Mara ajudou a mãe com as tarefas caseira, agora havia um misto de alegria no seu coração, e a canseira pelas noites passadas às claras chegou; então ela foi dormir cedo, não viu seu pai chegar. A noite passou em um segundo, ela apenas acordou quando o despertador começou a tocar, arrumou-se e seguiu para a escola. Quando chegou, suas amigas estavam em um grupo do lado de fora a esperando; mal ela se aproximara e elas a rodearam com dezenas de perguntas. Mara as respondeu com sinceridade, mas a maioria não acreditou, pensavam que ela estava blefando, a maioria dos moços já iam perguntando se elas tinham namorado; se queriam ficar e estas coisas, agora este moço parecia demais equilibrado, procurando fazer amizade,falando de si sem perguntar nada, estava muito estranho. Quando soou a sirene após a ultima aula, Mara seguiu suasamigas como de costume. Atravessava o pátio quando alguém disse:
– Se prepara, Mara, seu príncipe encantado está te esperando!
Assim que chegou ao portão, ele a cumprimentou e seguiram juntos até residência de Mara. A conversa foi um pouco mais solta, ele fez algumas perguntas e Mara respondeu com satisfação, a amizade entre eles foi aumentando gradativamente, em pouco tempo, eles iam para a escola juntos, ficavam conversando durante o intervalo para o recreio, voltavam da escola juntos. As meninas ainda não acreditavam quando Mara dizia que eles não estavam namorando.
Depois de algum tempo, eles já eram inseparáveis e foi em um dia quando voltavam da escola, passando próximo a um parquinho desativado, estavam andando e conversando, quando Alfredo parou e disse:
– Mara eu não consigo mais ficar longe de você! Quer namorar comigo?
A declaração não pegou Mara desprevenida, ela há tempos sentia o mesmo; quanto à pergunta sobre o namoro, ela desejava muito dizer sim, mas estava em uma situação muito delicada. Foi Alfredo que resolveu o problema, levou a mão e fez carinho em seu rosto, seus olhos se encontraram e as palavras não foram mais necessárias, foram se aproximando até que seus lábios se encontraram. Foi um beijo inesquecível, foi algo sublime, eles não perceberam o tempo passar, até que Alfredo se afastou um pouco e disse:
– Vamos, sua mãe pode perceber sua demora!
Seguiram de mãos dadas até próximo à casa de Mara. A partir dali, adiantavam ao máximo a saída da escola em passos rápidos, para terem alguns minutos de abraços apertados, trocas de carícias e beijos apaixonados no parquinho desativado, longe da vista de todos. Alfredo estava cada vez mais solto, mostrando seu lado cômico, contava piadas engraçadas, Mara ria como criança. Foi em uma destas brincadeiras de Alfredo que acabou ficando no ar uma indagação, se Mara sabia cozinhar. Mara não perdeu tempo, entrou de sola:
– Pois bem seu espertinho, eu vou provar que sei cozinhar muito bem!
Mara esperava uma oportunidade para cumprir com sua promessa, foi em um dia em que sua mãe lhe disse:
– Mara, amanhã eu tenho que ir a cidade comprar aviamentos! Não fique conversando com suas amigas, e volte o mais rápido possível da escola! Assim que você chegar eu sairei!
Na escola, Mara combinou com Alfredo que faria o almoço, e que ele fosse mais tarde almoçar.
Mara era boa cozinheira, sua mãe havia lhe ensinado, mas ela caprichou ainda mais, desejava agradar o seu amado. No horário marcado, Alfredo chegou ao portão, ela o recebeu, foram para a cozinha e Mara serviu o almoço. Alfredo a elogiou e pediu desculpas, afirmando que realmente ela cozinhava muito bem.
Depois do almoço, Alfredo sentou-se no sofá e Mara terminou de lavar a louça, arrumou a cozinha e veio sentar-se ao lado dele. Trocaram caricias, abraços apertados, beijos apaixonados. O clima foi esquentando e esquentando; Mara sabia o que estava acontecendo, mas Alfredo não era o tipo de homem que coage; não, ele deixava Mara à vontade, ela sabia que em qualquer momento em que desejasse parar, ele a atenderia. E era isto que mais a cativava, com toda aquela oportunidade, ele ainda não tinha tentado tocar seus seios, nem abrir o zíper de sua calça, da forma que a maiorias dos homens fazem, tudo às pressas, só pensando em si mesmos, como ela ouvia de várias amigas. Não, ele era diferente. Naquele momento, Mara pensou e decidiu, por que não desfrutar de um momento maravilhoso como este, tendo mais intimidade? Afinal de contas, eles se amavam; que diferença faria se amar agora ou depois do casamento? Ela então decidiu naquele momento que seria por completo de Alfredo e ele seria dela.
