Jullian não conseguia parar de olhar para a moça que de moça não tinha nada, pois era uma mulher aparentando uns trinta e nove quarenta anos, bem conservada, com aparência de quem gostava de se exercitar, pois o corpo era malhado como se praticasse exercícios físicos diariamente, a linda mulher vestia bermuda branca até o meio das coxas grossas e torneadas, as marcas em seu pescoço que a blusa de alcinha fina deixava exposta mostrando o lindo bronzeado que parecia pegar sol todos os dias.
— Oi, posso saber o que a senhora deseja com minhas netas? Por que quer saber se ele é o pai delas? Por acaso elas aprontaram alguma coisa com a senhora? — perguntou seu Júlio por sabe como era as netas, — Se elas aprontaram, já peço desculpas, pois adolescentes sempre acham que o que fazem não vão incomodar outras pessoas, se elas fizeram algo com a senhora, pode deixar que nós vamos repreendê-las, né filhos — disse seu Júlio batendo no ombro do filho que mesmo não ouvindo uma só palavra do que o pai falou de tão mergulhado que estava nos olhos da moça à sua frente. No entanto ao sentir o tapinha que o pai deu em seu ombro, Jullian, imediatamente despertou e só naquele momento que viu o quanto estava distraído e fazendo papel de bobo, procurou logo disfarçar falando a primeira coisa que veio a cabeça como perguntando a moça com voz embargada e ríspida: — O que você quer com as minhas filhas? A moça logo que o ouviu com aquela rispidez, ao invés de ficar chateada se desculpou dizendo: — Desculpe-me, eu sou mesmo uma tonta! Já cheguei assim os abordando e fazendo perguntas, bom, eu sou artista, pinto e tiro fotos de paisagens para fazer quadros, algumas eu faço réplicas em pinturas a óleo, outras eu uso as próprias imagens onde, molduro-as, e coloco em loja virtual para serem vendidas! Mas no caso de suas filhas, eu achei elas lindas correndo alegres desse jeito tão felizes, por isso vendo que a menor saiu daqui de perto de você, deduzi que o senhor era o pai, então resolvi vir perguntar se o senhor não tem interesse em fazer um quadro delas assim correndo tão felizes! Eu poso tirar as fotos e o senhor diz o que achou, assim quando eu revelar o senhor escolhe qual quer que seja transformada em quadro, eu moro naquela casa — falou a moça apontando para uma casa do outro lado da praia onde seu Júlio reconhece de imediato e logo falou: — Como assim, você mora naquela casa? Eu conheço o dono daquela casa! E meu amigo Getúlio! — disse seu Júlio olhando surpreso para a moça à sua frente que olhando com mais atenção a reconheceu, ela era a neta do seu amigo que sempre vinha passar férias com os avós. — Você e aquela menininha que vinha passar as férias e corria por toda essa praia com a Leon, o cachorro do seu avô? — Sim, vejo que o senhor conheceu mesmo meu avô, o Leon, não o deixava ir para lugar nenhum sozinho, onde um estava, lá está o outro, eram inseparáveis, quando minha avó faleceu o Leon foi quem segurou a barra do vovô por muitos anos, mas quando Leon morreu meu avô ficou sozinho e mesmo assim não quis ir morar com ninguém, preferiu ficar aqui até que caiu na escadaria, aí não teve jeito, meu pai teve que o levar mesmo a contragosto! — Sim, eu lembro quando isso aconteceu! E agora como seu avô está? Fala para aquele velho ranzinza que eu sinto saudades das nossas tardes à beira mar. Ao ouvir seu Júlio falar do avô com aquela empolgação, a moça abaixou a cabeça em tristeza, onde Jullian olhando-a percebeu logo que aquela tristeza era dor de perda, então levou a mão ao ombro do pai, e com os olhos baixo fez sinal com o queixo na direção da moça que continuava de cabeça baixa, fazendo o pai perceber que o amigo infelizmente não estava mais entre os vivos. Seu Júlio então tocou no ombro da moça perguntando: — Quando aconteceu? A moça levantou a cabeça e o olhou com os olhos cheios de lágrimas e falou: — Já tem um ano! Ele me deixou aquela casa como herança, e tem seis meses que eu