Presente de Divórcio 2: Um novo recomeço
Presente de Divórcio 2: Um novo recomeço
Por: Marcela Lima
Prólogo

Prólogo

A luz da manhã entrava pela janela, mas eu não conseguia sentir seu calor. Sentada na cama desfeita, o silêncio da casa parecia ecoar as palavras que eu não conseguia pronunciar. O coração ainda pulsava acelerado, e a imagem dele, a expressão de desespero e culpa, se repetia em minha mente.

“Cíntia, eu nunca quis que você soubesse assim.” As palavras soavam como uma lâmina, cortando o que restava da confiança que construímos ao longo dos anos. A traição não era apenas um ato; era um golpe na alma, uma reviravolta que eu nunca poderia ter imaginado.

Levantei-me e fui até a janela, observando a fazenda que agora era tudo o que eu tinha. A terra que um dia parecia um lar agora era um campo de batalha entre o que fui e o que precisava me tornar. Eu fui a esposa obediente e boazinha, mas isso não tinha me levado a lugar nenhum.

Lembrei-me das promessas feitas, das risadas compartilhadas. A lembrança do meu ex-marido me enchia de raiva. Por muitas vezes, me questionei onde eu havia errado. Havia casado com Alonso aos 17 anos, acreditando que ele era o amor da minha vida, que seríamos felizes para sempre juntos. O para sempre durou sete anos. Eu me sentia traída, humilhada, exposta. Nunca havia gostado da Júlia; ela tinha uma obsessão doentia pelo Fernando. Quando não conseguiu ficar com ele, começou a se envolver com meu marido. Por sorte, logo descobri, vi uma mensagem no celular dele marcando um encontro. Decidi segui-lo e, ao chegar lá, vi-a esperando em um apartamento em BH. Naquele dia, vi meu casamento desmoronar.

Enquanto respirava fundo, uma nova determinação começou a tomar forma dentro de mim. Eu não poderia deixar que esse capítulo definisse minha vida. Precisava encontrar a força para reescrever minha história, mesmo que fosse doloroso. E, para isso, precisava deixar para trás a imagem dele, da traição e das feridas que me mantinham presa.

Desde o dia em que mandei Alonso embora, estava vivendo sozinha. Essa casa era algo que eu não abriria mão. Não o deixaria me humilhar mais publicamente, nem trazer aquela cobra para morar aqui.

Com um último olhar para a fazenda, decidi que o que viria a seguir seria um novo começo. Era hora de me redescobrir, e talvez, apenas talvez, descobrir o que significava ser verdadeiramente livre. Precisava colocar um fim na única coisa que me mantinha presa ao Alonso; ainda estávamos casados perante a lei. Precisava arrumar um advogado para me auxiliar na partilha de bens. Não sairia lesada desse casamento, mas Alonso era uma pessoa influente e eu não confiava em nenhum advogado de BH para me ajudar. Pensei no Felipe, mas não queria deixá-lo em uma posição difícil, já que ele também era amigo do Alonso. Levantei-me e comecei a pensar; eu precisava me desvincular do meu ex-marido rapidamente. Peguei meu celular e disquei o número da Carol. Como ela já havia morado em São Paulo, deveria conhecer algum advogado de lá, e ela já havia mencionado que o namorado de sua mãe era dono de um escritório de advocacia.

— Cíntia, tudo bem? — ela pergunta ao atender.

A Carol era uma pessoa maravilhosa; eu gostava muito dela.

— Na verdade, eu preciso da sua ajuda.

— Pode falar, querida. Como posso ajudar você? — ela pergunta, e hesito momentaneamente.

— Você sabe que ainda não me divorciei perante a lei.

— Sim, você mencionou isso.

— Preciso colocar uma pedra sobre essa história e entrar com o processo de partilha de bens. Mas não confio em nenhum advogado de BH. O Alonso é muito influente; não confio em ninguém para fazer meu divórcio. Você conhece alguém de São Paulo, da sua confiança, que poderia me ajudar? — pergunto, e ela fica quieta por um breve instante.

— Na verdade, Cíntia, eu conheço uma pessoa que pode te ajudar.

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