Os gêmeos do Bilionário: O amor dos meus sonhos
Os gêmeos do Bilionário: O amor dos meus sonhos
Por: Julliany Soares
Despertar de um sonho...

Clark Collins

Acordo com o som suave da risada das crianças. Estou no jardim da nossa casa, o sol batendo suavemente no meu rosto, e vejo meus filhos correndo ao redor, rindo e brincando. Minha esposa está ao meu lado, linda como sempre, com aquele sorriso que me aquece o coração. Tudo parece perfeito. Eu a observo e sinto um amor profundo, como se nada pudesse destruir a paz que temos juntos. Os meninos correm para mim, me chamam de papai, e eu me sinto completo.

É um daqueles momentos que você deseja que durem para sempre. Aperto minha esposa em um abraço e olho para os nossos filhos brincando, pensando que a vida é exatamente do jeito que sempre sonhei. De repente, tudo começa a ficar embaçado, como uma pintura sendo apagada lentamente. Tento segurar o momento, mas ele escapa por entre meus dedos como areia.

De repente, tudo escurece.

Abro os olhos devagar e vejo luzes brancas acima de mim. Sinto o cheiro forte de desinfetante e ouço o som constante de máquinas ao meu redor. Tento me mexer, mas meu corpo pesa uma tonelada. Estou deitado em uma cama que não reconheço, e tudo ao meu redor é estranho e desconfortável. Tento entender onde estou.

Meus pais estão ao meu lado. Eles parecem emocionados, quase como se não acreditassem no que estão vendo. Minha mãe está chorando, segurando minha mão com força, e meu pai está lá, com os olhos cheios de lágrimas, tentando sorrir para mim.

— Filho, graças a Deus, você voltou para nós — diz minha mãe, a voz trêmula.

O meu primo, os meus tios também estavam lá e eu olho-os por um momento até conseguir usar meus lábios para falar.

— O que... o que aconteceu? — minha voz sai fraca, como se eu não a usasse há muito tempo.

— Você sofreu um acidente de avião, Clark.É Um milagre você estar vivo. Você ficou em coma por três anos — meu pai explica, e eu mal posso acreditar no que ouço. Três anos. Três anos da minha vida que eu não vivi.

Antes que eu pudesse processar tudo, uma mulher entra no quarto. Ela é bonita, e parece feliz em me ver, mas eu não a conheço. Ela se aproxima, os olhos brilhando.

— Clark você finalmente acordou. Estive aqui nos últimos seis meses, vindo todos os dias, esperando por você.

Olho para ela, confuso, como se estivesse presa em uma realidade que não faz sentido.

— Namorada? Não... não é possível. Eu sou casado. Tenho filhos — respondo, quase como uma defesa. Olho para meus pais, esperando que eles confirmem o que eu sei, mas eles trocam um olhar preocupado.

— Clark, você não... não é casado. Você nunca foi casado — meu pai diz, a voz suave, mas cheia de preocupação.

O médico entra e coloca uma mão no meu ombro.

— Clark, você passou por um trauma muito grande. Às vezes, quando estamos em coma, nossa mente cria realidades alternativas. É normal estar confuso, que tenha memórias falsas ou confusas, como acreditar que era casado ou teve experiências que, na realidade, não ocorreram. Pois durante o coma, o cérebro pode criar realidades alternativas ou sonhos vívidos, e, ao acordar, essas memórias podem ser interpretadas como reais pela pessoa. Esse fenômeno é conhecido como "confabulação", quando o cérebro preenche lacunas na memória com informações fictícias, sem que a pessoa esteja conscientemente mentindo.

— Como assim doutor?— a minha mãe pergunta confusa.

O doutor continua explicando:

—Essas confusões podem ocorrer porque o cérebro continua processando informações, mesmo em estado de coma, e os sonhos ou devaneios criados nesse período podem ser percebidos como lembranças verdadeiras após o despertar. A amnésia, que pode ocorrer como consequência do coma, também contribui para que a pessoa tenha dificuldade em distinguir entre memórias reais e criadas.

Eu não sei o que pensar. Para mim, aquela vida com a minha esposa e filhos era tão real quanto o ar que respiro agora. Mas, ao mesmo tempo, tudo isso parece um borrão, e eu estou preso entre o que é real e o que parece ser um pesadelo.

— o meu amor, o importante é que esteja bem— falou a mulher que dizia ser minha namorada, enquanto tocava na minha mão.

Soltei a mão dela e disse:

—Peço que me perdoe, mas eu não quero continuar com esse namoro, sinto muito, mas nesse momento não desejo ter relação alguma.

Ela saiu chorando e minha mãe foi atrás dela, mas eu não podia estar com uma pessoa que para mim, não era quem eu desejava ter, eu queria acreditar que em algum lugar, a mulher dos meus sonhos era real.

Continua...

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