Os produtos de maquiagem não estão onde deveriam, a base foi passada em abundância misturada a uma sombra branca, me deixando bastante pálida, o batom vermelho mate está grudado no meu rosto, fazendo uma curva torta no meu rosto, a ponta do meu nariz foi pintada de batom vermelho junto ao redor dos meus lábios e em cima das sobrancelhas, sombra preta foi inserida nas pálpebras e abaixo dos meus olhos.
Respira fundo e não surta, fica calma Emily!
—Dylan, você me paga!
Saio do banheiro e vejo ele passando pela porta do quarto correndo, mas vou atrás, quase caio da escada, mas consigo chegar inteira no primeiro andar, me deparando com a minha mãe tomando café, ele vai para trás da minha mãe, a mesma cospe o café que estava bebendo e começa a rir quando me ver.Estou pensando seriamente em trocar de mãe.
—O que aconteceu?– ouço a voz da minha mãe que tenta sair séria, mas o seu tom de voz acaba saindo como se estivesse segurando a risada.
—Esse sarnento invadiu o meu quarto e mexeu no meu estojo de maquiagem para fazer isso comigo!– aponto pro meu próprio rosto tentando não me alterar mais ainda.
—Ficou tão linda, eu sou um ótimo artista, já pode inaugurar o novo visual hoje no colégio.
—A única pessoa que vai inaugurar alguma coisa é você, o roxo dos hematomas que eu vou ter o prazer em te dá.
—Se acalma, Lobinha.– ele sorrir mostrando as suas covinhas.
Por uma fração de segundos acabo desviando a minha atenção para o seu sorriso, mas logo tento voltar a minha atenção para minha raiva que estou sentindo dele, o que não deu muito certo.
Lembro-me que quando éramos crianças a única coisa que admirava nele era seu sorriso que sempre vinha acompanhado por duas covinhas na bochecha. As vezes ficava tão hipnotizada que acabava rindo junto a ele ao observar a sua risada, mesmo que ela seja convencida ou provocativa, era bela, e tenho que admitir que ainda é, mas ele era tão idiota que sempre me provocava ao perceber o meu olhar nele, fazendo todo o encanto desaparecer.
O seu rosto é angelical, com sua pele bronzeada, seus lábios cheinhos não muito largos, os olhos verdes esmeralda que ficam perfeitamente com os seus fios loiro escuro do cabelo, e quando o mesmo sorrir fica mais lindo ainda. Mas é claro que nunca admitirei em voz alta.
—Estou vendo uma baba escorrendo pelo canto.– saio dos meus pensamentos com a voz do Dylan.
—Não se iluda!
—Eu sei que sou lindo, pode admirar que eu não irei reclamar!
Ele começa a se aproximar mais de mim, só que dessa vez foi diferente, quando ele chegou perto o suficiente de mim, dei uma joelhada bem na sua parte mais sensível do corpo de um homem.
—Ai caralho, essa doeu e muito, golpe baixo, Emilly.– ele se agacha no chão, gemendo de dor.
—Melhor não se aproximar tanto de mim se não quiser levar outras dessa!
—Acho que vai ser difícil, gosto tanto da sua presença!– mesmo ainda gemendo de dor ele consegue usar a sua ironia.—Eu ainda estou aqui!– ouço a voz da minha mãe e me viro para ela.—E Dylan, não mexa na maquiagem da Emi, com maquiagem não se brinca!
—E a partir de hoje irei me garantir que você não entre mais no meu quarto!– falo agora olhando na direção do Dylan.
—Claro, não vou entrar mais lá!– levanto uma das minhas sobrancelhas com a audácia por trás de suas palavras.
—Dylan, por mais que algumas "brincadeiras" que vocês tem um com o outro sejam um pouco engraçadas, não invada o espaço pessoal dela. Nada de entrar no quarto da Emi e mexer nas coisas dela!– sorrio mínimo com a fala da minha mãe e começo a caminhar na direção da escada.Mas minha expressão emburrada volta conforme vou subindo os degraus, pois será um trabalho tirar isso tudo no meu rosto e cabelo, pois ainda tenho que ir ao colégio.
