Tentamos pedir desculpa para as pessoas que acabamos pisando no pé, mas mesmo assim algumas reclamaram. Dou de ombros e sigo a Iza que está na minha frente, quando paramos no único lugar vago ela se senta, me fazendo sentar em suas coxas, um hábito que sempre fazemos quando não há lugar vago para alguma das duas, nunca deixamos uma ficar em pé.
O futebol americano é um esporte de conquista de território e fica mais interessante com dois alfas nele. Os alfas tem uma possessividade, agressividade e raiva em um nível maior do que os outros lobos. Até que esse jogo vai ser divertido.
O que consigo entender é que o principal objetivo é chegar o maior número de vezes na endzone do adversário, quanto mais o time conseguir fazer isso, mais pontos ele somarar.Foco a minha atenção no jogo que já começou, avisto o Pietro que acena na minha direção e acabo rindo com o seu ato. Com o passar do tempo a nossa escola começa a fazer pontos, depois de ganhar uma surra do time adversário.
Já estava ficando entediada vendo esse jogo, mas um acontecimento me faz prestar atenção nele, o Dylan estava com a bola, mas o alfa do time adversário acaba derrubando o Dylan que vai direto pro chão e não consigo segurar a risada, enquanto as pessoas estão reclamando do garoto que derrubou ele, eu estou chorando de tanto rir, depois tenho que agradecer a esse garoto.—Essas pessoas estão te olhando estranho!– Iza diz dando risada.
—Não dou a mínima.– dou de ombros e olho para frente, percebendo que os jogadores estão saindo do meio do campo.—Já está no intervalo? —Sim, vamos ir ver o Pietro?– ela aponta para o Pietro que bebe água no banco dos reservas, um pouco afastado dos outros jogadores, e aceno com a cabeça. Ando na frente, tomando cuidado para não levar ninguém, que ainda continua sentado, pelo caminho, fazendo a tragetória diferente da maioria das pessoas que estão querendo comprar algo para comer ou apenas ir ao banheiro. Sorrio na direção do Pietro, que fecha a garrafa de água assim que nos ver, e me sento ao seu lado e Iza fica em pé em nossa frente. —Vinheram me dar um abraço de boa sorte?– Pietro abre os braços e eu finjo uma careta, me afastando mais pro lado.—Eca, tá fedendo a cachorro molhado de suor!
—Verdade, tô sentindo daqui!– Iza concorda e dou risada para o drama começar.—Por que eu ainda não estou acostumado com a rejeição de vocês? Já virou parte do meu dia a dia!– ele cruza os braços e reviro os olhos, os pousando no grupo de jogadores do nosso colégio, com o Dylan no meio falando sobre algo.
—O que eles estão tanto falando?
—Estratégia de jogo. O Dylan está puto com o capitão do time adversário, que fiquei sabendo que se chama Jake!—Não é pra menos, esse tal de Jake o derrubou que nem jaca podre!– dou risada.
—Eu reparei que esse capitão está de marcação apenas com o Dylan!– Iza comenta.
—Sim, ele está com raiva e está querendo descontar no mais forte do nosso time.– Pietro diz e nos olha.—Fiquei sabendo do motivo para ele estar assim, o cara descobriu que não tem apenas uma alma gêmea, e sim duas, e uma delas não está facilitando nada pra ele, o deixando nervoso no campo!—Uou, eu nunca conheci ninguém com duas almas gêmeas!– exclamo.
—Porque é raro de se acontecer, assim como se ter uma ligação apenas de amizade com o seu companheiro!– Iza indaga e franzi o cenho, desejando que isso não aconteça comigo, pois de amizade eu já tenho um Pietro, mas namorado ainda nada.—Quando os dois lados conversam e decidem o que é melhor, fica mais fácil!
Minha expressão de animação, ao querer continuar conversando, murcha assim que o apito do treinador soa pelo local e Iza sai correndo pra falar algo com o Stefan, e me viro na direção do Pietro os olhando.
