Predestinados
Predestinados
Por: Darlla Vi
Prólogo.

9 anos atrás...

Observo a minha mãe colocar o meu sapatinho com um sorriso no rosto, bem diferente de mim, já que eu não estou nada feliz em ir ver aquele menino de novo, eu gosto da tia Alice e do tio Carlos, mas não gosto nem um pouco do seu filho, o Dylan, aquele menino me deixa muito nervosa.

—Por que está com essa carinha emburrada, Emi?– minha mãe pergunta me pegando no colo.

—Não gosto do Dylan!– encho as minhas bochechas de ar e cruzo os braços.

—Mas você gosta de brincar com o Pietro, por que não brinca com o Dylan também?

—O Pietro não j**a areia nos meus cabelos ou no meu rosto, ele não pega os meus docinhos e se aproveita da minha altura para não me devolver.

—Não se esqueça que você deu um chute na perna dele da última vez, mocinha, aliás, você sempre b**e nele. O que ele faz é errado, mas você não pode usar a violência para cima dos seus amigos!

—Ele não é o meu amigo, então com ele eu posso bater!

—Vocês ainda vão se dar bem, Emilly.

—Duvido, mamãe!

—Já está na hora, eles devem estar nos esperando!

—Cadê o papai?

—Ele já está lá!

Ela me coloca no chão, pegando na minha mão e fomos em direção a casa dos nossos vizinhos, onde o chato do Dylan mora.

Avisto a tia Alice vindo em nossa direção com um sorriso no rosto, mamãe me disse que a tia Alice é a sua melhor amiga, como eu e a Iza.

—Olá princesa, vai lá no quarto do Dylan brincar um pouco, o Pietro está lá.– olho para a minha mamãe e ela balança a cabeça confirmando.

Vou em direção à escada e começo a subir degrau por degrau, as minhas perninhas são pequenas e isso não facilitou muito a subida. Chego no topo da escada cansada e vou em direção a porta do quarto do Dylan, e abro sem bater.

—A tia Ana não te deu educação não, Emilly?– ouço a voz do Dylan, mas nem me importo pro que ele fala, olho para o lado e vejo o Pietro na cama do Dylan.

—PIETRO!– corro na direção do Pietro e dou um abraço nele, mas escuto um som esquisito atrás de mim.

É um rosnado?

Olho pro Dylan e parece que ele quer pular em cima de mim, os seus olhos estão vermelhos e isso me dá medo, essa cor vermelha é diferente dos outros lobos. 

Mamãe disse que só podemos nos transformar em nossa forma de lobo com dezesseis anos, mas a nossa cor dos olhos podem mudar e podemos rosnar quando ficamos com raiva.

Me encolho mais ainda no Pietro e ouço o Dylan rosnar mais uma vez.

—Para com isso Dylan, está assustando ela!– o Pietro fala me abraçando por trás.

—A minha intenção é essa, e larga ela! Emilly, vá brincar lá fora!– observo os olhos do Dylan que ainda não voltou ao normal e me levanto da cama.

Dou mais um abraço no Pietro e estremeço ao escutar mais rosnados atrás de mim.

—O que você está esperando para ir logo embora do meu quarto?– Dylan pergunta e eu solto o Pietro.

—Não queria ficar no seu quarto mesmo e nem brincar contigo, a sua presença me incomoda.

Saio do quarto e bato a porta com força para mostrar o quanto estou irritada com esse menino, desço as escadas com mais facilidade e quando chego na sala avisto a tia Nanda servindo os meus tios e pais.

—Querida, já desceu?– tia Alice pergunta para mim.

—Não vai me dizer que vocês brigaram de novo!– minha mãe pergunta sem me deixar responder a tia Alice.

—Dessa vez não fui eu que comecei a briga, o Dylan que é muito besta e fica rosnando para mim, me expulsando do quarto dele!– cruzo os meus braços e me sento no sofá, balançando as minhas pernas no ar, sem conseguir tocar no chão.

