Entro no banheiro e começo a tomar o meu banho, infelizmente hoje tem aula e para completar a minha felicidade diária o meu querido "amiguinho" estuda na minha sala, parece praga só pode, que encosto na minha vida esse menino, não dá pra fugir. Desde o ensino fundamental eu estudo com o Dylan, ele sempre implicava comigo na sala de aula, sempre pegava os meus brinquedos para me provocar, sempre os desenhos que eu fazia simplesmente desapareciam e eu sabia que era ele que os jogava fora, às minhas amizades sempre eram contadas a dedo porque o Dylan sempre chegava para interferir em algo.
Só o quero o mais longe possível de mim!
Desligo o chuveiro, pego a minha toalha preta e enrolo pelo meu corpo, não estou com paciência de secar o meu cabelo com a toalha, demora muito e dá preguiça, então optei pelo secador. Abri o armário do banheiro e peguei o secador, pego o pente para desembaraçar e conecto o secador na tomada, selecionei a força do vento e o quão quente gostaria e liguei, no mesmo momento acabo fechando os olhos rapidamente quando algo atinge o meu rosto e um pouco do meu cabelo. Aperto rapidamente o botão de desligar, abro os meus olhos com calma e olho o meu reflexo no espelho.
O meu dia mal começou e já acontece merda na minha vida!
Alguém jogou corante vermelho no secador. Parece que eu enfiei o rosto no saco de corante vermelho ou tinta em pó, passo a mão pelos meus fios de cabelo e percebo que a tinta está se misturando com a humidade do meu cabelo recém lavado.
Agora eu sei o que aquele idiota estava fazendo no meu quarto.
Hoje eu cometo um assassinato!
Abro a porta do banheiro com força e desço as escadas com passos pesados, sinto as minhas pupilas dilatarem e um rosnado alto a cada passo que eu dou. Olho ao redor da sala e avisto o Dylan deitado no sofá rindo da minha situação.
Senhor me dê paciência, se não vou parar na cadeia hoje!
Vou em sua direção com o máximo de velocidade possível, subo em cima dele e começo a distribuir socos e t***s em seu rosto.
—EU VOU TE CASTRAR SEU ALFA IDIOTA!
—AÍ, EMILLY, PARA, tá doendo caralho!– ele grita e tenta se proteger colocando o braço na frente do seu rosto.
—Emilly Smith, o que está acontecendo aqui?– ouço a voz da minha mãe e levanto o meu olhar para poder vê-lá.
Pensei que a minha mãe iria surta comigo por estar batendo no queridinho dela, mas não foi isso que aconteceu, ela está vermelha de tanto rir.
É sério isso, até a minha própria mãe?
—Mãe!
—Desculpa filha, é que você está parecendo o cosplay da curupira!– ela tenta falar mesmo ainda estando rindo da própria filha.—Agora que eu reparei, está parecendo mesmo, amei a minha obra prima!– olho para baixo e observo o sorriso convencido dele, mas logo dou mais um tapa no seu rosto.
—Idiota!– resmungo.
—Essa doeu, lobinha!– ele diz massageando o local vermelho.—Emily, você já percebeu que está só de toalha?– escuto a fala da minha mãe e logo olho para baixo, percebendo que estou só de toalha.
Saio de cima do Dylan em um piscar de olhos, apertando firme o nó que prende a toalha no meu corpo. Tenho certeza que nesse momento o pimentão está com inveja da minha coloração do rosto.
—Vo‐u sub-ir para tomar outro banho.– infelizmente acabo gaguejando e começo a ir em direção à escada.
Antes da minha visão perder o Dylan de vista, percebo o seu olhar incógnita em cima de mim, as vezes ele é indecifrável e confesso que me sinto intrigada a descobrir esse lado dele, só por curiosidade.
(...)
Desço as escadas com a mochila nas costas e arrumada para enfrentar o colégio, estou no primeiro ano do ensino médio, infelizmente ainda falta dois anos e alguns meses para me formar, mas pelo menos estou quase no final do ano.
Vou em direção à mesa que ainda está com o café da manhã e começo a comer rápido, pois não estou com muito tempo para isso.
—Vamos, Emilly, você está muito atrasada, vai ficar do lado de fora da sala!– avisto a minha mãe com uma roupa formal e a sua bolsa no braço.—Já acabei, vou comer essa maçã no caminho.– levanto da mesa e pego a minha mochila.
—Dylan foi na frente. Tenta não parar na secretária por causa dele, nada de brigas!
—Ainda bem que ele já foi, não aguentaria ver aquele ridículo, e pode deixar, dona Ana.– vou em direção ao carro e sento no banco do passageiro.
—Não sei pra que tanta briga, se vocês se pegassem ia ser mais fácil.– eu ouvi mesmo isso?
—Mãe, é mais fácil os alienígenas me abduzirem do que eu ter algum contato íntimo com aquele alfa sarnento.
—Esses jovens de hoje, todos complicados!– dou de ombros com a fala da minha mãe e desvio o meu olhar para janela.
