Não poderia ser. Ele me abandonou depois de tirar minha virgindadeAcho que essa pode ser a prova mais cruel que uma garota pode passar pra parar de confiar em qualquer um. Bruno era meu namorado, primeiro e único que já tive em toda minha vida, o que me dói até hoje é que depois de tanto tempo eu ainda penso nele , sendo que agora ele está casado com uma garota rica e que tem " propriedades".Acredito que cada um têm seu destino. E o meu... Ah o meu foi esse, mas independente vou ser forte e aguentar as consequências dos meus erros, amar causa dor. E essa droga de sentimento eu espero não sentir nunca mais.Eu lembrava exatamente como e porquê vim parar aqui em uns dos morros do Rio de Janeiro.
Belo Horizonte, Dezembro de 2016Larissa narrando:Era um sábado gélido em Belo Horizonte. Acordei com uma vontade louca de permanecer na cama, especialmente porque era fim de semana e o friozinho lá fora tornava tudo ainda mais aconchegante.— Garota, acorda! — ouvi as batidas na porta do meu quarto.Era ela, a mulher que tornava minha vida um verdadeiro inferno.Melyssa, a esposa do meu pai, que mais parecia o capeta em forma de gente.Levantei emburrada, calçando minhas pantufas. O chão estava gelado por conta do frio que fazia hoje.— O que é? — disse ao abrir a porta.— Você tem que me ajudar com a limpeza! Tá pensando que tem empregada aqui? — ela disse com a voz áspera que a caracterizava.Idiota. Resmunguei enquanto a via se afastar.Fui para o banheiro da casa, tomei um banho e vesti uma roupa confortável, colocando um casaco por cima. Calcei minhas botinas e estava pronta.Isso mesmo, eu morava quase na "roça". Não era uma roça, era uma fazenda que meu pai herdara de seu pai
Uma semana depois.Larissa, narrando:Eu estava desesperada. Não podia ser verdade. Bruno não atendia mais minhas ligações, não respondia minhas mensagens. O que estava acontecendo, meu Deus?Terminei de arrumar a casa e me sentei no sofá da sala, tentando assistir a um desenho na TV, mas minha mente só pensava em Bruno.— Você vai pegar suas coisas e sumir da minha casa! — meu pai entrou em casa revoltado.— Mas, como assim, pai? — falei sem entender nada.— Bem que Melyssa falava, você não presta, Larissa! — desferiu um tapa em meu rosto.— O senhor é louco? Pode me explicar o que está acontecendo? — coloquei a mão em meu rosto.— Está todo mundo falando de você na rua, todos já sabem que você perdeu a honra com aquele tal de Bruno. Larissa... Você não têm vergonha não? Parece que eu criei uma prostituta!Peraí? Como assim todos sabem que eu fiquei com Bruno? Isso não pode ser verdade. Eu precisava acordar desse pesadelo.— Ah, você não criou uma prostituta. Você nunca me criou! — a
Larissa narrando:Peguei as poucas malas que tinha em mãos, me despedi daquela casa e recordei os poucos momentos felizes que tive com minha mãe. Talvez se ela estivesse aqui, tudo seria diferente.Sai do quarto, passei pela sala e, graças a Deus, a bruxa não estava lá. Não me despediria do meu "pai", porque para ele, se eu fosse embora, eu seria apenas um peso a menos em suas costas. Ele poderia ser feliz com sua amada bruxa, sem a filha bastarda para atrapalhar.Olhei ao redor da fazenda e vi aquela árvore. A árvore onde vivi os momentos mais bonitos com Bruno. Ah, Bruno, por que ele me abandonou? Será que há algo errado comigo? É difícil entender, muito difícil.Eu costumava acreditar que era a Cinderela e que Bruno era meu príncipe, que me tiraria da casa da minha madrasta e me levaria para seu palácio. Mas acorda, Larissa! Isso só acontece em contos de fadas. Minha realidade é essa, e não há como fugir dela.Estava prestes a colocar os pés na rua quando o carro que eu tinha chama
