De Repente, Juliene ficou séria e olhando para o pai falou:
— Papai, eu não quero que ninguém ocupe o lugar da mamãe. — Como assim?! Minha filha, jamais isso acontecerá, ninguém nunca irá tomar o lugar de sua mãe, esse lugar vai lhe pertencerá sempre! — disse Jullian segurando com as duas mãos o rosto da filha e olhando fixo em seus olhos. — Até mesmo em seu coração papai? Eu vi como você e Betina se olharam, você olhou pra ela como você olhava para mamãe. — Não meu amor, é diferente, eu não sei te explicar porque eu também não sei o que está acontecendo comigo, e mesmo que eu tente te explicar, você não irá entender, mas um dia quando você conhece uma pessoa e gosta de verdade dela a ponto de achar que se fica longe ou não poder vê-la deterá sua respiração, você vai entender o que nós adultos sentimos um pelo outro. Ao ouvir o que o pai falou, Juliene ficou ainda mais triste, pois na franqueza das palavras do pai ela viu que ele estava pensando em se envolver com Betina, despertando seu ódio pela mulher que apenas havia conhecido naquela manhã. *** Assim que chegou em casa, Jullian passou o início daquela noite lutando para não pensar na linda mulher que a menininha do seu passado tinha se tornado, sem sucesso já que o passado insistia emergir em sua mente a todo instante. Com Betina não estava sendo diferente. Depois que todos saíram de sua casa naquela tarde, ela tomou uma decisão, que iria fazer os cinco quadros que lhe foi encomendado, e cortaria laços com aquela família, mesmo não sendo o que desejava de verdade. Betina andava de um lado para o outro pensando e planejando em se manter bem distante de Jullian, pois não queria problemas com sua filha mais velha já que percebeu que a garota era problemática, só que cada vez que pensava em se distanciar dele, ela sentia uma sensação estranha como se algo a empurrasse para ele a todo instante, mesmo ela lutando muito para não pensar nele daquele jeito como estava pensando, era mais forte que ela, a sensação que sentia estava lhe consumindo desde aquela manhã. — M*****a hora que os viu e resolvi fotografar aquelas lindas adolescentes. Principalmente ter me aproximado dos homens daquela família, agora estou aqui não conseguindo os esquecerem mais. Isso tinha que acontecer logo comigo? — resmungava Betina enquanto separava tudo que iria precisar para iniciar as pinturas dos quadros. Mal sabia ela que não iria adiantar nada lutar para se manter longe daquela linda família, pois o universo já tinha tomado decisões para todos envolvidos naquela linda manhã primaveril. Não tinha sido por acaso que Jullian do nada depois de um bom tempo decidiu ir para aquele lugar, pois era preciso, assim ele se encontraria e reveria a sua primeira paixonite a qual sofreu muito quando a doce e linda garotinha loirinha parou de visitar os avós tão repentinamente, fazendo-o ter que lutar para apagá-la de sua memória para conseguir continuar sua vida o que foi bem difícil pois era apenas um menino de onze anos, que até sua adolescência ainda se lembrava do lindo e brilhante sorriso da pequena travessa que não parava um minuto sequer o dia inteiro fazendo-o correr atrás dela para garantir que nada de ruim lhe acontecesse. Até que anos depois um belo dia no colégio enquanto cursava o ensino médio, uma linda moça parou à sua frente perguntando se ele gostaria de tomar sorvete com ela, ele riu da ousadia da garota, no entanto, a achou intrigante, ainda mais por nunca ter visto nenhuma garota com tamanho atitude como ela, ainda por cima, com ele que se achava desinteressante por ser sempre quieto na dele, mas resolveu aceitar o convite da garota pois queria ver no que aquilo iria dar, e daquele dia em diante Jullian e Violet nunca mais se desgrudaram até que ela faleceu anos depois de casados, deixando-o totalmente perdido e solitário. *** Já era tarde da noite e Jullian ainda atormentado com tudo que aconteceu naquele dia não conseguiu dormir, levantou-se apenas de cueca box olhou ao redor e vendo uma calça jogada na poltrona pegou vestiu e saiu para dar uma caminhada na praia para refletir e tentar colocar sua mente em ordem, pois não estava acreditando que realmente sua filha Lillian tinha passado por aquela experiência que ele