Ao ouvir a voz, todos olharam na direção da porta da sala se deparando com Juliene de pé olhando para a caixa nas mãos do pai que tinha acabado de receber de Betina.
Como Emily havia dito, depois de remoer seu descontentamento do fato daquela manhã, a jovem resolveu se junta a eles. — Oi, Juliene, que bom que você chegou, olha só isso, depois que eu cheguei em casa, lembrei-me do tempo que eu vinha passar minhas férias aqui nessa casa com meus avós antes da minha avó falecer, então, claro, lembrei-me também que naquela época, eu tinha um amiguinho que era um pouco mais velho que eu, e foi aí que me lembrei que aquele amiguinho e seu pai pois era o único garoto que meu avô deixava eu brincar já que era filho do amigo dele. Lembrei-me também dos guardados de meus avós e pela primeira vez desde que estou aqui resolvi mexer e encontrei muitas coisas inclusive essa caixa com algumas fotos na qual eu e o pai de vocês éramos crianças, venha, seu pai e suas irmãs iam abri-la agora mesmo para ver as relíquias daquele tempo. — falou Betina esticando o braço e chamando, Juliene para se aproximar. No entanto, a jovem fechou a cara, olhando para todos, se aproximou falando: — Vamos papai, abra logo, eu quero ver como o senhor era naquela época ao lado de sua amiga. — falou sentindo-se enciumada. Jullian logo notou no tom de voz da filha que ela não gostou de saber que ele já tinha uma relação com Betina. Contudo, mesmo incomodado com aquela situação, Jullian sentou-se no grande sofá onde Betina pediu que todos sentassem, e assim que ele abriu a caixa, se separou com a primeira foto que Betina havia deixado logo em cima, pois ela pretende ver a reação dele ao ver aquela imagem na qual os dois estavam olhando um para o outro sorrindo alegremente, mesma que naquela ocasião era apenas um sorriso inocente entre amigos na qual sua avó que achava a amizade deles linda os fotógrafos. Ao ver aquela foto imediatamente, Jullian lembrou-se daquele dia pois era aniversário da avó de Betina e a senhora que naquele dia estava radiante de felicidade pois o filho com a nora e os netos haviam comparecido a pequena reunião para comemorar com ela mais um aniversário. Que na hora de bater parabéns, Jullian e Betina estavam tão empolgados que tomaram o lugar da aniversariante e alegremente atrás da mesa com a vela acessa e a luz apagada começaram a cantar e bater parabéns, e em meio ao entusiasmo um olhou para o outro sorrindo em plena felicidade. Ao lembrar-se daquele dia e apesar de já ter passado bastante tempo, o coração de Jullian acelerou, mas devido estar na presença das filhas e já percebendo o descontentamento de Juliene, ele disfarçou o que sentiu, sorriu e falou: — Nossa, olha só o meu cabelo como era grande naquela época, como meu pai me deixava usá-lo desse jeito. Ao ouvi-lo, todas riram, Juliene aproveitou para alfinetar Betina. — Nossa papai, agora eu entendo a marcação que mamãe tinha em cima do senhor lembrando-o sempre que estava na hora de cortar o cabelo e fazer a barba, até parece que ela já sabia que se deixasse o senhor voltaria usar seu cabelo assim, já imaginou se ela tivesse lhe conhecido quando você usando esse cabelo assim. — E porque você acha que ela sempre me lembrava de que estava na hora de cortar o cabelo, ela não me conheceu nessa época mas viu algumas fotos que sua avó Meg, havia mostrado logo no primeiro dia que ela esteve na minha casa. — disse Jullian rindo ao lembrar-se da cara que a falecida esposa que na época estava só iniciando um namoro deles fez. — Sabe Betina, minha mãe que sempre regulava a alimentação de todos lá em casa, o papai sempre procurou se cuidar para agradá-la, né papai, lembra que antes dela adoecer vocês saíram juntos todos os dias bem cedinho para correr antes do senhor sair para a empresa. Ao ouvir o que Juliene falou, Betina sentiu-se incomodada, e mesmo que sorriu, Jullian percebeu que aquele sorriso estava sem brilho nenhum como tinha visto mais cedo na praia. Enquanto, Jullian e as filhas voltaram a ver as outras fotos de dentro da caixa, Betina se afastou falando que iria buscar suco para todos, mas na verdade ela queria mesmo era respirar um pouco longe de todos. Logo que ela saiu, Juliene deu um sorriso de canto de boca sem que ninguém visse. *** Já na cozinha, Betina resolveu que nunca mais iria se aproximar de Jullian, agradeceu ele não morar ali tão perto, e que mais uns dias ele e as filhas iriam estar bem