Diminuo meus passos, assim como a Iza ao meu lado, quando nos aproximamos ainda mais do campo de futebol americano, onde o jogo está prestes a começar e ainda não temos um lugar vago nas arquibancadas para podermos assistir o time do nosso colégio jogar, mas nisso eu culpo a nossa fome que atacou enquanto estavamos à caminho do colégio, o que ocasionou em nós duas esquecendo do horário e correndo para não perder o começo do jogo assim que olhamos pro celular.
Pisco algumas vezes, olhando para o campo enorme onde as líderes de torcida estão em suas posições para começar a cantar e dançar, coisa que definitivamente não é para mim, se eu estivesse lá, iria estragar a coreografia ao tropeçar ou esquecer da letra da música de incentivo pro time, sem contar que me dá agonia só de pensar em fazer parte disso tudo.
—Estou ansiosa para ver o Stefan jogando, ele fica tão gostoso no campo.– Iza fala com um sorriso apaixonado no rosto.
—Informação desnecessária!– desvio o meu olhar para ela, fazendo uma expressão de descontentamento, só para irritá-la.
—Você fala isso porque não presenciou aquele garoto sem roupa!
—Agora sim que foi uma informação desnecessária!– digo tentando tirar a imagem do Stefan sem roupa.
Merda de imaginação fértil!
—Mas mudando de assunto. Você não está animada para assistir o jogo?
—Não?
—Se anima garota!– ela me sacode levemente e acabo rindo com a sua ação.—Mas eu não entendo nada de jogos, quase nunca compareço quando tem um!
—Relaxa, eu te conto quem estiver perdendo ou ganhando.
—Eu não sou tão burra assim, isso eu sei!—Então presta atenção nos garotos que vão competir contra o nosso colégio, eles são lindos!
Ela está torcendo pro time da nossa escola ou para o time adversário?—Mas o pior que você tem razão!– não posso mentir, eles são lindos.
—Também acho, o capitão do time mesmo, nossa!– ela levanta a mão e finge estar se abanando.—Que capitão do time?– escuto a voz de Stefan, agora que eu quero ver o circo pegar fogo.
Não que eu goste de ver treta, longe de mim ser assim!
—Ah amor, estava falando que aquele capitão do time adversário não está com nada, vocês irão vencer de lavada.– poxa, nem uma briguinha?
—Torça por mim, te encontro mais tarde!– ele dá um beijo na Iza e sai correndo pro campo.
Andamos mais rápido para as arquibancadas, analisando ela ao nosso redor, tentando achar um lugar vago dentre tantas pessoas sentadas.
—Ali, dá para a gente se espremer um pouco, ou uma senta no colo da outra se ficar apertado!– Iza aponta para um único espaço entre duas garotas do último ano.—Vamos ter que sentar no colo mesmo, quando uma cansar a gente revisa.– digo para ela enquanto fomos subindo os degraus.