Ainda estavam se beijando quando Mara deslizou seu cor-po e sentou-se no colo dele. A princípio, ele ficou um pouco constrangido, depois se acostumou, e Mara sentiu sua virili-dade. Depois de mais um tempo, o clima estava extremamente quente, os beijos úmidos e com volúpia. Mara levantou-se ainda com os dedos da mão direita entrelaçados aos de Alfredo, e aos poucos foi puxando-o para levantar-se. Já de pé, ela saiu em passos lentos, ainda puxando-o pela mão em direção ao seu quarto. Assim que ele passou pela porta, ela a fechou. Alfredo estava com as costas na folha da porta fechada e Mara avançou levando as duas mãos em sua nuca se encostou a ele de frente e começou a beijá-lo novamente; havia no ar um clima de paixão de sedução incrível. Alfredo começou a beijar o rosto de Mara, passou para o pescoço, atrás de sua orelha, sua respiração passou a ofegante, e, percebendo que Mara ansiava por aquele momento, Alfredo desabotoou os botões de sua blusa, deixando a mostra os bojos de seu soutien rosa e sua barriga tanquinho. Como ela não mostrou nenhuma reação, ele deslizou as mãos pela cintura e as costas tateando até encontrar a fecho do soutien, depois de alguns segundos o fecho cedeu e os bojos que escondiam o belo par de seios escorregou. Mara aproveitou e se livrou de sua blusa e Alfredo estava pasmado com a beleza de Mara, a pele extremamente lisa, o belo par de seios rijos e os mamilos apontados como flechas. Alfredo deslizou os lábios do pescoço para os seios, acariciou-os com a ponta da língua, Mara respirava ofegante, ela mesmo tratou de desabotoar e deslizar o zíper de sua calça, procurando um meio de se livrar dela. Alfredo entendeu que Mara estava disposta a ir muito mais além, e livrou-se rapidamente de sua camiseta e calça jeans. Conduziu Mara com gentileza para sua pequena cama de solteiro; deitaram-se e as carícias aumentaram até o momento mágico em que Mara sentiu-se transformar de menina em mulher. Amaram-se por um longo tempo, até ficarem exaustos, deitados lado a lado na estreita cama, suados da cabeça os pés. Alfredo deslizava as pontas de seus dedos pelo rosto de Mara até embrenhá-los nos cabelos de sua nuca que estavam umedecidos de suor. Naquele momento mágico, Mara sentia-se a mulher mais feliz do mundo.
Alfredo saiu da casa de Mara antes que Abigail ou José chegassem. As ruas estavam desertas, era um bairro dormitório, a maioria dos moradores trabalhava fora, tanto os homens como as mulheres só voltavam para dormir; exceto nos finais de semana, quando havia então movimento durante o dia. Mara o acompanhou com o olhar até desaparecer à distância.
Os dias eram felizes, eles tornaram-se cada vez mais unidos, inseparáveis, aproveitava às oportunidades, a saída das mães para se amarem, no quarto de Mara ou no de Alfredo.
Uma bela tarde, Mara chegou da escola e ajudou a mãe nos afazeres. Quando sua mãe foi para a máquina de costura, pediu a Mara que colocasse o feijão para cozinhar, Mara atendeu prontamente, continuou com a limpeza, até o momento em que o feijão começou a cozinhar, aquele cheiro tomou conta da residência e impregnou nas narinas de Mara. Seu estômago começou repugnar, as ânsias foram aumentando, até o momento em que ela, não suportando mais, correu até o banheiro, direcionou o rosto para o vaso sanitário, abriu a boca e jogou tudo que estava no estômago. Começou a suar frio, lavou a boca com água do lavatório e, quando se virou, viu sua mãe emoldurada pelo batente da porta, com um ar de extrema preocupação, dizendo:
– Mara, o que foi?
