Clark CollinsOs dias passaram arrastados, como se o sábado fosse uma miragem que nunca se aproximava. Eu podia sentir a antecipação crescendo dentro de mim, um calor latente a cada segundo que me separava de Victoria. Finalmente, o relógio marcou a noite de sábado e, ao parar meu carro em frente à casa dela, senti meu coração acelerar como não acontecia há muito tempo. Mas, claro, eu estava no controle. Sempre estive.Antes que eu pudesse chegar à porta, lá estava ela, deslizando em minha direção como um sopro de vento, vestida de forma elegante e sedutora ao mesmo tempo. Um sorriso involuntário surgiu nos meus lábios, enquanto ela me encarava com uma leve confusão nos olhos. Sem dizer uma palavra, abri a porta do carro para ela, como se esse gesto fosse natural entre nós.A viagem até o aeroporto foi breve, e eu pude notar a hesitação em seus olhos quando perguntei:— Está pronta?Ela franziu o cenho, confusa.— Mas... nós não íamos jantar?Dei um sorriso tranquilo, daqueles que sem
Clark Collins. Era impossível negar. A cada toque, a cada beijo trocado na cozinha do restaurante, a sensação de familiaridade me atingia como uma onda inevitável. Não era a primeira vez que eu me sentia assim ao lado de Victoria, e não seria a última. Quando a beijei, não foi apenas o desejo que me guiou, mas a convicção de que já havíamos estado ali, naquele exato ponto, em outro tempo ou espaço. Como se todas as noites mal dormidas e todos os sonhos que eu tinha com ela fossem, na verdade, memórias tentando se libertar. Nossos lábios se encontravam com uma pressa, um fervor que beirava o desespero. O jeito que ela reagia, as respostas imediatas de seu corpo ao meu toque, tudo indicava que o desejo era mútuo, mas algo mais pairava no ar. Enquanto eu a erguia no balcão, sentindo a maciez de seus lábios contra os meus, não consegui afastar a sensação de que isso não deveria parar ali. Eu precisava de mais. De tudo. Dela. No entanto, Victoria, em um rompante, interrompeu o beijo,
Victoria Hayes A noite passou em um piscar de olhos. O jantar com Clark havia sido maravilhoso, intenso, e, ao mesmo tempo, confuso. Tudo nele despertava algo em mim que eu preferia deixar adormecido. Desde o momento em que ele me beijou na cozinha do restaurante, até a despedida na porta de casa, meu corpo ainda vibrava com o impacto de sua presença. Mas eu não podia... Não devia me envolver. As flores que ele me deu estavam agora sobre a mesa, ao lado da sacola de sobremesas. Eu as olhei com um sorriso triste, sabendo que ele estava certo. Eu realmente não iria dormir fácil naquela noite. Minha mente estava um turbilhão de pensamentos, memórias e emoções. Cada toque, cada palavra trocada... Como eu poderia simplesmente colocar tudo isso de lado? "Isso é só uma boa lembrança", repeti para mim mesma, tentando acreditar. Mas, quanto mais eu tentava, mais a verdade se distanciava. Clark me conhecia melhor do que eu gostaria de admitir. E talvez fosse isso que me assustava tanto.