—Pietro, está de carro hoje?– pergunto tendo a atenção dele para mim. —Sim, quer carona?– confirmo com a cabeça e levanto do banco para voltar para as arquibancadas.Assim que o jogo termina, com o nosso colégio ganhando por pura sorte, esperamos sentadas enquanto todos descem das arquibancadas porque já tive a experiência de ser empurrada pela arquibancada abaixo por conta de um empurrão, e não é nada agradável
Alguns esquecem a educação em casa quando saem!
—Emi, vou procurar o Stefan, ele vai me levar para casa, vai querer carona?– a Iza pergunta e começa a descer as escadas.
—Não precisa, marquei com o Pietro para ele me levar, quero passar em algum lugar para tomar milk-shake e o Pietro não vai recusar.
—Quando é que o Pietro rejeita comida?– ela pergunta rindo.—Nunca!
—Tchau, Emi! —Tchau, Iza!Aceno para a Iza e caminho direção do vestiário dos meninos, sem ter a intenção de entrar, apenas de esperar do lado de fora o Pietro terminar de se arrumar, apesar que sempre tive uma curiosidade de saber como é a estrutura dele, mas a vergonha é maior e a suspensão também.
Aqui fora está um pouco frio, me fazendo encolher um pouco com as rajadas de vento batendo no meu corpo. Os refletores ainda permanecem ligados, mas sei que daqui a alguns minutos eles vão desligar, tornando esse campo totalmente escuro.
Ao chegar do lado de fora do vestiário, observo alguns garotos saindo para irem embora, alguns fazendo gracinhas quando passam por mim, outros me cumprimentando, mas nenhum é o Pietro.Mesmo com medo do zelador me pegar dentro do vestiário masculino, adentro o local para verificar se o Pietro realmente não está aqui. O lugar está silencioso e concluo que não há ninguém aqui dentro, o que me deixa frustrada e confusa, já que o Pietro sempre cumpre com os nossos combinados, mas talvez tenha acontecido algum imprevisto.
Vou ter que ir sozinha mesmo!
A única iluminação vem da porta que deixei aberta, me possibilitando ver que no chão tem uma boa quantidade de água espalhada, toalhas estão jogadas nos bancos sem a menor organização, o que me leva a pensar que o vestiário dos meninos é um covil de dessarrumados, tenho pena da pessoa responsável para limpar esse local. Mordo o meu lábio inferior ao tocar em um único armário aberto desse vestiário e não consigo me conter ao perceber uma familiaridade nas peças de roupas jogadas sem dobrar dentro dele. Pego uma camiseta do time e percebo o nome atrás dela, Dylan.—Emilly, por que você está no vestiário masculino e ainda por cima mexendo nas minhas coisas?– me assusto com a voz grossa do Dylan atrás de mim, me fazendo dar um sobressalto e jogar a blusa de volta no armário.
Tenho certeza que a minha alma saiu do meu corpo e voltou!
Coloco a minha mão sobre o meu peito e tento regular a minha respiração, mas não adianta muita coisa já que o meu coração ainda está acelerado por conta do susto. Me viro devagar na sua direção, deixando o armário aberto de lado.
—Puta que pariu, Dylan, você quase me mata de susto!Ele levanta uma sobrancelha e me olha desconfiado, até que ele não está fedendo, os seus cabelos molhados e a suas roupas novas comprovam que ele tomou banho. Pequenas gotas de água estão escorrendo pelos seus fios loiros, caindo sobre seus ombros que estão cobertos pelo tecido da blusa branca.
—Não vai me responder?
—O que eu faço não lhe diz respeito, mas a parte de que estava mexendo nas suas coisas... Você deixou aberto e só queria confirma de quem era aquela blusa!
—Você não estava procurando o Pietro, né?– observo os seus braços sendo cruzados mostrando os seus músculos.Foco, Emilly, foco!
