Capítulo 26

A noite parecia igual a tantas outras desde que comecei a viver na cobertura de Leonardo. A chuva batia insistentemente contra os vidros das janelas, criando um som ritmado que, de certa forma, era mais reconfortante do que o silêncio esmagador daquele espaço imenso e vazio. Eu estava na sala, tentando terminar um livro que havia começado dias atrás, mas minha mente continuava voltando à conversa com minha mãe.

"Como conseguimos pagar o tratamento?" A pergunta dela ecoava na minha cabeça como um sino. Não era a primeira vez que me sentia culpada, mas naquela noite a culpa parecia pesar ainda mais. Talvez porque eu soubesse que o preço do que estávamos vivendo era mais alto do que imaginávamos.

De repente, as luzes piscaram uma vez, depois outra. O som constante da chuva se intensificou, acompanhado de trovões. A eletricidade se foi, mergulhando a cobertura em uma penumbra inquietante.

– Ótimo – murmurei para mim mesma, fechando o livro. Tentei acender o abajur ao meu lado, mas nada ac
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