Cinco anos depois. Ártemis Galanis Encaro o final de tarde quente pela varanda do meu quarto, que tem visão para o jardim da mansão. As crianças correm pela grama, o riso e os gritinhos de felicidade fazem companhia para eles e eu fico igual uma boba admirando os meus netinhos. Sinto braços fortes rodearem a minha cintura e absorvo o cheiro inconfundível do meu marido, companheiro de todas as horas e acima de tudo um excelente pai. — Admirando os nossos netinhos? — questiona depositando um beijo no topo da minha cabeça. — Sim — confesso sem desviar o olhar — Construímos uma linda família. — Sim — ele concorda. Quando eu me casei com o Apolo e descobri que não poderia ter filho, foi um choque muito grande, pois eu sempre sonhei em ser mãe um dia. Por muito pouco eu não me entreguei a depressão, por várias vezes tentei terminar o meu casamento para dá a oportunidade do meu marido ter filhos, porque assim como eu ele sonhava em ser pai. Apolo sempre esteve presente na minh
Sofia – Sinto muito, mas infelizmente o seu currículo não foi aprovado em nossa seleção, senhorita Lykos – a moça diz me devolvendo a pasta com meu currículo. Sinto meu coração falhar uma batida, pois essa é a minha sétima tentativa de entrevista e o sétimo não que ganho em três meses. Respiro fundo e sinto meus olhos arderem e as lágrimas imploram para sair, mas as seguro com toda a minha força. Infelizmente eu só tinha até hoje para conseguir um emprego e assim garantir, que conseguiria pagar meu aluguel quando entregasse o quartinho em que fiquei durante a faculdade. Pego meu resto de dignidade e me caminho para fora da escola, respiro fundo mais uma vez e tento acalmar meus dedos que tremem sem parar. Trabalhei incansavelmente para consegui vim para Atenas, fui contra meu pai, consegui me virar com a bolsa de estudos nesses quatro anos, mas agora acabou, tenho que entregar as chaves e não possuo nenhum meio para poder continuar aqui. As lágrimas insistem em querer sair, não t
Sofia 5 meses depois O cabelo hoje não parece nada disposto a me ajudar. Sabia que seria assim quando viesse para área da frente da mansão limpar as folhas, hoje faz cinco meses que estou trabalhando para a família Galanis e a dona Ártemis, a dona da casa é uma mulher incrível. As mechas ruivas não parecem interessadas em colaborar com o meu trabalho. Ainda não perdi as esperanças de conseguir um emprego de professora na escola da ilha, dona Ártemis falou com o diretor, eles são velhos conhecidos, mas não tem vaga para esse ano ainda, então tenho que aguardar. – Já acabou querida? – minha mãe questiona assim que entro na cozinha. – Sim, o vento não quis colaborar muito hoje, mas já terminei – aviso me sentando na cadeira perto da porta. – Então podemos ir – ela termina de guardar os pratos, limpa as mãos e então saímos da mansão, seguimos pela alameda de pedras em direção a nossa casa. Quando as pessoas veem a gente juntas pensam que ela é minha avó, meu pai também passa por iss
POSEIDON – Vai para a ilha hoje ainda Poseidon? – Hades questiona. – Sim, sinto falta dos momentos tranquilos na ilha – falo me recostando no confortável sofá de couro preto do meu escritório. Nos últimos quatro anos eu viajei por vários países expandindo os negócios da família, já que meus dois irmãos Hades e Zeus, os gêmeos do mal, se casaram e essas viagens são sempre longas e não teria como nenhum deles representar a empresa. Zeus é casado com Manuela e tem dois filhos, os gêmeos Heitor e Helena estão com sete anos de idade, a menina é um doce de criança é uma das minhas princesinhas. Já o menino é um pequeno monstrinho que ama esportes radicais e adora dar susto na irmã e nos primos. Hades é casado com Stephanie e tem quatro filhos, Theodoro de sete anos e os trigêmeos Ágata, Antony e Alice com quatro anos. Essas duas princesas completam o meu castelo e consomem todo o espaço do meu coração junto com os três pestinhas que juntos são um trio e tanto de bagunça. Meus irmãos