—Estava, vou embora com ele. Por que o interesse?O irritante é que o Dylan sempre tenta se intrometer na minha vida, e olha que ele não é nem meu irmão para desempenhar esse papel. Desde pequeno ele ficava grudado em mim para saber o que estou fazendo ou o que estou aprontando, muitas vezes era para me pirraçar com as informações que conseguia. Apesar que eu não era nenhuma santa e sempre conseguia algumas informações para usar quando precisar.—É porque ele já foi embora, avisei que iria levar você para casa.– saio dos meus pensamentos ao ouvir o que ele disse.—Você fez o quê? Nem ao menos me perguntou se era isso que eu queria! E eu não irei com você!Dou o primeiro passo para ir embora sozinha, mas sou impedida pela sua mão que segura o meu braço, e me pegando desprevenida, sou virada rapidamente, ficando em sua frente, em uma distância curta demais.—Eu estou ficando na sua casa por um tempo, nada mais justo que você vá comigo.– começo a perceber que a sua voz está ficando mais
—Não vou não, não sei fazer nada na cozinha.—Vai sim, não sou sua empregada para fazer comida e você com a bunda no sofá. Não se preocupe, você aprende.—Tá legal, eu te ajudo, que garota chata.– ele sussurra a última parte, mas consegui entender perfeitamente.—Digo o mesmo para você.– pego uma xícara e coloco o café dentro dela.Pego o pote de açúcar e coloco duas colheres no líquido amargo, misturando a bebida.Observo ele sorrir na minha direção quando coloco a xícara rente aos lábios, não sei dizer se é provocação ou expectativa, dou de ombros e tomo um gole do líquido amargo, querendo cuspir tudo de volta para xícara logo em seguida.Isso está ruim demais.Levanto rapidamente da cadeira e corro para perto da pia, cuspindo o café da minha boca, mas não adianta porque o gosto ainda está nela, jogo todo o conteúdo da xícara pelo ralo.—Está tão ruim assim?– ele pergunta olhando para o líquido da sua xícara que está intocável.—Está horrível, quem fez isso?– pergunto lavando as min
Que estranho, mais estranho ainda ela me comparar como namorada desse lobo sarnento, mas bem que ela me pareceu bem simpática, gosto de idosos, ainda mais anciãos.Mas credo, ser namorada desse daí só se eu estivesse louca.Pego um dertegente na prateleira e abro o mesmo, sentindo o cheiro bom saindo dele, viro o meu rosto na direção do Dylan para pedir opinião, mas no mesmo momento sinto os meus punhos formigarem ao presenciar aquelas duas garotas chegando perto dele.—Oi, me chamo Carol, essa daqui se chama Vanessa.– essa voz está me dando vontade de vomitar.—Prazer, me chamo Dylan e essa daqui é a Emilly.– sem nem mesmo me esforçar para ser educada, mantenho a minha cara fechada.—Nós sabemos o seu nome, aliás, quem não sabe o nome do futuro alfa daqui, mas essa daí eu não sabia.Observo elas me olharem de cima a baixo e fazerem uma cara de nojo, era só o que me faltava, sabia que o meu instinto não estava errado, elas não prestam.—Você poderia me dar o seu número para nos conhec
Sábado, hoje é sábado, aniversário do Dylan. Mas a festa é só de noite, não consigo entender do porquê que coloquei esse celular para despertar. Ainda sonolenta, estico o meu braço, tatiando o meu celular, que eu sempre deixo na cama, para poder desligar o alarme as cegas.Quando enfim consigo desligar o alarme, me aconchego mais nas cobertas para pegar no sono novamente.—Se você continuar assim, vai acabar voltando a pegar no sono!Ah não, de novo não!Levanto somente a cabeça para confirmar se ainda não estou dormindo e tendo um pesadelo, mas para a minha infelicidade, não estou dormindo.—Como você entrou no meu quarto? A porta está tracanda!– com muita preguiça, levanto da cama e encaro o Dylan com os braços cruzados.Olho para todo o meu corpo só para ter certeza que não tem nenhuma pegadinha dele em mim.—Pela janela!– ele fala como se fosse a coisa mais normal do mundo invadir um quarto.—Ah claro, já que eu não posso passar pela porta, por que não entrar pela janela?—Lembra
