Poseidon Galanis Me apoio na parede para não cair com o baque que essa notícia me traz, nem tenho certeza se ouvir direito o que o médico falou e para falar a verdade até esqueci como se respira. — Que noticia maravilhosa — minha mãe comemora — Parabéns meu filho — me abraça forte e passo um braço pela sua cintura tentando retribuir. — Grávida — pronuncio em choque — A minha, sardinhas bonitinhas está grávida? — sinto uma lágrima solitária descer pelo meu rosto. — Eu já estava um pouco desconfiada — minha mãe comenta e olho para ela confuso — Notei a Sofia um pouco sentimental na última semana e ela até parou de cozinhar por que sentia enjoou dos temperos, e olha que ela ama cozinhar para a família — esclarece dando de ombros — Que bom que ela e o meu netinho ou netinha estão bem — suspira aliviada. — Eu vou ser pai — falo com a voz embargada e sinto tudo ao meu redor girar, mas antes que eu possa cair meu pai segura meus ombros e me ajuda a sentar em um dos bancos da sala, minha
Poseidon Galanis — Don — Beatriz fala com a mão no peito — O que aconteceu? — Não me chame de Don — esbravejo — Sua ordinária. — Alto lá rapaz — o pai dela fala — Não vou tolerar que entre em minha casa e humilhe a minha filha. — Como vocês tiveram coragem? — grito — A minha mulher poderia ter morrido. — Apolo — Cloe, a irmã da minha mãe chama o meu pai — Do que seu filho está falando? — Não precisa fingir mais, sabemos da verdade — meu pai fala com a voz carregada e antes que eu possa prever seus movimentos ele avança pela sala e dá um soco no rosto do homem alto de cabelos brancos em nossa frente. O homem cambaleia para trás e cai sentado no sofá. — Ficou maluco Apolo! — a mulher fala alto — Não pode invadir a minha casa e bater no meu marido a troco de nada. — Vocês são doentes — cuspo as palavras e a Beatriz me olha incrédula. — Doente é você por se envolver com aquela suburbana — fala com raiva — Era pra gente ter casado Don. — Não me chama de Don! — grito apontando o d
Poseidon Galanis O dia amanhece com poucas nuvens brancas no céu azul, como quase sempre aqui em Santorini, Sofia dorme tranquila ao meu lado e eu admiro o rosto bonito. Já se passaram quatro meses desde o ocorrido com ela e desde então tenho focado em fazê-la sorrir e nunca lembrar daquele maldito dia. Nesse tempo temos ido a várias consultas para ver o desenvolvimento do nosso bebê, e talvez hoje finalmente dê para saber o sexo, confesso estar muito ansioso. Sua barriga já está bem grandinha e as vezes parece que tem mais de um bebê por conta desse tamanho com apenas cinco meses. Ela se mexe ao meu lado anunciando que está despertando, primeiro abre os olhos vagarosamente e quando me vê admirando-a abre um enorme sorriso que ilumina ainda mais o meu dia. — Bom dia sardinhas bonitinhas — falo beijando seus lábios. — Bom dia — responde enquanto boceja — É hoje que finalmente vamos saber o sexo do nosso bebê — fala alegre — Estou ansiosa, você quer menino ou menina? — ela se se
Poseidon Galanis Alguns meses depois — Don acorda — ouço uma voz me chamar e sinto meu corpo ser balançado — Acorda, Don preciso de você — demoro alguns segundos para reconhecer a voz da minha mulher me chamando. — Oi sardinhas bonitinhas — falo passando a mão no rosto para tentar espantar o sono — Fez xixi na cama? — pergunto ao sentir o colchão ao meu lado molhado. — A bolsa estourou — ela avisa, sinto sua voz tensa e um frio gelado passo pelo meu corpo e se aloja na minha barriga. — Como assim estourou? — pergunto ainda apreensivo. — Está doendo muito, Don — ela fala com a voz trêmula — Me ajuda — geme enquanto aperta o lençol da cama com as mãos. Sem esperar nem mais um segundo, levanto da cama em um salto, visto a primeira roupa que encontro no closet e saio do quarto com minha mulher no colo. — Acordem — grito pelo corredor — Minha mulher vai dá a luz — vejo várias portas do corredor se abrirem e olhos assustados nos encararem, meus irmãos vieram passar alguns dias
