Leoni Messina sentia o coração palpitar de tanto ódio. Ele mal pudera se conter durante toda a noite em que passou acordado, observando aquele maldito rosto perfeito como uma ninfa do campo. A mulher pelada na cama atormentou e tentou cada um dos escrúpulos que ele acreditou ter deixado de lado a muito tempo. Ela era a merda de um tendão de Aquiles e ele só percebeu isso tarde demais. A porta fora aberta, e Giulia saltou do carro ao lado dele, tímida demais para olhar para cima. Mas ele ainda estava ali, com sua figura seria e imponente, a encarando como se a qualquer momento fosse levantar o pé e a esmagar como um inseto. Ele nem mesmo piscou, para que o soldado entendesse a ordem de que deveria abrir as portas da casa sem qualquer resistência. Os homens até poderiam ser do capo Rossi, mas o capo pertencia ao don. Leoni Messina invadiu a casa e encarou o topo da escada como uma barreira para o objetivo. O mafioso se sentou na poltrona no meio da sala como se aquela casa perte
– Vai se vestir. Ninguém quer ver suas misérias flácidas. – Sim, senhor. – O homem levantou-se sem nenhum pudor, enquanto a pobre mulher continuava de joelhos. Leoni Messina encarou a garota de cabeça baixa, tremendo mais que um galho de arvore durante a tempestade. – E quanto a você... – Por favor, senhor, não me mata. Eu sou fiel a familia. – Eu posso notar... – Ele praticamente a escaneou, ainda nua ali. Giulia Rossi levantou a sobrancelha esquerda, como se o questionasse, mas ele não podia ver. O homem ainda estava de costas, e tinha um foco em outra coisa. – Eu só fiz o que ele mandou. – Quanto foi? – Como disse? – Quanto ele te pagou para você ter essa coragem. A mulher ainda encarava o chão como o objeto mais interessante daquela sala ampla e bem iluminada. – Nada, senhor. Leoni Messina usou o dedo indicador para guiar o queixo da mulher ao alto, e lá estava ela, o encarando com olhos pretos bastante profundos. – Isso é serio? – Sim, senhor. – Ele te
O velho tinha o braço alinhado sobre a mesa de estar, enquanto Felipo Rossi ainda de costas, tentava escapar do castigo que deveria ser para ele. O homem havia permitido que Giulia Rossi saísse de casa naquela noite, mas nunca imaginou que poderia acabar perdendo um membro como pagamento pelo erro. – Acaba logo com isso! – O velho gritou, embora os olhos estivessem desviados para o outro lado. Leoni Messina forçou Giulia a ajoelhar logo a frente do pai, e como um bom aproveitador, colocou-se oportunamente atrás dela, na posição mais sugestiva que conseguia.Ela sentiu-se ainda mais nervosa quando ele esfregou-se nela, e naquele momento, a garota não cometeria o erro de tentar agredi-lo outra vez. Giulia Rossi podia notar a protuberância a tocar e ficou nervosa de que ele pudesse perder a paciência e atirar contra o seu pai. – Vamos lá, amor. Você é corajosa. – Isso é uma loucura. Eu sou a responsável por tudo. Você não deveria punir a mim? Ele a encarou. – E o que acha que
Giulia Rossi sentou a mesa de um restaurante sofisticado e bateu os pés inquietos por um longo tempo, até que a mulher a que ela tanto esperava impacientemente chegasse ao mesmo local que ela. Os lustres já não pareciam mais tão interessantes depois de quase trinta minutos sentada ali, tentando inconscientemente não pensar no don.– Oi, eu me atrasei. – Alessandra colocou a bolsa de qualquer jeito na cadeira e sentou-se logo a frente. Giulia Rossi notou as marcas roxas pelo pescoço da garota no mesmo instante. O que havia acontecido naquela festa depois que ela fora levada? – O que foi isso em você? – Giulia apontou para as marcas que a mulher inutilmente tentou esconder. Alessandra olhou para a amiga com ares de superioridade, como se de alguma forma, sentisse que havia triunfado. A verdade é que qualquer coisa que fizesse para prejudicar a garota sentada a sua frente seria bom o bastante para deixa-la minimamente feliz. – Não foi nada. – O que aconteceu depois que eu sa