estou morando aqui, pois sempre amei esse lugar e agora que ele me deixou a casa que nunca deixou meu pai vender, eu não saio daqui, pois aqui eu me encontrei, e ao contrário do meu pai, sou como meus avós, amo a natureza, e amo mais ainda esse lugar mágico como vocês costumam falar. — Eu não lembro de seu nome, como você se chama mesmo? — perguntou seu Júlio, já pensando em convidá-la para ir até sua casa e falar mais sobre o avô, mas com o pretexto de fazer o filho que não parou nenhum momento de olhar para linda moça, se interessar por ela e parar com a bobagem de não se envolver nunca mais com alguém, o que parecia que o destino já estava mexendo seus pauzinhos contra o que o filho pensava. — Betina, me chamo Betina — disse a moça olhando para Jullian como se quisesse que ele gravasse para nunca mais esquecer. — Ah, sim, agora me lembro que seu avô lhe chamava de Tina, você não gostava, mas ele dizia que você era a “Tina Turner” dele, eu, minha esposa e sua avó, riamos muito. Sem ninguém esperar, Jullian repetiu o apelido que o avô dela a chamava. — “Tina” — ele repetiu como se quisesse guardar em sua memória, mas logo um flashback invadiu sua memória de algo que ele não se lembrava a muitos anos, a imagem dele com uma garota loirinha correndo por aquela mesma praia, ele já era grandinho, mas a garota que apesar de ser bem menor que ele, parecia ser mais esperta, pois já sabia ler tudo que via, e até outra língua, ela falava com facilidade, enquanto ele era lento e lerdo nas coisas mais simples. — Então senhor, posso tirar fotos de suas filhas?— perguntou Betina olhando-o nos olhos. — S-Sim, eu não sei se elas vão querer, então se você conseguir fazê-las aceitar, vá em frente. — disse Jullian ainda atordoado com as imagens que tinha acabado de lembrar-se. — Ok, tá certo, mas eu quero que o senhor vá até meu estúdio para ver qual foto eu vou poder ampliar e fazer o quadro e ver também o tamanho do quadro que vai desejar. Logo que ouviu ela falar várias vezes de quadros e seu filho não ter se manifestado sobre o que havia lhe pedido antes, seu Júlio resolveu falar ele mesmo no assunto. — Jullian, ela é pintora, você não está procurando um que possa fazer os quadros daquelas imagens? Quando ouviu o que seu Júlio falou, Betina o olhou com curiosidade, e em seguida olhou para Jullian que mais uma vez não conseguiu desviar seus olhos e o olhar dos dois se cruzaram fazendo-o sentir seu corpo ficar em chama como a anos não sentia. Para disfarçar, ele falou com a voz rouca: — Papai, a moça deve ter seus próprios planos. No entanto, ao ouvi-lo, Betina logo, falou: — Não, não, dependendo do que se trata, se eu puder fazer, eu faço! Estou mesmo procurando no que me ocupar, pois apesar de gostar muito de morar aqui, aqui não tem muito o que fazer, então, quanto mais tiver no que me distrair e me cansar, melhor é, e se for fazendo o que gosto é melhor ainda! Então como seriam esses quadros? Quando Betina terminou de falar, seu Júlio que ainda estava com as folhas na mão, esticou, lhe mostrando os desenhos, logo Betina pegou, e ao olhar fez um “O” com a boca dizendo em seguida: — Uau! Que desenhos maravilhosos! Quem foi o autor dessas gravuras tão lindas? Com brilho nos olhos, Jullian falou apontando para Lillian. — Foi a de blusa preta — pois no momento que Lillian começou a correr com as irmãs, havia tirado o grande casaco que usava naquela manhã porque ainda era cedo e estava friozinho. — Nossa, ela é muito boa em desenhar! — disse Betina admirada com as imagens. — Ok, então deixe-me ir falar com elas, vamos ver como eu me saio com as adolescentes, apesar que elas parecem que são boazinhas, ao contrário de mim, quando tinha a idade delas, depois então podemos combinar quando e como fazemos os quadros desses desenhos que eu amei e vou adorar fazê-los! — disse sorrindo enquanto se afastava.Enquanto se aproximava das três adolescentes que corriam alegremente uma atrás da outra