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O MISTÉRIO E AS IMAGENS

Diante do relato que ouviu de Lilian com todos aqueles detalhes, Julian passou a mão no rosto tentando se acalmar pois estava nervoso e não queria mandá-la parar de falar aquelas coisas, a qual estava o deixando tenso com todas aquelas revelações, mesmo não querendo deixar de ouvir e saber mais.

E enquanto Jullian estava ali duvidando de tudo aquilo, a menina levou a mão no bolso do grande casaco que usava e pegou dois papéis que o entregou falando:

— Olha, aqui está o desenho que fiz depois que sai do lugar que elas estão, antes de atravessar a porta com a luz forte por onde a mamãe me levou eu fiquei parada, e depois de hesitar por alguns minutos, voltei, pois queria ficar com elas, mas um senhor que parecia muito com a mamãe, se aproximou e falou que eu precisava vir e ficar com você, porque você não iria aguentar ficar sem mim também, então eu dei uma ultima olhada e vi minha irmã Mirla, correndo, brincando com umas crianças, a mamãe e as vovós, estavam em uma roda com uns adolescentes que riem com o que elas falavam, ali eu vi que realmente aquele senhor estava certo em dizer que você, o vovó e minhas irmãs, precisavam mais de mim do que elas que estavam tão felizes naquele lugar.  

Ao pegar o papel da mão da filha e abrir, Jullian se deparou com duas folhas que o paralisou olhando-as em suas mãos, Jullian caiu de joelhos, pois na primeira, viu sua adorável e amada esposa assim como também viu sua amada mãe e sua querida sogra as que sentia imensa saudades, olhou a folha debaixo e não aguentou, pois as lágrimas que lutou tanto para não deixar rolar na frente da filha, não conseguiu conter deixando-as escorrer pela face. Com a mão esquerda segurando a folha com o desenho enquanto a direita apertava a boca a ponto de seus dedos ficarem branquiçados, pois a imagem diante de seus olhos era impressionante, já que sem dúvida nenhuma, aquela era sua menininha que faleceu ainda bebê, mas que na imagem já estava uma moça de vinte anos. Até o sinal na bochecha esquerda em forma e uma gota de lágrimas, ela tinha igualzinha a que sua bebê tinha, a qual achava linda e sempre dizia que jamais deixaria remover, pois achava um charme. Jullian ficou impressionado com a imagem, depois de alguns minutos se recompôs ainda não acreditando em tudo aquilo, Jullian estava abalado imaginando como aquilo fosse possível estar acontecendo de verdade, pois ninguém além dos adultos da família que agora só restava ele e o pai, sabia de tal acontecimento e as coisas de sua bebê estavam no sótão da casa de campo onde eles não mexiam desde que tudo aconteceu há vinte anos.

Perante tudo aquilo, depois de respirar e levantar-se seguiu com a filha para onde os demais estavam, pois precisava muito falar com o pai sobre o que tinha acabado de ouvir e ver, assim que se aproximou, o pai logo notou que o filho havia chorado, preocupado no que poderia estar acontecendo com a neta, seu Júlio logo perguntou em tom baixo:

— O que aconteceu filho? Lillian está bem?    

—S-Sim papai, pelo menos eu acho, mas eu preciso…

Vamos nos sentar ali que eu te conto tudo. — falou Jullian apontando para um lugar para onde seguiu.

Assim que sentaram na grama, olhando para as filhas correndo na areia os olhos de Jullian, encheram-se de lágrimas, ao vê-lo, seu Júlio já nervoso perguntou mais uma vez:

— Filho, o que está acontecendo? Você está me apavorando.

 Jullian então, pegou as folhas com os desenhos em seu bolso e entregou ao pai dizendo:

— Olha isso papai, ela que desenhou, vê, e me fale o que o senhor vê nessas imagens.

Ao olhar para o desenho, seu Júlio, levou a mão à boca para reprimir o choro que queria aflorar. Pois a primeira imagem que seus olhos alcançou foi exatamente de sua adorável e amada, Marg, ela estava linda do mesmo jeito que apareceu para ele na praia anos atrás, com o mesmo penteado e vestido, o mesmo olhar doce a qual no desenho olhava para os adolescentes sentados ao redor dela e da nora que também estava linda com um conjunto de calça e blusa  larga de tecido fino na cor azul tão clarinho que parecia o céu em dia ensolarado, até a dona Virgínia, parecia estar muito bem, com um vestido longo na cor rosa clarinho,  todas tinham semblante felizes. Seu Júlio, com os olhos lacrimejados olhou a segunda folha e depois olhou para o filho que lhe olhava com o mesmo olhar espantado, pois viu que o pai estava tão ou mais surpreso e emocionado que ele, já que não ouviu os relatos da neta como ele tinha ouvido. 

— Filho, o que tudo isso significa?  — perguntou o senhor de meia idade chocado com o que estava diante de seus olhos.

— Pai, essa imagem à sua frente e a Mirla, acho que seria como ela estaria hoje se não…

Papai, Lillian falou que nessa madrugada, a mãe a visitou e a levou para ir onde elas estão, e mais, a apresentou à irmã e falou que eu preciso me… pelo que ela entendeu me envolver com alguém! E que eu ou nós, vamos receber alguém que vai nos fazer muito felizes, eu não entendi essa parte, será que vamos receber algum parente por esses dias? Pai, o senhor sabe me dizer quem pode ser?

— Quem, eu?! — falou Seu Júlio surpreso levando a mão ao peito com a pergunta do filho, pois ele não tinha noção quanto Jullian ao seu lado.

— Pai, eu quero que o senhor ache um bom artista para pintar as imagens desses desenhos, quero fazer quadros deles, veja como Lillian leva jeito com desenhos, eu vou ver com ela, se quer entrar em algum cursos para se aprimorar, pois se ela foi capaz de fazer isso essa madrugada e sozinha imagina o que não vai fazer quando estiver aprimorada. 

Enquanto os dois estavam ali distraídos conversando, uma moça com uma câmara fotográfica nas mãos se aproximou falando:

— Oi, com licença, o senhor e o pai delas, né? — perguntou a moça olhando nos olhos de Jullian.Ele sem reação pois não conseguiu responder já que não conseguia desviar seu olhar dos olhos azul da moça à sua frente a qual os seguranças tentou afastá-la, mas Jullian sem nem mesmo olhar para o segurança, sinalizou com a mão para que deixasse-a, naquele momento sem ao menos entender, por algum motivo, Jullian não conseguia desviar seus lindos olhos castanhos claros, dos da moça que parecia chamá-lo para mergulhar neles como se fosse o mar chamando-o.

Ao ver o estado que o filho ficou diante daquela mulher, pois estava vendo o estado que aquela moça deixou o filho na qual a anos não o via daquele jeito. Seu Júlio, teve um pressentimento estranho, mas que parecia bom, ele sorriu pois  nunca tinha visto Jullian olhar para nenhuma mulher daquele jeito sem ser sua falecida nora, naquele momento seu Júlio resolveu intervir antes que o filho acabasse babando toda a blusa que vestia

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