2.

Pensando naquele sarnento, acabo o encontrando em uma das mesas dos populares, com apenas os jogadores de futebol americano e as líderes de torcida, e infelizmente me deparo com a cena da Camilla querendo se sentar no colo do Dylan, pois convenhamos que interesse no futuro posto de alfa do Dylan é o que predomina a cabeça dessa garota surtada e mimada, só porque a minha família e a dos Harris são próximas ela ficou por dois anos pegando no meu pé achando que tenho interesse nesse sarnento, me ferrei muito por conta dela.

Não sei como ele consegue ficar perto dessa garota, apesar que eles se merecem!

Sem perceber que estava olhando fixamente para os dois, sou despertada dos meus pensamentos com o olhar penetrante do Dylan na minha direção, desvio o olhar e sigo na direção do balcão para pegar a minha comida.

Minha barriga já está roncando, então pego três pastéis de queijo e presunto e um refrigerante. Me viro para ir em direção a uma mesa vazia, mas avisto o Pietro vindo na minha direção.

—Emi, estava te procurando!

—Eu sai do banheiro e vim direto para o refeitório. Você estava fazendo o quê?

—Conversando com a Stella.– ele fala sem muita importância, mas essa frase me deixa um pouco de esperança.

—Só conversando? Nenhum encontro ou beijo?

—Só conversando, nada de beijo, você sabe que eu não iria conseguir!

O Pietro é realmente lindo, o seu tom de pele é branca como a neve, os seus cabelos escuros como uma noite sem a luz da lua, os seus olhos azuis claros que hipnotiza qualquer uma com o olhar, o seu jeito carinhoso de ser atrai muitas lobas que são loucas para ser a sua companheira e ter a honra de levar a sua marca no pescoço.

Lembro-me da pequena quedinha que senti por ele, só uma pequena atração que logo passou, pois somos melhor sendo amigos do que outro tipo de relacionamento.

—Desculpa, não custava nada perguntar. Mas já que nós tocamos nesse assunto, onde estar a Iza?– pergunto.

—Ela está se pegando com o Stefan, depois que ela descobriu que ele é o seu companheiro não sai de perto dele.– observo o seu tom de voz sair um pouco triste.

Mordo o meu lábio inferior ao notar o seu tom de voz. Sempre notei o modo como ele agia perto da Iza, querendo sempre idolatrar ela, fazer os seus gostos, os seus desejos. Pietro era bem motivado no requisito conquistar a Iza, até entrou no time de futebol americano só porque soube que ela gostava de esportes. Mas por um lado a sua atitude beneficiou a ele, que acabou gostando desse esporte, ainda mais quando o seu melhor amigo se tornou capitão do time, o Dylan.

Mesmo com tantos esforços, a Iza nunca o quis como ele queria, ela queria ele apenas como amigo. No começo pensei que ela tinha medo de estragar a amizade deles, já que sempre fomos um trio muito grudado um no outro, mas não, não era esse o motivo para ela nunca ter dado uma chance para ele, pois ela realmente não sentia atração por ele, a sua loba o rejeitava.

E isso só piorou ainda mais quando o Stefan chegou na vida da Iza, declarando o laço de companheiros sendo ligado. Desde o início, quando o Pietro se transformou e foi atrás da Iza para saber se ela era a sua companheira, sabíamos que isso não ia dar certo, que eles não iriam dar certo, pois os seus lobos não reconheceram um ao outro, não havia nenhuma ligação entre eles dois, entre o Pietro e Iza. Mas só não esperávamos que o parceiro dela ia ser do time de futebol do Pietro.

Mesmo ele afirmando que não tem mais sentimentos pela Iza, sem ser o da amizade, sinto que ele não está falando a verdade. O conheço bem o suficiente para perceber o tom da sua voz ao falar deles, ou o olhar que desvia do meu sempre quando toco no assunto, por isso pedi para ele ser sincero comigo em relação a Iza, que não vou o julgar, mas ainda tem um pouco de receio de falar desse assunto vindo dele.

—Não vai comer?– pergunto mudando de assunto.

—Sim, vou pegar logo o meu lanche, me espera aqui.– quando ele termina de falar, confirmo com a cabeça.

Vou em direção a uma mesa vazia, me sento na cadeira e começo a comer, observando as pessoas ao meu redor, nenhuma que eu tenha alguma intimidade, apenas algumas do time que o Pietro já me apresentou, mas mesmo assim não tenho muita intiminadade, apenas um cumprimento quando me esbarro em alguns deles.

—Emi, você vai me assistir jogar na sexta?– levanto o meu olhar e percebo que o Pietro já se sentou no meu lado.

—É claro que eu vou, não vou perder as quedas dos meninos por nada!– começo a rir só de imaginar o Dylan caindo no campo.

—Pensei que fosse ver o seu melhor amigo jogar, mas não, você que ver é as nossas quedas e o nosso sofrimento.– ele diz fingindo estar chateado.

—Dramático!– exclamo dando uma mordida no meu pastel.

—Mas sério, o futebol americano vai me ajudar a entrar em uma boa faculdade, e isso me motiva a ganhar cada partida!

—Só em pensar na faculdade eu começo a ficar nervosa e ansiosa, ainda não tenho certeza qual eu quero ir.

—Ainda temos muito tempo para isso, não pense nisso agora!

Sinto uma sensação de estar sendo observada e isso está me incomodando, olho ao redor do refeitório e paro o meu olhar no Dylan, mais uma vez ele está me olhando estranho, eu sei que ele não gosta de mim, mas não precisa ficar me observando, isso é estranho.

A sensação de estar sozinha dentro de casa é gratificante, sem ninguém para te aborrecer, apenas a liberdade para se fazer o que quiser, já que minha mãe está trabalhando no hospital e só irá chegar a noite, meu pai viajando junto com os pais do Dylan, e esse sarnento provavelmente deve estar no treino de quarta, e só o que eu desejo é que ele volte tarde.

Depois que cheguei do colégio fui direto para o quarto tomar um longo banho para almoçar, a minha sorte é que minha mãe sempre deixa comida para mim esquentar no micro-ondas e não tenho que fazer, já que sou péssima na cozinha.

Uma lembrança de quando tinha onze anos invade a minha mente, o dia que a tia Nanda tentou ensinar a mim e ao Dylan a conseguir cozinhar um bolo, o que claramente não funcionou, no final os dois saíram melados de farinha e ovos por conta da briga que tivemos para dividir a farinha no saco, nem lembro mais quem que começou a guerra de comida primeiro, mas esse dia foi engraçado que até a tia Nanda saiu melada.

Não sei como tia Nanda nos aguenta até hoje na cozinha dela!

Saio dos meus pensamentos ao perceber que a melhor parte da série Lúcifer, que estou assistindo, está para acontecer, mas como a vida sempre arruma um jeito de tirar a minha paz e o meu momento de felicidade, escuto a porta da sala sendo aberta. Dou pausa na série e viro o meu olhar pra porta, para poder ver quem chegou.

O motivo dos meus estresses acaba de passar pela porta de entrada todo suado e nojento do treino, o que com certeza não tomou banho no vestiário e veio para casa assim que o treino acabou.

Que nojo!

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