longe, apesar dela pensar na possibilidade de se manter longe de todos, ficou com o coração apertado, pois queria muito tê-los bem pertinhos. Logo retornou a sala carregando uma bandeja com uma jarra de suco e copos para todos. — Venham tomar suco para se refrescarem, — disse assim que colocou a bandeja em um móvel próximo. — Ah, Juliene, você já viu as fotos dessa manhã? — perguntou Betina olhando para a jovem de pé que segurava uma foto que havia pego da caixa que ao vê Betina logo falou: — Betina, sua avó e a minha avó Meg, se davam bem, né? — Sim, sim, pelo que me lembro elas eram as únicas nessa praia e eram bem próximas, assim como meu avô e o seu. — disse Betina pegando a foto das mãos de Juliene e olhando com carinho, e ficando com os olhos marejados. — Elas eram lindas né? — disse Betina olhando para Jullian como se quisesse que ele lembrasse daquela época. Jullian se levantou e com as mãos trêmulas pegou um copo com suco e seguiu para a varanda, olhou na direção da praia, e naquele momento em flashback, algumas cenas daquele tempo surgiram em sua mente. Enquanto isso, Juliene e as irmãs largaram a caixa de lado e se focaram nas fotos espalhadas na grande mesa e depois de rirem com suas travessuras daquela manhã, juntas escolheram as que queria que fizesse quadro para cada uma colocarem em seus quartos. Depois que decidiram, Betina juntou todas as fotos, colocou em uma pequena caixa de presente colorida, amarrou com uma fita dando um lindo laço como ela sempre fazia em todas as embalagens para os clientes e falou: — Prontinho, vocês podem levar essas fotos para guardar de recordação. Depois, Betina, perguntou: — Ah, Lillian, qual o tamanho do quadro que você pretende fazer, o quadro de seus desenhos? Foi então que a jovem chamou o pai perguntando, tirando-o de suas lembranças. — Papai, que tamanho o senhor imaginou para os quatro dos meus desenhos? Depois de ser desperto, Jullian se aproximou, ainda aéreo com as recentes lembranças que havia recordado, e não soube responder a pergunta de Lillian. Percebendo que o homem estava totalmente distraído, Betina os chamou. — Venham todos até meu estúdio lá eu tenho alguns tamanhos de moldura e também depende do lugar que vocês queiram colocá-lo, pois o espaço do cômodo diz muito na hora da escolha do tamanho do quadro desejado. Todos então a seguiram, e logo Betina abriu uma porta dupla de madeira maciça onde assim que entraram, todos ficaram de boca aberta, pois dentro com cômodo, tinha muitos quadros já prontos, cada um mais lindo que o outro, todos eram de imagem tanto da linda praia como da pequena floresta próxima, tinha também da pequena cidade também próxima. E também de alguns pequenos bichos como esquilos, assim como também de borboletas, pássaros no imenso céu ao entardecer quando o céu estava totalmente alaranjado, o lindo mar com um tom de cor tão radiante que parecia mágico e que todos que conhecia aquele lugar, sabiam que realmente todas aquelas imagens eram reais, pois bastava ficar ali por um ou dois dias que poderiam presenciar tudo aquilo. Betina, fotografava e depois pintava as imagens em tinta olé fazendo lindos quadros, Lillian que amava desenhar tudo que via, estava embasbacada, Jullian estava impressionado com o talento daquela mulher que conheceu ainda menininha na qual era muito travessa. Lillian pegou uma moldura não muito grande mostrar para o pai perguntando: — Papai, esse tá bom para colocar as imagens principalmente a com a mamãe e às vovós, assim podemos colocar na sala acima da mesa, o que o senhor acha? —Sim filha, está perfeito como você pode ser assim tão atenta aos detalhes. — falou Jullian sentindo orgulho da filha casula. Ao ouvir e ver a interação do pai com a irmã, os olhos de Juliene logo escureceu em fúria. Se aproximando, Betina falou: — Esse talento de estar atento aos detalhes também é um dom que vem junto aos artistas, assim como os grandes desenhistas e pintores, pois tudo que vemos já pensamos em transformar em algo. — Verdade, Betina, tudo que vejo já imagino em gravuras na qual eu posso desenhar. — disse Lillian com brilho nos olhos e sorridente. Depois de já terem decididos os tamanhos dos quadros, Jullian chamou as filhas para irem embora. Logo que saíram da casa, Juliene seguiu bicuda na frente, percebendo o jeito que a filha estava, Jullian pediu que Emily e Lillian seguissem para casa pois ele queria passar um tempo com a sua primogênita.