– Não sei, mãe!
Naquela semana, após o jantar, assistiram à novela, e Mara foi escovar os dentes, quando retirou a tampa da pasta de dentes, aquele cheiro de flúor, impregnou em suas narinas, as ânsias começaram e o final foi abrir a boca sobre o vaso sanitário e jogar todo o jantar lá dentro; depois lavou a boca com a água da ¶torneira do lavatório, novamente o suor frio na testa; ouviu seu pai ainda estava no sofá dizer:
– Abigail, o que está acontecendo com esta menina?
– Não sei, José, é a segunda vez que acontece, talvez esteja com o estômago fraco; precisando de vitaminas!
– Pois então amanhã, bem de manhã a leve no médico! Mara se espantou, não havia como avisar Alfredo, talvez ele, desesperado, viesse até sua casa e sua mãe descobriria. É certo que um dia seus pais saberiam da existência dele, mas eles não estavam preparados, precisavam terminar o ginásio, conseguir um emprego fixo, então Alfredo poderia falar com seu pai a respeito de casamento.
Mara saiu do banheiro e tentou dialogar:
– Pai, eu não estou sentindo nada, foi apenas ânsia de vômito! Vamos esperar esta semana, se eu não melhorar na próxima semana eu vou com a mãe ao médico!
Mas seu pai era intransigente, e cortou a ponderação de Mara bruscamente:
– De maneira nenhuma, sua mãe vai levar você amanhã, imagina que vou ficar esperando uma semana, nem um dia, nunca vou dar bola para o azar! Se for uma infecção grave, tem que começar a tratar o mais rápido possível, ainda mais que já é a segunda vez!
Mara não dormiu, pensando em Alfredo, em como poderia avisá-lo de sua ausência na escola; por fim chegou à conclusão que não tinha outra saída, principalmente porque ela sairia bem cedo, viajaria no mesmo circular com sua mãe e seu pai. O jeito era esperar que Alfredo, ao perceber sua falta, apenas esperasse a sua volta à escola no dia seguinte. Caso ele viesse à sua casa, ela tentaria explicar para a mãe que eram apenas amigos do mesmo grupo de trabalho escolares. Mesmo assim o sono não veio, até que sua mãe a chamou na porta do quarto, dizendo que se levantasse e se aprontasse para saírem.Ainda estava muito escuro, ao ponto de não se ver outra pessoa. Próximo na calçada, seu pai co
Saíram do hospital em direção ao ponto de ônibus de volta para casa, em silêncio, elas pareciam que estavam indo ao velório de um parente próximo. Mara estava chocada, não acreditava; o circular passava rua por rua, praça por praça, cada vez se aproximando mais de casa. Por um lado, Mara estava alegre, desejava muito ver Alfredo. Depois de uma viagem longa chegaram, já estava entardecendo, a terra deixava escapar os últimos raios solares vermelhos alaranjados no poente, semelhante a um animal feroz que vai engolindo um pássaro e ficam faltando apenas as últimas penas das asas.Elas entraram em casa, Mara foi direto ao seu quarto, ela não sentia fome; além do mais, teriam que conversar com seu pai, o que não era tarefa fácil. Ela preferiu deixar para sua mãe, que tinha um jeitinho especial para essa
Depois do almoço, Mara ajudou sua mãe nas tarefas domésticas. Por fim foi para seu quarto, o sono veio, ela não viu seu pai, acordou apenas de manhã para ir à escola.Na escola ela não viu Alfredo na entrada, certo temor começou a tomar conta de si, mas ela pensou, bobagem, ele pode ter se atrasado e entrará na segunda aula. Ela estava ansiosa pelo horário do recreio quando eles se encontrariam, mas no intervalo do recreio ela não o encontrou em parte alguma. Perguntou a alguns alunos da classe de Alfredo, e eles informaram que ele havia faltado.As últimas aulas foram um tormento, ela via os professores à frente da classe, mas não os ouvia, e o horário parecia uma eternidade, as horas não passavam, seu pensamento vagava. Por fim a sirene tocou anunciando o fim das aulas naquele pe
