Capítulo 23

O aroma estéril do hospital não era mais estranho para mim. O corredor comprido e silencioso, pontuado pelo som distante de passos apressados e monitores cardíacos, havia se tornado parte da minha rotina. Durante as últimas semanas, visitar minha mãe era uma espécie de refúgio. Aqui, pelo menos, não havia olhares julgadores ou jogos de poder. Só eu, ela e uma bolha de tempo que parecia congelar os problemas do lado de fora.

Abri a porta do quarto devagar, com um sorriso suave que tentava mascarar o turbilhão dentro de mim. Lá estava ela, sentada na poltrona próxima à janela, com o cabelo um pouco mais curto e mais frágil do que eu lembrava, mas com os olhos sempre brilhantes, cheios de uma luz que me fazia acreditar que tudo ainda poderia dar certo.

— Isabella, meu anjo! — ela exclamou assim que me viu.

O calor em sua voz me atingiu como um abraço. Entrei, segurando uma pequena sacola com flores frescas e um livro que havia comprado para ela no caminho.

— Trouxe sua autora favorita —
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