— Juliene, filha, não vá para casa, eu quero conversar com você, vamos dar uma volta. — disse ele esticando o braço para que a filha pegasse em sua mão. Olhando relutante pois já sabia que iria ouvir mais um sermão do pai a jovem parou de caminhar, Jullian se aproximou e jogou o braço por cima do ombro da filha falando com carinho. — Minha pimpolha arredia, eu amo você do jeitinho que você é, e quer saber, não mudaria nada em você, que por te amar aceito tudo que você faz, no entanto, temo que você sofra com esse seu jeito, pois assim você acaba afastando todos que te ama, então só te peço pare de sentir ciúmes de suas irmãs, ao invés disso procure se dedicar em fazer algo produtivo que nos deixe orgulhosos, procura um hobby para se dedicar, hum, que tal, o que você gosta de fazer? não vale infernizar a vida de todos nós. — disse Jullian rindo para a filha que também sorriu.De Repente, Juliene ficou séria e olhando para o pai falou:— Papai, eu não quero que ninguém ocupe o lugar da mamãe.— Como assim?! Minha filha, jamais isso acontecerá, ninguém nunca irá tomar o lugar de sua mãe, esse lugar vai lhe pertencerá sempre! — disse Jullian segurando com as duas mãos o rosto da filha e olhando fixo em seus olhos.— Até mesmo em seu coração papai? Eu vi como você e Betina se olharam, você olhou pra ela como você olhava para mamãe. — Não meu amor, é diferente, eu não sei te explicar porque eu também não sei o que está acontecendo comigo, e mesmo que eu tente te explicar, você não irá entender, mas um dia quando você conhece uma pessoa e gosta de verdade dela a ponto de achar que se fica longe ou não poder vê-la deterá sua respiração, você vai entender o que nós adultos sentimos um pelo outro. Ao ouvir o que o pai falou, Juliene ficou ainda mais triste, pois na franqueza das palavras do pai ela viu que ele estava pensando em se envolver com Betina, despertan
Enquanto Jullian caminhava na praia e passava por todo aquele momento mágico a qual ouvir ou teve a sensação de ter ouvido a esposa falando com ele.Betina acordou com uma quentura consumindo-a de tal forma que estava deixando-a louca, ela já havia sentido aquilo naquela tarde pouco antes de Jullian chegar com as filhas, contudo, naquela noite estava demais, banhada em suor, levantou-se e seguiu para a varanda que ligava com seu quarto no intuito de se refrescar, mas no que levou a mão para detrás da nuca levantando levemente a cabeça, seu olhos avistou uma silhueta caminhando na praia, seu olhos foram puxados como um ímã que acendeu ainda mais a chama que sentia queimar seu corpo, seus olhos mudaram de cor, de azul mar mudaram para azul acinzentado com um imenso brilho que veio acompanhando de um desejo incontrolável, sua boca ficou seca o bico de seus firmes seios enrijeceram-se, seu corpo arrepiou-se da cabeça aos pés, Betina ficou em um estado incontrolável, ela não sabia o qu
Já passava das nove horas quando Lillian e Emily entraram no quarto do pai. — Papai, o que o senhor tem? Não está se sentindo bem? O senhor é sempre o segundo a se levantar já que o vovô é sempre o primeiro, e hoje até essa hora o senhor ainda está aí, embaixo das cobertas. O que houve? — perguntou Lillian se deitando ao lado do pai como fazia quando era pequena e acordava no meio da noite. Emily também fez o mesmo. Com cada uma das filhas ao seu lado, Jullian respondeu.— Não tenho nada filha, só tive uma noite mal dormida, quando vim pegar no sono já era quase de manhã, que horas é essa?— perguntou Jullian bochechando.— Papai já passa das dez, o vovô já foi dar sua caminhada na praia e já voltou, ele não nos deixou acordá-lo, disse que era para deixá-lo dormir até você quiser já que você foi dormir quase de manhã. — O que?! Seu avô me vi… como seu avô sabe disso? — falou Jullian espantando-se pois achou que ninguém tinha o visto entrar em casa naquela hora. — Não sei, ele deve t
Uma semana passou, Jullian lutou a cada dia contra o sentimento que estava sentado por Betina, pois a imagem da mulher insana tomando-o do jeito que o tomou inesperadamente, não saia de sua cabeça, que apesar que também estava sentindo o mesmo naquela noite, lutou muito para se controlar sem sucesso, pois quando Betina surgiu daquele jeito a sua frente dificultou sua decisão de não se aproxima dela e tomá-la como desejava desde aquela manhã, que sem entender o porquê do surgimento do forte desejo que se acendeu em si, que por mais que a queria senti-la estava conseguindo se conter. No entanto, naquela noite assim que viu nos olhos de Betina a chama do desejo desesperador que ela carregava, Jullian pode ver que realmente a mulher estava fora de si e mesmo assim sem conseguir se controlar cedeu à luxúria. Contudo, na manhã seguinte, por não ver nem um sinal de Betina, Jullian imaginou que por ela nem sequer ter aberto as portas, era porque Betina tinha se arrependido de seus atos, e do