Mara sentia o vento agradável no rosto fazendo seus cabelos passarem dos ombros para as costas, às vezes o sentia forçar o guidão para fazer uma curva à direita ou à esquerda, e ouvia durante todo o trajeto ele assobiar uma canção que ela nunca soube a letra, talvez uma canção da época de sua juventude. Primeira parada, como um ritual, a sorveteria, depois de descerem e se aproximarem do balcão, ele dizia para ela escolher quantas bolas de massa e o sabor do sorvete. Ele escolhia o seu e ambos sentavam-se em cadeiras plásticas brancas do lado de fora sob uma cobertura metálica, onde podiam ver o movimento na rua. Quando terminavam, ele sempre a orientava a não dizer nada para sua mãe a respeito do sorvete, Dona Abigail não aprovava que Sr. José desse sorvete a Mara; ela afirmava que esse era o motivo de Mara estar às vezes gripada. Montava-se novamente na bicicleta e a próxima parada era o supermercado, e, com algumas sacolas pl
Cautelosa, Abigail ia aos poucos tecendo um sábio diálogo, era como suas costuras na máquina, ela começava costurando as beiradas dos tecidos e por fim formava-se uma bela peça de roupa, e ela esperava com aqueles comentários amenizar o choque que José sofreria ao saber da novidade, pois ele amava demais a filha única e era capaz de fazer o impossível para ver o sorriso espontâneo no rosto de sua amada Mara. Depois de muitos rodeios, Abigail disse:– José, sabe aqueles exames que eu levei Mara para fazer? José se impacientou, moveu-se rápido no sofá e instantaneamente indagou:
Já eram altas horas quando ela, ainda acordada, ouviu o barulho dele chegando. Sua mãe foi recepcioná-lo na porta da sala, carinhosamente mostrando preocupação e o indagando sobre o horário, porém ele se limitou a dizer asperamente que estava chegando naquele horário porque esperava que todos estivessem dormindo. Ele novamente deixou claro que não desejava de maneira alguma ver Mara novamente, e aproveitou para indagar a mãe sobre quando Mara desocuparia a casa. Elas novamente passaram a noite em claro, e, pela manhã antes que ele fosse ao trabalho, Mara ouviu seu pai indagar asperamente sua mãe se Mara sairia da casa naquele dia. Sua mãe tentou dialogar sobre a dificuldade do moço que fora a São Paulo procurar um emprego, mas Sr. José não permitiu que Abigail terminasse a exposição, cortando-a asperamente com um grito, coisa que ele nunca fizera em toda vida de casado, bradou dizendo:
Sua mãe não esperou mais que um segundo, saiu novamente pela porta da sala para a calçada, esperou Mara fazer o mesmo, já trancando a porta por fora e saindo em passos rápidos, seguida de perto por Mara. Muito rápido chegaram e pararam no ponto de ônibus do bairro; não houve diálogo até entrarem no circular, passarem pela catraca que estava sendo vigiada por um cobrador obeso, de cabelo encaracolado negro e um espesso bigode, vestido com o uniforme da empresa, que só fez um pequeno gesto de simpatia após o recebimento do dinheiro referente às duas passagens. Mara percebeu sua mãe procurando assento bem ao fundo no circular, com certeza ela esperava aproveitar o tempo sentadas inertes durante a viagem para lhe explicar o que estava acontecendo.
O sonhado sábado chegara. Mara se levantou cedo, fez o café e logo Dona Zilda chegou à cozinha, pois não trabalhava aos sábados, e as duas tomaram o café sentadas em lados opostos da mesa. Zilda se mostrava cada vez mais amável, os diálogos agora fluíam com facilidade, não havia mais aquele receio de se expressar, Mara estava sentindo-se à vontade com Dona Zilda. Não demorou muito e ouviram-se palmas vindas da frente da residência. Mara saiu apressadamente pela porta da sala, deixando-a aberta, avistando sua mãe parada à frente do portão social pelo lado de fora. Logo que foi aberto, Mara sentiu o forte abraço parecendo que quebraria seus ossos, e, depois de algumas perguntas em torno de como passara a semana, elas entraram na residência onde Zilda aguardava no limiar da porta da sala. As anciãs trocaram abraços e perguntas recíprocas de como passaram a semana, e depois rumaram para a cozinha ande Abigail uniu-se a elas para tom