pela imensidão da areia, Betina pegou sua máquina e começou a fotografá-las, quando chegou até as meninas, Betina já tinha tirado algumas fotos antes mesmo da aprovação das lindas garotas dar as suas permissões. Sorrindo Betina estava achando linda a extraordinária cena das irmãs, as garotas estava mesmo deixando Betina maravilhada. — Olá meninas, posso falar com vocês um minutinho? — perguntou Betina aproximando-se das três que ao ouvi-la pararam de correr imediatamente para dar atenção a linda mulher que se aproximava. Ao ver que as jovens lhe dava total atenção, Betina imediatamente se apresentou:— Oi, me chamo Betina e moro naquela casa logo ali — falou apontando a direção de sua casa. As jovens logo olharam, então, Juliane, falou:— Você mora naquela casa? Meu avô falou que aquela casa é ou era do amigo dele. — S-Sim, sim eu sou neta do amigo do seu avô, só agora que fomos descobrir a c
Vendo a ira da irmã, Emily com seu jeito apaziguadora, logo tentou contornar a situação.— Calma Juliene, vai me dizer que você nunca viu os desenhos que Lillian faz, desde o jardim que ela é boa em desenhos só que de uns tempos pra cá ela tem melhorado bastante, e se você não fosse assim tão desdenhosa com todos nós, já teria se imperado dos talentos dela, ou agora até com o que ela pode e é capaz de fazer, você também vai implicar.Ao ouvir o que a irmã mais nova que ela falou com tanta atitude, Juliene ficou sem reação pois ali ela viu que realmente não se importava com nenhum deles a não ser perceber o quanto todos só mimava a pobre indefesa Lillian, que naquela manhã nem parecia mais tão indefesa como sempre tinha sido desde muito pequena. E assim como Jullian já tinha percebido as filhas e até a própria Lillian, também já tinha percebido que realmente ela estava diferente desde que acordou naquela manhã. Aliás, desde que voltou do encontro com a mãe, as avós e a irmã que elas n
Ao ouvir a voz, todos olharam na direção da porta da sala se deparando com Juliene de pé olhando para a caixa nas mãos do pai que tinha acabado de receber de Betina. Como Emily havia dito, depois de remoer seu descontentamento do fato daquela manhã, a jovem resolveu se junta a eles. — Oi, Juliene, que bom que você chegou, olha só isso, depois que eu cheguei em casa, lembrei-me do tempo que eu vinha passar minhas férias aqui nessa casa com meus avós antes da minha avó falecer, então, claro, lembrei-me também que naquela época, eu tinha um amiguinho que era um pouco mais velho que eu, e foi aí que me lembrei que aquele amiguinho e seu pai pois era o único garoto que meu avô deixava eu brincar já que era filho do amigo dele. Lembrei-me também dos guardados de meus avós e pela primeira vez desde que estou aqui resolvi mexer e encontrei muitas coisas inclusive essa caixa com algumas fotos na qual eu e o pai de vocês éramos crianças, venha, seu pai e suas irmãs iam abri-la agora m
De Repente, Juliene ficou séria e olhando para o pai falou:— Papai, eu não quero que ninguém ocupe o lugar da mamãe.— Como assim?! Minha filha, jamais isso acontecerá, ninguém nunca irá tomar o lugar de sua mãe, esse lugar vai lhe pertencerá sempre! — disse Jullian segurando com as duas mãos o rosto da filha e olhando fixo em seus olhos.— Até mesmo em seu coração papai? Eu vi como você e Betina se olharam, você olhou pra ela como você olhava para mamãe. — Não meu amor, é diferente, eu não sei te explicar porque eu também não sei o que está acontecendo comigo, e mesmo que eu tente te explicar, você não irá entender, mas um dia quando você conhece uma pessoa e gosta de verdade dela a ponto de achar que se fica longe ou não poder vê-la deterá sua respiração, você vai entender o que nós adultos sentimos um pelo outro. Ao ouvir o que o pai falou, Juliene ficou ainda mais triste, pois na franqueza das palavras do pai ela viu que ele estava pensando em se envolver com Betina, despertan