não achava tão absurda, pois sempre que estava naquele lugar coisas inexplicáveis aconteciam, parecia mesmo que realmente aquele lugar era mágico, pois cresceu ouvindo fatos semelhantes ao que a filha lhe relatou, quando era menino sempre ouviu do amigo de seu pai muitas histórias impressionantes que acontecia tanto com ele como com sua esposa, sem falar das que seu próprio pai também lhe contava e que ainda conta. Como com ele mesmo que também já aconteceu algumas coisas, mas como nunca foi de dar importância, não deixou se influenciar por aqueles momentos e acabou esquecendo. Como quando um pouco antes de sua mãe falecer ele estava sozinho naquela mesma praia e sentiu tanto sua falta como se ela não estivesse mais com eles, sendo que a mãe estava dentro de casa com toda a família rindo e se divertindo alegremente. Mas ele sentia seu peito apertado e doía como se ela não estivesse mas entre eles, pensando naquele momento, Jullian percebeu que antes mesmo da mãe ser recolhida, ele já tinha sido avisado, era como falava os mais velhos, que nunca uma pessoa morre de repente sem aviso, pois todos recebem sim, sinais antes de acontecer. E aquele foi sim um sinal, pois duas semanas depois sua mãe faleceu. atordoado Jullian caminhava pela areia, passava os dedos pelos cabelos, mesmo que estivesse um ventinho frio ele não estava sentindo frio pois estava sentindo seu corpo quente além do normal. Caminhando ele começou a pensar em sua vizinha. “E agora tem a Tina que apareceu depois de anos, a qual eu nem mais me recordava dela, mesmo ela tendo sido meu primeiro amor de infância. Mas assim que vi aqueles olhos lindos, algo aconteceu dentro de mim, parece que bastou só uns minutos ao seu lado para reacender a chama adormecida daquela época, como Juliene já percebeu, eu estou sim, sentindo algo por Betina, como pode depois de tanto tempo sozinho sem pensar nessas coisas, já estou aqui sentindo algo por outra mulher que não seja minha adorável Violet que me apaixonei por ela desde do primeiro dia que saímos. O que vou fazer agora? E como vai ser com as meninas? Elas jamais vão entender e aceitar uma outra mulher entrando em nossas vidas, essa também foi uma das razões pela qual eu me neguei a me envolver com alguém depois de viúvo. Enquanto Jullian caminhava sentindo falta e saudade de sua Violet, saudades das conversas que tinham sempre que estavam sozinhos deitados ou sentados agarradinhos na poltrona no grande quarto do casal onde Violet passou a ficar o tempo todo depois que recebeu o diagnóstico de seu estado de saúde. Caminhando e sentindo a brisa que abraçava seu corpo nu da cintura para cima, Jullian sofria em seus conflitos e mesmo sem querer em seus pensamentos acabou despertando a presença de sua amada Violet que de onde estava podia o ver, e de repente, Jullian ouviu um psiu, olhou imediatamente para todos os lados mas não viu ninguém, chegou imaginar que poderia ser Betina, mas sabia que ela estava em sua casa que por sinal estava totalmente escura. Ouviu o psiu de novo e mais uma vez não avistou ninguém. No entanto logo em seguida ouviu a doce voz de Violet falando: “Meu amor, eu sei o quanto você me amou, eu sei que amei e fui amada não só por você assim como também pelos meus pai e filhas, mas Jullian, está na hora meu querido, está na hora de você seguir sem mim, você sempre foi e continua lindo e muito apaixonante. Então eu quero que você volte a sentir o que é bom e necessário na vida, ver você feliz me faz ficar em plena paz e felicidade mesmo longe de todos vocês, e por isso quero que prometa que vai se jogar nesse relacionamento e ser feliz. Não a deixe escapar, a separação de vocês naquela época foi necessário, assim como a aproximação nesse momento, nada é por acaso e sim sempre e planos do criador que antes mesmo de nós chegarmos a esse mundo a qual você se encontra agora, foi planejado, então meu querido, só viva e seja feliz e esteja pronto para grandes emoções que está destinado a vocês”. Quando a voz de sua amada falecida esposa cessou ao seu ouvido, Jullian não sabia de onde estava vinda a voz, mas em um certo momento olhou para o céu e ali teve a sensação de ver perfeitamente a imagem de sua linda Violet olhando-o com seu belo