Leoni Messina ainda sentia tanto ódio que mal podia se controlar ao leva-la para o andar de cima do prédio. O apartamento privativo que comprara apenas para encontros mais íntimos não era o lugar certo para leva-la, mas como deixar aquela mulher em casa no estado em que estava? O rancor tomou conta do homem no instante em que ele se lembrou da forma como o outro homem a tocou. Alguém teria que pagar por aquela maldita farra e não seria ela. Ele descobrira da pior forma que não a puniria gravemente e aquilo o estava destruindo por dentro. O homem ainda gostava de pensar que seria capaz de abrir mão de qualquer coisa se fosse necessário. Ninguém no mundo o faria se dobrar, mas ele sabia que mais uma vez aquela droga estava acontecendo. Ele fora dobrado por uma garota que mal parou de cheirar a leite. Giulia o encarou com os olhos dilatados e ele mal pôde notar a tonalidade verde intensa da íris perfeita. – Você é tão lindo. – Ela o acariciou no rosto, encarando a mais perfeita vis
Giulia Rossi sentiu a cabeça latejando como se mil demônios tivessem feito uma grande farra dentro do cérebro inteligente que ela tanto gostava. Ela resmungou, tentando abrir os olhos, mas aquela claridade doía como um pesadelo do qual não a permitia acordar. Com muito esforço, um olho fora aberto, seguido por outro. As pupilas verdes intensas se dilataram outra vez, mas ela já não estava drogada. O semblante de pavor a tomou por completo ao ver aquele homem ali, de olhos abertos a encarando com intensidade como um maldito vigia da noite. Giulia Rossi sentiu o coração disparar como o carro mais potente do mundo e sentiu a maciez das cobertas sobre o corpo esbelto. Ela levantou-a e encarou a própria nudez como mais um dos problemas que ela não queria acreditar que tivera. – Meu deus! – Ela o encarou. – Eu e você... no-no-nos...Ele franziu a testa e a encarou com uma grande interrogação no olhar perverso. – Você disse que se lembraria, amor. – Le-le-lembrar do que? – Le-le-l
Leoni Messina sentia o coração palpitar de tanto ódio. Ele mal pudera se conter durante toda a noite em que passou acordado, observando aquele maldito rosto perfeito como uma ninfa do campo. A mulher pelada na cama atormentou e tentou cada um dos escrúpulos que ele acreditou ter deixado de lado a muito tempo. Ela era a merda de um tendão de Aquiles e ele só percebeu isso tarde demais. A porta fora aberta, e Giulia saltou do carro ao lado dele, tímida demais para olhar para cima. Mas ele ainda estava ali, com sua figura seria e imponente, a encarando como se a qualquer momento fosse levantar o pé e a esmagar como um inseto. Ele nem mesmo piscou, para que o soldado entendesse a ordem de que deveria abrir as portas da casa sem qualquer resistência. Os homens até poderiam ser do capo Rossi, mas o capo pertencia ao don. Leoni Messina invadiu a casa e encarou o topo da escada como uma barreira para o objetivo. O mafioso se sentou na poltrona no meio da sala como se aquela casa perte
– Vai se vestir. Ninguém quer ver suas misérias flácidas. – Sim, senhor. – O homem levantou-se sem nenhum pudor, enquanto a pobre mulher continuava de joelhos. Leoni Messina encarou a garota de cabeça baixa, tremendo mais que um galho de arvore durante a tempestade. – E quanto a você... – Por favor, senhor, não me mata. Eu sou fiel a familia. – Eu posso notar... – Ele praticamente a escaneou, ainda nua ali. Giulia Rossi levantou a sobrancelha esquerda, como se o questionasse, mas ele não podia ver. O homem ainda estava de costas, e tinha um foco em outra coisa. – Eu só fiz o que ele mandou. – Quanto foi? – Como disse? – Quanto ele te pagou para você ter essa coragem. A mulher ainda encarava o chão como o objeto mais interessante daquela sala ampla e bem iluminada. – Nada, senhor. Leoni Messina usou o dedo indicador para guiar o queixo da mulher ao alto, e lá estava ela, o encarando com olhos pretos bastante profundos. – Isso é serio? – Sim, senhor. – Ele te