Cinco anos depois. Ártemis Galanis Encaro o final de tarde quente pela varanda do meu quarto, que tem visão para o jardim da mansão. As crianças correm pela grama, o riso e os gritinhos de felicidade fazem companhia para eles e eu fico igual uma boba admirando os meus netinhos. Sinto braços fortes rodearem a minha cintura e absorvo o cheiro inconfundível do meu marido, companheiro de todas as horas e acima de tudo um excelente pai. — Admirando os nossos netinhos? — questiona depositando um beijo no topo da minha cabeça. — Sim — confesso sem desviar o olhar — Construímos uma linda família. — Sim — ele concorda. Quando eu me casei com o Apolo e descobri que não poderia ter filho, foi um choque muito grande, pois eu sempre sonhei em ser mãe um dia. Por muito pouco eu não me entreguei a depressão, por várias vezes tentei terminar o meu casamento para dá a oportunidade do meu marido ter filhos, porque assim como eu ele sonhava em ser pai. Apolo sempre esteve presente na minh
Sofia – Sinto muito, mas infelizmente o seu currículo não foi aprovado em nossa seleção, senhorita Lykos – a moça diz me devolvendo a pasta com meu currículo. Sinto meu coração falhar uma batida, pois essa é a minha sétima tentativa de entrevista e o sétimo não que ganho em três meses. Respiro fundo e sinto meus olhos arderem e as lágrimas imploram para sair, mas as seguro com toda a minha força. Infelizmente eu só tinha até hoje para conseguir um emprego e assim garantir, que conseguiria pagar meu aluguel quando entregasse o quartinho em que fiquei durante a faculdade. Pego meu resto de dignidade e me caminho para fora da escola, respiro fundo mais uma vez e tento acalmar meus dedos que tremem sem parar. Trabalhei incansavelmente para consegui vim para Atenas, fui contra meu pai, consegui me virar com a bolsa de estudos nesses quatro anos, mas agora acabou, tenho que entregar as chaves e não possuo nenhum meio para poder continuar aqui. As lágrimas insistem em querer sair, não t
Sofia 5 meses depois O cabelo hoje não parece nada disposto a me ajudar. Sabia que seria assim quando viesse para área da frente da mansão limpar as folhas, hoje faz cinco meses que estou trabalhando para a família Galanis e a dona Ártemis, a dona da casa é uma mulher incrível. As mechas ruivas não parecem interessadas em colaborar com o meu trabalho. Ainda não perdi as esperanças de conseguir um emprego de professora na escola da ilha, dona Ártemis falou com o diretor, eles são velhos conhecidos, mas não tem vaga para esse ano ainda, então tenho que aguardar. – Já acabou querida? – minha mãe questiona assim que entro na cozinha. – Sim, o vento não quis colaborar muito hoje, mas já terminei – aviso me sentando na cadeira perto da porta. – Então podemos ir – ela termina de guardar os pratos, limpa as mãos e então saímos da mansão, seguimos pela alameda de pedras em direção a nossa casa. Quando as pessoas veem a gente juntas pensam que ela é minha avó, meu pai também passa por iss
POSEIDON – Vai para a ilha hoje ainda Poseidon? – Hades questiona. – Sim, sinto falta dos momentos tranquilos na ilha – falo me recostando no confortável sofá de couro preto do meu escritório. Nos últimos quatro anos eu viajei por vários países expandindo os negócios da família, já que meus dois irmãos Hades e Zeus, os gêmeos do mal, se casaram e essas viagens são sempre longas e não teria como nenhum deles representar a empresa. Zeus é casado com Manuela e tem dois filhos, os gêmeos Heitor e Helena estão com sete anos de idade, a menina é um doce de criança é uma das minhas princesinhas. Já o menino é um pequeno monstrinho que ama esportes radicais e adora dar susto na irmã e nos primos. Hades é casado com Stephanie e tem quatro filhos, Theodoro de sete anos e os trigêmeos Ágata, Antony e Alice com quatro anos. Essas duas princesas completam o meu castelo e consomem todo o espaço do meu coração junto com os três pestinhas que juntos são um trio e tanto de bagunça. Meus irmãos