Ainda estava ali jogada no sofá com o celular na mão, esperando ansiosamente pela ligação da Laura, será que eu estou agindo de má fé com o Eduardo? Por mais que eu tente não consigo simplesmente deixar de pensar no Chris. Mas sinto mal de fazer isso com o Eduardo.
O telefone toca, por alguns segundos eu encaro a tela e me pergunto se eu realmente queria fazer isso. Mas é inevitável:
- Oi Lau, você já chegou?
- Na verdade eu estou quase, já entrei no prédio, estou aqui fora esperando autorizarem a entrada.
- O Chris e o Yago já estão por aí?
- Eu acredito que os dois já estão lá dentro, não vi o Yago chegando, mas o Chris passou por mim não tem muito tempo.
- Quando você conseguir entrar tenta ficar o mais na frente possível, eu quero tentar escutar tudo.
- Tá bom
Faz alguns dias desde o julgamento do Chris e ainda não tivemos nenhuma resposta objetiva, sempre fica para amanhã ou semana que vem e provavelmente o Yago já não aguenta mais me ouvir perguntando sobre isso, só me resta esperar. Enquanto isso, minha decisão de voltar a morar no Rio, estava cada vez mais concreta, a princípio minha tia ainda parecia um pouco relutante, mas me apoiava de qualquer forma.Antes de comunicar ao Yago que eu estava voltando, atenção que eu disse comunicar e não pedir pra ele deixar, tinha duas coisas que precisavam ser feitas terminar meu relacionamento com o Eduardo e pedir demissão do hospital e sinceramente eu não sabia qual das duas seria a mais difícil, decidi aproveitar que hoje estamos de folga para ir conversar com o Eduardo.- Oi Gab, não está um pouco cedo demais?- Desculpa vir tão cedo, mas eu preci
Conforme os dias foram se passando, era cada vez mais difícil de olhar para minha tia, ela tentava se mostrar forte, porém a verdade é que ela sofria bastante com a inevitável despedida que estava por vir.Foram momentos muito especiais que eu passei por aqui, minha tia me acolheu como se fosse sua filha. Vou sentir falta dos momentos de conversa quando chegava do trabalho, daqueles encontros furados, das vezes que a gente ficava rindo por horas sem nenhum motivo.Me despedir da minha tia seria bem mais complicado do que pode parecer, mas é necessário, na vida coisas difíceis são necessárias. E esse dia finalmente e de certa forma infelizmente chegou, estávamos arrumando as coisas para por na mala e algumas para doar.- Tia, senta aqui. - Faço sinal para ela se sentar do meu lado na cama- O que foi minha filha, aconteceu alguma coisa?- Eu só queria saber como você está se sentindo.- Eu estou bem- Jura? Está realmente bem com tudo i
Alguns dias se passaram desde que eu voltei para o Rio, Yago ainda me olhava de bico por causa da conversa no carro no dia em que cheguei, as coisas são bem mais difíceis quando se trata do Yago sendo contrariado.Não me entenda mal, sei que tudo o que fez e tem feito foi para me proteger do que meu pai é de verdade e de tudo que ele é capaz de fazer, eu entendo e sou grata a ele por isso, mas está na hora do Yago entender que sou adulta e verdadeiramente capaz de lidar com os surtos do meu pai, também sou filha do mesmo pai que ele então não é justo que ele carregue tudo sozinho. Eu só preciso fazer com que o Yago entenda isso. Tive dúvidas se era mesmo quem eu pensava, até que ele sorriu e sendo bem sincera eu reconheceria aquele sorriso em qualquer lugar do mundo. Mas infelizmente meu corpo decidiu que não iria me ajudar, parte de mim queria correr até o Chris e abraçar ele, mas outra parte parecia nem sequer saber respirarNão é medo que ele faça nada contra mim, de forma alguma, é uma relação de sentimentos, não sei se ainda sinto algo real por ele, não sei se depois de uma conversa, um jantar, ainda vou ter vontade de vê-lo uma segunda ou terceira vez, caso eu não tenha ele pode ter acabado com tudo que tinha por minha causa e eu nem sequer sou capaz de retribuir isso.- Acho que te assustei - ele diz sorrindo enquanto se aproxima- O-oi eu - faço uma pausa limpando a garganta - eu não sabia que estava solto, o Yago não me disse...- E como diria? - eAquele Maldito Sorriso
Muito tempo se passou depois daquela nossa conversa, para ser mais exata acredito que um pouco mais de nove meses. Para ser bem resumida, Yago não concordou nenhum pouco com a relação de eu estar encontrando com o Chris, apesar de que ele mesmo tenha me dito que estava mudado, porem como um bom irmão me apoio desde que eu estivesse segura, eu consegui um emprego em hospital da rede pública, por sorte meu pai conseguiu um rim saudável e foi transplantado, Yago e Laura estão noivos, consegui arrumar tudo no apartamento que ficou como eu sempre sonhei. Mas eu sei que todos querem saber sobre que fim levou a minha amizade com o Christopher.Não levou em lugar nenhum, fiquei um bom tempo tentado entender o que realmente estava sentindo, não sabia se ainda era paixão, se eu só queria tê-lo por perto, se era amor, se era medo. Não consegui decidir por longos meses, porém tu
FormaturaJá estava andando de um lado para o outro no quarto, tenho quase certeza que passei horas nesse martírio que sinceramente não estava nem perto de terminar, intercalo meu olhar entre minha cama e a janela como se a resposta que eu precisasse pudesse cair do céu, até que ouço um batidas na porta do meu quarto e me viro esperando alguém entrar.- Eu já não aguento mais ouvir seus passos Gabriella, o que está acontecendo? - Yago perguntou enquanto entrava no quarto Yago é meu irmão mais velho, mas desde que assumiu a investigação de uma quadrilha de assassinos de aluguel, tenho a sensação que ele nunca estava em casa. Alias ele e meu pai, estão trabalhando juntos nessa investigação então basicamente posso dizer que moro sozinha. Eles chegam muito tarde e saem muito cedo, nem consigo me lembrar
Nem sei quanto tempo se passou desde que fiquei sozinha, bebo mais alguns goles da minha caipirinha que por sinal estava na medida certa, até que um homem se aproxima para pegar uma bebida, resolvo não dar tanta importância e continuo observando as pessoas dançando.- Oi – Olho na direção em que o homem estava-Olá – Digo sorrindoMais uma vez me pego pensando se por acaso conhecia esse homem de algum lugar, mas definitivamente não, me lembraria dele nem que fosse por me causar medo, parecia ter acabado de sair de um desses filmes de ação.- Não está se divertindo? – Seus olhos pretos pareciam querer ler minha mente ou algo assim-To sim, mas precisei descansar um pouco – digo sorrindo-Será
Minha mão já estava doendo de tão forte que eu estava segurando o volante, quase como se aquilo pudesse cair a qualquer momento ou com a falha tentativa de usar a dor para me acordar desse terrível pesadelo, e eu gostaria tanto que isso fosse só um sonho ruim, queria tanto acordar com o André me ligando para que eu não me atrasasse para aula, definitivamente não sei como seriam os dias sem ele por aqui.Eu estava dirigindo cada vez mais rápido, a parte racional de mim tinha medo de que algo pior pudesse acontecer enquanto estávamos naquela velocidade e a outra parte queria acelerar ainda mais para que tudo isso acabasse, para que eu encontrasse logo com Yago e finalmente me sentisse segura.- É um sonho, precisa ser um sonho - sussurro isso várias vezes tentando me convencer que eu poderia acordar a qualquer momento.- Gab, tenta ficar calma -