Denny, o traidor

Danilo levou Maya pra almoçar enfim, e durante esse almoço instruiu ela de tudo que deveria perguntar a Toronto. Assim ela entenderia como Jenny ajudou a afundar John Lee. Mas não explicou o que tinha contra a família dela.

Maya não insistiu. Quando se viu sozinha, grávida de um desconhecido, ela se determinou: um leão por dia. Naquele dia, o leão dela era Denny, seu ex noivo. Então, Danilo a deixou no escritório do pai e foi trabalhar, prometendo mandar alguém levar sua caminhonete para lá pra ela ir embora. Antes de arrancar com o carro, Danilo disse a ela:

— Não se atrase para o jantar!

Sem entender nada, Maya entrou, se apresentou na recepção e seguiu direto para a sala do pai. E se surpreendeu quando encontrou Denny lá, a esperando.

— Eu sabia que você ia pedir uma sessão sozinha comigo. Estava ansioso.

Maya o viu sentado na cadeira do pai dela e ficou olhando pra ele, meio que sem entender! Na verdade, estava entendendo sim, pois encontrou vários homens no caminho que a olharam daquele jeito, querendo uma única coisa dela, achando que ela não tinha outras capacidades. Estreitou os olhos, olhou pro assento do pai e só disse:

— Levanta, essa cadeira me pertence agora. — Depois que Denny fechou a cara e se levantou, ela circulou a mesa, se sentou e continuou: - Até que meu pai retorne, não quero mais você sentado na cadeira dele. Hanna pode aceitar o macho alfa, mas eu consigo me virar!

— Você é bem engraçada! Porque pediu pra falar comigo sozinha então, se quer me humilhar como tem feito com sua mãe e irmã?

— Não quero humilhar ninguém! Vocês é quem se humilham sozinhos. E me dão pena.

— Quando você dormiu com outro homem, jogando tudo que eu lhe oferecia fora, não sentiu pena!

— Tudo o que, Denny? Esse homem falido e sem caráter que você se tornou?

— Eu tenho caráter, Maya. Quem não teve foi você! Você me tornou sujo e amargurado.

— Não me venha com suas cobranças! Já disse que comigo não vai rolar. Eu tive uma noite, uma única noite em que mijei fora do penico. Você dormiu com minha irmã por mais de um ano!

— Jenny e Hanna me enganaram pra isso!

— Jenny e Hanna armaram pra eu fazer isso, e pra você me flagrar! Mas você flagrou porque estava no mesmo hotel e passou a noite com ela. Então me explique, Denny. Como você pode ter dormido com ela por mais de um ano, por "armação"?

— Um dia saí da sua casa irritado e de pau duro. Fui beber e logo Hanna chegou por lá, alterada também. Rimos, conversamos e na hora de ir embora, ela me pediu pra levá-la pra tomar um banho e um café em algum lugar, que se chegasse daquele jeito em casa, John Lee ia mata-la. Ela tinha acabado de completar 15 anos. Eu a via como uma criança, achava que nem deveria estar bebendo e não vi problemas nisso porque nunca me passou pela cabeça que ela poderia tentar alguma coisa. Levei pra um hotel barato e ela estava realmente muito bêbada. Fui o tempo todo conversando com ela que não deveria beber daquela forma pra parecer descolada com as amigas maluquetes dela. Quando entramos, ela mal conseguia se manter em pé, então tive que ajudar se despir e entrar no chuveiro. Então ela se transformou. Me agarrou e não preciso te contar o que aconteceu.

— Essa foi a primeira vez, e depois?

— Não teve depois, Maya. Ela prometeu que nunca ia contar pra ninguém e que poderíamos seguir nossas vidas. Um ano depois meu pai começou com a história de que eu deveria me casar e eu achei interessante te pedir em casamento. Passou um tempo e eu o fiz e comecei me preparar para ser um homem de negócios casado. Hanna estava quieta no canto dela, nunca mais me procurou e parecia até animada em preparar nosso casamento por você. Eu conhecia seu jeito, desencanada de tudo isso, tranquila demais e sabia que Jenny e Hanna iriam preparar algo mais atraente que você. Jenny disse que estava preparando uma surpresa para nosso casamento e eu deveria encontrar ela e John Lee em um hotel. Seu pai falou o dia inteiro sobre o encontro de mais a noite, empolgado e em tom de conspiração. Eu acreditei que seria algo interessante com relação ao nosso casamento que se aproximava. Quando cheguei, ela me serviu uma água e disse que estava esperando seu pai chegar e eu não lembro de mais nada! No dia seguinte acordei com o quarto todo quebrado, eu estava unhado e sozinho. Não entendi nada, paguei ao hotel o prejuízo, pedindo que ninguém divulgasse o escândalo. Quando entrei em meu carro, recebi um arquivo. Um vídeo onde Hanna e eu fazíamos sexo bem selvagem. Parecia B.D.S.M pra mim. E uma mensagem dizendo que iríamos conversar sobre isso quando tivéssemos prontos. Hanna fez de um jeito que minha despedida de solteiro fosse duas noites antes do nosso casamento. E na noite da sua despedida ela disse que queria conversar sobre o vídeo. Fui para o quarto de hotel no local da sua despedida por volta da 1 da manhã, como ela pediu. O quarto estava reservado em seu nome, você estava lá no hotel, eu não poderia desconfiar de nada! Mas Hanna me recebeu sozinha. Disse que sim, nossa noite foi B.D.S.M. Ela pediu para eu bater e machucar ela e só não ia te mostrar aquele vídeo se eu fizesse a despedida antes do nosso casamento. Acabei fazendo sexo com ela de novo, achando ela muito capciosa pra uma menina de 16 anos! Mas enfim, na manhã seguinte ela me disse que você estava em outro quarto, com outro homem e armou o flagrante.

— Aí depois de toda essa armação com você, em nenhum momento você achou que poderia ter havido uma armação comigo também e me deu o benefício da dúvida?

— Maya, você se faz de durona, mas ainda é a mesma menina inocente que saiu daqui. Claro que eu ia te dar o benefício da dúvida. Quando lhe arranquei o anel, furioso, eu só queria me acalmar. Hanna tinha pedido pra eu esperar pra levar ela em casa, ela só ia te instalar e te acalmar e depois, chegar em casa comigo iria desmentir o que seu pai sabia. Mas quando entrou no carro, já começou a falar que enfim íamos nos casar e que tudo seria perfeito. E durante o percurso até sua casa, foi contando que se eu não aceitasse trocar as noivas, ela iria divulgar amplamente aquele vídeo, provando que eu a forcei, machuquei e que fiz sexo com ela não consensual. Ali entendi que estávamos nós dois fudidos! Mas esse não foi o pior que eu passei.

— Não foi o pior? O que pode ter sido pior, do que tudo isso, Denny? Viver com Hanna por dez anos?

— Eu estava disposto a aceitar meu destino. Fazer meu casamento dar certo era o mínimo. Comecei tratar Hanna como uma esposa dedicada, tudo corria bem. Fiz tudo o que ela me pedia, coloquei seu pai na Coop, até Bukaiter assumir. Quando meu pai me chamou para contar que Bukaiter quem era o dono da cooperativa e que eu seria o vice presidente, é que eu soube de tudo de ruim que minha esposa recém entrada na maioridade representava…

Maya o encara e a sua mente divaga para dez anos antes…

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