Clark Collins — Você é patético, Clark. — Sua voz era cheia de desprezo. — Ela não é nada para você. Eu sou a mulher da sua vida, sempre fui! Aquele foi o limite para mim. O olhar cheio de desprezo que ela lançou sobre Victoria foi a gota d'água. Me coloquei entre as duas, encarando Laura com uma frieza que eu sabia que ela nunca tinha visto antes. — Acabou, Laura. — Minha voz era firme, sem espaço para discussão. — Eu estou cansado de repetir isso. Pare de me procurar, pare de tentar trazer de volta algo que nunca mais vai existir. Eu não te amo. Nunca amei. Por um breve momento, vi o brilho de dor nos olhos dela, e aquilo quase me fez hesitar. Mas então ela olhou para Victoria novamente, com tanto ódio que tudo o que eu sentia por ela desapareceu de vez. — Diz o que quiser — ela cuspiu, os olhos ardendo de raiva. — Mas você vai se arrepender. Ela nunca vai ser o que eu fui para você. Olhei diretamente nos olhos dela, minha expressão implacável. — Você está certa. — Eu disse,
Victoria HayesEu observava Hiago se afastar pela porta, e só então soltei o ar que estava prendendo. O choque ainda pulsava em minhas veias, e meu coração não sabia se batia por causa da presença de Hiago ou pelas lembranças que ele havia trazido com sua chegada."Isso não pode estar acontecendo", pensei, enquanto olhava para Eliza. — Não posso ir agora — murmurei, tentando me recompor. — Diga à sua mãe que estou lisonjeada com o convite, mas, no momento, as coisas estão muito complicadas para mim. Mas prometo que, em breve, marcaremos algo.Hiago me encarou por alguns instantes, talvez percebendo o peso nas minhas palavras, mas, como um verdadeiro cavalheiro, apenas assentiu com um sorriso compreensivo.— Entendo, Victoria. A semana que vem é o aniversário da minha mãe, e a empresa vai fazer uma grande festa para comemorar o aniversário dela e da fundação da empresa. Seria importante para ela, sabe? Se você aparecesse por lá, como um presente. Pela memória de Heitor.Meu coração ap
Uma semana depois...Clark Collins Eu estava de pé ao lado do bar, observando o ambiente com um copo de whisky na mão. A festa estava em seu ápice. Convidados ilustres, empresários e figuras da alta sociedade circulavam pelo salão luxuoso. Luzes douradas refletiam nos cristais pendurados, e tudo parecia cuidadosamente montado para impressionar. Mas nada disso me importava. Eu estava com meus pensamentos apenas por ela. Victoria Hayes.Não sabia ao certo o que sentir. Nosso último encontro na editora ainda ecoava na minha mente, cada palavra, cada gesto. Desde então, não conseguia tirá-la dos meus pensamentos. Ela era a mulher que eu amava, mas parecia tão distante, tão presa ao passado. E, agora, aqui estava eu, cercado de pessoas, mas perdido em pensamentos que só me levavam a ela.Então, de repente, o murmúrio no salão diminuiu. Um silêncio respeitoso se espalhou.Olhei para a entrada e lá estava Victoria. Ela parecia deslumbrante, usando um vestido impecável, daqueles que faziam q
Clark Collins Eu não sabia o que esperar quando me aproximei de Victoria, mas certamente não estava preparado para o que veio a seguir. Ela olhou para mim com uma expressão calma, embora eu soubesse que algo mais se escondia por trás de seus olhos. O salão ao redor de nós parecia se distanciar, as conversas e as risadas abafadas agora irrelevantes diante do que ela estava prestes a dizer.Ela abaixou os olhos por um momento e depois os levantou novamente, dessa vez fitando-me diretamente. Aquele olhar... por um instante, eu pensei que veria um reflexo do que sentia, mas tudo o que encontrei foi uma sombra de algo que já estava existindo antes que eu pudesse quebrar o silêncio, ela se aproximou, trazendo os gêmeos ao seu lado.— Clark, esses são Luna e Lion, meus filhos — disse Victoria, sua voz suave, mas firme. Eu olhei para as duas crianças e fiquei em silêncio. Eles eram lindos, uma combinação perfeita de inocência e vivacidade. Luna, com seus cabelos dourados, e Lion, que parecia
Victoria HayesA festa estava chegando ao fim, e a mãe de Heitor, sempre amável, aproximou-se de mim com um sorriso suave.— Feliz aniversário, senhora Winston. Eu preciso ir agora, mas queria deixar meu carinho e os melhores desejos para a senhora. — Minhas palavras, embora gentis, carregavam uma melancolia que eu reconhecia bem. Ela me abraçou com uma ternura que quase me fez chorar, mas eu me contive.— Obrigada — murmurei, segurando suas mãos por um instante antes de vê-la sair.Clark, sempre atento, se aproximou logo em seguida, tomando minha mão. Seu toque me trouxe de volta à realidade, e ele sorriu antes de falar:— Vamos? Vou levar você, Luna, Lion e Eliza para casa.Assenti, seguindo-o até o carro onde as crianças já aguardavam. O silêncio do trajeto de volta foi confortável, mas minha mente estava em turbilhão. Eu ainda não conseguia processar completamente a intensidade da noite, e mais do que isso, o que estava sentindo por Clark. Ele era tão diferente de qualquer homem q