sorriso a qual ele gostava muito de contemplar sempre que ela sorria em felicidade, Jullian coçou os olhos com os quatro dedos imaginando estar vendo coisas e como não viu mais o que tinha visto ou achando, ficou frustrado, mas logo em seguida ficou feliz por ter imaginado ter visto mais uma vez a linda imagem de sua esposa. Depois de sacudir a cabeça tentando se recompor, Jullian resolveu fazer todo o trajeto de volta para casa pois sem perceber havia andado e se afastado bastante.Enquanto Jullian caminhava na praia e passava por todo aquele momento mágico a qual ouvir ou teve a sensação de ter ouvido a esposa falando com ele.Betina acordou com uma quentura consumindo-a de tal forma que estava deixando-a louca, ela já havia sentido aquilo naquela tarde pouco antes de Jullian chegar com as filhas, contudo, naquela noite estava demais, banhada em suor, levantou-se e seguiu para a varanda que ligava com seu quarto no intuito de se refrescar, mas no que levou a mão para detrás da nuca levantando levemente a cabeça, seu olhos avistou uma silhueta caminhando na praia, seu olhos foram puxados como um ímã que acendeu ainda mais a chama que sentia queimar seu corpo, seus olhos mudaram de cor, de azul mar mudaram para azul acinzentado com um imenso brilho que veio acompanhando de um desejo incontrolável, sua boca ficou seca o bico de seus firmes seios enrijeceram-se, seu corpo arrepiou-se da cabeça aos pés, Betina ficou em um estado incontrolável, ela não sabia o qu
Já passava das nove horas quando Lillian e Emily entraram no quarto do pai. — Papai, o que o senhor tem? Não está se sentindo bem? O senhor é sempre o segundo a se levantar já que o vovô é sempre o primeiro, e hoje até essa hora o senhor ainda está aí, embaixo das cobertas. O que houve? — perguntou Lillian se deitando ao lado do pai como fazia quando era pequena e acordava no meio da noite. Emily também fez o mesmo. Com cada uma das filhas ao seu lado, Jullian respondeu.— Não tenho nada filha, só tive uma noite mal dormida, quando vim pegar no sono já era quase de manhã, que horas é essa?— perguntou Jullian bochechando.— Papai já passa das dez, o vovô já foi dar sua caminhada na praia e já voltou, ele não nos deixou acordá-lo, disse que era para deixá-lo dormir até você quiser já que você foi dormir quase de manhã. — O que?! Seu avô me vi… como seu avô sabe disso? — falou Jullian espantando-se pois achou que ninguém tinha o visto entrar em casa naquela hora. — Não sei, ele deve t
Uma semana passou, Jullian lutou a cada dia contra o sentimento que estava sentado por Betina, pois a imagem da mulher insana tomando-o do jeito que o tomou inesperadamente, não saia de sua cabeça, que apesar que também estava sentindo o mesmo naquela noite, lutou muito para se controlar sem sucesso, pois quando Betina surgiu daquele jeito a sua frente dificultou sua decisão de não se aproxima dela e tomá-la como desejava desde aquela manhã, que sem entender o porquê do surgimento do forte desejo que se acendeu em si, que por mais que a queria senti-la estava conseguindo se conter. No entanto, naquela noite assim que viu nos olhos de Betina a chama do desejo desesperador que ela carregava, Jullian pode ver que realmente a mulher estava fora de si e mesmo assim sem conseguir se controlar cedeu à luxúria. Contudo, na manhã seguinte, por não ver nem um sinal de Betina, Jullian imaginou que por ela nem sequer ter aberto as portas, era porque Betina tinha se arrependido de seus atos, e do
Mesmo lutando contra tudo que seu corpo e coração dizia, Betina preferiu não dizer nada que a comprometesse com o que Jullian havia lhe falado, que era para ela ir cuidar do pai, mas voltar para ficarem juntos, Betina não sabia como fazer o relacionamento deles dar certo já que tinha as filhas dele que não aprovava qualquer relacionamento do pai. Pensando em tudo que vivenciou nos últimos dias, Betina preferiu calar-se fazendo Jullian entender que ela havia concordado, mas na verdade o quê ela não queria era debater mais sobre aquele assunto. Betina levantou-se e depois de vestir-se seguiu para o banheiro, lavou o rosto, se recompôs e voltou à sala mandando Jullian ir embora dando a desculpa que não queria que ninguém o visse sair de sua casa pela manhã. Mesmo contra vontade, Jullian se vestiu e depois de dar-lhe mais um beijo apaixonante na mulher a sua frente Jullian saiu cabisbaixo pois viu que Betina não o queria por perto como ele a queria, Jullian seguiu na direção da porta on