Enquanto Jullian caminhava na praia e passava por todo aquele momento mágico a qual ouvir ou teve a sensação de ter ouvido a esposa falando com ele.Betina acordou com uma quentura consumindo-a de tal forma que estava deixando-a louca, ela já havia sentido aquilo naquela tarde pouco antes de Jullian chegar com as filhas, contudo, naquela noite estava demais, banhada em suor, levantou-se e seguiu para a varanda que ligava com seu quarto no intuito de se refrescar, mas no que levou a mão para detrás da nuca levantando levemente a cabeça, seu olhos avistou uma silhueta caminhando na praia, seu olhos foram puxados como um ímã que acendeu ainda mais a chama que sentia queimar seu corpo, seus olhos mudaram de cor, de azul mar mudaram para azul acinzentado com um imenso brilho que veio acompanhando de um desejo incontrolável, sua boca ficou seca o bico de seus firmes seios enrijeceram-se, seu corpo arrepiou-se da cabeça aos pés, Betina ficou em um estado incontrolável, ela não sabia o qu
Já passava das nove horas quando Lillian e Emily entraram no quarto do pai. — Papai, o que o senhor tem? Não está se sentindo bem? O senhor é sempre o segundo a se levantar já que o vovô é sempre o primeiro, e hoje até essa hora o senhor ainda está aí, embaixo das cobertas. O que houve? — perguntou Lillian se deitando ao lado do pai como fazia quando era pequena e acordava no meio da noite. Emily também fez o mesmo. Com cada uma das filhas ao seu lado, Jullian respondeu.— Não tenho nada filha, só tive uma noite mal dormida, quando vim pegar no sono já era quase de manhã, que horas é essa?— perguntou Jullian bochechando.— Papai já passa das dez, o vovô já foi dar sua caminhada na praia e já voltou, ele não nos deixou acordá-lo, disse que era para deixá-lo dormir até você quiser já que você foi dormir quase de manhã. — O que?! Seu avô me vi… como seu avô sabe disso? — falou Jullian espantando-se pois achou que ninguém tinha o visto entrar em casa naquela hora. — Não sei, ele deve t
Uma semana passou, Jullian lutou a cada dia contra o sentimento que estava sentado por Betina, pois a imagem da mulher insana tomando-o do jeito que o tomou inesperadamente, não saia de sua cabeça, que apesar que também estava sentindo o mesmo naquela noite, lutou muito para se controlar sem sucesso, pois quando Betina surgiu daquele jeito a sua frente dificultou sua decisão de não se aproxima dela e tomá-la como desejava desde aquela manhã, que sem entender o porquê do surgimento do forte desejo que se acendeu em si, que por mais que a queria senti-la estava conseguindo se conter. No entanto, naquela noite assim que viu nos olhos de Betina a chama do desejo desesperador que ela carregava, Jullian pode ver que realmente a mulher estava fora de si e mesmo assim sem conseguir se controlar cedeu à luxúria. Contudo, na manhã seguinte, por não ver nem um sinal de Betina, Jullian imaginou que por ela nem sequer ter aberto as portas, era porque Betina tinha se arrependido de seus atos, e do
Mesmo lutando contra tudo que seu corpo e coração dizia, Betina preferiu não dizer nada que a comprometesse com o que Jullian havia lhe falado, que era para ela ir cuidar do pai, mas voltar para ficarem juntos, Betina não sabia como fazer o relacionamento deles dar certo já que tinha as filhas dele que não aprovava qualquer relacionamento do pai. Pensando em tudo que vivenciou nos últimos dias, Betina preferiu calar-se fazendo Jullian entender que ela havia concordado, mas na verdade o quê ela não queria era debater mais sobre aquele assunto. Betina levantou-se e depois de vestir-se seguiu para o banheiro, lavou o rosto, se recompôs e voltou à sala mandando Jullian ir embora dando a desculpa que não queria que ninguém o visse sair de sua casa pela manhã. Mesmo contra vontade, Jullian se vestiu e depois de dar-lhe mais um beijo apaixonante na mulher a sua frente Jullian saiu cabisbaixo pois viu que Betina não o queria por perto como ele a queria, Jullian seguiu na direção da porta on