A nossa alcateia é uma das maiores, mas para os humanos é só uma simples cidade como as outras, mas aqui é o lugar onde eu não quero sair, as plantas e árvores ao nosso arredor é o que torna essa simples cidade aconchegante. Não demorou muito para chegar no meu colégio, saio do carro quando aceno para minha mãe e caminho para dentro dos grandes portões, avistando o Pietro sentado nos degraus na pequena escada me esperando.
—Estamos atrasados, mas a nossa sorte é que agora é aula de Matemática!– ele fala assim que o abraço.
—Sim, ele não vai nem notar que chegamos atrasados!– começamos a subir os degraus que nos leva ao segundo andar, onde nossa sala fica.
O professor de Matemática é lerdo e não percebe os alunos que fila ou chega atrasados, o que vai nos ajudar a não levar falta.—Eu me atrasei porque estava te esperando, mas e você?– ele pergunta quando estamos perto da porta da nossa sala.
—Depois te explico direito!– respondo e ele confirma com a cabeça.
Olho ao redor do refeitório, há vários adolescente sentados em seus próprios grupinhos, outros apenas tentando ignorar as pessoas ao seu redor. Mas dentre tantas pessoas não consigo achar o Pietro ou a Iza, e me pergunto na onde eles se meteram, era para ter aceitado que o Pietro me esperasse enquanto eu ia no banheiro.Infelizmente Iza não está na minha sala e sim no segundo ano, sempre penso no quanto iria ser divertido ter ela junto comigo e o Pietro estudando em uma mesma sala, pois ignorando o fato do Pietro ser melhor amigo do Dylan, somos bem próximos desde pequenos.
Pensando naquele sarnento, acabo o encontrando em uma das mesas dos populares, com apenas os jogadores de futebol americano e as líderes de torcida, e infelizmente me deparo com a cena da Camilla querendo se sentar no colo do Dylan, pois convenhamos que interesse no futuro posto de alfa do Dylan é o que predomina a cabeça dessa garota surtada e mimada, só porque a minha família e a dos Harris são próximas ela ficou por dois anos pegando no meu pé achando que tenho interesse nesse sarnento, me ferrei muito por conta dela.Não sei como ele consegue ficar perto dessa garota, apesar que eles se merecem!Sem perceber que estava olhando fixamente para os dois, sou despertada dos meus pensamentos com o olhar penetrante do Dylan na minha direção, desvio o olhar e sigo na direção do balcão para pegar a minha comida.Minha barriga já está roncando, então pego três pastéis de queijo e presunto e um refrigerante. Me viro para ir em direção a uma mesa vazia, mas avisto o Pietro vindo na minha dire
—Você está fedendo!– digo ao observar o seu estado.—Não pedi a sua opinião!– ele joga a mochila no sofá.—Como se a sua palavra fosse importante para me fazer ficar calada!—Mesmo que só falte alguns dias para que eu seja o seu alfa?– ele levanta uma de suas sobrancelhas em questionamento, me fazendo revirar os olhos com o seu sorriso.—Mesmo você sendo o alfa da alcatéia que eu moro, não vai fazer a mínima de diferença!– digo sorrindo ao avistar o sorriso do seu rosto desaparecendo, deixando apenas uma expressão emburrada.—É sério que você está assistindo Lúcifer?– ele pergunta com a feição ainda fechada, me fazendo revirar os olhos.—Estou e pode ir levantando desse sofá.– falo ao perceber que ele se sentou no sofá todo suado.—E por que eu faria isso mesmo?– ele se joga mais ainda no sofá e isso já está começando a me estressar.—Você está parecendo um cachorro de rua... Não, coitado dos cachorros, não é fácil ser comparado com um lobo sarnento e imundo como você!—Nossa quanto a
Os produtos de maquiagem não estão onde deveriam, a base foi passada em abundância misturada a uma sombra branca, me deixando bastante pálida, o batom vermelho mate está grudado no meu rosto, fazendo uma curva torta no meu rosto, a ponta do meu nariz foi pintada de batom vermelho junto ao redor dos meus lábios e em cima das sobrancelhas, sombra preta foi inserida nas pálpebras e abaixo dos meus olhos.Respira fundo e não surta, fica calma Emily!—Dylan, você me paga!Saio do banheiro e vejo ele passando pela porta do quarto correndo, mas vou atrás, quase caio da escada, mas consigo chegar inteira no primeiro andar, me deparando com a minha mãe tomando café, ele vai para trás da minha mãe, a mesma cospe o café que estava bebendo e começa a rir quando me ver.Estou pensando seriamente em trocar de mãe.—O que aconteceu?– ouço a voz da minha mãe que tenta sair séria, mas o seu tom de voz acaba saindo como se estivesse segurando a risada.—Esse sarnento invadiu o meu quarto e mexeu no meu