Deixo a água escorrer pela minha mão, deixando ela molhada o suficiente para logo em seguida esfregar na área manchada do vestido, mas só faço a situação piorar.—Realmente manchou!– tomo um leve susto ao ouvir a mesma voz do menino que se esbarrou em mim e olho para o lado, podendo observar o seu rosto com mais detalhes por conta da iluminação.O seu tom de pele clara vem acompanhada com algumas sardas no seu rosto, o seu cabelo ruivo com os fios bagunçados lhe dá um ar ainda mais sexy e ao mesmo tempo fofo, os seus olhos são verdes um pouco mais claro que o do Dylan, e sua altura é mais alta que o Pietro, apesar que quase todos os garotos ganham do Pietro em questão de altura.Pietro só é um pouco mais alto que eu e a Iza, quando criança o mesmo era pirraçado pela sua altura pelos garotos da nossa sala, mas com o tempo eles foram parando de o pirraçar, pois o Pietro passou a se defender.—Se eu não me engano, esse é o banheiro feminino.– falo com um pequeno sorriso no rosto.—Ningué
O meu pai sorrir pro Thomas, e em seguida, se afasta, me fazendo o perder de vista pela multidão que começa a dançar como se nada estivesse acontecido. Me viro para o Thomas e percebo que os seus machucados estão começando a se curar, um dos benefícios de poder se transformar livremente.—Melhor eu ir embora!– seus dedos tocam uma de suas feridas, causando uma feição de dor no seu rosto.—Tem certeza? Não precisa de ajuda?—Tenho, não se preocupe, irá curar em uma hora, a gente se ver por aí!—Tchau, Thomas!– falo dando um leve sorriso.—Tchau, Emilly!Penso que ele vai me abraçar, mas acaba recuando, só dá um aceno com a mão e vai embora, acabo ficando sem reação, não estou entendendo nada, Dylan acabou com a minha diversão.—Onde você se enfiou? Te procurei pela festa toda.– a voz da Iza no meu ouvido me faz ter um mine infarto.As pessoas marcaram pra brotar do nada hoje?—Foi uma confusão, depois eu te conto tudo.– olho para ela.—O Dylan está no fundo da casa, parece que ele se e
O Pietro não veio hoje, ele que me defende do John e a Camila, não saí da sala hoje para não encontrar com esses dois, eles já colocaram a minha cabeça no vaso sanitário da escola, mas em compensação o Pietro colocou a do John também e a Iza bateu na Camila, eu realmente tenho ótimos amigos.Eles se aproveitam de mim só porque tenho anos e sou baixinha!O sinal toca e a maioria saíram correndo pela porta, levanto da minha cadeira e começo a arrumar a minha mochila para poder sair mais rápido.Estava quase fechando a minha mochila, mas ela é tirada da minha mão e a zuada dos meus matérias caindo no chão é ouvida pelo eco da sala vazia, nem preciso olhar para saber quem fez isso.—Ops, foi sem querer!– o John fala e eu me viro na sua direção com os meus olhos lacrimejando, mas não irei chorar.—Mas isso não vai ser sem querer, vai ser de propósito mesmo!– a voz do Dylan me deixa um pouco aliviada, mas em seguida ele dá um soco no Jonh que dá alguns passos para trás.—Como você ousa me b
Desço as escadas e encontro os meus pais sentados na mesa comendo.—Por que não veio tomar café?– a minha mãe pergunta enquanto eu me sento na mesa.—Estava sem fome, mãe!– falo pegando o meu prato que já está pronto.—Você está bem?– dessa vez foi a vez do meu pai se pronunciar.—Estou, por que não estaria?– paro de comer e olho para ele.—Costume de perguntar, vai sair?—Vou sim, pai, preciso andar.– pego o meu suco de laranja e dou um gole nele.—Já estava esquecendo de te avisar, vamos jantar na casa dos Harris hoje.—O quê?– pergunto indignada.Ah não, não estou no ânimo de encarar o Dylan hoje.—Eles são os nossos amigos e faz tempo que não jantamos juntos.—Mãe, mas tinha que ser hoje?—Já aceitamos o convite.– o meu pai fala e dá um gole no seu suco me olhando.—Eu preciso ir?– diz que não, diz que não!—Claro que precisa.– depois que o meu pai afirmou suspirei derrotada.Termino a minha refeição e levanto da mesa, caminho na direção da porta de casa e abro a mesma, passando p