Giulia sentiu-se seguida mais uma vez, andando por aquela rua deserta do estúdio de dança a que tanto frequentava. Ela odiava o fato de estar sempre sendo seguida. Por que aquele homem ainda insistia em saber de cada um dos seus passos, se nem mesmo importava-se o bastante para acenar de volta em um restaurante. O veículo preto desacelerou assim que esteve ao lado dela. A porta se abriu como um prelúdio de um sequestro. Mais um... – Srta. Rossi, por favor, entre. – O homem anunciou. Giulia seguiu seu caminho, sem olhar para o homem que dirigia aquele carro maldito. – Eu estou atrasada para chegar em casa. – São ordens, Srta. Infelizmente eu não posso voltar sem você. Giulia Rossi deu de ombros. – Isso não é um problema meu! – O don disse que a Srta. Seria difícil. – Ah é? Ele previu que eu fosse mandar ele ir tomar naquele buraco escuro no meio das nádegas dele também? O homem ainda manteve o semblante estranhamente sério, enquanto concentrava-se sobrenaturalmente o su
– Você esta falando de que? – Giulia ainda tentava segurar o pulso do homem que mantinha as mãos bem presas dentro da calça moletom que ela colocou achando estar segura. – Você não tentou enlouquecer os meus soldados no carro? – Ele ainda a estimulava com os dedos, embora não fosse tão cuidadoso. Leoni Messina tinha a intenção de causar tanta dor quanto o prazer. – Tira as suas mãos de mim, por favor... – Ela suplicou.– É o que você quer? – Sim! Ele praticamente arrancou as mãos de dentro dela como numa maldita separação que não era esperada. Leoni Messina enfiou as mãos nos bolsos, embora ainda estivesse tão ofegante quanto ela. – Pronto! Você pode ir embora agora! – Ele ordenou. Giulia ainda continuou parada no mesmo lugar, sentindo a confusão penetrar no cérebro como algo irreversível. Ela olhou para o semblante de ódio daquele homem e não conseguiu compreender como ele pôde virar o jogo tão rápido. Como ele conseguia ser tão gentil e tão manipulador ao mesmo tempo? A m
Giulia Rossi sentiu a dor assim que entrou na casa. Seu pai estava de volta pela primeira vez desde que sofrera com a agressão da própria filha. Ela sentiu um remorso tão grande que mal podia respirar, e foi quando ela finalmente entendeu o que o Leoni Messina quis dizer quando a castigou daquela forma. Ela abaixou a cabeça e tentou passar despercebida em meio ao tapete vermelho, gloriosamente esticado nas escadas. – Você! – O velho apontou para ela com o dedo inquisidor que não fora arrancado. – Isso tudo é culpa sua. – Não... – ela mal podia olhar para ele e encarar a mão recém costurada como um Frankenstein. – Eu não tive culpa. Ele avançou sobre ela. – Você foi a culpada por tudo. Você tinha que usar esse seu maldito charme para seduzir o don, não é? – Pai, não provoque ela ainda mais. – O Felipo implorou como um covarde que temia a ira de um homem implacável sobre ele. – Você vai me pagar caro. Eu vou encontrar um homem que se case com você, e eu vou me encarregar de
Leoni Messina conseguia sentir o cheiro de medo por entre as paredes daquela sala enorme, mas quando Giulia Rossi direcionou-lhe um olhar enviesado e cheio de perguntas, ele sentiu pela primeira vez que não deveria ter feito o que acabara de tentar. O homem a jogou sobre a cama, mas cada beijo não parecia igual. Ela não tinha o mesmo sabor de quanto o dava por livre vontade a ele, e sem pestanejar, o mafioso saiu de cima dela, rolando sobre a cama, para ficar logo ao lado. Ambos respiravam de uma forma pesada, deixando o ambiente ainda mais estranho que o normal. Havia algo dentro daquele homem que o impedia de agir da forma como costumava fazer e aquilo era o que mais o fazia odiar toda a cena. Ele sabia que ela o afetava mais do que gostava de admitir. Leoni se levantou e colocou a camisa outra vez, após sua mal sucedida tentativa de consumar um relacionamento que parecia existir somente para ele. – Melhor você ir para a sua casa. Giulia Rossi se sentou na cama e o encarou c