Muito tempo se passou depois daquela nossa conversa, para ser mais exata acredito que um pouco mais de nove meses. Para ser bem resumida, Yago não concordou nenhum pouco com a relação de eu estar encontrando com o Chris, apesar de que ele mesmo tenha me dito que estava mudado, porem como um bom irmão me apoio desde que eu estivesse segura, eu consegui um emprego em hospital da rede pública, por sorte meu pai conseguiu um rim saudável e foi transplantado, Yago e Laura estão noivos, consegui arrumar tudo no apartamento que ficou como eu sempre sonhei. Mas eu sei que todos querem saber sobre que fim levou a minha amizade com o Christopher.
Não levou em lugar nenhum, fiquei um bom tempo tentado entender o que realmente estava sentindo, não sabia se ainda era paixão, se eu só queria tê-lo por perto, se era amor, se era medo. Não consegui decidir por longos meses, porém tu
FormaturaJá estava andando de um lado para o outro no quarto, tenho quase certeza que passei horas nesse martírio que sinceramente não estava nem perto de terminar, intercalo meu olhar entre minha cama e a janela como se a resposta que eu precisasse pudesse cair do céu, até que ouço um batidas na porta do meu quarto e me viro esperando alguém entrar.- Eu já não aguento mais ouvir seus passos Gabriella, o que está acontecendo? - Yago perguntou enquanto entrava no quarto Yago é meu irmão mais velho, mas desde que assumiu a investigação de uma quadrilha de assassinos de aluguel, tenho a sensação que ele nunca estava em casa. Alias ele e meu pai, estão trabalhando juntos nessa investigação então basicamente posso dizer que moro sozinha. Eles chegam muito tarde e saem muito cedo, nem consigo me lembrar
Nem sei quanto tempo se passou desde que fiquei sozinha, bebo mais alguns goles da minha caipirinha que por sinal estava na medida certa, até que um homem se aproxima para pegar uma bebida, resolvo não dar tanta importância e continuo observando as pessoas dançando.- Oi – Olho na direção em que o homem estava-Olá – Digo sorrindoMais uma vez me pego pensando se por acaso conhecia esse homem de algum lugar, mas definitivamente não, me lembraria dele nem que fosse por me causar medo, parecia ter acabado de sair de um desses filmes de ação.- Não está se divertindo? – Seus olhos pretos pareciam querer ler minha mente ou algo assim-To sim, mas precisei descansar um pouco – digo sorrindo-Será
Minha mão já estava doendo de tão forte que eu estava segurando o volante, quase como se aquilo pudesse cair a qualquer momento ou com a falha tentativa de usar a dor para me acordar desse terrível pesadelo, e eu gostaria tanto que isso fosse só um sonho ruim, queria tanto acordar com o André me ligando para que eu não me atrasasse para aula, definitivamente não sei como seriam os dias sem ele por aqui.Eu estava dirigindo cada vez mais rápido, a parte racional de mim tinha medo de que algo pior pudesse acontecer enquanto estávamos naquela velocidade e a outra parte queria acelerar ainda mais para que tudo isso acabasse, para que eu encontrasse logo com Yago e finalmente me sentisse segura.- É um sonho, precisa ser um sonho - sussurro isso várias vezes tentando me convencer que eu poderia acordar a qualquer momento.- Gab, tenta ficar calma -
Depois de um banho quente coloco um pijama e é quase como se uma ancora caísse em meus ombros, meu corpo inteiro está doendo e eu nem sei explicar exatamente o motivo ou origem da dor, consigo ouvir meu irmão e Laura conversando no andar de baixo, mas de fato nada disso me importava agora, tudo que eu precisava era deitar e encerrar esse dia.-Gab? - Ouço a voz da Laura e algumas batidas na porta- Entra Lau - falo e me sento na cama, percebo que ela estava chorando, mas não era o momento de questionar- Vim te entregar o seu celular e o número do pedaço de mal caminho - ela diz enquanto se aproxima da minha cama tentando forçar um sorriso- Vem, senta aqui - falo baixo enquanto me arrumo para lhe dar espaço na cama- Gab - ela mal consegue falar antes de voltar a chorarPrefiro não falar nada apenas a abraço e se torna impossí
Mais uma vez me encontrava no meu maior dilema de vida, o que vestir. Nada nunca me parecia verdadeiramente bom, nada me agradava de verdade, nada parecia bom o suficiente para nenhum momento...- YAGO - gritei da porta do meu quartoNão demorou um minuto pra ele aparecer com uma cara de desespero, provavelmente achou que eu estava morrendo ou que algo sério poderia estar acontecendo, desde o que aconteceu com André, o Yago tem passado mais tempo em casa e quando ele precisava sair meu pai aparecia, eu sei que não está fácil na delegacia e já insisti diversas vezes que eles não precisavam fazer nada desse tipo, mas quem é que me ouve?- Preciso de ajuda com a minha roupa -Digo enquanto ele entra- É sério, Gabriela - ele diz quase gritando e provavelmente está pensando em como me matar - Me arrependo de ter pedido uma irmã ao pai sabia &n
Tem um pouco mais de três meses que estou namorando com o Chris, ele tem sido muito presente, sua companhia me ajudou muito a superar a morte de André, claro que um não substitui o outro, mas uma boa companhia é cada vez mais importante para conseguir seguir em frente.Tem mais ou menos cinco meses que consegui um emprego na emergência pediátrica de um grande hospital, confesso que não está sendo fácil, principalmente se considerar que trabalhar aqui era um de meus planos com André. Tenho feitos plantões exaustivos, as vezes entro muito cedo e outras saio já de madrugada e o Chris faz questão de vir aqui sempre que isso acontece.Meu pai e meu irmão estão orgulhosos, se deixasse estaria gritando para o mundo inteiro que eu estou conseguindo realizar meus sonhos e todo aquele blá blá blá de sempre, agora as coisas j&aacu
Passo pela portaria do prédio que estava vazia, e pela primeira vez agradeço por não precisar falar com ninguém, sei que isso é horrível, mas no momento minha cabeça estava prestes a explodir, milhões de pensamentos se atropelando e falar com qualquer pessoa é a ultima coisa que eu queria.Assim que entro em casa sou pega de surpresa por não ter ninguém, Rosa provavelmente ainda não chegou o que é estranho já que ela nunca se atrasa, e hoje é sexta, meu pai e Yago nunca trabalham cedo na sexta, mas provavelmente só está relacionado a alguma evolução do caso do André e talvez a mensagem que Yago me mandou ontem...Vou até o quarto do meu pai por ser o único que tem banheira, só me dou conta que estou ali a muito tempo, quando acordo e a água já está bem mais fria
Depois de alguns minutos sendo abraçada pelo Yago eu respiro fundo e nos afasto o suficiente para conseguir olhar nos olhos do meu irmão, agora tudo que aconteceu hoje de manhã parecia fazer um pouco de sentido, mas na minha cabeça as coisas ainda não se encaixavam.- Yago, foi o Chris? - Pergunto- Foi Gab, o Chris é o assassino de todos os meus casos - ele diz baixo- Mas Yago - faço uma pausa tentando não chorar novamente - Ele é tão bom- Gabriella - ele segura meu rosto entre as mãos e respira fundo – Presta atenção, eu te amo, e vou te proteger, mas é o pai - ele faz outra pausa dando de ombros - eu não tenho como ir contra o pai, espero que você entenda.Ele se levanta e me deixa sentada sozinha enquanto sai, estava tão perdida em meus pensamentos que nem sei dizer quanto tempo se passou desd