Giulia sentiu-se seguida mais uma vez, andando por aquela rua deserta do estúdio de dança a que tanto frequentava. Ela odiava o fato de estar sempre sendo seguida. Por que aquele homem ainda insistia em saber de cada um dos seus passos, se nem mesmo importava-se o bastante para acenar de volta em um restaurante. O veículo preto desacelerou assim que esteve ao lado dela. A porta se abriu como um prelúdio de um sequestro. Mais um... – Srta. Rossi, por favor, entre. – O homem anunciou. Giulia seguiu seu caminho, sem olhar para o homem que dirigia aquele carro maldito. – Eu estou atrasada para chegar em casa. – São ordens, Srta. Infelizmente eu não posso voltar sem você. Giulia Rossi deu de ombros. – Isso não é um problema meu! – O don disse que a Srta. Seria difícil. – Ah é? Ele previu que eu fosse mandar ele ir tomar naquele buraco escuro no meio das nádegas dele também? O homem ainda manteve o semblante estranhamente sério, enquanto concentrava-se sobrenaturalmente o su
– Você esta falando de que? – Giulia ainda tentava segurar o pulso do homem que mantinha as mãos bem presas dentro da calça moletom que ela colocou achando estar segura. – Você não tentou enlouquecer os meus soldados no carro? – Ele ainda a estimulava com os dedos, embora não fosse tão cuidadoso. Leoni Messina tinha a intenção de causar tanta dor quanto o prazer. – Tira as suas mãos de mim, por favor... – Ela suplicou.– É o que você quer? – Sim! Ele praticamente arrancou as mãos de dentro dela como numa maldita separação que não era esperada. Leoni Messina enfiou as mãos nos bolsos, embora ainda estivesse tão ofegante quanto ela. – Pronto! Você pode ir embora agora! – Ele ordenou. Giulia ainda continuou parada no mesmo lugar, sentindo a confusão penetrar no cérebro como algo irreversível. Ela olhou para o semblante de ódio daquele homem e não conseguiu compreender como ele pôde virar o jogo tão rápido. Como ele conseguia ser tão gentil e tão manipulador ao mesmo tempo? A m
Giulia Rossi sentiu a dor assim que entrou na casa. Seu pai estava de volta pela primeira vez desde que sofrera com a agressão da própria filha. Ela sentiu um remorso tão grande que mal podia respirar, e foi quando ela finalmente entendeu o que o Leoni Messina quis dizer quando a castigou daquela forma. Ela abaixou a cabeça e tentou passar despercebida em meio ao tapete vermelho, gloriosamente esticado nas escadas. – Você! – O velho apontou para ela com o dedo inquisidor que não fora arrancado. – Isso tudo é culpa sua. – Não... – ela mal podia olhar para ele e encarar a mão recém costurada como um Frankenstein. – Eu não tive culpa. Ele avançou sobre ela. – Você foi a culpada por tudo. Você tinha que usar esse seu maldito charme para seduzir o don, não é? – Pai, não provoque ela ainda mais. – O Felipo implorou como um covarde que temia a ira de um homem implacável sobre ele. – Você vai me pagar caro. Eu vou encontrar um homem que se case com você, e eu vou me encarregar de
Leoni Messina conseguia sentir o cheiro de medo por entre as paredes daquela sala enorme, mas quando Giulia Rossi direcionou-lhe um olhar enviesado e cheio de perguntas, ele sentiu pela primeira vez que não deveria ter feito o que acabara de tentar. O homem a jogou sobre a cama, mas cada beijo não parecia igual. Ela não tinha o mesmo sabor de quanto o dava por livre vontade a ele, e sem pestanejar, o mafioso saiu de cima dela, rolando sobre a cama, para ficar logo ao lado. Ambos respiravam de uma forma pesada, deixando o ambiente ainda mais estranho que o normal. Havia algo dentro daquele homem que o impedia de agir da forma como costumava fazer e aquilo era o que mais o fazia odiar toda a cena. Ele sabia que ela o afetava mais do que gostava de admitir. Leoni se levantou e colocou a camisa outra vez, após sua mal sucedida tentativa de consumar um relacionamento que parecia existir somente para ele. – Melhor você ir para a sua casa. Giulia Rossi se sentou na cama e o encarou c