Mesmo lutando contra tudo que seu corpo e coração dizia, Betina preferiu não dizer nada que a comprometesse com o que Jullian havia lhe falado, que era para ela ir cuidar do pai, mas voltar para ficarem juntos, Betina não sabia como fazer o relacionamento deles dar certo já que tinha as filhas dele que não aprovava qualquer relacionamento do pai. Pensando em tudo que vivenciou nos últimos dias, Betina preferiu calar-se fazendo Jullian entender que ela havia concordado, mas na verdade o quê ela não queria era debater mais sobre aquele assunto. Betina levantou-se e depois de vestir-se seguiu para o banheiro, lavou o rosto, se recompôs e voltou à sala mandando Jullian ir embora dando a desculpa que não queria que ninguém o visse sair de sua casa pela manhã. Mesmo contra vontade, Jullian se vestiu e depois de dar-lhe mais um beijo apaixonante na mulher a sua frente Jullian saiu cabisbaixo pois viu que Betina não o queria por perto como ele a queria, Jullian seguiu na direção da porta on
Jullian chegou pouco depois que o motorista e o segurança de Juliene na casa dos Livers, Jullian foi recebido por uma empregada que abriu a porta e o deixou entrar lhe avisando que as meninas como a senhora se referiu, estavam na sala.Jullian seguiu a empregada para o cômodo onde logo ao adentrar avistou as duas meninas.— Filha. — falou Jullian seguindo em passos largos na direção de Juliene que estava deitada no grande e confortável sofá da ampla sala.— P-Papai. — falou Juliene com a voz fraca. Jullian não esperou, sem delongar, passou um braço pelas pernas e o outro pelo pescoço da filha elevando-a e seguiu na direção da saída encontrando o segurança e o motorista que o esperavam do lado de fora da casa. Jullian seguiu e entrou no carro se acomodando no banco de trás do veículo que já o esperava a porta aberta, pois assim que viu o patrão saindo da casa correndo a filha nos braços, o motorista já abriu a porta traseira. Jullian entrou já falando: — Anda, vamos rápido para o hosp
Os dias seguintes foram tranquilos, Jullian passou acompanhar as filhas ao colégio, depois que Juliene passou mal, por remorso, ele passou se dedicar ainda mais as filhas levando-as ao colégio, primeiro deixava, Emily e Lillian nos dela já que era mais próximo a casa, depois seguia para deixar Juliene no dela. Com sua nova rotina, Jullian quase não tinha muito tempo para pensar em Betina, ele também andava mais tranquilo já que sabia que ela que iria visitar o pai o que ele não sabia, era se já tinha acontecido dela ir, já que desde a madrugada que havia saído da casa dela, Betina não atendeu suas poucas ligações e nem tão pouco respondido as inúmeras mensagens que ele havia enviado. Mesmo louco para procurá-la, Jullian lutou a cada dia para se controlar, mesmo porque não queria entristecer as filhas, principalmente Juliene, que a pedido do Dr. Não podia estressar-se de jeito nenhum para seu problema de saúde não repisar-se já que com o tratamento ela estava bem, pois desde a última
Diante de situação que além de não poder deixar o pai aos cuidados da cunhada e sobrinhos, Betina pediu que o sobrinho fosse até sua casa na praia para ver como tudo estava já que naquela redondeza por ser a beira do mar ventava muito e apesar das casas serem bem reforçadas, Betina sempre se preocupa, e já que o sobrinho gostou da ideia de ir até o litoral de São Paulo a qual não ia a anos, pois a última vez que se lembrava ter ido, foi quando ainda era um menino e seu bisavô estava vivo. Betina pediu que o jovem Odirlei, fizesse também uma entrega. Que ela já deveria ter feito se o pai não estivesse tão debilitado e dependente dela.Um dia depois Mesmo sentindo-se mal nos últimos dias, Betina vinha se empenhando para cuidar sozinha do pai deixando a cunhada e os sobrinhos livres, já que eles não tinham obrigação nenhuma de cuidar do sogro e avô pois aquela observação naquele caso era totalmente dela que era filha e não trabalha na empresa como o irmão que precisava passar o dia int