Tentamos pedir desculpa para as pessoas que acabamos pisando no pé, mas mesmo assim algumas reclamaram. Dou de ombros e sigo a Iza que está na minha frente, quando paramos no único lugar vago ela se senta, me fazendo sentar em suas coxas, um hábito que sempre fazemos quando não há lugar vago para alguma das duas, nunca deixamos uma ficar em pé.O futebol americano é um esporte de conquista de território e fica mais interessante com dois alfas nele. Os alfas tem uma possessividade, agressividade e raiva em um nível maior do que os outros lobos. Até que esse jogo vai ser divertido. O que consigo entender é que o principal objetivo é chegar o maior número de vezes na endzone do adversário, quanto mais o time conseguir fazer isso, mais pontos ele somarar.Foco a minha atenção no jogo que já começou, avisto o Pietro que acena na minha direção e acabo rindo com o seu ato. Com o passar do tempo a nossa escola começa a fazer pontos, depois de ganhar uma surra do time adversário.Já estava fi
—Estava, vou embora com ele. Por que o interesse?O irritante é que o Dylan sempre tenta se intrometer na minha vida, e olha que ele não é nem meu irmão para desempenhar esse papel. Desde pequeno ele ficava grudado em mim para saber o que estou fazendo ou o que estou aprontando, muitas vezes era para me pirraçar com as informações que conseguia. Apesar que eu não era nenhuma santa e sempre conseguia algumas informações para usar quando precisar.—É porque ele já foi embora, avisei que iria levar você para casa.– saio dos meus pensamentos ao ouvir o que ele disse.—Você fez o quê? Nem ao menos me perguntou se era isso que eu queria! E eu não irei com você!Dou o primeiro passo para ir embora sozinha, mas sou impedida pela sua mão que segura o meu braço, e me pegando desprevenida, sou virada rapidamente, ficando em sua frente, em uma distância curta demais.—Eu estou ficando na sua casa por um tempo, nada mais justo que você vá comigo.– começo a perceber que a sua voz está ficando mais
—Não vou não, não sei fazer nada na cozinha.—Vai sim, não sou sua empregada para fazer comida e você com a bunda no sofá. Não se preocupe, você aprende.—Tá legal, eu te ajudo, que garota chata.– ele sussurra a última parte, mas consegui entender perfeitamente.—Digo o mesmo para você.– pego uma xícara e coloco o café dentro dela.Pego o pote de açúcar e coloco duas colheres no líquido amargo, misturando a bebida.Observo ele sorrir na minha direção quando coloco a xícara rente aos lábios, não sei dizer se é provocação ou expectativa, dou de ombros e tomo um gole do líquido amargo, querendo cuspir tudo de volta para xícara logo em seguida.Isso está ruim demais.Levanto rapidamente da cadeira e corro para perto da pia, cuspindo o café da minha boca, mas não adianta porque o gosto ainda está nela, jogo todo o conteúdo da xícara pelo ralo.—Está tão ruim assim?– ele pergunta olhando para o líquido da sua xícara que está intocável.—Está horrível, quem fez isso?– pergunto lavando as min
Que estranho, mais estranho ainda ela me comparar como namorada desse lobo sarnento, mas bem que ela me pareceu bem simpática, gosto de idosos, ainda mais anciãos.Mas credo, ser namorada desse daí só se eu estivesse louca.Pego um dertegente na prateleira e abro o mesmo, sentindo o cheiro bom saindo dele, viro o meu rosto na direção do Dylan para pedir opinião, mas no mesmo momento sinto os meus punhos formigarem ao presenciar aquelas duas garotas chegando perto dele.—Oi, me chamo Carol, essa daqui se chama Vanessa.– essa voz está me dando vontade de vomitar.—Prazer, me chamo Dylan e essa daqui é a Emilly.– sem nem mesmo me esforçar para ser educada, mantenho a minha cara fechada.—Nós sabemos o seu nome, aliás, quem não sabe o nome do futuro alfa daqui, mas essa daí eu não sabia.Observo elas me olharem de cima a baixo e fazerem uma cara de nojo, era só o que me faltava, sabia que o meu instinto não estava errado, elas não prestam.—Você poderia me dar o seu número para nos conhec
Sábado, hoje é sábado, aniversário do Dylan. Mas a festa é só de noite, não consigo entender do porquê que coloquei esse celular para despertar. Ainda sonolenta, estico o meu braço, tatiando o meu celular, que eu sempre deixo na cama, para poder desligar o alarme as cegas.Quando enfim consigo desligar o alarme, me aconchego mais nas cobertas para pegar no sono novamente.—Se você continuar assim, vai acabar voltando a pegar no sono!Ah não, de novo não!Levanto somente a cabeça para confirmar se ainda não estou dormindo e tendo um pesadelo, mas para a minha infelicidade, não estou dormindo.—Como você entrou no meu quarto? A porta está tracanda!– com muita preguiça, levanto da cama e encaro o Dylan com os braços cruzados.Olho para todo o meu corpo só para ter certeza que não tem nenhuma pegadinha dele em mim.—Pela janela!– ele fala como se fosse a coisa mais normal do mundo invadir um quarto.—Ah claro, já que eu não posso passar pela porta, por que não entrar pela janela?—Lembra