—Ele rosnou para você?– agora é a vez do tio Carlos perguntar.

—Sim, ainda ficou com os olhos vermelhos para cima de mim!

—Emilly, eu te conheço, o que você fez para ele agir assim com você?– meu pai pergunta.

—Mas dessa vez eu juro que não fiz nada. Eu só entrei no quarto e abracei o Pietro, nem pirracei ele!

—Ah, tá explicado!– tia Alice começa a rir, me deixando confusa.

—Tia Alice, como assim?

—Querida, vamos lá na cozinha, preparei um bolo de chocolate para você!– ao ouvir a tia Nanda mencionar bolo de chocolate, levanto rapidamente do sofá e me aproximo dela com um sorriso no rosto.

Pego na sua mão animada para comer bolo, caminhando na direção da cozinha enorme dessa casa.

Tempo atual...

Sou acordada brutalmente pela luz que invadiu o meu quarto e a coberta sendo tirada do meu corpo, me deixando desconfortável. Sem nem mesmo abrir os meus olhos, pego o meu travesseiro e abraço ele, querendo voltar pro meu sono profundo.

—Até que você é bonitinha.

Ah não, essa voz!

Assim que percebo o dono dessa voz, o meu corpo deixa de lado o resto da preguiça e em um ato involuntário, acabo levantando rapidamente da cama, sentindo a tontura me atingir por conta dos movimentos bruscos e por pouco não acabo indo direto para o chão, já que os braços dele foram de encontro com a para minha cintura, me impedindo de cair.

—Não se levante assim. Se você estivesse desmaiado, o tio Pedro iria literalmente me matar!

—Era para eu ter desmaiado. Dylan, o que você está fazendo no meu quarto?– falo saindo de perto dele.

—Só vim fazer o grande favor de te acordar.– ele me responde e começa a mexer nas minhas coisas no quarto, sem se importar com a minha presença.

—Reformulando a pergunta. O que você está fazendo na minha casa?– tiro a sua mão do meu estojo de maquiagem.

—Como o meu pai e a minha mãe estão viajando para resolver uns assuntos da alcatéia, a sua mãe falou que cuidaria de mim até eles voltarem.

O que? Acho que estou dormindo ainda e tendo um pesadelo, só pode!

—Relaxa, você já está ficando vermelha demais, daqui a pouco explode! Eles irão voltar na semana do meu aniversário, não irei ficar tanto tempo assim!

—Por que você não fica na sua casa?

—A tia Nanda está cuidando de uns assuntos familiares e não vai trabalhar esses dias. Como eu não sei cozinhar para me alimentar, vou ter que ficar uns dias aqui.

—Já ouviu falar em comer fora ou internet com informações para poder cozinhar algo?

—Sim, mas a sua casa é muito melhor!– reviro os olhos.

—Eu não acredito que vou ter que conviver na mesma casa que você por duas semanas!– resmungo chateada.

—Então pode ir acreditando. Ah, não se esquece que temos aula, toma logo o seu banho!– ele fala com um sorriso estranho no rosto e sai pela porta do meu quarto.

Não consigo ficar no mesmo lugar com ele por mais de dois minutos sem brigar e agora vou ter que passar duas semanas com esse alfa ridículo.

Calma, Emilly, está perto para ele finalmente se transformar por completo e encontrar a companheira dele, então você vai ficar finalmente em paz!

Pelo menos ele é alfa e não vai demorar para encontrar a pessoa que está ligada com ele, tenho pena da coitada. No meu caso vai demorar para minha alma gêmea aparecer, ainda nem fiz dezesseis anos e nem sou alfa, mas quero muito o encontrar antes de me formar.

Espero que ele seja o meu príncipe encantado, que me entenda como ninguém, que me ame do jeito que eu sou, que não seja insuportável e que consiga me aturar.

As típicas coisas que todos querem!

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