Sofia Lykos Saio da escolinha após mais um dia exaustivo de aula, cansa um pouco, mas não tenho do que reclamar, eu amo dar aula para a criançada, imagino se quando eu tiver filhos eles terão vergonha de mim por ser professora deles, sorrio com o pensamento. Bem que eu queria um menino ou menina com olhos azuis iguais aos do papai correndo por essa ilha, semana que vem faz exatamente dois meses que eu e o Don nos casamos na cerimônia mais linda do mundo, desde então tenho vivido um sonho, tenho um marido que me ama e me protege, uma família unida e carinhosa, agora só falta mesmo um bebezinho para completar a nossa felicidade. Por falar em proteção, meu marido super protetor e preocupado contratou dois seguranças para me acompanhar sempre que precisar sair da mansão, mas o Júlio foi embora da ilha e nunca mais deu as caras então ontem eu o convenci a dispensar os seguranças. É final de tarde quando pego o caminho de pedra até a casa onde eu vivi feliz, na medida do possível, até tud
Poseidon Galanis Quando Sofia me mandou uma mensagem avisando que iria na sua antiga casa senti um aperto estranho no peito e estava decidido a voltar logo para casa, pois estava em Atenas com o meu pai resolvendo alguns problemas, porém o helicóptero teve que ir abastecer e nos atrasou alguns minutos. Meu auto controle começou a se dissipar quando recebi uma ligação da minha mãe, onde ela estava chorando desesperadamente ao falar que a avisaram que houve um disparo na casa onde a minha mulher está, fiquei desnorteado e meu pai tomou as rédeas de tudo. Alguns minutos depois o helicóptero está a posto nos aguardando e por pouco não vim nadando. A polícia chegou ao mesmo tempo que o meu piloto e seguimos em direção a ilha, meu coração está quase saindo pela boca, rezo para que nada tenha acontecido com a minha Sofia, pois não sei o que será da mina vida se ela me deixar. Agora estou em frente à casa aguardando os comandos da polícia e estou a ponto de mandá-los ir a merda e entrar n
Poseidon Galanis Me apoio na parede para não cair com o baque que essa notícia me traz, nem tenho certeza se ouvir direito o que o médico falou e para falar a verdade até esqueci como se respira. — Que noticia maravilhosa — minha mãe comemora — Parabéns meu filho — me abraça forte e passo um braço pela sua cintura tentando retribuir. — Grávida — pronuncio em choque — A minha, sardinhas bonitinhas está grávida? — sinto uma lágrima solitária descer pelo meu rosto. — Eu já estava um pouco desconfiada — minha mãe comenta e olho para ela confuso — Notei a Sofia um pouco sentimental na última semana e ela até parou de cozinhar por que sentia enjoou dos temperos, e olha que ela ama cozinhar para a família — esclarece dando de ombros — Que bom que ela e o meu netinho ou netinha estão bem — suspira aliviada. — Eu vou ser pai — falo com a voz embargada e sinto tudo ao meu redor girar, mas antes que eu possa cair meu pai segura meus ombros e me ajuda a sentar em um dos bancos da sala, minha
Poseidon Galanis — Don — Beatriz fala com a mão no peito — O que aconteceu? — Não me chame de Don — esbravejo — Sua ordinária. — Alto lá rapaz — o pai dela fala — Não vou tolerar que entre em minha casa e humilhe a minha filha. — Como vocês tiveram coragem? — grito — A minha mulher poderia ter morrido. — Apolo — Cloe, a irmã da minha mãe chama o meu pai — Do que seu filho está falando? — Não precisa fingir mais, sabemos da verdade — meu pai fala com a voz carregada e antes que eu possa prever seus movimentos ele avança pela sala e dá um soco no rosto do homem alto de cabelos brancos em nossa frente. O homem cambaleia para trás e cai sentado no sofá. — Ficou maluco Apolo! — a mulher fala alto — Não pode invadir a minha casa e bater no meu marido a troco de nada. — Vocês são doentes — cuspo as palavras e a Beatriz me olha incrédula. — Doente é você por se envolver com aquela suburbana — fala com raiva — Era pra gente ter casado Don. — Não me chama de Don! — grito apontando o d