Tentamos pedir desculpa para as pessoas que acabamos pisando no pé, mas mesmo assim algumas reclamaram. Dou de ombros e sigo a Iza que está na minha frente, quando paramos no único lugar vago ela se senta, me fazendo sentar em suas coxas, um hábito que sempre fazemos quando não há lugar vago para alguma das duas, nunca deixamos uma ficar em pé.O futebol americano é um esporte de conquista de território e fica mais interessante com dois alfas nele. Os alfas tem uma possessividade, agressividade e raiva em um nível maior do que os outros lobos. Até que esse jogo vai ser divertido. O que consigo entender é que o principal objetivo é chegar o maior número de vezes na endzone do adversário, quanto mais o time conseguir fazer isso, mais pontos ele somarar.Foco a minha atenção no jogo que já começou, avisto o Pietro que acena na minha direção e acabo rindo com o seu ato. Com o passar do tempo a nossa escola começa a fazer pontos, depois de ganhar uma surra do time adversário.Já estava fi
—Estava, vou embora com ele. Por que o interesse?O irritante é que o Dylan sempre tenta se intrometer na minha vida, e olha que ele não é nem meu irmão para desempenhar esse papel. Desde pequeno ele ficava grudado em mim para saber o que estou fazendo ou o que estou aprontando, muitas vezes era para me pirraçar com as informações que conseguia. Apesar que eu não era nenhuma santa e sempre conseguia algumas informações para usar quando precisar.—É porque ele já foi embora, avisei que iria levar você para casa.– saio dos meus pensamentos ao ouvir o que ele disse.—Você fez o quê? Nem ao menos me perguntou se era isso que eu queria! E eu não irei com você!Dou o primeiro passo para ir embora sozinha, mas sou impedida pela sua mão que segura o meu braço, e me pegando desprevenida, sou virada rapidamente, ficando em sua frente, em uma distância curta demais.—Eu estou ficando na sua casa por um tempo, nada mais justo que você vá comigo.– começo a perceber que a sua voz está ficando mais
—Não vou não, não sei fazer nada na cozinha.—Vai sim, não sou sua empregada para fazer comida e você com a bunda no sofá. Não se preocupe, você aprende.—Tá legal, eu te ajudo, que garota chata.– ele sussurra a última parte, mas consegui entender perfeitamente.—Digo o mesmo para você.– pego uma xícara e coloco o café dentro dela.Pego o pote de açúcar e coloco duas colheres no líquido amargo, misturando a bebida.Observo ele sorrir na minha direção quando coloco a xícara rente aos lábios, não sei dizer se é provocação ou expectativa, dou de ombros e tomo um gole do líquido amargo, querendo cuspir tudo de volta para xícara logo em seguida.Isso está ruim demais.Levanto rapidamente da cadeira e corro para perto da pia, cuspindo o café da minha boca, mas não adianta porque o gosto ainda está nela, jogo todo o conteúdo da xícara pelo ralo.—Está tão ruim assim?– ele pergunta olhando para o líquido da sua xícara que está intocável.—Está horrível, quem fez isso?– pergunto lavando as min
Que estranho, mais estranho ainda ela me comparar como namorada desse lobo sarnento, mas bem que ela me pareceu bem simpática, gosto de idosos, ainda mais anciãos.Mas credo, ser namorada desse daí só se eu estivesse louca.Pego um dertegente na prateleira e abro o mesmo, sentindo o cheiro bom saindo dele, viro o meu rosto na direção do Dylan para pedir opinião, mas no mesmo momento sinto os meus punhos formigarem ao presenciar aquelas duas garotas chegando perto dele.—Oi, me chamo Carol, essa daqui se chama Vanessa.– essa voz está me dando vontade de vomitar.—Prazer, me chamo Dylan e essa daqui é a Emilly.– sem nem mesmo me esforçar para ser educada, mantenho a minha cara fechada.—Nós sabemos o seu nome, aliás, quem não sabe o nome do futuro alfa daqui, mas essa daí eu não sabia.Observo elas me olharem de cima a baixo e fazerem uma cara de nojo, era só o que me faltava, sabia que o meu instinto não estava errado, elas não prestam.—Você poderia me dar o seu número para nos conhec
