Capítulo 137

RAFAELLA MARTINI NARRANDO.

ESCOCIA.

Aquela manhã começou com uma chuva forte e pesada, o tipo de chuva que encharca a alma antes mesmo de tocar a pele. Eu estava acordada desde cedo, sentindo cada gota que batia contra as janelas como se fosse uma batida no meu próprio peito. O céu parecia refletir o meu humor: cinza, sombrio, sem nenhuma esperança de sol.

Eu me movi lentamente, sentindo um peso no corpo que ia além da gravidez. Eram as cólicas, as dores insistentes nas partes íntimas, como se o bebê estivesse lembrando que a sua hora estava chegando. Já faziam três dias que a senhora tinha aparecido no café, e a esperança que ela havia plantado em mim estava começando a murchar. Eu tentava não pensar muito nisso, mas era impossível. Cada vez que a porta do café abria, o meu coração disparava, apenas para cair em um poço de decepção quando não era ela.

Era difícil manter a fachada. Naquela manhã, enquanto abria o café, a tristeza pesava sobre mim como um cobertor molhado. Olhei para
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