O velho tinha o braço alinhado sobre a mesa de estar, enquanto Felipo Rossi ainda de costas, tentava escapar do castigo que deveria ser para ele. O homem havia permitido que Giulia Rossi saísse de casa naquela noite, mas nunca imaginou que poderia acabar perdendo um membro como pagamento pelo erro. – Acaba logo com isso! – O velho gritou, embora os olhos estivessem desviados para o outro lado. Leoni Messina forçou Giulia a ajoelhar logo a frente do pai, e como um bom aproveitador, colocou-se oportunamente atrás dela, na posição mais sugestiva que conseguia.Ela sentiu-se ainda mais nervosa quando ele esfregou-se nela, e naquele momento, a garota não cometeria o erro de tentar agredi-lo outra vez. Giulia Rossi podia notar a protuberância a tocar e ficou nervosa de que ele pudesse perder a paciência e atirar contra o seu pai. – Vamos lá, amor. Você é corajosa. – Isso é uma loucura. Eu sou a responsável por tudo. Você não deveria punir a mim? Ele a encarou. – E o que acha que
Giulia Rossi sentou a mesa de um restaurante sofisticado e bateu os pés inquietos por um longo tempo, até que a mulher a que ela tanto esperava impacientemente chegasse ao mesmo local que ela. Os lustres já não pareciam mais tão interessantes depois de quase trinta minutos sentada ali, tentando inconscientemente não pensar no don.– Oi, eu me atrasei. – Alessandra colocou a bolsa de qualquer jeito na cadeira e sentou-se logo a frente. Giulia Rossi notou as marcas roxas pelo pescoço da garota no mesmo instante. O que havia acontecido naquela festa depois que ela fora levada? – O que foi isso em você? – Giulia apontou para as marcas que a mulher inutilmente tentou esconder. Alessandra olhou para a amiga com ares de superioridade, como se de alguma forma, sentisse que havia triunfado. A verdade é que qualquer coisa que fizesse para prejudicar a garota sentada a sua frente seria bom o bastante para deixa-la minimamente feliz. – Não foi nada. – O que aconteceu depois que eu sa
Giulia sentiu-se seguida mais uma vez, andando por aquela rua deserta do estúdio de dança a que tanto frequentava. Ela odiava o fato de estar sempre sendo seguida. Por que aquele homem ainda insistia em saber de cada um dos seus passos, se nem mesmo importava-se o bastante para acenar de volta em um restaurante. O veículo preto desacelerou assim que esteve ao lado dela. A porta se abriu como um prelúdio de um sequestro. Mais um... – Srta. Rossi, por favor, entre. – O homem anunciou. Giulia seguiu seu caminho, sem olhar para o homem que dirigia aquele carro maldito. – Eu estou atrasada para chegar em casa. – São ordens, Srta. Infelizmente eu não posso voltar sem você. Giulia Rossi deu de ombros. – Isso não é um problema meu! – O don disse que a Srta. Seria difícil. – Ah é? Ele previu que eu fosse mandar ele ir tomar naquele buraco escuro no meio das nádegas dele também? O homem ainda manteve o semblante estranhamente sério, enquanto concentrava-se sobrenaturalmente o su
– Você esta falando de que? – Giulia ainda tentava segurar o pulso do homem que mantinha as mãos bem presas dentro da calça moletom que ela colocou achando estar segura. – Você não tentou enlouquecer os meus soldados no carro? – Ele ainda a estimulava com os dedos, embora não fosse tão cuidadoso. Leoni Messina tinha a intenção de causar tanta dor quanto o prazer. – Tira as suas mãos de mim, por favor... – Ela suplicou.– É o que você quer? – Sim! Ele praticamente arrancou as mãos de dentro dela como numa maldita separação que não era esperada. Leoni Messina enfiou as mãos nos bolsos, embora ainda estivesse tão ofegante quanto ela. – Pronto! Você pode ir embora agora! – Ele ordenou. Giulia ainda continuou parada no mesmo lugar, sentindo a confusão penetrar no cérebro como algo irreversível. Ela olhou para o semblante de ódio daquele homem e não conseguiu compreender como ele pôde virar o jogo tão rápido. Como ele conseguia ser tão gentil e tão manipulador ao mesmo tempo? A m