Jullian chegou pouco depois que o motorista e o segurança de Juliene na casa dos Livers, Jullian foi recebido por uma empregada que abriu a porta e o deixou entrar lhe avisando que as meninas como a senhora se referiu, estavam na sala.Jullian seguiu a empregada para o cômodo onde logo ao adentrar avistou as duas meninas.— Filha. — falou Jullian seguindo em passos largos na direção de Juliene que estava deitada no grande e confortável sofá da ampla sala.— P-Papai. — falou Juliene com a voz fraca. Jullian não esperou, sem delongar, passou um braço pelas pernas e o outro pelo pescoço da filha elevando-a e seguiu na direção da saída encontrando o segurança e o motorista que o esperavam do lado de fora da casa. Jullian seguiu e entrou no carro se acomodando no banco de trás do veículo que já o esperava a porta aberta, pois assim que viu o patrão saindo da casa correndo a filha nos braços, o motorista já abriu a porta traseira. Jullian entrou já falando: — Anda, vamos rápido para o hosp
Os dias seguintes foram tranquilos, Jullian passou acompanhar as filhas ao colégio, depois que Juliene passou mal, por remorso, ele passou se dedicar ainda mais as filhas levando-as ao colégio, primeiro deixava, Emily e Lillian nos dela já que era mais próximo a casa, depois seguia para deixar Juliene no dela. Com sua nova rotina, Jullian quase não tinha muito tempo para pensar em Betina, ele também andava mais tranquilo já que sabia que ela que iria visitar o pai o que ele não sabia, era se já tinha acontecido dela ir, já que desde a madrugada que havia saído da casa dela, Betina não atendeu suas poucas ligações e nem tão pouco respondido as inúmeras mensagens que ele havia enviado. Mesmo louco para procurá-la, Jullian lutou a cada dia para se controlar, mesmo porque não queria entristecer as filhas, principalmente Juliene, que a pedido do Dr. Não podia estressar-se de jeito nenhum para seu problema de saúde não repisar-se já que com o tratamento ela estava bem, pois desde a última
Diante de situação que além de não poder deixar o pai aos cuidados da cunhada e sobrinhos, Betina pediu que o sobrinho fosse até sua casa na praia para ver como tudo estava já que naquela redondeza por ser a beira do mar ventava muito e apesar das casas serem bem reforçadas, Betina sempre se preocupa, e já que o sobrinho gostou da ideia de ir até o litoral de São Paulo a qual não ia a anos, pois a última vez que se lembrava ter ido, foi quando ainda era um menino e seu bisavô estava vivo. Betina pediu que o jovem Odirlei, fizesse também uma entrega. Que ela já deveria ter feito se o pai não estivesse tão debilitado e dependente dela.Um dia depois Mesmo sentindo-se mal nos últimos dias, Betina vinha se empenhando para cuidar sozinha do pai deixando a cunhada e os sobrinhos livres, já que eles não tinham obrigação nenhuma de cuidar do sogro e avô pois aquela observação naquele caso era totalmente dela que era filha e não trabalha na empresa como o irmão que precisava passar o dia int
Já tinha dois dias, que Jullian aguardava o contato do amigo que mandou até o endereço que haviam descobertos com o número da placa da van. Jullian não se aguentava de ansiedade por seu amigo não o contatar.— Meu Deus, o que dá nessas pessoas que ao ir para o exterior toma um chá de sumiço? — se perguntava Jullian sentando-se frustrado em sua cadeira no escritório de sua casa. Mal sabia Jullian que a falta de contato do amigo era porque o pobre homem estava inconsciente há dias no hospital por ter sofrido um grave acidente de carro logo que havia chegado na cidade onde Betina morava. Enquanto Jullian passava horas tentando assimilar o que estava acontecendo, com Betina e a família não era diferente, desde que o sobrinho havia ligado para ela e os pais avisando que não voltaria e que não tinha nem previsão, todos ficaram preocupados com o que o rapaz poderia estar maquinando daquela vez. Enquanto a família estava se descabelando, Odirlei estava analisando sua nova rotina, ele que n