Larissa narrandoUma semana se passou desde a minha chegada ao Rio. Acordei me sentindo um pouco fora do lugar, afinal, havia passado tanto tempo dormindo na minha cama de casal que a adaptação seria difícil.— Bom dia — Luísa chegou quase gritando no quarto.— Que boa forma de me acordar — falei ainda sonolenta.— Vamos, levanta, come algo, que vamos à casa da minha mãe.— Tudo bem, vou me arrumar.De certa forma, eu estava feliz. Finalmente, eu tinha uma família. Minha tia e minha prima, por parte de mãe, eram um sopro de esperança. Por outro lado, meu pai continuava sendo um enigma. Por que ele nunca me amou? Essa pergunta ainda me atormentava.Levantei da cama, tomei um banho no pequeno banheiro do apartamento e vesti uma calça jeans preta com uma blusa branca e um par de tênis. Estava na hora de me adaptar às roupas que as pessoas usavam no Rio de Janeiro.Após uma refeição leve, composta por frutas, café e bolo, estava pronta para sair.— Vamos! — disse para Luísa, que estava oc
Rangel narrandoNós trocávamos olhares profundos, e a cada hora que ela me olhava, eu desviava o olhar, e vice-versa.Eu precisava descobrir quem era essa garota que estava mexendo com a minha mente, porque com certeza ela não era daqui do morro.— Alan — chamei meu parceiro e amigo de confiança.— Dá o papo, chefe.— Sabe quem é aquela mina? — apontei discretamente para a loira.— Ih, não tô ligado, Rangel. Só sei que ela tá com aquela ruivinha que tá de treta com o Júnior.— Ah — falei casualmente.— Mas por que quer saber, mano?— Não é da sua conta, não.Eu geralmente sou de boas, mas às vezes o Alan faz umas perguntas idiotas pra caramba.Fiquei no camarote, me pegando com algumas minas. Umas se esfregavam em mim e outras me beijavam. Era uma bagunça, admito, mas nasci para isso.Algum tempo depois, olhei ao redor. A loirinha não estava lá, mas a amiga dela estava se agarrando com o Júnior, meu melhor amigo. Como assim?Me levantei do camarote e me misturei com a galera, procuran
Larissa narrandoTrês semanas depois...— Luísa? — chamei enquanto minha prima corria para o banheiro.Fui atrás dela, e ela estava vomitando o café da manhã todo.— Você está se sentindo mal?— Estou, e muito! — fez uma careta de nojo.— Precisamos descobrir por que você está assim. — acariciei seus cabelos.— Eu não sei. — ela andou de um lado para o outro.— Hm... Vômitos, enjôos, dores abdominais...— Não, nem vem.— Gravidez, Luísa! Não finja ser tapada. — revirei os olhos.— Não pode ser eu... — pareceu pensar. — É, pode ser.— Ai, meu santo protetor das mulheres em apuros! — passei a mão entre os cabelos.— Porra, eu me mato, Lari!— Se mata nada. Eu vou ali comprar o teste de farmácia, e você me espera aqui se não quiser que eu te engarguelo com seu próprio cabelo. — disse, e ela riu fraco.Vesti a primeira roupa que encontrei e fui à farmácia perto dali. Não é possível que minha prima, uma moça da cidade, não saiba que não usar camisinha pode levar a isso! Jesus do céu.— Me
Rangel Eu a observava atentamente, essa loira estava mexendo com a minha cabeça. Nunca fui de me esforçar com garotas que faziam joguinhos, eu gostava daquelas que rapidamente se entregavam às minhas conversas. No entanto, com ela, estava tentando ser paciente."Porra! Tu é linda", falei para uma jovem daqui do morro."Obrigada, Rangel", ela sorriu, como se estivesse se achando."Bora lá para a minha casa?""Vamos."A levei até meu barraco. Depois de uma noite intensa, percebi que ela era inexperiente, mas mesmo assim, era incrivelmente atraente."Quantos anos você tem, morena?", perguntei enquanto vestia minhas roupas."Dezoito."Sorri. "Essas garotas novas são encrenca, mas são exatamente o tipo que eu gosto.""Você não vai ficar aqui comigo?", ela perguntou."Qual é, menina? Já fiz o que queria", pisquei para ela e saí.Essas garotas sempre acham que, depois de uma conversa, estamos prontos para pedi-las em casamento. Mas eu sabia que a realidade na favela era bem diferente.Volte