– Vem aqui! – Leoni Messina gesticulou com os dedos, esperando que ela tirasse a roupa por completo. Giulia nunca se sentiu tão nervosa na vida como aquele momento em que se despira completamente para um homem. Ela até poderia pensar que aquela não era a sua primeira vez sem roupas, mas definitivamente era para ela sóbria, e naquele momento ela desejou ter um copo de tequila para não sentir tanta vergonha de si mesma. Ele olhava para ela com cada gesto que fazia, como se não pudesse perder nenhum movimento, mas a forma seria com a qual ele se prostrara na poltrona escura num canto do quarto a deixara ainda mais apreensiva. Ela terminou de tirar a calcinha, sentando no colchão confortável da cama Queen size no quarto. Os olhos brilhantes estavam cheios de medo e o cabelo longo caia cobre os ombros, deixando-a ainda mais atraente que o normal. Leoni Messina se levantou da poltrona e viu a forma como ela se contraiu de medo. Aquilo não deveria acontecer. Mesmo assim, ele focou o
Ela adormeceu rápido demais sobre o peito levemente cabeludo do homem que a estava abraçando naquela noite fria. Foi a primeira vez que ela se sentiu tão vulnerável e tão segura ao mesmo tempo. Foi como poder ser ela mesma uma única vez na vida. E Giulia Rossi estava tão feliz que as faces ainda estavam rosadas, expondo os delicados lábios levemente erguidos em um sorriso de bom humor, mesmo dormindo. Leoni Messina manteve-se de olho aberto, assim como fizera quando dormiu com ela pela primeira vez. Mas naquele momento, a sensação de ter perdido algo parecia se intensificar dentro dele. E ele sabia bem o que havia perdido, e sabia ainda mais o que estava em jogo se ela soubesse de toda a verdade. Ele deveria resolver todas as coisas que fossem preciso antes que estas voltassem para assombra-lo, estourando sobre as cabeças do casal como uma bomba que destruiria tudo que ele havia conseguido ao lado dela. Leoni Messina respirou fundo, sentindo a aflição tomar conta dele, enquanto
Giulia Rossi sentiu uma dor muito grande no peito quando percebeu que estava sozinha naquele apartamento enorme. Ela jogou os lençóis para o lado e se levantou, mas a intimidade doía tanto... ela não esperava que algo tão bom se tornasse uma tortura pela manhã. Os olhos cheios de lágrimas focaram na cama de forro branco, cuja a limpeza fora completamente maculada por uma mancha de sangue no centro, simbolizando o quanto ela havia sido precipitada. Ele, agora, havia conseguido exatamente o que queria, e não tinha como voltar atrás. O maior medo da Giulia Rossi havia se concretizado, e lá estava ela, abandonada como todas as outras mulheres que se entregaram para ele. Giulia arrancou os lençóis da cama com grande brutalidade e pensou em troca-los por outros, mas não conseguiu achar novos, por mais que procurasse. Então, ela os embolou e jogou no chão, num canto isolado do quarto. A garota entrou no banheiro e ligou o chuveiro. Ela não esperava que a água ardesse tanto a intimidade
Ela encarou a tela como se previsse o futuro. Assim que o telefone tocou, Giulia Rossi o atendeu instantaneamente. A voz do outro lado da linha ainda soava como uma música bem vinda para ela. – Não é bizarro quando você está pensando em alguém e ela te liga? – Ele brincou. – Eu não estava pensando em você. – Ai. Você gosta de me magoar. Giulia sorriu. – Só um pouco. Leoni Messina respirou fundo do outro lado da linha. – Espere eu chegar em casa. Você vai ver quem machuca quem...– Vai me castigar por isso, Sr. Messina? – E você vai adorar isso! Ele desligou o telefone, deixando-a perfeitamente vigiada na loja em que estava. Era ainda mais obsessivo do que havia imaginado, ao colocar um segurança para grava-la em tempo real sempre que fosse necessário ver o que a pobre garota estava fazendo. Ele, no entanto, não gostaria que ela soubesse das atividades bem longe dela. Um dos motivos para que a garota tivesse tantos guardas costas também se dava ao fato de que ele não p