SOFIA Saio da sala com passos apressados e com a respiração alterada, eu já tinha visto algumas fotos do filho mais novo da senhora Ártemis, mas vê-lo pessoalmente me deixou em choque com tamanha beleza. Alto, pele bronzeada, cabelos negros, olhos azuis, azuis como a cor do oceano, um peito largo e musculoso, fico até constrangida em ter reparado tanto. Decido espantar esses pensamentos impróprios sobre o senhor Poseidon e foco no meu trabalho, tenho que deixar a janta da família pronta antes de ir. A senhora Ártemis é realmente um anjo na terra, me cedeu de bom grado a vaga de cozinheira da minha mãe, embora não tenha seguido para essa área eu gosto de cozinhar e minha mãe me ensinou muitas coisas, dizem que nossos temperos são parecidos. No fim do meu expediente saio da mansão para ir para minha casa, no caminho passo em um pequeno restaurante que tem na ilha para os turistas aproveitarem a culinária local e compro a janta do meu pai, eu sei que não dará tempo de chegar em casa e
POSEIDON Acordo cedo e vou direto para o banheiro fazer minha higiene matinal. Visto uma bermuda moletom preta e uma camisa branca e antes de sair do meu quarto pego meu celular, coloco no bolso, é sol em Santorini, como sempre e como sentir falta desse calor. Desço as escadas e vou para mesa tomar café e meus pais já estão lá sentados conversando sobre amenidades. – Bom dia caçulinha mais lindo da mamãe – minha mãe fala assim que me ver e vou direto dá um beijo em sua testa. – Mamãe eu cresci, para de me chamar assim que é broxante – digo me sentando e coloco um pouco de suco de uva no copo. – Sempre será meu caçula – ela responde bebericando o seu café. Sem mais comentários o café segue normal, e de repente lembro da ruivinha que está na cozinha e que preparou esse delicioso desjejum, tem algo escondido em seu olhar que gostaria muito de identificar, sinto como se algo me empurrasse para ela. Quando termino de tomar café e meus pais se dispersam pela casa, decido ir até a cozi
SOFIA Meu coração se aperta, meus olhos ardem com as lágrimas que não deixo escapar, minhas mãos tremem. Fecho meus olhos e respiro bem fundo. Ando a passos curtos para casa, meu pai tem me batido todos os dias e disse que hoje será um dia importante onde eu saberei sobre a cultura de sua terra e poderei cumprir o ritual, confesso que estou com muito medo, ele está intransigente e se souber que tenho um amigo é capaz de me matar, consigo sorrir ao lembrar de Poseidon querendo se aproximar de mim de qualquer forma e ser meu amigo. Chego na porta da casa onde moro, minha cabeça lateja em antecipação respiro fundo e enxugo algumas lágrimas que teimam em descer, ultimamente tenho sentido uma tristeza muito grande, e as surras que tenho recebido a troco de nada tem uma grande contribuição para o meu desgosto com a vida. Quando entro vejo ele sentado no sofá assistindo um documentário na televisão, estremeço quando ele me dirige o olhar e vejo maldade. – Sente-se aqui Sofia – ele aponta
POSEIDON – Boa noite família – digo quando me junto aos meus pais, eles estão sentados na sala bebendo uma taça de vinho. – Oi filho, o que manda? – meu pai pergunta me encarando. – Estou achando estranho, nunca tirei tantos dias de folga – conto e ele ri. – Já quer voltar para o trabalho? – balanço a cabeça negando – Seus irmãos dão conta, você merecia um descanso, bebezinho da mamãe – faço careta. – O senhor não sente falta de trabalhar, pai? – Ei garoto, não coloca ideia na cabeça do seu pai – minha mãe me corta – Deixa eu aproveitar meu marido, e por que você acha que tivemos três filhos? – meu pai beija a cabeça dela rindo. – Eu sou responsável por toda a ilha, trabalho é o que não me falta – ele dá de ombros. – Tenho te achado muito caseiro filho, está doente? – minha mãe pergunta. – Mais como é ingrata em dona Ártemis – falo debochado – Se saio para farra reclama, se fico em casa reclama, se decide. – Não estou reclamando bebê – ela já vai apelando – Só fiz um comentár