Poseidon Galanis O dia amanhece com poucas nuvens brancas no céu azul, como quase sempre aqui em Santorini, Sofia dorme tranquila ao meu lado e eu admiro o rosto bonito. Já se passaram quatro meses desde o ocorrido com ela e desde então tenho focado em fazê-la sorrir e nunca lembrar daquele maldito dia. Nesse tempo temos ido a várias consultas para ver o desenvolvimento do nosso bebê, e talvez hoje finalmente dê para saber o sexo, confesso estar muito ansioso. Sua barriga já está bem grandinha e as vezes parece que tem mais de um bebê por conta desse tamanho com apenas cinco meses. Ela se mexe ao meu lado anunciando que está despertando, primeiro abre os olhos vagarosamente e quando me vê admirando-a abre um enorme sorriso que ilumina ainda mais o meu dia. — Bom dia sardinhas bonitinhas — falo beijando seus lábios. — Bom dia — responde enquanto boceja — É hoje que finalmente vamos saber o sexo do nosso bebê — fala alegre — Estou ansiosa, você quer menino ou menina? — ela se se
Poseidon Galanis Alguns meses depois — Don acorda — ouço uma voz me chamar e sinto meu corpo ser balançado — Acorda, Don preciso de você — demoro alguns segundos para reconhecer a voz da minha mulher me chamando. — Oi sardinhas bonitinhas — falo passando a mão no rosto para tentar espantar o sono — Fez xixi na cama? — pergunto ao sentir o colchão ao meu lado molhado. — A bolsa estourou — ela avisa, sinto sua voz tensa e um frio gelado passo pelo meu corpo e se aloja na minha barriga. — Como assim estourou? — pergunto ainda apreensivo. — Está doendo muito, Don — ela fala com a voz trêmula — Me ajuda — geme enquanto aperta o lençol da cama com as mãos. Sem esperar nem mais um segundo, levanto da cama em um salto, visto a primeira roupa que encontro no closet e saio do quarto com minha mulher no colo. — Acordem — grito pelo corredor — Minha mulher vai dá a luz — vejo várias portas do corredor se abrirem e olhos assustados nos encararem, meus irmãos vieram passar alguns dias
Cinco anos depois. Ártemis Galanis Encaro o final de tarde quente pela varanda do meu quarto, que tem visão para o jardim da mansão. As crianças correm pela grama, o riso e os gritinhos de felicidade fazem companhia para eles e eu fico igual uma boba admirando os meus netinhos. Sinto braços fortes rodearem a minha cintura e absorvo o cheiro inconfundível do meu marido, companheiro de todas as horas e acima de tudo um excelente pai. — Admirando os nossos netinhos? — questiona depositando um beijo no topo da minha cabeça. — Sim — confesso sem desviar o olhar — Construímos uma linda família. — Sim — ele concorda. Quando eu me casei com o Apolo e descobri que não poderia ter filho, foi um choque muito grande, pois eu sempre sonhei em ser mãe um dia. Por muito pouco eu não me entreguei a depressão, por várias vezes tentei terminar o meu casamento para dá a oportunidade do meu marido ter filhos, porque assim como eu ele sonhava em ser pai. Apolo sempre esteve presente na minh
Sofia – Sinto muito, mas infelizmente o seu currículo não foi aprovado em nossa seleção, senhorita Lykos – a moça diz me devolvendo a pasta com meu currículo. Sinto meu coração falhar uma batida, pois essa é a minha sétima tentativa de entrevista e o sétimo não que ganho em três meses. Respiro fundo e sinto meus olhos arderem e as lágrimas imploram para sair, mas as seguro com toda a minha força. Infelizmente eu só tinha até hoje para conseguir um emprego e assim garantir, que conseguiria pagar meu aluguel quando entregasse o quartinho em que fiquei durante a faculdade. Pego meu resto de dignidade e me caminho para fora da escola, respiro fundo mais uma vez e tento acalmar meus dedos que tremem sem parar. Trabalhei incansavelmente para consegui vim para Atenas, fui contra meu pai, consegui me virar com a bolsa de estudos nesses quatro anos, mas agora acabou, tenho que entregar as chaves e não possuo nenhum meio para poder continuar aqui. As lágrimas insistem em querer sair, não t