivesse os mesmos traços perfeitos. Giulia Rossi encarou as mulheres praticamente descontroladas que dançavam em cima de todos os lugares. Mesas, cadeiras e bancadas, nada fora poupado por aquelas pessoas que ela consideraria como selvagens se estivesse sóbria o bastante. – Agora, é a sua vez, Giulia! – Alessandra gritou, enquanto apontava o microfone para ela. Giulia Rossi virou-se em direção a escada e tentou correr. Pessoas a bloquearam como um maldito muro vivo que se formara, criando uma barreira da qual ela não podia passar. A forma como os homens a encaravam a deixava cheia de vergonha. – Você não pode fugir, meu bem! – Alessandra anunciou, a pegando pelo braço. – Tome isso! – Não, eu não quero b
Leoni Messina ainda sentia tanto ódio que mal podia se controlar ao leva-la para o andar de cima do prédio. O apartamento privativo que comprara apenas para encontros mais íntimos não era o lugar certo para leva-la, mas como deixar aquela mulher em casa no estado em que estava? O rancor tomou conta do homem no instante em que ele se lembrou da forma como o outro homem a tocou. Alguém teria que pagar por aquela maldita farra e não seria ela. Ele descobrira da pior forma que não a puniria gravemente e aquilo o estava destruindo por dentro. O homem ainda gostava de pensar que seria capaz de abrir mão de qualquer coisa se fosse necessário. Ninguém no mundo o faria se dobrar, mas ele sabia que mais uma vez aquela droga estava acontecendo. Ele fora dobrado por uma garota que mal parou de cheirar a leite. Giulia o encarou com os olhos dilatados e ele mal pôde notar a tonalidade verde intensa da íris perfeita. – Você é tão lindo. – Ela o acariciou no rosto, encarando a mais perfeita vis