Sábado, hoje é sábado, aniversário do Dylan. Mas a festa é só de noite, não consigo entender do porquê que coloquei esse celular para despertar. Ainda sonolenta, estico o meu braço, tatiando o meu celular, que eu sempre deixo na cama, para poder desligar o alarme as cegas.Quando enfim consigo desligar o alarme, me aconchego mais nas cobertas para pegar no sono novamente.—Se você continuar assim, vai acabar voltando a pegar no sono!Ah não, de novo não!Levanto somente a cabeça para confirmar se ainda não estou dormindo e tendo um pesadelo, mas para a minha infelicidade, não estou dormindo.—Como você entrou no meu quarto? A porta está tracanda!– com muita preguiça, levanto da cama e encaro o Dylan com os braços cruzados.Olho para todo o meu corpo só para ter certeza que não tem nenhuma pegadinha dele em mim.—Pela janela!– ele fala como se fosse a coisa mais normal do mundo invadir um quarto.—Ah claro, já que eu não posso passar pela porta, por que não entrar pela janela?—Lembra
Deixo a água escorrer pela minha mão, deixando ela molhada o suficiente para logo em seguida esfregar na área manchada do vestido, mas só faço a situação piorar.—Realmente manchou!– tomo um leve susto ao ouvir a mesma voz do menino que se esbarrou em mim e olho para o lado, podendo observar o seu rosto com mais detalhes por conta da iluminação.O seu tom de pele clara vem acompanhada com algumas sardas no seu rosto, o seu cabelo ruivo com os fios bagunçados lhe dá um ar ainda mais sexy e ao mesmo tempo fofo, os seus olhos são verdes um pouco mais claro que o do Dylan, e sua altura é mais alta que o Pietro, apesar que quase todos os garotos ganham do Pietro em questão de altura.Pietro só é um pouco mais alto que eu e a Iza, quando criança o mesmo era pirraçado pela sua altura pelos garotos da nossa sala, mas com o tempo eles foram parando de o pirraçar, pois o Pietro passou a se defender.—Se eu não me engano, esse é o banheiro feminino.– falo com um pequeno sorriso no rosto.—Ningué
O meu pai sorrir pro Thomas, e em seguida, se afasta, me fazendo o perder de vista pela multidão que começa a dançar como se nada estivesse acontecido. Me viro para o Thomas e percebo que os seus machucados estão começando a se curar, um dos benefícios de poder se transformar livremente.—Melhor eu ir embora!– seus dedos tocam uma de suas feridas, causando uma feição de dor no seu rosto.—Tem certeza? Não precisa de ajuda?—Tenho, não se preocupe, irá curar em uma hora, a gente se ver por aí!—Tchau, Thomas!– falo dando um leve sorriso.—Tchau, Emilly!Penso que ele vai me abraçar, mas acaba recuando, só dá um aceno com a mão e vai embora, acabo ficando sem reação, não estou entendendo nada, Dylan acabou com a minha diversão.—Onde você se enfiou? Te procurei pela festa toda.– a voz da Iza no meu ouvido me faz ter um mine infarto.As pessoas marcaram pra brotar do nada hoje?—Foi uma confusão, depois eu te conto tudo.– olho para ela.—O Dylan está no fundo da casa, parece que ele se e
O Pietro não veio hoje, ele que me defende do John e a Camila, não saí da sala hoje para não encontrar com esses dois, eles já colocaram a minha cabeça no vaso sanitário da escola, mas em compensação o Pietro colocou a do John também e a Iza bateu na Camila, eu realmente tenho ótimos amigos.Eles se aproveitam de mim só porque tenho anos e sou baixinha!O sinal toca e a maioria saíram correndo pela porta, levanto da minha cadeira e começo a arrumar a minha mochila para poder sair mais rápido.Estava quase fechando a minha mochila, mas ela é tirada da minha mão e a zuada dos meus matérias caindo no chão é ouvida pelo eco da sala vazia, nem preciso olhar para saber quem fez isso.—Ops, foi sem querer!– o John fala e eu me viro na sua direção com os meus olhos lacrimejando, mas não irei chorar.—Mas isso não vai ser sem querer, vai ser de propósito mesmo!– a voz do Dylan me deixa um pouco aliviada, mas em seguida ele dá um soco no Jonh que dá alguns passos para trás.—Como você ousa me b